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Quaresma e CF2010


Eu nem ia comentar nada, porque tantos já o fizeram, e considero que eu teria pouco a acrescentar...
Mas apenas quero destacar alguns pontos reveladores, tanto da mensagem do Papa para a Quaresma 2010, quanto da sua mensagem  aos brasileiros por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2010, que bem demonstram a total discrepância entre as intenções de Sua Santidade para este tempo penitencial e aquilo que é levado a termo nestas terras tropicais...
Limito-me a alguns breves comentários entre parênteses...



PONTOS DA MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA 2010

- todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos.. (e não de Marx)

- (...) mas a justiça distributiva não restitui ao ser humano todo o “suo” que lhe é devido. Como e mais do que o pão ele de facto precisa de Deus. Nora Santo Agostinho: se “ a justiça é a virtude que distribui a cada um o que é seu…não é justiça do homem aquela que subtrai o homem ao verdadeiro Deus” (De civitate Dei, XIX, 21). (no coments)


"[Eis] uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior. Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista: ”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original. Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram à lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; à lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza."
(O dogma do pecado original tem sido desacreditado, embora ele seja, como escreveu o Chesterton, a chave para a compreensão de uma série de eventos que ocorrem no mundo. Aqui, Sua Santidade descreve que a injustiça nasce do coração do homem, e não da economia; para que esta seja justa - e não igualitária - forçoso é que provenha de corações justos...)
 
- "(...) a escuta da Lei , pressupõe a fé no Deus que foi o primeiro a ouvir o lamento do seu povo"
(Porém, no Brasil a coisa se inverte. O pobre é posto no lugar de Deus, como bem o declarou o irmão do Leonardo Boff, que abandonou a Teologia da Libertação. Com esta atitude antropocêntrica, não obstante porte aparências de devoção e amor fraterno, a própria compreensão da lei torna-se viciada. Se primeiro é preciso escutar a Deus para, depois, desempenhar um papel benéfico também social, a inversão desta ordem apenas demonstra a aspiração do homem pela auto-suficiência humana, o desejo de saber fazer por si, de ser o seu próprio Salvador. E, como sempre, temos aí apenas um disfarce do amor próprio. A TL, de cunho marxista, apenas busca perpetuar a aspiração de Adão seduzido pela serpente: ser Deus sem Deus.)
 
"(...) é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efectuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar." (E qual o tempo por excelência de se fazer isto? A Quaresma! Porém, os católicos nem têm esse tempo. Estão ocupados com a CF.)
 
- "Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O facto de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14)."
(Creio que isto não precisa de comentários. Alguém poderia objetar que tal enunciado pode servir de pretexto para que o homem se conforme, não realizando o que é de sua responsabilidade na mudança da sociedade. Convém aqui, porém, compreender bem as coisas. E, como já expresso, esta visão correta provém, antes, da reta fé em Deus.)
 
"Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade." (Perfect! Isto é pressuposto de qualquer ação efetiva)
 
"Compreende-se então como a fé não é um facto natural, cómodo, obvio: é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia." (Daí que é mais fácil aderir a uma proposta ideológica que traga promessas ilusórias de emancipação e ainda massageie o ego humano. Interessante notar que todas estas modificações que ocorreram na espiritualidade católica são sempre para que ela se torne mais cômoda, mais fácil.)


"Precisamente fortalecido por esta experiencia, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor. (Note-se que aqui não se fala do funesto igualitarismo, totalmente avesso à justiça e à ordem)

"Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça." (Conhecimento intenso de Cristo? Quem dera... Mais fácil é a capacitação intensiva da doutrina marxista... infelizmente.)


PONTOS DA MENSAGEM DO PAPA AOS BRASILEIROS NA ABERTURA DA CF2010

- "Com a quarta-feira de cinzas, volta aquele tempo favorável de salvação, que é a Quaresma, com seu apelo insistente: "Reconciliai-vos com Deus" (2Cor 6,2);" (Não me espantaria se houvesse quem perguntasse: "e a gente brigou com Ele? Quando foi isso?")

- Por isso, encorajo-vos a preservar no testemunho do amor de Deus, do Filho de Deus que se fez homem, do amor agraciado com a vida de Deus, do único bem que pode saciar o coração da gente, pois, "mais do que de pão, [o homem] de fato precisa de Deus". (Aqui o papa pede que se testemunhe Jesus Cristo e não outra coisa, afirmando que só Ele satisfaz o homem. E repete, depois, algo que já disponibilizei acima e que é crucial: "O homem precisa mais de Deus do que de pão". Aiai...)

- Nós existimos para mostrar Deus aos homens. E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a vida" (Homilia, 24/IV/2005). (Sabem o que isto significa? Que os esforços podem ser grandiosos; se não derem Deus às pessoas, é tudo supérfluo...)

- Se "a boca fala daquilo que o coração está cheio" (Mt 12, 34), podeis conhecer vosso coração a partir das vossas palavras. "Reconciliai-vos com Deus", de modo que as vossas palavras sirvam sobretudo para falar de Deus e a Deus. (no coments)


Finis...
 
 Enfim, é complicado.....
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