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A Bíblia era desconhecida pelos Católicos?


Com frequência, a Igreja Católica é acusada, pelos seus detratores, de, no correr da história, impedir que a Sagrada Escritura fosse disponibilizada aos fiéis a fim de lhes manter na ignorância da verdadeira Fé. Isto, porém, é em absoluto falso. A Sagrada Escritura não apenas foi preservada, como também foi compendiada, no que se refere ao cânon do Novo Testamento, pela Igreja Católica, que não somente a traduziu do grego para o latim, com várias traduções vernáculas, como ainda, para facilitar-lhe a leitura, a dividiu em capítulos e versículos. Para a grande maioria analfabeta, a bíblia era então lida nas Liturgias. 

A fim de que sejam retirados vários destes mitos, recomendo a leitura deste artigo do Site Veritatis: "Queima de Bíblias e outras alegações".

Em certas histórias da Reforma, os hereges são retratados como grandes cavaleiros incorruptíveis a bramir corajosamente a espada das Escrituras contra as corruptas autoridades romanas que, não sabendo defender-se, apelam para ofensas e ruídos, ao mesmo tempo em que espumam pela boca. Contudo, essas descrições até risíveis, não bastasse o seu óbvio aspecto caricaturado, são de todo falsas.

A Igreja sempre foi profunda conhecedora das Escrituras. Dentre os seus santos, vários deles tinham a Sagrada Escritura totalmente memorizada, e sempre lhe atribuíram valor de inerrância. Pesquise-se, por exemplo, sobre a escola dos vitorinos, e em particular pelo cardeal Hugo de S. Vítor e pelo teólogo Ricardo de São Vítor, alguns dos seus representantes mais eminentes, e o leitor terá apenas uma vaga idéia da profundidade e fluência bíblica que eles possuíam. 

E para dar apenas um exemplo da alta estima que os medievais tinham pela Escritura, recorro ao caso de São João da Cruz, contemporâneo de Lutero, que, na escassez do tempo que me é disponível, é o que tenho aqui no alcance da mão. O leitor fique livre para fazer outras pesquisas nesta área, e haverá de encontrar material vastíssimo, capaz de refutar infinitas vezes os erros crassos dos críticos da Igreja neste aspecto.

Diz o santo, no prólogo ao livro I do Subida ao Monte Carmelo, n.2:

"Para dizer, portanto, alguma coisa desta noite escura, não me fiarei de experiência nem de ciência porque uma e outra podem falhar e enganar; todavia, ajudar-me-ei de ambas no que me puderem valer. Para tudo quanto, com o favor divino, hei de dizer, ao menos para as coisas de mais difícil compreensão, apoiar-me-ei na Sagrada Escritura: tomando-a por guia, não há perigo de engano, pois nela fala o Espírito Santo."

Leia-se, além disso, a Catena Áurea de Sto Tomás de Aquino, onde os Evangelhos não somente são disponibilizados, mas comentados versículo por versículo. 

Enfim, as discordâncias dos assim ditos reformadores protestantes não se dão por causa do desconhecimento da Escritura por parte da Igreja, mas por questões doutrinais e de interpretação da mesma. Como se sabe, o princípio da Sola Scriptura, que já provamos diversas vezes aqui no blog não ter base nem na Bíblia nem na própria lógica elementar, foi a responsável por introduzir uma verdadeira anarquia religiosa e a divinização das mais tresloucadas imaginações que pudessem vir a ocorrer nas mentes férteis dos tais reformadores. Disto se seguiu uma verdadeira Babel, onde cada um dizia algo diferente, e todos atribuíam o imenso retalho de nonsenses e contradições ao mesmo Espírito Santo, o que, por si só, é uma blasfêmia evidente.

Recomendo, por fim, o livro "Todos os Caminhos Levam a Roma", do teólogo e doutor em Bíblia, Scott Hahn, e sua esposa, Kimberly Hahn, que, embora fossem de orientação presbiteriana - o Scott era pastor -, através de intensos estudos da Escritura chegaram a se convencer de que aquela que antes era crida como a Prostituta do Apocalipse e a Sinagoga de Satanás era, na verdade, a imaculada Esposa do Cordeiro. 

Que o leitor sincero estude e se informe, antes de correr o risco de levantar falso testemunho, um dos pecados contra os Mandamentos, contra a esposa do Cordeiro, que faz um só corpo com Ele e com a qual Ele mesmo se identifica, conforme disse a São Paulo quando ainda perseguidor: "É a mim que persegues."

Fábio.
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