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Conversa entre um exorcista e um satanista


Testemunho do Fr. Christian Cruty, O.F.M., exorcista de Avinhão, França.

"Sendo exorcista de uma grande cidade francesa, onde exerci o meu ministério à sombra da Virgem Bendita, aconteceu de acolher muitos infelizes, atormentados ou perseguidos por Satanás, ouvir muitas confissões libertadoras e ser testemunha de libertações ou curas, que somente posso atribuir à intervenção misericordiosa da Mãe de Deus, mediante a oração de exorcismo da Igreja, de quem sou servo e instrumento. Entre muitos fatos, parece-me proveitoso contar um deles, que me deixou completamente perplexo.

Entra no meu escritório um homem estranho e esquisito. Tudo nele é claramente insólito: o aspecto, o comportamento, a roupa extravagante e, sobretudo, um cheiro estranho, repelente, fétido! Não era cheiro de vício, mas de qualquer coisa indefinível, entre o ovo choco e enxofre. Pensei imediatamente que poderia ser um determinado tipo de incenso, usado em certas seitas de blasfêmias, que, com o tempo, impregna as roupas dos participantes.

Aquele homem, com o seu comportamento enigmático e curioso, parecia me indagar, para adivinhar os meus pensamentos e os meus sentimentos. E, no entanto, eu percebia que não desconfiava de mim, mas de alguém que não eu. De fato, de vez em quando, virava-se de lado ou baixava a voz, de modo que poderia ser ouvido apenas por mim. Mas nós estávamos a sós! Primeiro, pensei que temesse ser visto ou ouvido por algum dos meus penitentes; mas, depois, compreendi que tinha medo de ser espiado ou seguido por um membro da sua seita ou , mais precisamente, do malefício ou da bruxaria de que se tornava escravo.

A sua roupa, roxo e cinza, tinha um corte estranho. Pouco a pouco, fui me lembrando de já tê-lo visto reproduzido numa revista que se falava de uma missa satânica: era precisamente um daqueles paramentos litúrgicos. Depois, foi ele mesmo quem me disse:

- O meu mestre trabalha, sobretudo, à noite.

E continuem a pensar que se tratava, segundo a tal revista, de uma liturgia luciferina. Este homem disse que praticava o ocultismo e a magia negra. Era uma confissão que muitos outros já tinham me feito, mas em busca de libertação. Porém, eu não compreendia as intenções daquele visitante; confirmou que estava ligado a uma seita satânica com certo ritual, mas não parecia desejar ser libertado.

Eu pensava: por que veio me procurar? Certamente para obter uma libertação de Satanás. Ou talvez quisesse hóstias consagradas, para poder profaná-las? Ou esperava atrair-me a ti? Ou, então, apenas queria me anunciar a vitória, falava sempre dele, parecia que tinha uma grande mensagem e transmitir a este padrezinho de Cristo. Tomei imediatamente apontamentos sobre tudo o que me havia já dito. Eis uma parte:

- O meu mestre venceu você! Estamos destruindo a sua Igreja. É o meu mestre quem estabelece o equilíbrio entre as nações e domina completamente a sua Igreja. Deve reconhecê-lo! Sim, é evidente a força de Satanás no mundo, contra quem a própria Virgem nos avisa nas diversas aparições. Como é evidente que em muitos vacilam as três colunas (a Eucaristia, a Senhora e o Pontífice), também vacila a sua fé. Paulo VI e João Paulo II falaram; sobretudo fala do Apocalipse, da luta de Satanás. É a sua hora: mas é também a hora da Mulher vestida de Sol.

Quando interrompeu o seu monólogo e me permitiu falar, fiz que percebesse que a vitória do demônio é só provisória e aparente, por algum tempo. Com a sua cruz, Jesus venceu Satanás precisamente no momento em que Satanás se considerava vencedor e assim acontecerá com a Igreja: a sua paixão atual põe em marcha aquela renovação interior que prepara para o novo Pentecostes, muitas vezes anunciado e tão desejado. Satanás é uma das muitas criaturas de Deus, criada boa e que se perverteu por sua culpa.

"Não! Satanás é igual a Deus!", apressou a dizer o meu interlocutor, quando percebi que não queria falar de Jesus, mas apenas de Deus. "A sua rebelião contra Ele foi um sucesso!" E, de vez em quando me perguntava: "Mas não tem medo do meu mestre?"

De início, esta frase, frequentemente repetida, soava-me como uma ameaça; depois foi revelando que havia nela um medo íntimo, porque Satanás vê tudo e ouve tudo. Reafirmei que lhe falava em nome de Jesus, de quem era sacerdote, e que nada me podia acontecer sem a Sua permissão. Além do mais, eu tinha a proteção da Virgem, sobretudo durante os exorcismos.

Não o agradava que eu falasse da Virgem e esforçava-se por desviar a conversa para o seu mestre, Satanás. Então, recordei-lhe o Proto-Evangelho: "Farei reinar a inimizade entre ti e a Mulher". Ele aceitou a conversa, mas com uma interpretação sua: "E Satanás morder-lhe-á o calcanhar, quer dizer que a vencerá". Depois, passei a explicar a respeito da visão do Apocalipse, sobre a Mulher vestida de Sol, a luta com o dragão vermelho que é derrotado por Miguel. Eu pensava que também haveria discussão sobre os textos bíblicos que narram as tentações de Cristo. Mas o assunto Maria operou uma reviravolta na nossa conversa: diante deste tema, começou a se sentir indisposto, angustiado e, por fim, desesperado.

Primeiro tinha-lhe dito que o seu mestre não lhe poderia dar a paz do coração nem, muito menos, a felicidade. Pelo contrário, Jesus dava a paz e a alegria; libertava, precisamente, do poder de Satanás que, no máximo, prometia dinheiro, poder e glória humana. Dentro de mim, orava incessantemente à Virgem Maria e, assim, via que ele ia perdendo terreno e recuava; estava claro que só tinha medo do seu mestre. Então, falei para ele sobre o amor do meu Mestre, que morreu para me salvar e perdoou tudo. Ele falou da sua blâsfemia (a sua mudança de opinião) num tom de verdadeiro desespero. Só depois, quando refleti, é que me lembrei da sua referência ao pecado contra o Espírito Santo e me pareceu que aquele desgraçado não deveria ser plenamente culpado disso.

Convidei-o para se arrepender e deixar o seu mestre; disse-lhe que, todas as noites, eu pedia perdão a Deus por todos os pecados e também pelas blasfêmias. Aquele homem parecia perturbado, prensado entre dois sentimentos: a esperança e a desesperança. Perguntei-lhe se aceitaria que eu orasse por ele. Pareceu-me favorável e fiz interiormente um breve exorcismo para expulsar Satanás; depois, repeti-o em voz alta.

Era demasiado! Levantou-se como se fosse fugir, mas, antes, disse-me o seu nome: Pedro. E saiu correndo.

Ainda hoje me interrogo sobre o significado daquela visita. Aquele homem terá sido enviado por Satanás para me desviar? Terá sido mandado pela Senhora para ser convertido, ou, pelo menos, para que orasse por ele? A verdade é que pude ver palpavelmente como é difícil, para um membro de uma seita satânica, para quem é consagrado ao demônio, voltar para Deus."

Fr. Christian Cruty, O.F.M

Novos Relatos de Um Exorcista, Gabriele Amorth

A Fé na Igreja é essencial no Exorcismo


Pe. Gabriele Amorth

- Falei neste capítulo, embora apenas de maneira introdutória, sobre curadores e paranoterapeutas para tratar de outra grande dificuldade. Um obstáculo à libertação é dado pelo fato de que não se ama suficientemente a Igreja. Acontece até que, quem se dirige a um exorcista, nem sequer pensa que vai se encontrar com um homem da Igreja, que age em nome da Igreja. Acontece muitas vezes que age como se fosse falar com um curador, atribuindo a ele um poder pessoal que nada tem a ver com a fé. É um problema muito importante que atinge provavelmente o ponto crucial da crise religiosa do nosso tempo.

Transcrevo o pensamento do cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (Cf. Rapporto sulla fede, Ed. Paoline, 1985, p. 45), expresso com estupenda clareza na entrevista feita por Vittorio Messori. É um daqueles livros que não nos cansammos de reler.

Pergunta: "Portanto, crise. Mas, onde é que, na sua opinião, está o principal ponto de ruptura, a fresta que se vai alargando até ameaçar a estabilidade do edifício inteiro da fé católica?". 

Resposta: "Não há dúvidas: o alarme estava centrado, antes de tudo, na crise do conceito de Igreja, na eclesiologia. Aqui é que está a origem de boa parte dos equívocos e dos erros propriamente ditos, que insidiam tanto a teologia como a opinião pública católica".

Perguntaram ao padre Cândido, no decorrer de uma entrevista:

- Não se sente só? O que vai à sua alma quando exorciza?

Ele respondeu com toda a naturalidade:

- É como quando celebro a Missa, embora sejam duas coisas diferentes. A disposição interior é a mesma: estou realizando um ministério que não está ligado à minha pessoa, mas ao meu sacerdócio; ligado ao mandato de Jesus: "Expulsai os demônios". É uma ação da Igreja, a que é Igreja militante.

Por isso nós, os exorcistas, temos de fazer o esforço de voltar a falar da Igreja, de fazer com que se ame a Igreja, de fazer com que as pessoas que vêm até nós não nos procurem como um homem dotado de poderes taumatúrgicos; mas compreendam que somos apenas ministros de Deus que, através da Igreja, fomos encarregados de exercer um ministério especial a favor dela. Uma das disposições que mais faz falta àqueles que solicitam a atuação dos exorcistas, é o amor à Igreja, a confiança na Igreja, independentemente de qualquer personalismo. É por isso que, depois, não obtêm nenhum fruto; alguns andam de um exorcista para outro, fazendo acusações (fulano não vale nada; sicrano não sabe nada...) e não percebem que, se não tiverem fé na Igreja, nem tiverem a consciência de que se dirigem a um sacerdote que age em nome da Igreja, o melhor seria ficarem em casa.

Pe. Gabriele Amorth, Novos Relatos de Um Exorcista.

Livro: Novos Relatos de Um Exorcista, do Pe. Gabrielle Amorth


Ontem, uma amiga minha me disse: "Fábio, você é de tempo. Numa hora, você é todo metafísica; em outra, é todo mística; e agora, tá voltado pra esse assunto de exorcismos". Ela falava isso referente às postagens que tenho feito ultimamente sobre o tema. rsrs.. 

Tenho postado estes artigos porque estou lendo detidamente o livro do Pe. Gabrielle Amorth, Novos Relatos de Um Exorcista. O Pe. Gabrielle já nos é conhecido de longa data; ele é o Exorcista Oficial do Vaticano. Porém, este livro não é meu; foi trazido pelo amigo Everton que está nos fazendo uma visita durante somente dez dias, cinco dos quais já são idos. Ele me mostrou o livro e me pediu para dar uma olhada. Naturalmente, não foi preciso percorrer tantas páginas para que o livro despertasse maior interesse. 

É por este motivo que tenho privilegiado a sua leitura e conforme eu for encontrando alguma coisa que considere  conveniente postar aqui no blog, eu o farei. ^^

Aproveito a ocasião para recomendar o livro. É este aí da imagem. 

E, lembrando que hoje é dia de Sto Tomás de Aquino, peçamos que ele interceda por nós.

Influências nefastas do rock satânico


Pe. Gabrielle Amorth

Vários autores católicos já preveniram das consequências nefastas do rock satânico. Recordo especialmente de Piero Montero, Satana e lo stratagemma della coda, Ed. Segno; Corrado Balducci, Adoratori do Satana, Ed. Piemme. Transcrevo alguns traços fundamentais, extraídos da revista Lumiére et Paix, maio-junho 1982, p. 30.

***

"Existe, nos Estados Unidos - depois, estendeu-se à escala internacional - uma associação chamada WICCA (traduzida, esta sigla significa: Associação dos Bruxos e Conjurados). Os compomentes desta associação são numerosíssimos, possuem três companhias discográficas e cada disco tem por objetivo contribuir para a desmoralização e para a desorganização interior da psicologia dos jovens. Praticam o satanismo e consagram-se à pessoa de Satanás.

Cada um destes discos descreve exatamente os estados de alma que convêm aos discípulos de Satanás e convida as pessoas a celebrarem a sua glória, a sua honra e o seu louvor. Há também um grupo famoso, muito famoso, cujos membros também pertencem a uma seita satânica da região de San Diego, divulgam em muitas de suas músicas - embora não em todas elas - os mesmos princípios, porque são sempre pessoas consagradas ao culto de Satanás.

Outra organização, também muito conhecida, é a de Garry Funkell, que produz o mesmo tipo de música. Estes grupos têm, sobretudo, o objetivo de divulgar os discos que têm por finalidade conduzir os jovens ao satanismo, ou seja, ao culto de Satanás.

Os discos consagrados a Satanás baseiam-se em quatro princípios:

- Primeira coisa: é importante o ritmo, chamado beat, que se desenvolve seguindo os movimentos da relação sexual. Repentinamente, os ouvintes sentem-se envolvidos numa espécie de frenesi. É por esse motivo que se registram muitos casos de histeria, produzidos pela escuta contínua desses discos; é o resultado que se obtém exasperando o instinto sexual por intermédio do beat de que falamos.

- Em segundo lugar, usa-se a intensidade sonora, deliberadamente escolhida de maneira a atingir uma força de sete decibéis acima da tolerância do sistema nervoso. Está tudo muito bem calculado; quando nos sujeitamos a esta música durante algum tempo, logo em seguida, a pessoa passa por um certo tipo de depressão, de rebelião e de agressividade, de tal modo, que se chega a certas atitudes, dizendo sem tomar consciência: "No fundo, eu não fiz nada de mal: só ouvi um pouco de música na balada". (Assim acreditam, também, muitos pais e educadores, totalmente inexperientes neste campo) Mas trata-se de um método previsto e bem calculado, que visa exasperar o sistema nervoso e, desse modo, leva à obtenção de um resultado bem determinado: levar os ouvintes a um estado de confusão e de desordem, que os impele a buscar formas de realizar o beat, ou seja, o ritmo que ouviram durante a balada; e é assim que se chega, também, a recrutar novos adeptos a iniciar no satanismo. Este é o objeto final dos seus autores.

- O terceiro princípio é transmitir um sinal subliminar. Trata-se de transmitir um sinal elevadíssimo, muito acima da capacidade do ouvido, um sinal supersônico, que atua no inconsciente. É um som importuno, da ordem dos 3.000 quilohertz por segundo, que não é possível captar com os nossos ouvidos, precisamente por ser supersônico; desencadeia no cérebro uma substância, cujo efeito é exatamente idêntico ao da droga, mas uma droga natural, produzida pelo cérebro, depois que aqueles estímulos são recebidos, mas de que não se dá conta. Num determinado momento, a pessoa sente-se estranha... Esta sensação incômoda induz a pessoa a procurar a droga propriamente dita ou a tomar doses maiores, caso já faça uso dela.

- Ainda há um quarto elemento: a consagração ritual de cada disco, no decurso de uma missa negra. De fato, antes de cada disco ser lançado no mercado, é consagrado a Satanás com um ritual particular que é uma forma autêntica de missa negra.

Se já parou para analisar as palavras destas canções (palavras que, por vezes, estão escondidas e apenas são perceptíveis se ouvirmos o disco na rotação contrária - ndr), percebemos que os temas gerais são sempre os mesmos: rebelião contra os pais, contra a sociedade e contra tudo o que existe; libertação de todos os instintos sexuais; a possibilidade de criar um estado anárquico para fazer triunfar o reino de Satanás. Basta tomar, por exemplo, a canção Hair, para encontrar quatro partes dedicadas ao culto de Satanás.

Depois de tudo o que dissemos, quem ousaria negar o perigo das influências do Maligno que conta com tantos cúmplices no caminho da rebelião e do ódio? Lemos no Apocalipse: "E furioso contra a Mulher, o dragão foi fazer guerra contra o resto da sua descendência, isto é, os que observam os mandamentos de Deus e guardam o testemunho de Jesus" (cf. Ap 12,17).

Pe. Gabrielle Amorth, Novos Relatos de Um Exorcista

Paulo VI fala-nos de Satanás


Pe. Gabrielle Amorth
No dia 29 de junho de 197, Paulo VI falara explicitamente do demônio. As frases tinham sido fortes: "Tenho a sensação de que o fumo de Satanás entrou no templo de Deus através de alguma fenda". O Papa não hesitou em identificar esta força negativa que queria os frutos do Concílio: o seu nome é "diabo".
O discurso provocou quase um escândalo na imprensa internacional. Falar do diabo, hoje - apressaram-se em dizer os jornalistas -, é querer voltar à Idade Média. E, na sua ignorância, não perceberam que se trata de um retorno a tempos muito anteriores, ao Evangelho, à história bíblica, a Adão e Eva! Alguns meses depois, em 15 de novembro do mesmo ano, durante uma audiência geral, considerou necessário voltar ao tema, clara e exaustivamente, em que resume todo o ensino bíblico e eclesiástico sobre a matéria. Transcrevemos o discurso, a partir de uma gravação. Antes já tínhamos reproduzido o conteúdo, com as variantes publicadas no L'Osservatore Romano.

***

"Veio-me a idéia de vos falar de um tema estranho que, no entanto, está dentro da lógica de ensinamento que estamos desenvolvendo nestas audiências pastorais.

De que falamos? Falamos das necessidades da Igreja. E uma destas necessidades que, nesta manhã, ocupa a minha atenção é esta estranha e difícil defesa. Um pensamento de defesa que me persegue. De quem? São Paulo diz que devemos lutar. Já sabíamos; mas contra quem? São Paulo falou, muitas vezes precisamente, que devemos lutar e lutar como soldados. Portanto, não devemos lutar com as coisas visíveis, om a carne e com o sangue, diz ele. Mas temos que fazer uma luta, a que chamo 'a luta contra a escuridão'. Devemos lutar contra os espíritos que invadem a atmosfera.

Em outras palavras, devemos lutar contra o demônio. Quase ninguém pensa nele. Eu, pelo contrário, queria, pelo menos desta vez, fixar o pensamento sobre este tema terrível e inevitável. Temos de lutar contra este inimigo invisível, que arma ciladas à nossa vida e do qual devemos nos defender.

Entretanto, por que é que já não se fala dele? Já não se fala dele porque não é uma experiência visível? Crê-se que não existem as coisas que não se vêem. Mas lutamos com o mal. E o que é o mal? O mal é uma deficiência, é uma falta. Uma pessoa está mal; falta-lhe a saúde. Alguém é pobre; falta-lhe dinheiro. E assim por diante.

Aqui as coisas mudam: já não temos diante de nós uma deficiência, uma mal deficiente. Temos à nossa frente, uma mal eficiente, um mal existente, um mal que é pessoa, um mal que não podemos qualificar, de degradação do bem; é uma afirmação do mal. E isto nos dá medo; e devemos ter medo.

Sai do contexto dos ensinamentos bíblico e eclesiástico quem se recusa a conhecer que esta terrível realidade existe. É misteriosa e pavorosa. E se alguém diz: "Eu não penso nisso" - "Você não pensa com o Evangelho". Por quê? Porque o Evangelho está cheio, diria, está povoado, da presença do demônio. E se eu quero colocá-los num ambiente, numa atmosfera, numa mentalidade evangélica, devo, pelo menos, sentir esta misteriosa presença. Então, não conseguirei identificá-la; não quero fazer fantasias nem empurrar as pessoas para a superstição, etc. Mas esta é a realidade. E o Evangelho fala-nos disso, repito, em muitas e muitas páginas. Eis, então, a importância que assume o conhecimento do mal para a nossa correta concepção cristã do mundo, da vida e da Salvação.

Foi o próprio Cristo quem nos mostrou essa importância. E quantas vezes? Primeiro, no desenvolvimento da história bíblica; no início da Sua vida pública, o Senhor quis travar a batalha, declarando-a; e teve aquelas famosas três tentações. Uma das páginas mais misteriosas do Evangelho, e tão rica de significado: As três tentações de Cristo. Um grande romancista russo, de quem todos vós já ouvimos falar, Dostoievsky, numa das suas obras-primas, faz uma catequese, diria, sobre as três tentações de Cristo.

O que quer dizer Cristo se encontrar com a fome? Todo o materialismo moderno está ali. Cristo encontra-se com a tentação espiritual: 'Lança-te da janela e serás salvo porque és Filho de Deus; os anjos de ajudarão.' A presunção espiritual. E, depois, o orgulho: 'Olha o panorama do mundo; se me agradares, eu faço-te chefe do mundo'.

E Jesus que repele: 'Vade retro, Satanás!' E, depois, vêm os anjos alimentá-Lo e assistir-Lhe. É, realmente, de desnortear! Até a própria exegese deste trecho bíblico e espantosa. E porque não recordar que é Cristo que, por três vezes, o define? Referindo-se ao demônio como seu adversário, qualifica-o: 'Príncipe deste mundo'. Há também quem o chame: "Dono, patrão do mundo".

Quem é o dono do mundo? Jesus diz: "Príncipe do mundo é o diabo". Estamos todos sob uma dominação obscura que nos perturba, nos tenta, que nos torna doentes, nos torna hesitantes e maus, etc. E, depois, se olharmos para muitas cenas evangélicas: há um endemoniado aqui, há um endemoniado acolá; Jesus cura este e cura aquele, etc.

São Paulo, depois, porque faz eco ao Evangelho, chama-o, numa página da Segunda Carta aos Coríntios "o deus do mundo". Quem já, alguma vez, teria pensado em poder qualificá-lo com o título supremo do ser: de deus? Podemos encontrar na boca do Apóstolo este título referido ao demônio: "o deus do mundo". E depois... é o próprio São Paulo quem nos avisa e previne daquilo que antes disse. Que também devemos combater com os espíritos, sem saber onde são, como são, etc. Mas, depois, ensina-nos como se deve fazer a terapia, a defesa, mesmo contra este gênero de adversários. Não digo de outros para não me delongar; mas deveríamos, realmente, procurar em toda a literatura cristã.

Na liturgia, não vemos falar do demônio a todo o momento? O Batismo: agora, encurtaram os exorcismos; não sei se foi coisa muito realista e muito acertada (Repare este público e evidente desapontamento do Papa, com quem certamente concordam todos os exorcistas), mas não foi esquecido.

O Batismo é o primeiro ato da providência do Senhor, com que se afasta este inimigo mortal, que é inimigo do homem, Satanás. Por quê? Porque, desde a queda de Adão, precisamente nas origens, na primeira origem do homem, o demônio conquistou um certo domínio sobre o homem, de que somente a redenção de Cristo pode nos livrar. Esta história perdura ainda hoje, porque o pecado original é uma herança que se propaga, não por culpa ou acidente, mas precisamente, por geração.

Ter nascido, quer dizer, estar nos braços do demônio e não nos braços de Deus. O Batismo resgata-nos dessa escravidão, fazendo-nos livres e filhos de Deus. Por isso o demônio é o inimigo número um.

E qual é a sua arte? A de tentar, a de se aproveitar de nós, mesmo contra nós. É o inimigo, o tentador por excelência.

Deste modo, sabemos que este ser obscuro e perturbador existe, realmente, e que age com uma astúcia traiçoeira. É o inimigo oculto que semeia os erros, as desgraças, as decadências e as degradações na história humana. Vamos recordar - isto também é o Evangelho genuíno - a parábola reveladora do joio semeado no trigo. Os servidores do campo, os cultivadores, admiram-se: 'Mas quem semeou o mal no mundo?'. O dono do campo, que é a figura de Deus, responde: Inimicus homo hoc fecit - Foi o homem inimigo que fez isto.

O mal semeado no mundo tem uma origem pessoal e intencional. É Deus que tolera e que, até, quase protege esta situação: 'Não arranqueis o joio para que, ao arrancar o joio, não arranqueis também o trigo. Um dia virá, o último dia, em que se fará esta distinção e este juízo será definitivo'.

E chama-lhe, agora, "o homicida deste o princípio", chama-lhe "o pai da mentira". É o insidiador sofístico do equilíbrio moral do homem. Ele é o pérfido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós, na minha psicologia e na de cada um; encontrar a porta aberta por onde entra: pela via dos sentidos, da fantasia, da concupiscência - a que hoje chamamos incentivo, não é? -, da lógica utópica e dos contatos sociais desordenados: os maus companheiros, as más idéias do mundoInsinua-se no jogo da nossa ação para, nele, introduzir desvios tão nocivos quanto aparentemente de acordo - é a insídia da tentação - com as estruturas físicas ou psíquicas ou instintivas, profundas e inspiradoras da nossa personalidade. Aproveita-se da nossa estrutura para se insinuar nesta nossa psicologia.

O tema que trata do demônio e da influência que ele pode exercer sobre cada pessoa, sobre a comunidade, sobre as sociedades inteiras ou sobre os acontecimentos é um capítulo muito importante da doutrina católica, que deveria ser estudado novamente, porque hoje pouco o é. Alguns pensam que encontram nos estudos psicanalíticos ou psiquiátricos ou nas sessões espíritas, uma compensação para definir alguma coisa deste mistério do diabo. Teme-se cair - alguns, pelo contrário, mostram-se sem preconceitos - em velhas teorias maniqueístas, isto é, que tinham o duplo princípio: Deus ou o demônio; ou em temerosas divagações fantásticas e supersticiosas.

É fácil, sim. Hoje, as pessoas preferem se mostrar fortes, sem preconceitos; armar-se em positivistas, em pessoas concretas. E, contudo, depois acreditam em tantas extravagâncias mágicas gratuitas e populares, em superstições: "Deus me livre do número treze! Ai de quem fizer isto!" E por que não? Acredita-se piamente nestas entidades imaginárias, observando-as de maneira escrupulosa, exagerada e quase ridícula. E, quando o Senhor diz: "Olha que não é nada disso!", ninguém acredita.

A nossa doutrina, quando queremos falar do diabo, torna-se incerta; quando queremos falar de nós tentados pelo diabo, então, torna-se mais que certa. A nossa curiosidade é excitada pela certeza da existência múltipla. Também isto: não existe apenas um diabo. Lembremo-nos do endemoniado de Gerasa: "Como te chamas? Chamo-me legião", que quer dizer exército; um exército de demônios tinha invadido aquele infeliz que Cristo libertou; os demônios arremessaram-se para uma grande vara de porcos e lançaram-se no lago de Genesaré, com grande desespero dos pobres guardadores.

E, agora, a resposta a duas perguntas. A primeira: "Há sinais? Sinais da presença diabólica e quais são?". E a segunda pergunta: "Quais são os meios de defesa contra um perigo tão insidioso?".

A resposta à primeira pergunta impõe muita cautela. Quais são os sinais? Embora os sinais do Maligno se pareçam a alguns, mesmo entre os padres. Tertuliano, por exemplo, afirma: 'É evidente que o demônio existe!'. Feliz dele que tinha olhos tão sagazes! -, poderemos pressupor a sua ação sinistra onde a negação de Deus se torna radical! Aqui está o inimigo, porque em vez de sermos levados a Deus, encontramo-nos diante de uma negação radical, sutil e filosófica. Uma negação radical! Ouviu falar da morte de Deus? Quem pode ter inventado tal coisa?

E, depois, onde se afirma a mentira hipócrita e poderosa contra a verdade evidente? Onde o amor se extinguiu, onde existe egoísmo frio e cruel: por detrás disso deve haver o dedo do diabo. Onde o nome de Jesus é impugnado com ódio consciente e rebelde... São Paulo diz: Quem nega Jesus Cristo: anathema sit - seja condenado. A condenação dirige-se ao inimigo que está por trás do homem negador. É onde o espírito do Evangelho é mistificado e desmentido; e onde o desespero se afirma como a última palavra. É a vitória do diabo.

Mas é um diagnóstico demasiado amplo e difícil este, que agora não ousamos aprofundar e autenticar; e tem um interesse dramático para todos, inclusive para a literatura moderna que lhe dedicou páginas famosas. Existe uma literatura inteira sobre o diabo, de grandes romancista, de grandes escritores. Alguns para o engrandecimento e outros, pelo contrário, para descobrirem a si próprios mediante um diagnóstico mais sutil e profundo.

Um dos autores que escreveu sobre este tema, com tanta sabedoria, tornou-se um dos primeiros literatos do nosso tempo: G. Bernanos. Autor de "Sous lê soleil de Satan" (Sob o sol de Satã) e tantos outros livros que falam, precisamente, da fenomenologia do demônio nas almas e de como ele sabe precisamente dissolver, desintegrar. O tema não se limita aos sonhos, às histórias de entretenimento ou à fantasia. Eles procuram identificar alguma coisa na paleta da psicologia humana, alguma marca do diabo, do demônio.

Sabemos, escreve o evangelista João, que nascemos de Deus, sim; mas que todo o mundo totus in maligno positus, está posto sob o domínio do mal, do Maligno: é uma pessoa. E isto é o que se pode dizer sobre a primeira pergunta: como identificar o mal?

Vigilate ot orate ut non intretis in tentationem (Vigiai e orai para qu enão entreis em tentação). 

A outra pergunta: que defesas poderei desenvolver para opor a minha alma, a minha integridade à ação do demônio? É a resposta mais fácil de formular, embora seja difícil pô-la em prática.  Poderíamos dizer: tudo o que nos defende do pecado também, por isso mesmo, nos abriga do inimigo invisível.

A graça é a defesa decisiva. Mas eis que, atualmente, tem caído a frequência aos Sacramentos, especialmente ao da penitência. É um grande perigo, porque deixamos de ter graça suficiente para nos opormos ao invasor que nos assedia. A inocência assume o aspecto de grande fortaleza. Uma criança é mais forte do que nós diante do diabo, porque é inocente. E, depois, todos se lembram de como a pedagogia apostólica tinha simbolizado na armadura de um soldado as virtudes que podem tornar um cristão invulnerável. São Paulo descreve toda a armadura romana: leva o capacete da salvação, leva a couraça, leva a espada, etc. Porque as defesas, para ser fortes, são múltiplas. E, por vezes, o cristão deve ser vigilante e forte; e, para ser militante, deve recorrer a algum exercício ascético especial para afastar certas incursões diabólicas. Isto também nos ensina sobre Jesus, que diz, diante dos Apóstolos que não tinham conseguido expulsar um demônio: 'Este demônio só pode ser expulso com a oração e com o jejum'.

Eis alguns meios com os quais se podem vencer muitas vezes, certas situações de assédio do inimigo. E o Apóstolo sugere a linha-mestra: 'Não vos deixeis vencer pelo mal', e 'Vence o mal com o bem'.

Por isso, com a consciência das adversidades presentes em que se encontram, hoje, as almas, a Igreja, o mundo, procuremos dar sentido e eficácia à conhecida invocação da nossa oração principal: o "Pai-Nosso".

Papa Paulo VI

*Itálicos originais. Sublinhos nossos.

Pe. Gabrielle Amorth, Novos Relatos de Um Exorcista.

O dever de um exorcista, na maioria dos casos - as pessoas precisam de conversão


Quando, em junho de 1986, o cardeal Hugo Poletti me colocou ao lado do padre Cândito Amantini para ajudá-lo no ministério de exorcista, foi aberto um mundo novo, completamente desconhecido para mim. Não pense que as impressões principais tenham sido dadas pelos casos mais graves, pelos fenômenos estranhos, em que somente se acredita vendo. Para um exorcista novo, a impressão mais forte e duradoura é a de estar em contato com um mundo de pessoas que sofrem, mais na alma do que no corpo; um mundo de pessoas que se aproximam do sacerdote com confiança e disponibilidade, necessitadas de ajuda e de conselho.

Na maioria dos casos, o dever do exorcista é confortar e iluminar para tirar falsos medos ou comportamentos errados (como o recurso a magos, cartomantes e similares); é reaproximar as almas de Deus, levando-as a retomarem, com regularidade, uma vida de fé, de oração, de frequência à Missa e aos sacramentos, além de abraçarem decidida e decisivamente a Palavra de Deus. No meu já longo ministério sacerdotal nunca havia tido tantas ocasiões de reaproximar do Senhor, da Igreja, tantos indivíduos e famílias inteiras. A maioria não precisa de exorcismos, mas de uma sincera conversão.

Pe. Gabrielle Amorth, Novos Relatos de Um Exorcista

Rousseau e Francisco de Sales, frente a frente


Joseph Ratzinger

Em Annecy, a casa de São Francisco de Sales está exatamente defronte da de Jean-Jacques Rousseau. Podemos ver nisto um símbolo. Encontram-se aqui duas possibilidades fundamentais da modernidade, dois modos alternativos de ser homem.

De um lado, está São Francisco de Sales, o homem que se desprendeu de si, que deixou de olhar para si mesmo e assim se encheu de confiança. Dessa forma, tornou-se um amante e passou a irradiar a mansidão, a bondade e a liberdade de Jesus Cristo; e dessa forma ofereceu também aos homens a liberdade - liberdade de si mesmos e liberdade para darem os seus próprios frutos na Criação divina.

Do outro, está Jean-Jacques Rousseau, que foi o primeiro a viver a grande negação, e a viveu como nenhum outro. Também ele teve de enfrentar-se com o calvinismo, mas esse enfrentamento levou-o à rejeição de tudo o que somos e à procura do homme naturel, do homem meramente natural, para o qual até a linguagem e as instituições acabariam por tornar-se uma repressão, uma opressão que tiraria a liberdade. Seria preciso retroceder para trás delas, o que no fim das contas significa retroceder para trás de toda a Criação de Deus.

Rousseau foi o primeiro a conceber um ser humano que não tivesse teleologia alguma, nenhuma determinação para o fim, e que por isso poderia naturalmente percorrer uma infinidade de caminhos incomensuráveis. Mas são caminhos que acabam no vazio, pois são mera negação. Perto do fim, o filósofo sentiu a necessidade de lançar ao chão de alguma forma o imenso fardo de uma vida como a sua, e o fez ao dizer nas suas Confissões - que, à diferença de Santo Agostinho, não manifestou diante de Deus, mas diante do público, tendo por isso que dar a absolvição a si mesmo -: "Soe quando soar a trombeta do Juízo final, eu virei apresentar-me diante do soberano juiz com este livro nas mãos. [...] E depois, que um só dentre os outros diga, se o ousar: "Eu fui melhor do que este homem!" Que maneira melancólica de absolver-se!

Rousseau esboçou a grande negação, tanto sob a forma da revolução permanente como da ditadura total. Essa é a alternativa entre cujos pólos o nosso século oscilou e continua a oscilar - e tem de oscilar! - porque, enquanto o homem não der o salto da grande confiança, só lhe restará o grito de revolta.

São Francisco de Sales e Jean-Jacques Rousseau: as duas casas uma defronte da outra em Annecy, as duas possibilidades do nosso tempo. O Senhor está à nossa espera. Chama-nos, pedindo-nos que ousemos confiar, que nos abandonemos nEle, que não olhemos para trás nem para nós mesmos, para que possamos encontrar o acesso a Ele: a liberdade e a alegria do Evangelho. Peçamos-lhe que sejamos capazes de seguir o seu chamado, para que assim cada um de nós dê frutos segundo a sua espécie, segundo o dom que Deus lhe deu.

Joseph Ratzinger, Homilias Sobre os Santos

S. Francisco de Sales - Confiança, Acesso e Liberdade


Joseph Ratzinger

"A mim, o mais insignificante dentre todos os santos, coube-me a grça de anunciar entre os pagãos a inexplorável riqueza de Cristo, e a todos manifestar o desígnio salvador de Deus, mistério oculto desde a eternidade em Deus, que tudo criou. Assim de ora em diante, as dominações e as potestades celestes podem conhecer pela Igreja a infinita diversidade da sabedoria divina, de acordo com o desígnio eterno que Deus realizou em Jesus Cristo, nosso Senhor. Tempo livre acesso a Deus pela confiança que nos infunde a fé que depositamos em Cristo" (Ef 3, 8-12)

Temos livre acesso a Deus pela confiança que nos infunde a fé que depositamos em Cristo (Ef 3,12). A última frase da leitura de hoje exprime toda a mensagem espiritual da vida de Francisco de Sales, cuja festa celebramos hoje. Podemos dizer que essa passagem da Sagrada Escritura é o espaço em que o santo viveu a sua vida e de onde se dirige a nós.

Encontramos nela três palavras: liberdade, que podemos traduzir também por "magnanimidade" ou "destemor", acesso e confiança. Examinemo-las no espelho dessa vida e procuremos ouvir assim o que o Senhor nos tem a dizer hoje.

Confiança

Comecemos pela terceira: a confiança. Francisco de Sales, que se havia criado na principal região de influência do calvinismo, enfrentou-se nos seus tempos de estudante com a doutrina calvinista da predestinação. Essa doutrina afirma que Deus determinou desde a eternidade quais são os homens que se salvarão e quais os que se condenarão.

Essa idéia deixou-o com o coração angustiado. Atingiu-o tão profundamente que não conseguia mais livrar-se do medo que ela infundia, e até chegou a ter certeza de estar entre os predestinados ao inferno. Mergulhado nessa escuridão abissal de um Deus que não deixa nenhuma saída ao homem, só pôde encontrar o seu caminho porque acabou por dizer de si para si: "Pois bem, se Deus quer condenar-me, então que o faça. Não me preocuparei mais com isso, mas amá-lo-ei apesar disso." E assim recuperou a liberdade. Deixou de olhar continuamente para si e para o seu passado, e entregou a Deus o seu destino. Dessa forma, pôde dirigir novamente o seu olhar para a frente com essa serena confiança que, em última análise, é a fé verdadeira, essa fé que vence o medo e confere a liberdade.

Com os que olham para trás, acontece sempre o que aconteceu com a mulher de Lot: convertem-se em estáguas de sal (cfr. Gen 19, 24-26). Tornam-se amargos, retorcidos e interiormente rígidos. Este é o perigo que todos corremos - e precisamente o perigo que ameaça os homens deste século, capazes de fazer tantas coisas -: olhar continuamente para nós mesmos e para o nosso passado, pretender construir-nos a nós mesmos, querer fazer-nos valer diante de Deus, procurar calcular com precisão qual será o nosso destino, e assim tornar-nos salobres, amargos, imprestáveis para Deus e para nós mesmos, e incapazes de confiar em nós e despojados de toda a liberdade. A fé, em contrapartida, significa ter essa liberdade, entregar o destino próprio a Deus e olhar apenas para a frente; e assim ir ao encontro do Senhor, deixando nas suas mãos a tarefa de construir-nos, para podermos, cheios de liberdade e confiança, amá-lo e, em última análise, simplesmente amar.

Acesso

Com isto chegamos à segunda palavra: acesso. Uma e outra vez deparamos com situações ou pessoas das quais temos de dizer: "Não consigo ter acesso a ele". Falta por assim dizer uma ponte que nos permita entrar em contato com o outro, algo que o nosso ser possa percorrer para chegar até ele.

Ora, em princípio nenhum homem tem acesso a Deus por si mesmo. Como teríamos nós, seres finitos, temporais e pecadores, acesso ao Infinito, à Eternidade, à Santidade? No entanto, podemos dizer que o próprio Deus nos estendeu a ponte de acesso. Tornou-se acesso a si mesmo ao fazer-se homem. O homem Jesus Cristo, no qual podemos tocar um irmão e no qual podemos tocar a Deus, é o nosso acesso a Deus. Desde toda a Encarnação, a procura de Deus e o apostolado, e todo o tipo de atenção pastoral, só poderão dar-se, em última análise, na medida em que tornem Jesus Cristo presente às almas, permitindo-lhes o acesso a Ele e retificando-lhes as disposições.

Esta é, pois, a tarefa de todo aquele que queira chegar até Deus e conduzir os outros para Ele: tornar Jesus Cristo presente a fim de que exista um acesso. Mas só poderemos torná-lo presente se formos nós mesmos presença do Senhor, se comungarmos com Ele, se estivermos imersos na sua verdadeira presença e fizermos de nós uma parte dessa verdadeira presença de Cristo neste mundo. A sua verdadeira presença neste mundo é o Corpo Místico, a Igreja, na qual Ele comunga conosco por meio da Palavra e dos Sacramentos, e mais intimamente por meio da Eucaristia. Francisco de Sales mergulhou cada vez mais fundo nesse mistério, e assim se fez cada vez mais parte da presença de Jesus Cristo.

A oração coleta de hoje alude a essa realidade da vida do nosso santo com duas expressões: fazer-se tudo para todos e mansuetudo, a mansidão de Jesus. Estes talvez sejam efetivamente os dois aspectos mais característicos do modo como Francisco de Sales tornou realidade no seu século um pouco do mistério de Jesus Cristo, por meio da sua união com o Senhor na Igreja.

Fazer-se tudo para todos (cfr. I Cor 9,22).  Por estar unido a Jesus Cristo, Francisco fez-se acessível aos pobres e aos ricos, aos simples e aos cultos, porque a verdade mais profunda da fé é uma só e a mesma para todos. Dessa forma, encarnou a mansidão de Jesus Cristo precisamente num século de grosserias e contendas, no século em que estourou a Guerra dos Trinta Anos, no século da dureza, da rigidez e das brutalidades. E assim Jesus Cristo tornou-se visível.

Mansuetudo. A mansidão de Jesus Cristo manifestou-se em Francisco, entre tantas coisas, em que ele procurou criar uma forma de piedade acessível aos não piedosos; ou em que quis fundar conventos para os que não eram capazes de imitar as grandes proezas ascéticas dos santos e dos antigos ascetas, por serem física ou psiquicamente fracos demais para isso. Neste ponto, antecipou em parte a espiritualidade de Santa Teresa de Lisieux, a do "pequeno caminho", a de uma vida voltada para Cristo com simplicidade, sem buscar coisas grandes, com paciências e sem heroísmos.

Precisamente por ter por assim dizer estendido a ponte até os nossos pés, é que Francisco nos abriu o caminho. Na sua própria vida, mostrou-nos como esse caminho prossegue, até chegar a uma ampla e exigente ascese e a uma profunda e mística união com o Senhor. Mas sempre tendo como ponto de partida que Cristo é o acesso e é acessível; e deixando claro que nós, se enveredarmos por esse acesso simples, poderemos crescer até nos tornarmos capazes de coisas maiores.

Liberdade destemida

Chegamos, por fim, à terceira palavra: parrhesia, magnanimidade, liberdade destemida diante de Deus. Francisco mostra o que isto significa na sua Filotéia, em que procura explicar a um jovem nobre cheio de vitalidade o caminho para uma existência cristã; e para fazê-lo, usa o relato da Criação, que lhe parecia um reflexo da história da salvação. O mandato do Criador dirigido a todas as criaturas vivas deste mundo - que dêem fruto, cada uma segundo a sua espécie (cfr - Gn 1,11) - torna-se para ele, ao mesmo tempo, uma expressão do imenso mundo espiritual que deve passar a existir diante de Deus e da Igreja.

Isto diz-nos respeito também a nós, afirma Francisco. Nós somos essa Criação, esse imenso jardim de Deus, rico e variegado, onde há um fruto destinado a cada um, onde cada qual pode dar o seu fruto e está chamado, não a desempenhar uma tarefa diferente, mas a própria: a de dar fruto segundo a sua espécie. E o santo diz: "Um bispo não deve nem pode viver como um cartuxo; os casados, como os capuchinhos; os artesãos, como os religiosos contemplativos, que passam metade do dia e metade da noite em oração. Seria uma piedade tola e ridícula. Cada um segundo a sua espécie". E "Deus deseja todos os frutos". Depois, acrescenta: "A verdadeira piedade não destrói, mas enobrece e embeleza", forma uma unidade entre a vocação pessoal e a religião. Daí que possa haver tantas formas de piedade quantas são as vocações.

Lembro-me agora de uma anotação que o Papa João XXIII fez no seu diário de 1903, e que representou para ele o seu mais importante despertar espiritual. "Com uma força - escreve - que quase consigo tocar com as mãos, descobri o que significa a santidade e como era falsa a idéia que dela fazia até agora. Sempre procurei imitar com exatidão cada uma das virtudes de cada um dos santos, e, naturalmente, sempre me senti insatisfeito com isso. Agora o sei: não devo ser a reprodução ressecada deste ou daquele santo, mas extrair a seiva da sua vida - o seu sugo vitale -, e a partir dele dar fruto, à minha maneira."

É disso que se trata: de dar fruto, cada um segundo a sua espécie. Deus criou um rico jardim e deu a cada um uma santidade à sua maneira, na qual florescem as flores de Deus e amadurecem os frutos. Não devemos, pois, imitar os santos como "reproduções ressecadas", mas aprender com eles o autêntico sugo vitale, a seiva viva do Evangelho, a essência propriamente dita, mais profunda e mais íntima, da santidade, para que ela se faça em nós uma nova seiva que dê frutos à sua maneira e corresponda à vocação divina, levando a florescer e amadurecer as possibilidades que Deus deixou na Criação.

Joseph Ratzinger, Homilia Sobre os Santos.

Ser comunista é motivo de excomunhão? Pe. Paulo Ricardo

Sobre a não retratação do Jean Wyllys



Teço abaixo apenas alguns comentários sobre essas declarações do Jean.


1- Circula na web uma notícia FALSA q diz que "Jean Wyllys real" se 'retratou' de sua resposta às ofensas do papa contra os gays através de nota.

Como a mensagem faz que estão de destacar, é claro que uma atitude digna como é a de reconhecer o próprio erro e a precipitação que foi ofender o Papa não poderia proceder deste sujeito. Então, obviamente, é certo que a notícia seja FALSA (como destacado na mensagem); ela não corresponde ao "Jean Wyllys REAL". Seria esperar demais do rapaz, né? Mesmo sendo tão evidente a falsidade das suas afirmações, ele simplesmente recusa se retratar. Contudo, desse modo, ele termina por nos fazer um belo favor: o de demonstrar o seu verdadeiro caráter que é o de uma alma infantilizada que apenas se importa com os próprios desejos e não está nem aí para a verdade dos fatos. Como acreditar num sujeito desses, cuja desonestidade intelectual e moral é tão gritante?

2- "Jean Wyllys real" emitiu uma nota explicando por que não é necessária uma 'retratação' e ratifica seus comentários.

Eu gostaria muito de ver a tal nota. Alguém aí sabe onde se encontra esse negócio? Dei uma modesta procurada, mas só achei a FALSA notícia da retratação que, obviamente, não corresponde ao Jean Wyllys REAL.

3- "Jean Wyllys real" respeita e defende a liberdade religiosa e tem certeza de que a maioria dos cristãos são contra a homofobia.

Muito interessante essa declaração aqui. Ele diz que respeita a liberdade religiosa, mas já faz questão de restringir esta liberdade: ninguém pode ser contra o homossexualismo, senão é homofóbico. Jean aqui se auto-reconhece como o portador do verdadeiro critério de legitimidade da verdadeira liberdade religiosa. Mesmo não sendo religioso, de tal modo ele se auto-representa como uma sumidade que, mesmo para os católicos praticantes, ele se coloca como uma autoridade, uma linha divisória, um demarcador do que é moral e do que não é, do legítimo e do ilegítimo. Isso tudo fica ainda mais irônico quando percebemos que, no fundo da questão, o que há é uma luta irracional de defesa da sodomia, cuja prática caracteriza, justamente, a mais imediata representante da imoralidade.

4- As declarações do papa contra os gays não representam o povo cristão, mas um pequeno grupo extremista e fundamentalista.

Mais uma vez, Jean se entende como o supra-sumo da verdade religiosa, como o Logos divino que vem trazer a forma correta de ver o mundo, como o detentor da verdade moral. Para isto, ele não hesita em nos definir - a nós que estamos com o papa e o bom senso - como grupo extremista e fundamentalista. Mas Wyllys, a quem faltou tanto a prudência de não fazer afirmações gratuitas quanto certos conhecimentos históricos para além das conversas de esquina e dos livrinhos de HQ, se entende dispensado de fazer afirmações segundo os fatos, uma vez que aquilo pelo que ele luta é a primeira coisa que, de modo evidente, contraria a própria realidade do mundo, do corpo humano, do bem, da beleza, do amor, de Deus. Mas para Jean, inimigo da realidade, o mero fato de dizer algo parece fazer com que este algo se torne verdadeiro. Por trás dos disparates do ex-BBB, parece haver qualquer pretensão de auto-divinização. Talvez seja por isso que ele se arvora ao título de especialista-mor do cristianismo, conhecedor de mistérios que estão infinitamente acima de nós, meros mortais cristãos fiéis ao papa. É claro que, em posse de tal profundeza de julgamento, ele bem poderia definir o que é cristão, e o que não é. Forçoso seria perguntar se ele não quer começar a atender confissões. Talvez não; ele pode supor que conhece infusamente os mais recônditos da alma humana e, portanto, não é necessário que alguém lhe diga. 

5- Portanto, a resposta de "Jean Wyllys real" não atinge os cristãos de boa fé, mas apenas aquela minoria homofóbica.

Aqui, novamente, está suposto que Jean é o cara que define qual é o cristão de boa fé - aquele molenga, que não obedece o papa, que é cristão só de nome e que, no final, pensa que os mimosos gays militantes somente querem se amar, e que isso não pode ser lá tão nefasto - e a minoria homofóbica, os vilões terrivelmente perigosos e nefandos que ousaram, contra todas as leis ditadas pelo Jean - a divindade criadora da moral dos BBB's da vida - criticar - que horror! - as práticas homossexuais. Oh, que pecado imperdoável! Os homofóbicos até ousaram - com mil demônios! - olhar com objetividade para o mundo real, apontar para a esterilidade da relação homossexual, defender a constituição naturalmente heterossexual da fisiologia humana, resguardar a família constituída entre um homem e uma mulher, e o que é pior: ousaram ser coerentes com os princípios cristãos, já bi-milenares e descritos na Sagrada Escritura há muito mais tempo. Mas quem diria que seria justamente a fidelidade à moral cristã que faria com que um sujeito se tornasse um mau cristão? Na visão do Jean, é pela desobediência ao cristianismo que alguém se torna um bom católico. A infidelidade é a moral. Precisamente, sr. Jean. O senhor realmente se mostra um supra-sumo... só não lhe posso garantir que o seja da sabedoria.


O Ateísmo é, no mais das vezes, uma idolatria


Supondo que Deus exista, Ele é (por definição) o Valor supremo. Ora, nenhum ser humano pode prescindir de ter um Norte, de estabelecer uma Preferência acima de todas as outras, em função da qual organiza todas as decisões. Para que o exercício da liberdade não seja totalmente privado de significado não bastam os objectivos de segunda ordem, que remetem para uma opção mais fundamental, é preciso que essa finalidade essencial, que orienta toda a vida, tenha um valor absoluto. Por outras palavras, se alguém estiver convencido de que a sua vida não tem um farol validamente absoluto, pode tirar a conclusão em termos existenciais: «todas as minhas decisões são arbitrárias, sou irrelevante, nada tem sentido; corro para nada». Em contrapartida, quem reconhecer um Valor absoluto, afirma (por definição) que Deus existe.

Não se trata agora de saber se aquilo a que se atribui um valor absoluto é digno de tão grande apreço, ou é um falso absoluto. O ponto é que não é possível rejeitar a própria noção de absoluto sem comprometer radicalmente o homem (4). O lugar máximo dos valores humanos pode ser Deus ou qualquer «deus», mas não pode estar vazio, porque é esse cume que preside e dá significado a todas as escolhas.

Quando o objectivo máximo de uma pessoa é um deus, com minúscula, não temos o ateísmo mas a idolatria. Portanto, a alternativa a Deus não é o ateísmo, a alternativa situa-se entre o verdadeiro Deus e um falso deus ― entre Deus e a idolatria: por isso a Bíblia ignora o ateísmo e critica longamente a idolatria.

O ateísmo propriamente dito, que acarreta a confissão do vazio da própria liberdade, pode chegar a dar-se? Alguém pode, com sinceridade, declarar-se tão desorientado que não reconheça nenhum valor absoluto? Haverá algum marxista tão convicto que declare sinceramente que nada distingue a justiça da injustiça, a não ser um fatalismo ideológico que manipula a consciência das pessoas (5)? É que, ainda que a convicção de reconhecer a verdade fosse o produto irracional das circunstâncias externas, tal convicção não deixaria de se dar. Que sentido tem, então, afirmar o ateísmo e, ao mesmo tempo, estar intimamente convencido de que há um valor absoluto?

Marx afirma que «a crítica da religião (...) faz com que o homem se torne para o próprio homem o Sol real» (6). Admitamos que sim, que o Ser Supremo é o homem (pelo menos para o próprio homem, como diz Marx ironicamente). Mas nesse caso haveria Deus ― pelo menos na opinião do próprio homem. O drama é que, depois de afirmar que o homem é o ser supremo, negar que Ele existe é cair no grau mínimo de consideração por si próprio. O problema do ateu é ter um deus que não passa de uma completa ilusão: tão completa que, por exemplo, segundo Marx, nem o sujeito que se auto-ilude é real! Em primeiro lugar, não é o indivíduo real que pensa que constitui o espírito absoluto (7), aliás o indivíduo isolado, que «é apenas um átomo social», não é nada, a tal ponto que a «vida individual e a vida social não são distintas» (8). Em segundo lugar a humanidade, no seu conjunto, não passa de interacções sociais (9), algo fortuito e sem personalidade, porque «a essência humana não possui nenhuma realidade verdadeira» (10). O homem que se julga o ser supremo está supinamente iludido, defrauda-se a si próprio numa fanfarronada desesperada: «Eu não sou nada e teria de ser tudo» (11).

Julgando arrancar ao homem a sua máxima ilusão, o ateísmo oferece-lhe a máxima desilusão. Em nome da verdade? Nem isso, porque justamente se trata de negar que alguma verdade real possa dar sentido à vida. A proclamação do ateísmo entende-se a si própria como um clamor inútil de infelicidade ―de uma infelicidade extrema e inultrapassável―, grito de quem toma consciência de que tudo é horrível e que não há opiáceo que chegue para diluir o fel da tristeza. É neste contexto que Marx explica a religião como tentativa de fuga: «a religião é um protesto contra a infelicidade. (...) A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, pois é a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo» (12).

A mágoa do ateísmo é demasiado séria para se curar apenas com argumentos de lógica, mas não deixa de ser um mistério que a angústia de pensar que o Absoluto não existe se possa apresentar como tão absoluta. Porque o ateu não conseguiu afinal eliminar de si a convicção do absoluto, apenas trocou o verdadeiro Deus por um absoluto falso e terrivelmente misterioso, que é a completa antinomia do Absoluto Bem. 

Prof. José Maria C. S. André

Recomendo a leitura do artigo completo: Logos

Urgentíssimo: Aborto poderá ser legalizado em toda a América Latina


Quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A TODOS OS QUE COMPREENDEM O VALOR DA VIDA HUMANA:

A SITUAÇÃO É GRAVÍSSIMA: ESTAMOS NA
IMINÊNCIA DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO EM
TODO O NOSSO CONTINENTE.

Esta mensagem é grande, mas, por favor, não se importe com isto. Estude com paciência a mensagem, comente-a e divulgue-a para toda a sua lista de contatos. Insista para que seus amigos façam também o mesmo.

A Cultura da Morte que pretende instalar-se em nosso continente, como base de UMA NOVA FORMA DE DITADURA, NÃO USA A FORÇA PARA IMPOR-SE, MAS A IDEOLOGIA E O CONTROLE DA INFORMAÇÃO.

Para vencer esta batalha contra a vida não precisamos do seu sangue, nem de seu dinheiro. Precisamos apenas de seu conhecimento e de sua iniciativa para difundí-lo. Não há outra maneira de defender a democracia moderna.

Sua contribuição, em termos de conhecimento e de sua difusão, é absolutamente indispensável para impedir este genocídio.

Foi exatamente assim que foram vencidas, nos últimos anos, diversas outras batalhas pela vida. E, toda vez que isto ocorre, todos compreendem melhor o que está acontecendo e a democracia é fortalecida.

PROCURAREI NAS PRÓXIMAS SEMANAS MANTER A TODOS DESTA LISTA INFORMADOS A RESPEITO DO DESENVOLVIMENTO DOS ACONTECIMENTOS.

Agradeço a todos pelo imenso bem e pelo que estão ajudando a promover. O problema transcende as fronteiras de qualquer país, já que faz parte de um plano conjunto pesadamente financiado por organizações internacionais que investem na promoção do aborto em todo o mundo. Tenham a certeza de que a participação de cada um é insubstituível e, juntos, iremos fazer a diferença.

ALBERTO R. S. MONTEIRO

Una Voce Brasil - Processo de Filiação


Caros amigos
Salve Maria!

O ano de 2012 já começou, estamos caminhando para a 4ª semana do nosso calendário civil. O ano que passou levou consigo a primeira etapa do trabalho da Una Voce Brasil: as primeiras conversas, os primeiros contatos com leigos e membros do clero, as primeiras visitas, as primeiras ideias, etc. 

Agora, depois de 6 meses de muito trabalho pelos bastidores da comunidade católica, chegamos num momento decisivo: colocar o trabalho em prática.
Há um chamado pela unidade dos católicos no Brasil e a Una Voce Brasil quer prestar a sua contribuição. Estamos construindo no país uma associação leiga católica, com a missão de difundir o santo tesouro da Igreja – a sua liturgia – a todos os fiéis, mas também reuni-los numa mesma direção: voltados para o altar.

Queremos estar reunidos, voltados para o altar do sacrifício e dali redescobrirmos as infinitas riquezas que jorram da Cruz: os sacramentos, o Evangelho, a missão, o discipulado, a oração, a conversão! 

Chegou o momento efetivo de acolher os leigos para esse trabalho. E por isso enviamos este informativo, após alguns meses de ausência do mesmo.
Amanhã (19/01) estaremos realizando oficialmente o processo de filiação dos leigos brasileiros à Una Voce Brasil. O processo de filiação, como previsto, é um ato formal onde o leigo se coloca como colaborador da Una Voce Brasil para que esta associação alcance seus objetivos.

Através do site – http://www.unavocebrasil.org – você encontrará todas as informações sobre a Una Voce Internacional, os objetivos e propostas da Una Voce Brasil e o formulário de filiação. O preenchimento do formulário indica que o leigo leu e concordou com o “Termo de Compromisso”, que é um pequeno acordo entre o apostolado e o futuro membro.

A Una Voce é uma associação séria, comprometida com a defesa da sagrada liturgia (forma extraordinária) desde a década de 1960 (fundada em 1967). No Brasil estamos trabalhando para construir não só um grupo que possa se filiar à Federação Internacional, mas uma verdadeira comunidade de leigos comprometidos com a Igreja, com a fé católica e com uma vida cujo objetivo é sempre a santificação pessoal e a dos irmãos.

Queremos que você venha participar conosco, tomar parte na construção, no Brasil, desse grupo católico, apostólico e romano. 
Por isso não se esqueça, acesse o site da Una Voce Brasil, leia o material disponível, se tiver dúvidas envie uma mensagem, mas não deixe de fazer parte! Envie um lembrete aos amigos, publique nas redes sociais – Vamos juntos transformar o Brasil!

Com os melhores votos
Grupo Una Voce Brasil

Os católicos brasileiros responderão amanhã com um 'twitaço' à nova arremetida contra o Papa

Será una gran respuesta en la red social al congresista gay Jean Willys (PSOL) quien, usando mentiras de Reuters atribuyendo declaraciones falsas al Pontífice, le descalifica llamándolo "nazi" y "genocida en potencia". 


REDACCIÓN HO / ACI PRENSA .- Tomando como fuente a la agencia de noticias Reuters sobre una frase que el Papa Benedicto XVI nunca pronunció respecto al 'matrimonio gay', un diputado homosexual en Brasil atacó gratuitamente al Pontífice llamándolo "nazi" y "genocida en potencia".

Jean Willys, del PSOL, escribió el pasado 12 de enero un artículo titulado Benedicto XVI y las amenazas a la humanidad publicado en la revista semanal Carta Capital, en el que señala que el Papa, "acusado de ver con simpatía el nazismo, dijo que el casamiento civil igualitario (de homosexuales) es una amenaza a la humanidad" y escribió en su cuenta de twitter que el Santo Padre "es un genocida en potencia".

Las afirmaciones de Willys tienen su origen en una nota de la agencia Reuters escrita por su corresponsal en el Vaticano, Philip Pullella , en la que el periodista señaló que "el Papa Benedicto dijo el lunes que el matrimonio gay es una de las varias amenazas a la familia tradicional que amenazan ‘el futuro mismo de la humanidad’", atribuyéndole una frase que no pronunció.

Reacción cívica

Los católicos de Brasil han decidido convocar a un "twitazo" (protesta en la red social Twitter) en protesta a las agresiones de Willys, bajo el lema "¿Dónde ya se vio un diputado agraviar un jefe de estado?". El tuitazo está programado para el 19 de enero a las 6:00 p.m (hora de Brasil). Los católicos también están promoviendo la recolección de firmas para exigir la retractación de Willys.

Sobre los ataques del diputado Willys al Santo Padre, el Obispo de Aracaju (noreste de Brasil), Mons. Henrique Soares, denunció "la suciedad y la mala fe de la prensa de modo general cuando se trata de la Iglesia y del Papa Benedicto XVI".

El prelado fustigó "la deshonestidad de la prensa, que siempre busca, de modo capcioso, tergiversar las palabras del Papa para hacerlo antipático y odioso ante la opinión pública". "No me preocupo por si el Papa agrada o no a los medios de comunicación o a los "papas" de la cultura secularizada actual; pero me indigna la sordidez de esa prensa que se quiere pasar por imparcial y honesta", concluyó.

Un blog católico en Brasil también cuestionó al diputado homosexual. De él escribió que "Jean Wyllys, que dice luchar contra el perjuicio, disemina a través de las redes sociales una serie de comentarios irresponsables y ponzoñosos con el objetivo de ir contra el Papa Benedicto XVI, la Iglesia Católica y quien ose discordar de la opinión que anhela implantar la cultura gay. Éstos luego son rotulados de homofóbicos".

Absoluta manipulación y desconocimiento

Al respecto, otro periodista, el británico del diario The Guardian Andrew Brown explicó, tras haber leído el discurso completo del Santo Padre al Cuerpo Diplomático del lunes 9 de enero, que el Papa nunca mencionó el "matrimonio gay".

"Sí, el Papa es católico. Pero no dijo que el matrimonio gay sea una amenaza para la humanidad. El Papa Benedicto XVI dijo muchas cosas sobre la ecología y la economía en su discurso. Entonces, ¿para qué inventar otra noticia?", escribió Brown en su artículo reproducido también en italiano por el diario vaticano L’Osservatore Romano.

El diputado homosexual Jean Wyllis ignora además en sus agresiones que el Papa Benedicto XVI siempre se opuso al nazismo y que no evitó ser parte de las juventudes hitlerianas ya que, "negarse a pertenecer a ellas era condenarse a ser enviado a un campo de re-educación, algo similar a un campo de concentración", explica Volker Dahm, director de investigación sobre la era nazi del Instituto de Historia Contemporánea de Munich.

Además y entre los muchos hechos que muestran la fuerza moral de los Ratzinger, en diciembre de 1932 y debido a la abierta crítica de su padre hacia el nazismo, la familia se vio obligada a mudarse a Auschau am Inn, al pie de los Alpes.

Quizá una de las veces en las que más claramente habló el Papa sobre el holocausto –tema que siempre ha recibido y recibe el repudio del Santo Padre– fue en Auschwitz, Polonia, donde en mayo de 2006 dijo que "hablar en este lugar de horror, en este lugar donde se cometieron crímenes masivos sin precedentes contra Dios y el hombre, es casi imposible y es particularmente difícil y problemático para un cristiano, para un Papa de Alemania".

"En un lugar como éste, las palabras fallan; al final, sólo puede haber un silencio seco, un silencio que en sí mismo es un grito de corazón a Dios: ¿Por qué, Señor, permaneciste en silencio? ¿Cómo pudiste tolerar esto?"

"En silencio, entonces, inclinamos nuestras cabezas ante la fila infinita de aquellos que sufrieron y que fueron muertos; que nuestro silencio se convierta en una plegaria por el perdón y la reconciliación, una plegaria al Dios viviente para que no permita que esto ocurra de nuevo", dijo entonces el Papa.

Fonte: hazteOir.org

Arrependimento, Penitência e Salvação


Santa Teresinha do Menino Jesus 
Conselhos e Lembranças 
Recolhidos por “Celina” Irmã Genoveva da Santa Face 
Irmã e Noviça de Santa Teresa do Menino Jesus 
Edição Paulina – 1987 – 3ª Edição – 191 págs. 

Logo depois de minha entrada no Carmelo, pedi para ler a história dos Padres do deserto. Tomei algumas notas dentre as quais esta tocou a tal ponto minha querida Irmãzinha que sentiu não a ter introduzido em sua autobiografia e recomendou com insistência que a acrescentassem: ‘Uma pecadora chamada Paésia, desolava a região em que habitava por seus escândalos. Um padre do deserto, João Le Nain, foi procurá-la e exortando-a à penitência, ela lhe perguntou: Meu Pai, há ainda uma penitência para mim? – Sim, disse o santo, eu vos asseguro. – Conduzi-me, pois, aonde achardes bom para isso, replicou. Logo, levantando-se, seguiu-o sem avisar em sua casa, nem mesmo dizer uma palavra a ninguém. 

Tendo entrado no deserto e como a noite se aproximasse, João fez um monte de areia como travesseiro, marcou-o com o sinal da cruz e disse a Paésia que se deitasse. Foi em seguida mais adiante para dormir também, após ter orado. Mas, despertando-se à meia-noite, viu um raio de luz que descia do céu sobre Paésia e que servia de caminho a vários anjos que transportavam sua alma ao céu. Surpreendido com esta visão, foi ter com Paésia, e com o pé tocou-a para ver se estava morta e percebeu que entregara sua alma a Deus. Ao mesmo tempo ouviu uma voz miraculosa que lhe disse: Sua penitência de uma hora foi mais agradável a Deus do que a de outros durante muito tempo, porque não a fazem com tanto fervor quanto ela.’ Muitas vezes Irmã Teresa fizera-me notar que a justiça de Nosso Senhor contenta-se com bem pouca coisa, quando o motivo é o amor e que então ele diminui, além de toda a medida, a pena temporal devida ao pecado, pois ele é só doçura. 

Não te esquives ao dever


"Não gosto de tanto eufemismo: à covardia chamais prudência. - E a vossa "prudência" é ocasião para que os inimigos de Deus com o cérebro vazio de idéias, tomem ares de sábios e ascendam a postos a que nunca deviam ascender.

Esse abuso não é irremediável. - É falta de caráter permitir que continue, como coisa desesperada e sem possível retificação.

Não te esquives ao dever. - Cumpre-o em toda a linha, ainda que outros deixem de cumpri-lo."

S. Josemaria Escrivá, Caminho, nº 35-36.

Cardeal Ratzinger: “A grandeza da liturgia fundamenta-se exatamente na sua não-arbitrariedade”



Citação do Cardeal Joseph Ratzinger comentada por Sua Excelência Reverendíssima Dom Henrique Soares da Costa:

A propósito da “reforma pós-conciliar”, Ratzinger explica: “Depois do Concílio Vaticano II generalizou-se a idéia de que o Papa poderia fazer aquilo que desejasse em matéria litúrgica, sobretudo agindo em nome de um concílio ecumênico. Desse modo, aconteceu que a idéia da liturgia como algo que nos precede e não pode ser ‘fabricada’ segundo nossa própria vontade, foi desaparecendo em larga escala na consciência difusa do Ocidente [1]. No entanto, de fato, o Concílio Vaticano I [2] não quis de modo algum definir o Papa como um monarca absoluto, mas, ao contrário, como o primeiro guardião da obediência em relação à Palavra transmitida: o seu poder é ligado à Tradição da fé e isto vale também no campo da liturgia [3]. Se se abandonam as intuições fundamentais da Igreja antiga, chegar-se-á realmente à dissolução dos fundamentos da identidade cristã. A liberdade do Papa não é ilimitada; ela está a serviço da santa Tradição. Menos ainda se pode concordar com uma genérica liberdade de fazer que, desse modo, transformar-se-ia em arbitrariedade para com a essência da fé e da liturgia. A grandeza da liturgia – deveremos ainda repetir muito freqüentemente – funda-se exatamente na sua não-arbitrariedade” [4]. (Do livro Introduzione a Ratzinger, de Dag Tessore)
[1] Ocidente, aqui, é a Igreja latina, a nossa Igreja de rito latino, ao contrário das igrejas católicas de ritos orientais unidas a Roma ou as igrejas ortodoxas separadas de Roma.

[2] Esse Concílio definiu solenemente, como dogma de fé católica, o poder do Papa sobre toda a Igreja, bem como sua infalibilidade em assuntos de fé e moral.

[3] O Papa não é o dono da Igreja. Ele é o primeiro que deve obedecer e ensinar seus irmãos a fazerem o mesmo. Um Papa infiel à fé e à Tradição da Igreja já não seria Papa, seria um herege.

[4] A intuição de Ratzinger é perfeita: a Liturgia não pode ser fabricada por nós nem pela comunidade que celebra. Se assim fosse, a tal comunidade somente celebraria a si própria, seus sentimentos e sua subjetividade! A comunidade - e cada cristão -, é chamada a sair de si mesma para entrar no âmbito de Deus, que é Mistério Santo que se nos dá através de Cristo na potência do Espírito. Somente assim a Liturgia será uma perene novidade, capaz de renovar efetivamente a nossa vida. Fora disso, a celebração será somente auto-celebração e não celebração do Mistério de Cristo, tornando-se um ridículo e cansativo teatrinho de mau gosto, um pobre programa de auditório.

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