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Immaculée se encontra com Segatashya e este descreve como Jesus é


Pessoal, essa é a última transcrição que faço do livro. A idéia é dar uma mínima quantidade de informações sobre Segatashya e as revelações que ele recebeu, e instigá-los a, se quiserem, comprar o livro. Está aqui o link para a compra.
 
Bem, nesta parte do livro, a escritora, Immaculée, finalmente se encontra com Segatashya. Embora desde criança fosse fascinada pelas revelações que ele recebia, ela nunca o tinha conhecido pessoalmente. Somente muitos anos depois é que surgiria a possibilidade. Abaixo, Immaculée conta como foi vê-lo e nos relata a descrição que Segatashya faz de Jesus.

"Por alguma razão, eu não esperava que Segatashya fosse aparecer, provavelmente porque eu não queria criar expectativas e depois me desapontar. Mas, às 17:01h do dia seguinte, coloquei minha cabeça para fora da porta do meu quarto para dar uma olhada - e lá estava ele! (Convém dizer que a Imaculée tinha deixado um recado para Segatashya de que ela o queria conhecer pessoalmente e que estaria em casa a partir das 17:00. Isso se tornou possível porque Segatashya providencialmente estava trabalhando na bibliteca da faculdade em que Imaculée estudava, embora ele permanecesse sendo analfabeto.)

Ele estava no fim do corredor e caminhava em direção ao meu quarto. Se eu já achava que tinha ficado nervosa no dia anterior, agora eu estava praticamente hiperventilando!

Em primeiro lugar, ele não era um garotinho de forma alguma! Eu tinha mantido a imagem do pobre e pequeno garoto pastor em minha mente por toda a década anterior, mas naquela década aquele garotinho tinha se transformado em um homem alto e adulto! Eu acho que nunca tinha me sentido tão intimidada por alguém dessa forma antes... Eu senti como se o próprio Jesus estivesse caminhando em minha direção.

Meu coração estava disparado e eu fiquei tonta. Eu gostaria de conhecê-lo, mas ao mesmo tempo queria me esconder dele. Eu me perguntava se devia fechar a porta e me trancar no armário até que ele fosse embora, mas era tarde demais. O famoso visionário estava parado bem em frente de mim. E ele tinha o sorriso mais doce que eu já tinha visto.

"Olá, Immaculée, eu sou Segatashya", disse ele, com uma voz muito mais profunda e ressoante do que aquela que eu me lembrava de ouvir pelas fitas quando era criança; mas era tão doce quanto.

"O-oi", disse eu, gaguejando. Nós nos abraça,os e nos cumprimentamos com o tradicional abraço ruandês (o que não é exatamente um abraço, mas mais um roçar de ombros).

Depois ficamos apenas olhando um para o outro.

Eu tinha tanta coisa para dizer, mas não conseguia reunir as palavras para expressar o que queria. Ele sorriu para mim e tentou me deixar à vontade com suas maneiras gentis e seus olhos carinhosos.

"Com licença", disse uma voz atrás de mim. Eu tinha esquecido que Marie estava no quarto comigo. Ela acenou para Segatashya e eu acho que eles disseram alguma coisa entre si, mas realmente não lembro, porque estava preocupada em encontrar o que dizer. Pela primeira vez na vida, eu não conseguia formar uma sentença.

Após vários minutos de silêncio constrangedor, Segatashya disse: "Bem, eu queria dizer oi para você pessoalmente. Foi muito bom conhecê-la, mas é melhor eu ir andando. Passe no escritório para dar um oi qualquer hora...".

Eu queria que ele ficasse um pouco mais, mas o que eu poderia fazer? Eu estava completamente incapaz de falar! Por sorte, há um costume na cultura ruandesa no qual o anfitrião deve acompanhar o seu convidado até uma parte do percurso do seu destino quando ele está indo embora. Desta forma, eu automaticamente comecei a caminhar com Segatashya em direção à extremidade do campus.

Eu fiz uma pequena oração à Santíssima Virgem pedindo que soltasse minha língua. Finalmente, após caminhar em silêncio durante a maior parte do percurso, eu sentia que estavas prestes a começar a falar. Naquela hora não havia tempo para sutilezas e resolvi ir direto ao ponto de tudo que eu queria saber. Logo depois que comecei a fazer-lhe algumas perguntas, não consegui mais parar.

"Perdoe-me", disse eu. "Eu sei que as pessoas provavelmente ficam sempre lhe perguntando sobre as aparições e que isso deve ser um pouco chato, mas é por isso que eu queria vê-lo. Eu quero saber... Bem, eu quero saber tudo!"

Em seguida, eu lhe contei sobre o significado de Kibeho para mim, e de como eu acompanhei as aparições e ouvi as mensagens desde o momento em que começaram. Sem esperar por uma resposta, eu lhe fiz todas as perguntas que vinha guardando por anos, para o caso de um dia conhecer um visionário.

Eu lhe fiz perguntas sobre os mais bobos detalhes das roupas de Jesus e sobre como ele penteava seu cabelo. Eu queria saber como era se sentir tão próximo do Senhor e qual era o timbre de sua voz. Ele alguma vez riu ou brincou? E fiz-lhe ainda algumas perguntas mais pesadas, relacionadas ao pecado e à salvação, e sobre tudo o mais que simplesmente saía da minha cabeça.

Subitamente, percebi que estávamos bem próximos dos limites do campus e que Segatashya já tinha parado de andar. POr fim, tomei fôlego e me desculpei por não ter parado de falar. Ele permanecia em silêncio... "Desculpe, Segatashya, acho que fui um pouco rude perguntando-lhe tantas coisas... Eu não quero tomar mais o seu tempo", disse, cabisbaixa.

"Ah, não, não! Sem problemas, Immaculée", respondeu ele, com uma risada calorosa. "Eu entendo perfeitamente por que você tem tantas perguntas e eu teria tantas quanto você. Eu amo falar sobre Jesus e suas mensagens. Eu estava apenas pensando sobre como começar..."

"Bem, você poderia me emprestar os seus olhos por alguns momentos, se isso fosse possível. Desta forma, eu poderia ver tudo que você viu", brinquei. Ele riu novamente e depois começou a responder algumas das questões que eu fui lhe atirando desde que tinha saído do meu quarto.

"Vamos começar falando sobre como era sua aparência", começou Segatashya. "Jesus é um homem alto, tem 1.80m mais ou menos, ou talvez seja até um pouco maior. E ele é um homem forte, como se tivesse passado muito tempo de sua vida fazendo trabalhos físicos.

"Ele parece estar no fim dos seus 30 ou no começo dos 40, e geralmente veste uma túnica branca. Às vezes veste também uma sotaina litúrgica sobre seus ombros, que às vezes era da cor vermelha, às vezes da branca. A sotaina cai sobre seus ombros, como no estilo tradicional de se vestir do homem ruandês.

Jesus tem barba e um longo e negro cabelo que desce até os ombros. Ele é um homem muito bonito e tem uma face madura que geralmente carrega uma expressão séria. Seus olhos são muito suaves, mas sempre firmes e determinados. É difícil descrever o tom de sua pele, pois não há na terra uma cor que lhe seja comparável. Parece-se com o bronze, como a pele de um homem ruandês, mas não é negra. É uma pele lisa e vibrantemente viva. Sua pele fulgura como se o sol brilhasse dentro do seu corpo.

Quando você olha para os olhos do Senhor, você pode ver que ele é muito manso, mas às vezes muito triste. Quando ele olha para você, você sabe com absoluta certeza que ele lhe ama e lhe protege. E, mesmo que ele pareça jovem, você não tem a menor dúvida de que ele é o Rei dos Reis.

Immaculée, você pode sentir toda a majestade de Jesus irradiando dele... E, se não fosse pela graça do Senhor em te manter de pé, você cairia em sua presença, sabendo que não é merecedora de ficar em pé diante dele. Na verdade, uma vez ele me disse que, se aparecesse para mim em sua plena glória divina, eu não conseguiria suportar o esplendor de seu poder e beleza.

 Embora eu o tenha visto várias vezes, ainda é muito difícil, para mim, dizer como era estar em sua presença. Tudo que me lembro mais claramente é do amor, da luz e da majestade do Senhor tornando-me vulnerável, frágil, e me fazendo desabar pelo chão quando ele estava perto. Ele inspira grandeza, tremendo respeito e o desejo de fazer toda e qualquer coisa por ele. Ele é verdadeiramente o caminho, a verdade e a luz... Ele é amor e vida no mais puro sentido."

Enquanto ouvia Segatashya falar sobre seus encontros com Jesus, eu começava a perceber que o poder de suas palavras poderia me manter acordada durante toda a noite. Continuei perguntando ao meu mais novo amigo sobre a forma como ele sentia o amor de Deus. Era como o amor de um pai ou de um irmão?

Naquele momento de nossa conversa, porém, pude ver que Segatashya estava sentindo verdadeira pena de mim, que ele desejava poder dar-me a bênção de ver o que ele viu quando estava na presença de Jesus. "O que você precisa saber é isto: Jesus conhece todos nós no mais profundo de nossos corações e almas; ele conhece todos os nossos sonhos e preocupações, todas as nossas esperanças e medos, toda nossa bondade e toda nossa fraqueza", explicou ele. "Ele pode ver nossos pecados e faltas, e quer de nós apenas que purifiquemos nossos corações e almas, para que possamos amá-lo sem medida, como ele nos ama. Quando ele nos manda algum sofrimento, ele o faz apenas para fortalecer nossos espíritos para que sejamos fortes o suficiente para lutar contra Satanás, que quer nos destruir. Feito isso, um dia poderemos gozar da glória de sua presença por toda a eternidade.

Deixe-me dizer de outra forma, Immaculée: quando eu estava com ele, eu nunca queria ir embora. Se ele me pedisse para ir embora para ficar com ele, eu deixaria este mundo na hora, sem a menor hesitação. Estar perto de Jesus é estar perto do amor. E nenhuma palavra precisa ser dita. Em sua presença, nossa alma fica em paz e completamente feliz.

Saiba que o amor dele é real e eterno, e nós poderemos possuí-lo se o amarmos e fizermos sua vontade aqui na Terra. Convide-o para entrar em seu coração e todas essas graças serão suas. Ele não irá lhe recusar nada. Se você pudesse ter uma única certeza em sua vida, você pode estar certa de que seria esta: Jesus a ama."

Eu tinha tantas perguntas a fazer para Segatashya sobre as aparições, as mensagens e sua convivência com o Senhor, mas já estava tarde, o sol estava se pondo e tínhamos que ir embora. Caminhei de volta para o meu quarto e ele se foi em direção ao pôr do sol. 

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 206-210.

Última visita da Virgem Maria a Segatashya

 

PERGUNTA: Visto que Jesus e Maria pararam de aparecer para você em Kibeho, você sente falta deles?

SEGATASHYA: Sim, sinto muita falta deles. A vida não é mais a mesma desde que eles pararam de me visitar. Antes, quando eu era perseguido por descrentes ou por aqueles que usavam palavras duras para me desacreditar, eu sabia que logo veria Jesus ou Maria face a face e toda aquela mágoa seria esquecida. Eu estaria envolto em sua luz brilhante mais uma vez e meu coração cantaria alegre. Ou, então, sempre que eu pensava ter feito algo de errado, eu poderia apenas contar a Jesus quando o visse e ele me perdoaria. Agora eu tenho que conversar com Jesus pela oração e ir à igreja para confessar. Não é a mesma coisa que olhar para o rosto afetuoso de Jesus ou para os olhos amorosos de sua mãe e abrir meu coração para eles.

PERGUNTA: Há algo mais que você queira falar sobre o término das aparições?

SEGATASHYA - Bem, tem uma coisa que eu devo confessar. Eu sei que isso não é certo, mas eu acho que não fui completamente honesto com Maria no último dia em que a vi. Jesus me disse que eu deveria partir em missão, para o Burundi em 1985, mas se esqueceu de dizer em qual mês eu deveria ir. Então, na última vez em que falei com Maria, eu conversei com ela sobre isso e ela me disse que eu deveria partir no começo de agosto. Naquele momento meu coração começou a doer porque eu sabia que não iria mais vê-la; por isso, eu tentei enganá-la para que ela voltasse a me visitar mais uma vez.

Eu disse a Maria que poderia esquecer o mês e o dia em que eu teria que partir e perguntei se ela não poderia fazer o favor de voltar e aparecer para mim com o objetivo de me lembrar. Ela sorriu, balançou sua cabeça e disse que não apareceria, mas que sopraria o recado em meu ouvido. Eu estava contente por saber que pelo menos poderia ouvir a voz dela, mas queria desesperadamente ver sua face mais uma vez. Foi errado tentar enganá-la daquele jeito, mas eu a amo tanto que era difícil, para mim, imaginar que não poderia mais vê-la até morrer. É muito difícil saber que, até eu estar no Céu, não poderei mais sentir seus braços amorosos me envolvendo.

PERGUNTA: Maria disse-lhe algumas palavras de despedida ou deu-lhe alguma mensagem?

SEGATASHYA: Ela me deu um presente incrível antes de ir embora. Ela viu que eu estava muito triste com a expectativa de sua partida e me disse que agora eu deveria viver como qualquer outro ser humano que não é visionário e ficar contente de poder falar com ela através da oração. Mas isso me deixou ainda mais triste, e eu perguntei se ela não poderia me dar algum presentinho como lembrança.

Maria, então, me falou para eu rezar o Rosário com ela, e, enquanto estávamos rezando, ela disse: Eu quero que você continue rezando e não grite ou chore com o que estou prestes a lhe mostrar.

E depois ela pediu para eu olhar para cima.

Bem no alto acima de mim eu pude ver os portões do Paraíso aberto. E no interior deles eu avistei o lugar mais bonito que uma pessoa poderia imaginar. Desculpe-me por não poder descrevê-lo para você, pois é mesmo indescritível. Tudo o que sei é que eu desejava com todo o meu ser estar lá e que qualquer coisa que eu já tivesse possuído ou conhecido na Terra tinha perdido completamente o sentido para mim. Maria me disse que, por eu ter visto um vislumbre do Céu, nada mais neste mundo jamais poderá me satisfazer novamente.

Ela estava certa. Enquanto eu viver, terei para sempre aquela imagem da fachada do Paraíso em minha mente e ficarei ansioso em ir para lá até o fim da minha vida.

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 165-167.

Participação de Segatashya nos sofrimentos de Cristo


SEGATASHYA - Naquele dia eu estava perguntando a Jesus sobre o sofrimento que ele tinha suportado para lavar os pecados do homem. Jesus me falou tudo sobre as torturas que ele teve de aguentar, aquelas que estão registradas na Bíblia. Ele me contou sobre os espancamentos, sobre Ele ter sido obrigado a carregar a própria cruz, o açoitamento, a coroa de espinhos que colocaram em sua cabeça, a forma como pregaram suas mãos e pés na madeira e enfiaram uma lança em seu peito. Mas Jesus disse que sofreu outras 15 torturas, sobre as quais as pessoas não sabem muita coisa.

Evidentemente, eu queria estar a par de cada uma das dores que o Senhor sofreu por nós, porque ele passou por isso para a nossa salvação. Então, eu pedi a ele que me contasse quais foram essas torturas. Vendo agora, foi um grande erro de minha parte, mas parecia uma boa idéia naquele momento.

Jesus perguntou: Você realmente quer saber o que eu suportei durante aqueles 15 sofrimentos? Muito bem, meu filho, espere um momento e não saia daqui. Em seguida, ele voltou para o Céu e mandou sua Mãe aqui para baixo para ver-me.

Eu estava realmente empolgado e contente porque pensava que ia conhecer certos segredos, coisas escondidas que seriam reveladas a mim. Pensei que estava prestes a embarcar em uma jornada mística de revelação. Eu apenas não sabia que também seria uma jornada mística de dor.

Alguns momentos depois, Maria apareceu diante de mim, saudando-me com todo o seu amor. Em seguida, ela me perguntou: Você está preparado para conhecer as coisas que você pediu para serem reveladas?

"É claro que sim, Mãe!", disse eu, alegremente. "É muito bom aprender tantas lições sobre a fé e ser ensinado sobre as coisas que eu quero..."

Antes que eu tivesse a chance de terminar a frase, caí no chão e me senti como se alguém estivesse arrebentando meu corpo com golpes de porrete e barras de ferro. Eu gritei de dor. Tudo em volta de mim estava escuro - eu estava viajando por uma paisagem de puro sofrimento. Eu tentava me levantar, mas um peso enorme e esmagador continuamente me lançava de novo ao chão, como se grandes rochas estivessem sendo atiradas do alto sobre mim.

"Mãe, por quê?! Por que você está fazendo isso comigo?", gritei, em um estado de absoluto medo e agonia. Não houve respostas, apenas mais e mais pancadas quebrando meus ossos e rasgando minha pele. 

"Por favor, Mãe, fale comigo! Talvez seja melhor esquecermos o nosso encontro de hoje! Eu acho que não era isso que Jesus tinha em mente quando ele lhe pediu para me ensinar uma lição. Eu já entendi! Já aprendi o suficiente!"

Maria permanecia em silêncio, e aquela dor esmagadora continuava a massacrar meu corpo. Eu me levantei e tentei correr para me abrigar, mas, toda vez que eu fazia força para ficar em pé, outra pancada me acertava bem no rosto. Meus olhos ficaram tão inchados que se fecharam. Eu me sentia como se minha coluna tivesse sido partida em duas e os ossos de minhas pernas esmigalhados.

Após ter sido brutalmente jogado ao chão por seis vezes seguidas, finalmente decidi ficar abaixado. Eu pensei que, se ficasse esparramado no chão, meus torturadores invisíveis poderiam se cansar de me bater ou poderiam não mais notar minha presença. Mas não era para eu ter paz. Tão logo parei de resistir e fiquei imóvel, uma força invisível levantou-me no ar e, na hora em que eu ficava em pé, me batia novamente contra o chão.

Parecia que o espancamento não acabaria nunca, mas, depois que meu rosto foi esmagado no chão pela décima quinta vez, o poder que me tinha em suas mãos, qualquer que fosse ele, decidiu me libertar.

Eu deitei-me com minhas costas doendo tanto que eu mal conseguia respirar. Eu tinha certeza de que minha caixa torácica estava moída e meus pulmões rasgados. Eu não sei por quanto tempo permaneci inerte na escuridão, mas eu estava inteiramente convencido de que nunca mais conseguiria abrir meus olhos ou caminhar novamente.

Após o que me pareceu ser uma eternidade, os meus arredores começaram a brilhar e a Virgem Maria retornou com seu familiar círculo de luz dourada. Em sua presença, a agonia que consumia meu corpo e mente foi instantaneamente dissipada. Meu pobre filho, disse ela, tranquilizadora. Eu sempre estive aqui para aliviar a sua dor. Agora você conhece alguns dos sofrimentos que o meu Filho teve que suportar para tirar os pecados do mundo.

Após ter dito isso, Maria retornou ao Céu e Jesus reapareceu ao meu lado.
Ele me perguntou: Como foi o encontro com minha Mãe? Ela respondeu a todas as suas perguntas satisfatoriamente? Ela te explicou tudo que você queria saber?

Antes de responder ao Senhor, eu passei minhas mãos em meus braços, pernas e peito, e fiquei maravilhado ao descobrir que todos os meus ossos e órgãos pareciam estar intactos. Em seguida, voltei-me para ele e disse rapidamente: "Ah, sim, nós tivemos uma ótima conversa, Senhor. Foi tudo muito, muito bem. Nós tivemos uma conversa muito agradável e depois ela me ensinou uma nova canção. Nós nos demos muito bem e ficamos ambos muito contentes."

Jesus respondeu: Sério? Foi tudo bem? Você não teve nenhum problema com o que ela te mostrou? Nada do que ela falou ou fez te causou qualquer desconforto? Você não tem nenhuma reclamação que eu possa falar para ela mais tarde?

"Não, Senhor, nenhuma queixa de minha parte. Eu não poderia estar mais feliz!"

Eu sei que é errado mentir para Jesus, mas eu pensei que, se reclamasse da forma como Maria me mostrou o sofrimento dele, ele pediria para ela repetir a lição no mesmo instante - e, falando bem francamente, eu achava que, se ela me submetesse àquilo novamente, eu certamente morreria!

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 159-161.

Segatashya e seu encontro com a Virgem Maria


Maria apareceu pela primeira vez para Segatashya em 1 de setembro de 1982, quase dois meses após a primeira aparição de Jesus para ele. Quando a Comissão de Inquérito pediu a Segatashya que fizesse uma descrição de Maria, ele ficou sem palavras. Contudo, ele respondeu de forma diligente a todas as perguntas sobre Maria feitas pela Comissão ao longo dos anos seguintes.

Aqui está um trecho:

PERGUNTA: Obrigado por ter voltado aqui para dar prosseguimento às perguntas, Segatashya. Hoje é 8 de setembro e, na ultima vez em que nos reunimos com você, em agosto, você relatou que viu mais de uma dúzia de aparições de Jesus, mas que naquele tempo a Virgem Maria não tinha aparecido para você em Kibeho.

SEGATASHYA: Está certo. As primeiras aparições que vi foram todas na casa dos meus pais ou próximas a ela. Depois, Jesus me disse para ir a Kibeho, para que ele pudesse me ensinar mais mensagens. Nessa altura, ele começou a aparecer para mim enquanto eu estava no palco onde as estudantes viram as aparições da Virgem Maria. Na semana passada, quando Jesus apareceu para mim, ele me mostrou algo muito especial. Ele veio com Maria, sua mãe, e disse: Esta é minha Mãe. Ela é aquela que dá as graças sobre as quais você já ouviu falar. Eu quero que você a respeite da mesma forma como me respeita, e quero que você a ame da mesma forma como ama a si mesmo.

PERGUNTA:  Você consegue descrever em detalhes como era a Virgem Maria quando ela apareceu para você?

SEGATASHYA: Como eu posso descrever a beleza absoluta? Eu vou tentar, com as minhas pobres palavras, dar-lhe alguma idéia de como era a aparência dessa maravilhosa senhora. Ela apareceu para mim envolvida por uma brilhante névoa de luz branca e flutuava no ar na minha frente. A princípio, tudo que eu conseguia ver era a luz, uma luz suave, afetuosa e receptiva que dava a impressão de que ela estava me segurando em seus braços e me ninando da mesma forma como minha mãe costumava fazer.

Vagarosamente, Maria começou a tomar forma no meio da névoa. Eu realmente não sei dizer qual era a idade dela... Ela irradiava a jovialidade e a beleza de uma mulher bastante jovem, mas você podia sentir a sabedoria e a bondade que existia em seus cintilantes olhos castanhos... O amor que apenas uma mãe pode possuir.

Sua pele não possuía nenhuma mácula. Era de cor clara, mas não era branca... É muito difícil descrever o verdadeiro tom e o aspecto da pele dela, pois, como acontecia com seu filho, Jesus, uma maravilhosa luz dourada irradiava do seu interior e brilhava ao seu redor. Ela brilhava como um perfeito pôr do sol em um lago tranquilo e puro. E ela parecia macia e suave como uma pomba.

Ela vestia um longo e imaculado vestido branco que era feito de uma única peça de roupa, como uma túnica. Esse vestido caía a seus pés e não possuía costuras. Havia uma faixa azul ao redor de sua cintura, e sua cabeça estava coberta por um véu de cor pérola que ia até os ombros.

PERGUNTA: Você pode nos dizer qual foi a mensagem que Maria lhe deu no seu primeiro encontro com ela?

SEGATASHYA: Na verdade, não houve mensagem da Virgem Maria para mim. Ela apenas me disse uma coisa: Meu filho, sempre me respeite e sempre me conte qualquer coisa que o esteja incomodando ou deixando-o triste. Eu sou sua Mãe do princípio ao fim.

Isso foi tudo o que ela disse - ela não me deu nenhuma mensagem para transmitir ao mundo. Eu não consigo nem lembrar se ela me falou mais alguma coisa após essas primeiras palavras. Mas eu sei que, durante todo o tempo que passei com ela naquele dia, ela estava me mostrando o quanto me amava. Embora ela estivesse flutuando acima de mim, eu me sentia como se estivesse envolvido pelos seus braços amorosos o tempo todo. Enquanto ela me envolvia, eu não tinha aflições, problemas, necessidades ou preocupações. Ela é a mãe mais amorosa do mundo, e não há nenhum lugar no qual eu mais queira estar do que nos braços dela. Quando ela me deixou, para retornar ao Céu, eu tive vontade de chorar.

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 156-157.

Provas de que Segatashya não estava mentindo - Testes feitos por um Psiquiatra


Um dos peregrinos perguntou ao Dr. Bonaventura - O psiquiatra da Comissão de Inquérito - quais mudanças físicas os visionários sofriam quando estavam conversando com Jesus ou Maria. "Durante as aparições, todos os visionários entravam em um estado parecido com o do coma e seus cérebros simplesmente não recebiam qualquer informação do mundo físico.", respondeu ele. "Porém, eles estavam tão acordados quanto eu e você. Cada um deles experimentava um completo desligamento da realidade como nós a percebemos... E eu acho que esse desligamento era mais pronunciado em Segatashya.

Eu fiz todos os testes que podia para despertá-lo do seu estado extático logo que ele entrava em transe. Examinei seus nervos cranianos jogando a luz brilhante de uma lanterna médica bem dentro de seus olhos - nenhuma resposta. Examinei sua função sensorial tocando os seus pontos de reflexo com um martelo de borracha - de novo, nenhuma resposta. Belisquei todo o seu corpo, torci seus dedos quase a ponto de arrancá-los, espetei agulhas em seus braços e os torci de um modo que quase deformou seu corpo... Todo teste tinha o mesmo resultado - nenhuma resposta. Finalmente, coloquei eletrodos por todo o seu corpo, conectei os cabos a uma grande bateria e dei uma descarga de eletricidade nele - nem mesmo isso o perturbou, não teve nenhuma reação física!

Pode parecer que eu estava agindo de forma cruel, mas eu precisava ter certeza de que ele não estava fingindo!", explicou o doutor. "Se ele não estava fingindo, então nada do que eu fizesse iria afetá-lo negativamente; por outro lado, se ele estivesse fingindo, qualquer um daqueles testes teria o feito correr do palco gritando de dor. Isso nunca aconteceu. Não importa o que eu fizesse com ele, ele nem sequer se mexia.

Devo admitir que algumas vezes eu posso ter ido longe demais. Em uma ocasião, empurrei o pobrezinho pelas costas e em seguida sentei-me em cima dele com todo o meu peso. Depois coloquei minhas mãos em volta do seu pescoço e o estrangulei momentaneamente, tentando interromper o fluxo de oxigênio para o seu cérebro com o objetivo de induzi-lo a ficar inconsciente... Veja, ele não podia fingir indiferença quanto a isso. Se ele sentisse que estava sendo sufocado até a morte, seu sistema nervoso simpático teria disparado sua reação de 'luta ou fuga', e ele teria tentado lutar comigo. Mas ele apenas ficava lá no chão do palco, sorrindo e conversando com Jesus durante toda essa tortura. Por fim, um dos sacerdotes que estavam no palco correu e me derrubou no chão. 'Você ficou maluco, Bonaventure?', gritou ele. 'O que você está tentando fazer? Matar o garoto?'

Depois disso, eu fiquei completamente convencido de que Segatashya era um visionário verdadeiro, que estava vendo aparições autênticas. Eu o continuei estudando objetivamente como médico e psiquiatra, mas a minha tomada de notas ganhou uma função adicional: eu queria preservar um registro histórico do que estava acontecendo em Kibeho."

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 130-131.

Algumas provas de que Segatashya não estava mentindo - Orações que Jesus lhe ensinava


Um dos meus peregrinos perguntou ao Padre Félicien (um dos membros da Comissão de Inquérito que interrogava o visionário) o que foi que Segatashya disse ou fez que lhe dava tanta certeza a respeito dele ser um verdadeiro visionário.

"Esse garoto tinha um conhecimento que ele não poderia ter adquirido por conta própria", respondeu o sacerdote. "Desde o começo ele estava contando histórias detalhadas da Bíblia como se as tivesse lido no dia anterior, mas eu posso lhe assegurar que Segatashya não sabia ler e nunca tinha ouvido qualquer pessoa lendo a Bíblia. Eu sei que isso é um fato porque entrevistei cada um dos membros de sua família, todos os seus vizinhos, todos os membros de sua família, todos os seus vizinhos, todos os colegas com quem ele tinha trabalhado nas plantações de feijão. Eu conversei com absolutamente todas as pessoas que já tinham se encontrado com ele, do seu nascimento, em julho de 1967, até a sua primeira visão de Jesus, em 2 de julho de 1982. E todas as pessoas com quem conversei a respeito de Segatashya disseram que, até Jesus ter aparecido para ele, aquele garoto jamais tinha mencionado alguma vez a Bíblia, Jesus, Deus ou a Virgem Maria.

Apesar disso, desde a primeira vez que o entrevistei oficialmente para a Comissão de Inquérito, ele era capaz de discutir os dogmas da Igreja comigo, fazer interpretações das Sagradas Escrituras e recitar de cabeça mais orações que muitos seminaristas iniciantes."

Por exemplo, em uma entrevista que fiz com ele em meados de julho de 1982, ele disse que Jesus o havia ensinado o Pai Nosso, que ele recitou para mim, e a forma de fazer o sinal da cruz. Eu lhe perguntei se Jesus tinha ensinado outras orações e ele disse: 'Não, ainda não. Mas ele disse que ensinaria amanhã'.

Alguém da Comissão ficou de olho nele durante a noite toda e ninguém conversou com ele. No dia seguinte, eu lhe perguntei se Jesus tinha ensinado alguma nova oração para ele. Sem me responder diretamente, ele se ajoelhou e orou: "Senhor meu, Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por sedes Vós quem sois, sumamente bm e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque Vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração de Vos ter ofendido; e proponho-me firmemente, ajudado com os auxílios de vossa divina graça, emendar-me e nunca mais tornar a Vos ofender, e espero alcançar o perdão de minhas culpas por vossa infinita misericórdia. Amém."

Para aqueles de vocês que não são católicos, saibam que esse é o Ato de Contrição, uma das orações que nós fazemos pedindo a Deus para que perdoe nossos pecados. Ora, Segatashya não sabia essa oração no dia anterior e ele a recitou perfeitamente, palavra por palavra! Não tenho a menor dúvida de que naquele mesmo dia Jesus veio à Terra e ensinou a Segatashya o Ato de Contrição. Pelo que me parece, esse fato em si já era um milagre. Nos dias seguintes Jesus ensinou Segatashya a rezar o Rosário, o Credo Apostólico e muitos hinos, orações e provérbios.

Mas Segatashya não se limitou a apenas memorizar as orações ou passagens das Escrituras que Jesus lhe havia ensinado. Ele tinha um entendimento teológico delas, dado por Deus. Quando perguntei quais pecados ele tinha cometido que precisavam do perdão de Deus, Segatashya disse:

Quem de nós não tem um pecado para ser perdoado? Mas a mensagem de contrição que Jesus me ensinou não é apenas para mim e os meus pecados - é para que cada homem e mulher rezem quando verdadeiramente quiserem se arrepender dos seus pecados. O Fim dos Dias está próximo e todos nós devemos pedir perdão pelos pecados de nossas vidas... E devemos nos arrepender antes que Jesus volte para a Terra. Todos nós devemos purificar nossos corações do ódio e do pecado rezando sinceramente o Ato de Contrição. Confessar nossos pecados para alguém é um bom caminho para começar a limpar nossas almas e nos prepararmos para o encontro com Cristo. Essa é uma das principais mensagens que Jesus me pediu para levar ao mundo.

É claro, Segatashya não era nenhum anjo , continou o Padre Félicien. Com isso quero dizer que ele era um garoto muito humano. Ele nem sempre se lembrava perfeitamente das coisas e certamente não compreendia imediatamente, e de forma integral, o significado de todas as mensagens que JEsus tinha dado a ele. E o garoto nem sempre era o mais fácil dos estudantes para um tutor instruir... Mesmo que acontecesse de esse tutor ser o maior professor da história humana!

Por exemplo, durante muitas das aparições de Jesus vistas por Segatashya, ele questionava Cristo sobre tudo o que o Senhor estava lhe contando. Eu sei que isso é verdade porque muitas vezes eu fiquei bem ao lado de Segatashya no palco quando Jesus aparecia diante dele. O garoto entrava em um estado extático e caía de joelhos tão logo sentia a presença do Senhor. Dentro de um ou dois minutos, ele começava a fazer perguntas a Jesus. Frequentemente, começava reclamando que as pessoas não estavam reagindo bem o suficiente às mensagens e sugerindo que Jesus poderia fazer um trabalho melhor no que se refere a se comunicar com a humanidade. Honestamente, algumas vezes eu tinha que virar meu rosto para rir das coisas que o garoto dizia... Era realmente uma graça ver essa doce criança questionar cada uma das palavras de Deus.

É claro, Segatashya era sempre reverente e respeitoso - mas, ainda assim, ele poderia ser bastante atrevido! Se ele não fosse tão inocente, eu acho que Jesus o teria 'ferido' com um pequeno relâmpago por ter sido tão descarado às vezes. Eu queria estar com minhas fitas aqui, para poder tocá-las para você, mas, infelizmente, não as tenho mais. Elas foram todas destruídas durante o genocídio, juntamente com os meus cadernos.

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 114-117.

Conversa entre Jesus e Segatashya


No diálogo abaixo, a fala de Segatashya está em fonte normal, enquanto que a fala de Jesus está em itálico.

***

Jesus, você nos diz para amarmos nossos inimigos... Mesmo quando nossos inimigos nos prejudicam e parecem maus e pecadores. Mas Deus não travou uma luta contra Satanás e o jogou no inferno? Você diz que Satanás é o nosso maior inimigo e que devemos lutar contra ele e suas tentações. Você poderia explicar como, por um lado, você nos diz para amarmos nossos inimigos, e, por outro, parece tão óbvio que você odeia Satanás?

Meu filho, eu não odeio Satanás - ao contrário, é Satanás que me odeia. Se Satanás se arrependesse e sinceramente pedisse perdão a Deus pelos seus pecados, então ele seria perdoado e poderia voltar ao Céu. Mas, para que isso aconteça, Satanás deve se arrepender sinceramente, do fundo do seu coração. Agora responda a essa questão, meu filho: você sabe quantos tipos de confissões existem?

Sim, Senhor. Como você me ensinou , há duas formas de nos confessarmos. A primeira é confessando nossos pecados francamente e se entristecendo profundamente por tê-lo ofendido. Nós devemos nos arrepender de nossas transgressões do fundo do coração, pedindo sinceramente o seu perdão e nos comprometendo em nunca mais cometer aqueles pecados novamente. A segunda é confessando nossos pecados sem nos entristecermos e sem nos arrependermos por termos pecado e lhe ofendido. Quando confessamos dessa forma, sabemos que o nosso arrependimento não passa de exibição para fazer com que pareçamos melhores aos olhos dos outros... E, dentro de nossos corações, sabemos que vamos pecar novamente na primeira oportunidade.

Muito bem dito, meu filho. Estou feliz por você se lembrar de nossa aula sobre o que é confessar verdadeiramente com o coração. Agora você consegue entender o que eu quero dizer quando digo que Satanás será perdoado pelos pecados apenas quando confessá-los do fundo do coração?

Sim, Senhor, eu entendi. Mas por Satã ser o Pai da Mentira, dificilmente ele confessará com o coração... Mas eu tenho muito mais a perguntar sobre isso, Senhor. Desculpe-me por fazer tantas perguntas, mas eu preciso de respostas e você nem sempre é claro. Então, por favor, não esconda nada e fale com clareza. Quando você me envia para transmitir suas mensagens às pessoas, elas também têm suas dúvidas. Por isso, eu devo estar preparado para respondê-las.

Aqui está minha pergunta: você está sempre me dizendo para repassar a mensagem que diz às pessoas que elas devem se arrepender porque o estado do mundo vai muito mal... Isso porque a humanidade se tornou tão pecadora que o mundo agora está à beira da ruína. Mas depois você também me disse que Satanás era um anjo amado por Deus que se tornou invejoso e O desrespeitou, e que foi assim que a guerra no Céu começou. Depois, Satanás foi jogado para fora do Céu e tem conduzido a humanidade à perdição desde então.

Sendo assim, Senhor, me parece que todo o problema no qual vive o homem agora começou há muito tempo, lá no Céu. Como Deus pode culpar o homem por arruinar o mundo por causa de seus pecados quando foi realmente culpa do Céu ter deixado Satanás vir a este mundo e vaguear pela Terra como se fosse dono dela?

Meu filho, os problemas da humanidade não começaram no Céu, e não há nem uma polegada da Terra da qual Satanás possa se considerar dono. Tudo na terra pertence ao Céu, nada pertence a Satanás. Os problemas causados por Satanás começaram dentro do seu próprio coração. Ele se recusou a ouvir a Deus e escolheu se separar de Sua família celestial para viver à parte. Como eu lhe disse, Satanás seria perdoado se pedisse perdão a Deus em seu coração. Mas até hoje Satanás não encontrou coragem ou sinceridade para se desculpar e pedir o perdão de Deus. Satanás não irá se desculpar.

Pense nas famílias que você conheceu enquanto crescia. Em algumas frequentemente há uma criança que se recusa a se tornar uma boa pessoa, não importa o quão intensamente seus pais implorem para que isso aconteça. Elas se recusam e se excluem por conta própria do amor que seus pais lhes oferecem. A mesma coisa acontece com Satanás - ele deu as costas ao amor oferecido de forma gratuita por Deus, como uma criança petulante que foge de um lar amoroso. Deus permanece junto aos seus filhos amados e obedientes no Céu, e todos que o amam e o obedecem são bem vindos lá.

Tudo isso que aconteceu no Céu entre Satanás e Deus aconteceu antes de Deus criar o mundo e o homem. Quando Deus criou o homem, Satanás, em sua inveja e solidão, determinou a destruir a relação do homem com Deus. Desde a criação da humanidade, Satanás vem tentando enganar os homens com mentiras e tentações, na esperança de que o homem irá amar mais o pecado do diabo do que a bondade de Deus.

Satanás odeia sofrer em seu isolamento e, em vez de ficar sozinho, tenta afastar o máximo de pessoas que ele puder da luz do amor de Deus e levá-las para a impiedade e o mal. Satanás quer que o homem sofra com ele e seja amaldiçoado com ele - pois não há sofrimento maior do que viver sem o amor de Deus. Satanás sabe o quanto Deus ama a humanidade e isso lhe dá ainda mais prazer quando consegue corromper a alma de um homem. Ele quer que Deus sofra tanto quanto ele.

Lembre-se disto, meu filho, a luz e o amor de Deus são a única garantia e proteção contra o mal e a eterna escuridão... Diga a todos que o escutarão que preparem os seus corações para o Dia do Julgamento, pois o Fim dos Dias já está próximo. Satanás é o autor de todas as mentiras e não é nada confiável. Ele tem tentado separar a humanidade do amor de Deus desde Adão e Eva.

Isso me lembra uma coisa, Senhor. Eu sei que um estudante às vezes pode ser um tutor tão bom quanto seu professor, e, no mesmo sentido, um pecador iniciante pode se tornar um pecador muito maior do que aqueles que cometeram o pecado original. Mas eu tenho uma pergunta sobre os pecadores originais.

Adão e Eva começaram toda essa confusão... Por que você os criou por primeiro? Se eles nunca tivessem comido do fruto proibido, o resto de nós ainda poderia estar vivendo no Paraíso.

Há muito mais pecadores no mundo hoje do que naquela época, mas todos nós viemos de Adão e Eva. Então, toda a humanidade deve ter aprendido a pecar com Adão e Eva, certo? Como você é o Todo-Poderoso, você já devia saber quando os criou que eles eram fracos e que pecariam cedo ou tarde - você não pode negar isso, Jesus! Então por que você fez isso? Por que criar dois pecadores que acabariam trazendo sofrimento e miséria a todos os homens que nascessem depois deles? Honestamente, eu acho que isso foi um erro. Você não devia tê-los criado!

Quando você tem um filho, você o faz com amor. Você não sabe se aquela criança se tornará boa ou má, mas você a ama com todo o coração e espera pelo melhor. Você espera que o filho que é trazido à vida por Deus não irá esquecê-Lo, pois um filho que é feito à imagem do amor irá amar.

E como exatamente você quer que nos lembremos de Deus? Você disse que devo pensar em Deus como meu Pai, que Deus Pai ama a mim mais do que os meus pais, que Deus me conhecia no ventre e já me amava antes de eu ter nascido. Mas eu acabei de conhecer você, Jesus. Fui apresentado a Deus há apenas algumas semanas. Porém, eu conheço meus pais desde o dia em que nasci. Desde que era criança eu vi meus pais lutando para fazer o seu melhor por mim e trabalhando para me alimentar e proteger. Sendo assim, você realmente espera que eu vá amar o Deus Pai, que me pede para fazer um monte de coisas difíceis, mais do que o meu pai e minha mãe, que sempre me deram tudo de que eu precisava?

Então você quer distinguir o amor dos seus pais do amor do seu Deus?

Sim, Senhor. Eu acho que tenho uma boa razão para querer distinguir entre o amor de meus pais e o amor de Deus. Eu sempre vi meus pais mostrarem o seu amor por mim - eles sempre me protegeram e cuidaram de mim. Mas eu nunca vi Deus me amar quando era criança. Eu nunca O vi trabalhando em nossas plantações de feijão para sustentar nossa família, colocando comida em nossa mesa ou fazendo roupas para nos manter aquecidos.
Meu filho, mesmo que você nunca tenha me visto, eu sempre estive por perto cuidado de você. Você já ouviu a canção 'Meu Protetor que Me Ama'?

Meu protetor que me ama, meu protetor
Que Deus me deu para cuidar de mim,
Meu protetor que está comigo em tempos difíceis
Para fazer guarda e impedir o demônio
De roubar o meu coração.
Meu protetor que me ama, meu protetor
Que é o meu presente de Deus.

Sim, entendo isso agora. Obrigado por responder as minhas perguntas e obrigado por sempre ter estado ao meu lado, Jesus. Obrigado por ter-me dado meus pais para me amarem e me manterem protegido. Eles são o melhor presente que já ganhei, melhor ainda agora que sei que o amor deles era um presente seu!

Mas eu tenho mais uma pergunta, Senhor. Eu vejo as pessoas se referirem a Deus por muitos nomes. Algumas pessoas chamam Deus de "jeová", outras o chamam de "Alá"... Em Ruanda, elas O chamam de "Imana", mas no Zaire eles O chamam de "Mungu". Agora estou conversando com você, Jesus, mas também tenho ouvido coisas sobre sua mãe, a Virgem Maria... E também há Judas e Satanás. Está ficando muito confuso para mim. Quem eu devo amar e respeitar mais?

Seja qual for, meu filho, não ame ou respeite Judas e Satanás.

E, com relação a todos aqueles outros nomes, a quem eu devo amar?
Se você ama cada um deles sinceramente com todo o seu coração, então você conseguiu cumprir o que pedem minhas mensagens a respeito da purificação do coração para o meu retorno. Chamando um, entre os que você mencionou, ele irá levá-lo a outro e todos eles o levarão à verdade e ao amor. E, em qualquer momento que você precisar, você pode invocar qualquer um daqueles nomes e eles lhe darão o que você precisa. Minha Bem-Aventurada Mãe irá levá-lo a mim e ao Pai e ao Espírito Santo, pois nós somos um e não muitos.*

Entendo, mas, se eu realmente estiver em apuros e precisar de ajuda rapidamente, quem de vocês, lá em cima no Céu, tem o maior poder e pode me ajudar mais depressa?

Oh, meu filho! Que perguntas você ousa me fazer!

Eu não quero ser rude, Senhor. Mas isso é algo que eu realmente preciso saber. Você me manda dar às pessoas todas essas mensagens sobre arrependimento e o fim do mundo e depois todo mundo acha que estou louco e quer me bater. Eles batem na porta dos meus pais e ameaçam toda minha família. Eles têm insultado a minha pobre e indefesa mãe. Aí, até minha mãe e meu pai começam a me chamar de imbecil por ter levado à vida deles todos esses problemas, principalmente quando não consigo dar conta de responder às perguntas deles com respostas simples. Eles me chamam de mentiroso e ficam bravos comigo.

Jesus, eu gostaria que você me dissesse quem é a pessoa mais elevada no Céu que possa me ajudar com rapidez, ou então, mande-me alguns guarda-costas me protegerem o tempo todo. Eu acho que poderia cuidar de mim se você me desse os mesmos poderes que você tinha quando estava na Terra realizando milagres. Eu também preciso estar de posse de toda a verdade para poder responder as perguntas eu mesmo, sem qualquer ajuda sua. Então, por que você não me dá todo o seu poder e conhecimento para que eu consiga me defender corretamente?

Filho, você realmente acha que, se eu lhe der toda minha verdade e poder, você irá usá-los corretamente?

Bem, provavelmente não. Mas eu só peço porque, se eu continuar fazendo o que você me pede e sair por aí pregando o fim do mundo, alguém poderá me matar apenas para calar a minha boca. E, então, todas essas mensagens que você me deu se tornariam inúteis porque eu acabaria morto, como você.
Você está disposto a morrer pela humanidade?

Não vou dizer que seria fácil... Quer dizer, ninguém quer morrer por nada.

Quem morre por nada? Meu filho, vejo que você está sorridente e feliz. Mas você está dizendo que morri por nada?

Não, Senhor, perdoe-me... Às vezes eu me empolgo quando estou com você. Eu sei que você morreu por nossos pecados para nos salvar porque você nos ama. Obrigado por seu amor e por todas as respostas que me deu, Senhor. Eu cantarei seus louvores e espalharei suas mensagens por todo o mundo com alegria em meu coração!"

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*"Acreditamos que esta única religião verdadeira se encontras na Igreja Católica e Apostólica, à qual o Senhor Jesus confiou o encargo de a levar a todos os homens, dizendo aos Apóstolos: 'Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos prescrevi' (Mt 28,19-20). Por sua parte, todos os homens têm o dever de buscar a verdade, sobretudo no que diz respeito a Deus e à sua Igreja e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar." (Dignitatis Humanae, n.1.) Sobre o assunto, ver também o documento: Respostas a questões relativas a alguns aspectos da Doutrina sobre a Igreja, Congregação para a Doutrina da Fé, de 29 de junho de 2007).

ILIBAGIZA, Immaculée. O menino que conheceu Jesus. Campinas-SP: Ecclesiae, 2013. p. 117-123.

Amizade com Deus é estar em Graça


A amizade com Deus é o estado de graça. Hoje, as pessoas pensam que para conformar-se à vontade d'Ele, basta uma resolução da vontade; basta uma disposição afetiva; basta uma docilidade sensível. Não.. Para estar em amizade com Ele, é preciso estar em estado de Graça e isso somente é adquirido na vida Sacramental, isto é, pela Confissão dos pecados e pela ingestão contínua da Santíssima Eucaristia. A vida espiritual não pode ser meramente imaginada. Ou ela é real ou não é. Portanto, para quem é católico, o Sacramento da Confissão deve ser frequente. Difundiu-se a idéia de que é suficiente confessar-se uma vez por ano. Isso se refere às pessoas que moram em lugares distantes e que não dispõem de padres. Mas para os que não vivem em tais condições, a confissão deve ser uma prática, NO MÁXIMO, mensal. O ideal é que seja semanal. Por ela, recebemos a Graça Santificante sem a qual o ideal de santidade e de conformação com a vontade divina não passa de uma disparatada pretensão.

Deus ama o diabo?


Seria a Igreja Católica Apostólica Romana a prostituta do Apocalipse?!



Pessoal, vamo deixar de lorota..

Batismo por Imersão ou Infusão?

Batismo por Imersão realizado na Igreja Católica Apostólica Romana

Uma das polêmicas frequentes entre católicos e protestantes e que geralmente é levantada por estes últimos é esta: "por que os católicos batizam sem ser por imersão, sendo que Jesus foi claramente batizado deste modo por João Batista que, na ocasião, o submergiu nas águas de modo que molhasse até a ponta dos cabelos?" É uma pergunta interessante e que, à primeira vista, parece mostrar que os protestantes teriam razão enquanto que os católicos, mais uma vez, haveriam se rendido a "tradições de homens", das quais a Escritura pede que nos guardemos. Se a pergunta foi posta de modo sincero, convém que seja respondida do mesmo modo. Vamos, então, à solução do problema.

Primeiramente, esclareçamos que a Igreja Católica não vê problema algum em alguém ser batizado por imersão. Inclusive, este é um dos modos possíveis de se batizar um católico. Com efeito, diz o Código de Direito Canônico: "O batismo seja conferido por imersão ou por infusão, observando-se as prescrições da Conferência dos Bispos". (Cân. 854) E se aí é pedido então o parecer da CNBB, ei-lo: "Entre nós continua a praxe de batizar por infusão; no entanto, permite-se o batismo por imersão, onde houver condições adequadas, a critério do Bispo Diocesano".

Para que compreendamos esta duplicidade de modos na efetivação do Batismo é fundamental termos em mente que o que determina a ação do Espírito Santo no ato de batizar não é a quantidade de água. Esta, é verdade, é condição sine qua non para o batismo. Contudo, a sua quantidade ou se se dá por imersão ou não, não é o fator determinante. Veremos por quê.

Antes, porém, abordemos esta comparação que em geral se faz entre o batismo efetuado por João Batista e o batismo que Nosso Senhor ordenou à Igreja praticar. É o próprio João que o reconhece: "Eu vos batizei com água, mas Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo." (cf. Mt 13,11-12) O batismo de João era chamado de "batismo de arrependimento" (cf. Mc 1,4). A pessoa que ia a ele, movida pelas suas graves palavras, demonstrava estar arrependida de seus pecados e decidida a começar um novo gênero de vida. Tinha este batismo um caráter sobretudo simbólico. E se ele se aproxima de algum Sacramento, isso se dá muito mais com relação ao Sacramento da Confissão do que ao Batismo operado pela Igreja. O próprio Jesus, por Sua vez, diz a Nicodemos: "Se não nasceres de novo da água e do Espírito, não herdareis o Reino dos Céus." (Jo 3,5) O Batismo de João não provocava esse novo nascimento, uma vez que Jesus chega a dizer que, mesmo João sendo o maior dentre os nascidos de mulher, ele é menor do que o menor no Reino dos Céus. Era preciso, portanto, um batismo de outra ordem. E aqui Nosso Senhor já nos dá alguns detalhes: o Batismo deve ter água e o Espírito Santo e, ao mesmo tempo, é ele - o batismo - que dá acesso ao Reino dos Céus. Então: 1- um não batizado não entra no céu; 2- o batismo associa um elemento material - a água - a um espiritual - o Espírito Santo. Esse duplo aspecto será importante para que entendamos bem a natureza e a importância do batismo, inclusive de crianças. Sigamos.

Vimos, então, que não há muito sentido em identificar o batismo de João com o batismo ordenado por Jesus, uma vez que ambos - João e Jesus - reconhecem a diferença fundamental entre um e o outro.

Contudo, mesmo assim, era comum, no cristianismo nascente, que pessoas fossem batizadas por imersão e, como vimos, a Igreja nunca considerou isso um problema.

O batismo mergulhado tem um significado também muito bonito. Antes de tempos cristãos ou mesmo fora do judaísmo, era comum o ato do sacrifício expiatório. Era o caso em que uma pessoa dava a vida pelo bem de uma comunidade inteira. Hoje sabemos que todos estes sacrifícios não eram senão prelúdio do Único Sacrifício agradável a Deus que foi o de Nosso Senhor Jesus Cristo no madeiro da Cruz. Nestes sacrifícios antigos, por vezes a pessoa era morta por afogamento. Daí a expressão paulina: "fomos sepultados nas águas". (Rm 6,4). Depois de um tempo, como que por uma intuição progressiva que parecia preparar uma idéia, ainda que obscura, da ressurreição, aquele que ofertava sua vida em sacrifício era visto como alguém digno de, em função da sua entrega, retomar a vida. Esta retomada significava a assunção da vida num outro nível, uma vez que aquele sujeito havia sido, agora, revestido de uma glória particular por ter entregue a vida pelos seus. Deste modo, o rito do batismo ficou sendo só simbolicamente sacrificiatório. Isto significa que este sacramento representa um certo tipo de morte. No contexto cristão, será a morte do homem manchado pelo Pecado Original a quem era vedado o convívio divino e denotará a entronização do batizado, em função dos méritos da Paixão de Cristo, dentro da própria intimidade divina, isto é, no seio da Igreja, corpo místico de Cristo e cidade dos cristãos.

Para os cristãos, portanto, essa simbologia não só permanecerá como será enriquecida, e ela parece ser melhor intuída, mesmo, no ato do batismo por imersão. Há sinais sensíveis maiores neste tipo de batismo, do que no por infusão, de que ele faz o sujeito morrer para, logo em seguida, renascer.

Porém, é verdade que também é costume, desde o início do cristianismo, que seja aceito o batismo por infusão, isto é, pelo derramamento sucessivo de pequenas quantidades de água sobre o batizado. Vejamos o que diz a Didaqué, documento escrito diretamente pelos próprios Apóstolos - há consenso histórico com relação a isso - e conhecido como o primeiro catecismo cristão:

"Na falta de uma (água corrente) ou outra (água parada) [para imersão], derrame três vezes água sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Did. VII, 3).

Percebe-se então que o batismo poderia ser feito também desse outro modo. Ora, se ele pode ser feito de outro modo, significa que o fato de ser ou não por imersão não é absolutamente necessário ou constitutivo do Batismo. Contudo, protestante tem medo de ir às fontes históricas e parece supor que todos estes escritos ou são manipulações da Igreja que, inclusive, teria comprado todos os historiadores sobre o assunto, ou então seriam obra direta do próprio demônio. Vamos, então, à Escritura que, embora seja um livro católico, por algum mistério da meia noite eles não o percebem como tal. Vamos a ela:

Estamos no evento de Pentecostes. O Espírito Santo já havia vindo. Em seguida, Pedro inicia uma pregação - outra coisa que os protestantes não enxergam é a total primazia de Pedro sobre os demais apóstolos. Aqui o Espírito Santo, depois de inspirá-los, faz com que Pedro tome a palavra, confirmando esta sua primazia. Isto se dá em Jerusalém:

"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (At 2,38-42).

Este trecho é tão católico que me deu vontade de comungar. Ok, mas onde está a suposta evidência do batismo sem ser por imersão? É simples: em Jerusalém não havia rios.. Isso mesmo. Por algumas modestas pesquisas que fiz aqui, o Rio Jordão não era exatamente em Jerusalém. Para ir lá, era preciso primeiro ir a Jericó, cerca de 35 km de distância e, em seguida, ir ao Jordão, o que levava mais 8 km. Penso ser possível perceber a inconveniência da idéia. Isso de que na cidade de Jerusalém não havia rio, eu vi em duas fontes. Contudo, realmente não sou bom em geografia.. Vamos, portanto, a um outro trecho:

"Subitamente, sentiu-se um terremoto tão grande que se abalaram até os fundamentos do cárcere. Abriram-se logo todas as portas e soltaram-se as algemas de todos. Acordou o carcereiro e, vendo abertas as portas do cárcere, supôs que os presos haviam fugido. Tirou da espada e queria matar-se. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, pois estamos todos aqui. Então o carcereiro pediu luz, entrou e lançou-se trêmulo aos pés de Paulo e Silas. Depois os conduziu para fora e perguntou-lhes: Senhores, que devo fazer para me salvar? Disseram-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família. Anunciaram-lhe a palavra de Deus, a ele e a todos os que estavam em sua casa. Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família." (At 16,26-33)

Como se vê, Paulo não os leva a nenhum rio onde o carcereiro pudesse ser submergido. A Bíblia diz que ele foi batizado, junto com toda a sua família, ali mesmo, naquela hora, "imediatamente". 

Vários outros casos podem ser intuídos. Os Apóstolos não se restringiam a batizar em lugares em que houvesse água. Iam até os confins do mundo, como lhes havia ordenado o Cristo. E conforme iam conquistando neófitos, batizavam toda a casa, o que não estava condicionado, é óbvio, à proximidade de rios ou a existência de piscinas ou banheiras, e incluía, além disso, o batismo de crianças. Uma vez dito isto, passemos à explicação do que é o batismo, propriamente.

O batismo nos comunica o Espírito Santo, que é o espírito de filiação e nos associa a Jesus Cristo, nos tornando filhos de Deus por adoção. Uma vez que alguém é batizado, o Espírito Santo destrói na pessoa o Pecado Original, comunicado por herança, e gera dentro da alma a Graça Santificante. É esta Graça que devolve ao ser humano a Semelhança com Deus que ele havia perdido em Adão.

Sem esta Graça, ninguém pode salvar-se, ainda que sejam crianças. Daí a necessidade de se batizar infantes, para que, desde cedo, a Graça lhes inspire interiormente e lhes garanta, no caso de que venham a morrer de algum modo, a herança do Reino dos Céus.

No Sacramento, nós temos um sinal visível - a água - e uma graça invisível - o Espírito Santo. Recebemos, junto com o sinal visível, a Graça invisível. O primeiro é canal para o segundo. O segundo é a razão de ser do primeiro. É suficiente ter contato com o primeiro para que, através do uso da fórmula trinitária - em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo - o Paráclito batize uma pessoa. Não há precondições de que deva ser ou não por imersão. Esta precondição nunca existiu e seria mesmo meio absurdo pensar que Deus se restringiria a isto.

Além da imersão e da infusão, havia um terceiro modo de batismo, que era o por aspersão e que consistia no atiçar de ramos ou de outro material que pudesse "jogar" água sobre o ingressante na vida cristã. Este uso foi praticamente abandonado porque às vezes era difícil certificar-se de que a água teria, de fato, tocado a pessoa. Ficam, então, os dois usos válidos: imersão e infusão.

Este é o costume cristão desde os primeiros séculos e continua sendo hoje, o que só testemunha a unidade da Igreja através do tempo. Quem se der ao trabalho de estudar os primeiros cristãos verá como a Igreja sempre foi a mesma. Alguns pastores e fiéis protestantes têm se atribuído o dever de estudar essas coisas para atacar com mais fundamento à Igreja Católica. Muitos deles, tão logo se abeiram de tais escritos, iniciam um real processo de conversão que culmina, logo em seguida, na volta ao catolicismo e na tentativa de recuperar o tempo perdido. Fica, pois, o nosso desafio a qualquer pessoa de boa vontade. Teste sua sinceridade e examine essas coisas com calma. No entanto, se não o quiser e achar mais confortável ficar como está; se estiver com medo e não quiser complicar a vida, uma coisa poderá ser dita dela: não amou a verdade sobre todas as coisas. E a verdade é uma pessoa: Jesus Cristo.

Fábio.
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

Atos 2:38-42
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

Atos 2:38-42
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

Atos 2:38-42

Implicações da Comunhão dos Santos - Léon Bloy




“Nossa liberdade é solidária do equilíbrio do mundo, e é isso que é preciso compreender para não se ficar espantado com o profundo mistério da Reversibilidade, que é a designação filosófica do grande dogma da Comunhão dos Santos. Todo homem que produz um ato livre projeta sua personalidade ao infinito. Se dá de má vontade um vintém a um pobre, esse vintém fura a mão do pobre, cai, fura a terra, rompe os sóis, atravessa o firmamento e ameaça o universo. Se comete um ato impuro, obscurece talvez milhares de corações que não conhece, que correspondem misteriosamente a ele e que têm necessidade de que esse homem seja puro, como um viajante que morre de sede tem necessidade do copo de água do Evangelho. Um ato caridoso, um movimento de verdadeira piedade, conta em seu favor os louvores divinos desde Adão até o fim dos séculos, cura os doentes, consola os desesperados, apazigua as tempestades, resgata os cativos, converte os infiéis, protege o gênero humano.”

Léon Bloy
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