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Pe. Pio e a Confissão





Autor: Dom Dimond, OSB
Tradução: Carlos Wolkartt

“Tens cantado um hino a Satanás, enquanto
Jesus, em Seu amor ardente, deslocou a cabeça por ti”

João XX, 21-23: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.

No Evangelho de João, vemos o poder de perdoar os pecados sendo conferido por Jesus Cristo sobre os Apóstolos. O poder de perdoar os pecados conferido sobre os sacerdotes validamente ordenados por um bispo seria um papel proeminente na vida e nos milagres de Padre Pio. De 1918 a 1923, Padre Pio ouvia confissões de quinze a dezenove horas, todos os dias. Nos anos 1940 e 1950, geralmente ouvia confissões por menos tempo diário, entre cinco a oito horas.

Cada confissão que Padre Pio ouvia durava, em média, somente três minutos – exceto em casos extraordinários. Segundo um cálculo, Padre Pio ouviu um total de aproximadamente cinco milhões de confissões (ou seja, mais de quinze milhões de minutos, ou mais de duzentas e cinquenta mil horas de confissão).

Tantas pessoas queriam que Padre Pio ouvisse suas confissões que geralmente tinham que esperar duas ou três semanas até terem oportunidade. O número de pessoas chegou a ser tão grande que foi necessário abrir um gabinete para distribuir bilhetes. Os bilhetes eram numerados; indicavam o lugar na fila do confessionário de Padre Pio. Este sistema de numeração foi implementado em janeiro de 1950, quando Padre Pio tinha 62 anos. Também foi instituída uma regra que limitava o tempo (em dias) entre uma confissão e outra, para cada penitente. Não era permitido confessar-se com Padre Pio mais de uma vez a cada oito dias.

Um homem de Pádua, que tinha ido se confessar ao Padre Pio, tentou fazer outra confissão entre os oito dias de espera. Para burlar o período de espera, mentiu acerca do número de dias que havia passado desde sua última confissão. Quando entrou no confessionário, Padre Pio lhe expulsou e lhe acusou brutalmente de mentiroso. Depois de ser expulso, o homem disse, em lágrimas: “Tenho dito muitas mentiras ao longo de minha vida, e pensava que poderia enganar a Padre Pio também”. Porém, Padre Pio tinha um conhecimento sobrenatural de seu ato.

Padre Pio exigia que toda a confissão fosse uma verdadeira conversão. Não tolerava a falta de franqueza na explicação dos pecados. Era muito duro com os que se desculpavam, falavam sem sinceridade, ou não tinham uma firme determinação em mudar. Exigia integral franqueza e honestidade do penitente. Também exigia uma verdadeira e sincera dor no coração, e uma firmeza absoluta nas decisões para o futuro.

Muitos dos penitentes de Padre Pio fizeram a declaração assombrosa de que, quando estiveram em seu confessionário, experimentaram a imponente impressão de estarem ante a cátedra do juízo de Deus.

Se o penitente não fosse verdadeiro, ou simplesmente lesse a lista de seus pecados sem o firme propósito de mudança, Padre Pio quase sempre gritava “fora!”. Muitas pessoas diziam que Padre Pio era bruto e severo, e que às vezes batia o painel do confessionário no rosto do penitente. Frequentemente, Padre Pio denunciava um penitente com uma frase dolorosa.

Um homem que
foi expulso do confessionário por Padre Pio disse: “Que tipo de monge canalha é este? Não me deu tempo para dizer uma só palavra, e imediatamente me chamou de porco velho e me ordenou sair!”. Outra pessoa disse a este homem que Padre Pio provavelmente teve boas razões para chamar-lhe de porco velho e tratar-lhe desta maneira. “Não me ocorre por que”, disse o homem que havia sido expulso do confessionário; e então, depois de uma pausa, o homem disse: “talvez seja porque tenho uma relação íntima com uma mulher que não é minha esposa”.

Padre Pio também expulsava certos sacerdotes e bispos de seu confessionário. Certa vez Padre Pio disse a um sacerdote: “Se você soubesse que coisa tremenda é sentar-se no tribunal do confessionário! Estamos administrando o Sangue de Cristo. Devemos ter cuidado para não lançarmos este tesouro por todas as partes por sermos demasiados indulgentes ou negligentes”.

Outro homem foi confessar-se ao Padre Pio para lhe provar. Queria ver se Padre Pio podia dar-se conta de que estava mentindo. O homem disse ao frade que não estava ali para confessar os pecados, mas para pedir orações por um familiar. Isto não era verdade, e Padre Pio soube imediatamente. Padre Pio lhe golpeou no rosto e lhe mandou para fora do confessionário.

Uma mulher que chegava de uma longa viagem para ver Padre Pio lhe disse em confissão: “Padre Pio, faz quatro anos que perdi meu esposo, e não tenho ido à igreja desde então”. Padre Pio respondeu: “Porque perdeste teu esposo, também perdeste Deus? Fora! Fora!”, enquanto fechava rapidamente a janela do confessionário.

Pouco depois deste acontecimento, a mesma mulher recuperou sua fé, atribuindo isto à maneira em que Padre Pio lhe tratou – provavelmente reconhecendo como ela havia posto seu apego a seu esposo acima de Deus.

Andre Mandato falou sobre o momento em que foi se confessar ao Padre Pio: “Eu ia à igreja todos os domingos, porém não tinha nenhuma crença forte na confissão. Confessava-me pouquíssimas vezes, e nunca era totalmente sincero. Comecei a crer na confissão somente depois que fui a Padre Pio. A primeira vez que me confessei a ele, ouvi de sua boca os pecados que eu havia cometido”.

Katharina Tangari descreveu como era se confessar ao Padre Pio:

“… Padre Pio primeiramente questiona quanto tempo se passou desde nossa última confissão. Esta primeira pergunta estabelece um contato entre Padre Pio e o penitente; de repente parece que Padre Pio sabe tudo sobre nós. Se nossas forem pouco claras e inexatas, ele as corrige; temos a sensação de que… seu olho pode ver nossa alma como verdadeiramente ela é ante Deus”.

Padre Pio comentou sobre a quantidade de confissões que ouvia, e como era capaz de fazê-lo: “Houve períodos que ouvi confissões sem interrupção por dezoito horas seguidas. Não tenho nenhum momento para mim mesmo. Mas Deus me oferece suporte com eficácia em meu ministério. Sinto a força para renunciar a tudo, contanto que as almas regressem a Jesus e amem a Jesus”.

Juan McCaffery foi se confessar ao Padre Pio, e escreveu sua experiência extraordinária. McCaffery queria que Padre Pio rezasse por alguns de seus amigos. Ele recorda: “Bem, durante uma pausa, comecei a dizer ‘E então, Padre…’; mas ele me interrompeu com um sorriso e disse: ‘Sim, recorda-te de teus amigos também!’”.

Uma mulher chamada Nerina Noe foi a Padre Pio confessar-se. Ela lhe disse que estava pensando em deixar de fumar; não previa a brusca repreensão que Padre Pio lhe daria: “Mulheres que fumam cigarros são repugnantes”.

Frederick Abresch foi um desses penitentes que haviam sido convertidos depois de irem a Padre Pio para se confessarem. Aqui estão algumas coisas que ele descreveu sobre a incrível história de sua conversão:

“Em novembro de 1928, quando fui ver Padre Pio pela primeira vez, havia passado poucos anos desde minha mudança de protestante a católico, que se deu por conveniência social. Eu não tinha fé, ou ao menos entendo agora que simplesmente me iludia de tê-la. Tendo sido criado em uma família muito anticatólica e imbuída de preconceitos contra dogmas a tal grau que uma instrução rápida não poderia eliminar, eu estava sempre ávido de coisas secretas e misteriosas.

“Encontrei um amigo que me apresentou os mistérios do espiritismo. Logo, porém, cansei dessas mensagens inconclusivas de ultratumba; eu estava com fervor no campo do ocultismo, da magia de todos os tipos, etc. Então me encontrei com um homem que declarou, com um ar de mistério, que estava em posse da única verdade: ‘teosofia’. Em seguida me tornei seu discípulo, e comecei a acumular livros com títulos tentadores e atraentes na minha mesa de cabeceira. Com segurança em mim mesmo e cheio de vaidade, usava palavras como Reencarnação, Logos, Brahma, Maia, ansiosamente esperando alguma realidade grande e nova que aconteceria.

“Não sei por que (creio que era antes de tudo para agradar minha esposa), mas de vez em quando continuava recebendo os santos Sacramentos. Este era o estado de minha alma quando, pela primeira vez, ouvi falar de um Padre Capuchino, do qual me descreveram como um crucifixo vivo, realizando milagres contínuos.

“Crescendo em curiosidade, decidi ir e ver com meus próprios olhos. Pus-me de joelhos no confessionário da sacristia [e disse a Padre Pio que] considerava a confissão uma boa instituição social e instrutiva, mas que não cria na divindade do Sacramento em absoluto. O Padre, contudo, disse com expressão de grande dor: ‘Heresia! Então todas as tuas Comunhões foram sacrílegas… tens que fazer uma confissão geral. Examina tua consciência e recorda a última vez que fizeste uma boa confissão. Jesus tem sido mais misericordioso contigo que com Judas’.

“Então, olhando por cima de minha cabeça com olhos severos, ele disse: ‘Louvados sejam Jesus e Maria!’, e se foi à igreja para ouvir as confissões das mulheres, enquanto eu fiquei na sacristia, comovido e afetado profundamente. Minha cabeça estava girando e não conseguia me concentrar. Todavia, ouvia em minhas orelhas: ‘Recorda a última vez que fizeste uma boa confissão!’. Com dificuldade, tomei a seguinte decisão: Diria a Padre Pio que havia sido um protestante, e que mesmo após a abjuração, fui rebatizado (condicionalmente), e todos os pecados da minha vida passada foram apagados em virtude do santo Batismo, no entanto, para minha tranquilidade queria começar a confissão desde a minha infância.

“Quando o Padre voltou ao confessionário da sacristia, repetiu a pergunta: ‘Pois, quando foi a última vez que fizeste uma boa confissão?’. Respondi: ‘Padre, quando estava…’. Porém, nesse ponto o Padre me interrompeu, dizendo: ‘Fizeste uma boa confissão pela última vez quando estavas regressando de tua lua de mel; deixemos todos os demais, e comecemos a partir daí!’.

“Permaneci boquiaberto, abalado com uma letargia, e entendi que havia tocado o sobrenatural. O Padre, entretanto, não me deu tempo para refletir. Demonstrando seu conhecimento do meu passado inteiro, e na forma de perguntas, enumerou todas as minhas faltas com precisão e claridade… Depois que o Padre havia trazido à luz todos os meus pecados mortais, com palavras impressionantes me fez compreender a gravidade destas faltas, acrescentando em um tom de voz inesquecível: ‘Tens cantado um hino a Satanás, enquanto Jesus em Seu amor ardente deslocou a cabeça por ti’. Então ele deu minha penitência e me absolveu… Creio não somente nos dogmas da Igreja Católica, mas também na menor de suas cerimônias… para quitar esta fé, deve-se quitar também minha vida”.

José Greco, agora um grande devoto de Padre Pio, teve um sonho no qual se encontrou com o frade em uma estrada e lhe pediu para salvar seu pai enfermo. O pai de José de repente se recuperou depois do sonho. Para agradecer a Padre Pio, José decidiu viajar e vê-lo cara a cara. Depois de esperar quatro dias, José conseguiu ir a Padre Pio para a confissão. Ele descreveu o encontro:

“Em verdade, quando Padre Pio me viu, disse: ‘Pois então, teu pai está bem’. Fiquei atormentado, em razão de nunca haver visitado São Giovanni Rotondo antes. Nunca havia ido a essa parte do mundo, nem conhecia nada ali. E, no entanto, suscitou em minha mente uma pergunta, e questionei-lhe: ‘Foi você, foi você?’. E ele respondeu: ‘No sonho, no sonho…’. Daí comecei a tremer, porque em verdade estava morrendo de medo. Disse: ‘Sim Padre, no sonho, Padre’. Disse-lhe meus pecados, e antes de me dar a absolvição, ele me disse: ‘No entanto, sabes de algo a mais [que não mencionaste na confissão]?’. Disse: ‘Bem Padre, não consigo recordar nada mais’. Padre Pio então começou a descrever um evento com uma moça, quando eu estava no exército. Então me lembrei de tudo. Queria que a terra se abrisse e me engolisse, de tanta vergonha que me consumia. Então disse a Padre Pio: ‘Sim Padre, estou recordando tudo e tenho medo de ter esquecido de dizer em confissão, estou muito envergonhado’. ‘Pois, disse ele, tens carregado este pecado contigo desde 1941, e o lugar foi Blackburn, para dizer a verdade’. Então me levantei para sair, ao que Padre Pio disse: ‘Há algo mais que esqueceste?’, sorrindo levemente. Disse-lhe: ‘Não Padre, de verdade não há mais nada que posso recordar’. Pensei que era sobre algum outro pecado. E ele disse: ‘Veja em teu bolso’. Então saquei minhas contas do rosário [do meu bolso], as dei a ele, que as abençoou e as me deu de volta. E isso foi tudo”.

Um homem disse a Padre Pio em confissão: “Tenho muito apego aos meus pecados; eles são como que necessários para minha vida. Ajude-me a encontrar um remédio”. Padre Pio lhe deu uma oração a São Miguel Arcanjo, e lhe ordenou dizê-la todos os dias por quatro meses.

Padre Nello Castello, um sacerdote de Pádua, Itália, que havia ido confessar-se a Padre Pio centenas de vezes, recordou suas incríveis experiências:

“Fui confessar-me com Padre Pio pelo menos cem vezes. Recordo-me da primeira vez, em que suas palavras, ao mesmo tempo, me assustaram e me iluminaram. Os conselhos que ele me deu refletiam um conhecimento exato de toda a minha vida passada e futura. Às vezes, ele me surpreendia com sugestões não relacionadas com os pecados confessados, e os acontecimentos que se sucederam deixaram claro que seus conselhos haviam sido proféticos. Em uma confissão, em 1957, Padre Pio falou cinco vezes com insistência sobre o mesmo assunto, usando palavras diferentes, e me recordando de um defeito horrível de impaciência. Além disso, me esclareceu sobre as causas fundamentais que provocavam a impaciência. Descreveu-me o comportamento que deveria seguir para evitar a impaciência no futuro. Isto ocorreu sem que eu houvesse dito uma só palavra sobre o problema. No entanto, ele conhecia meus problemas melhor que eu e me aconselhava em como concertá-los”.

Entre os que iam ver Padre Pio, existiam incrédulos declarados. Alguns foram vê-lo por curiosidade, outros para insultarem a Padre Pio e a Deus.

Dois franco-mações, que eram implacavelmente opostos a Deus e à Igreja Católica, decidiram fazer confissões fingidas a Padre Pio de pecados que simplesmente inventaram. O propósito era profanar o Sacramento da Penitência. Estes homens foram a Padre Pio em dias diferentes. Quando eles começaram a confessar seus pecados inventados, Padre Pio lhes interrompeu, dizendo que sabia o que estavam fazendo, e começou a contar cada um de seus pecados reais, informando-lhes o dia, o lugar e como os cometeram. Os dois homens eram tão abrumados que poucos dias depois, se arrependeram de suas vidas pecaminosas e se converteram.

Um comunista incrédulo também foi a Padre Pio para se confessar. Naquele tempo, não havia abandonado suas crenças malvadas. Padre Pio lhe perseguiu fora do confessionário, dizendo: “Que fazes ante o tribunal de Deus se não credes? Fora! Vai-te! És comunista!”.

No confessionário, Padre Pio dizia coisas como:

“Por que vendeste tua alma ao Diabo?… Que irresponsável!… Estás no caminho do Inferno!… Homem negligente, ide primeiro arrepender-se, e então voltes aqui”.

Uma pessoa durante a confissão pôs em dúvida a existência do Inferno. Padre Pio respondeu: “Você acreditará quando chegar lá”.

Padre Pio considerava a ida frequente à confissão algo necessário para o crescimento na vida espiritual. Ele se confessava ao menos uma vez por semana, e não deixava que seus filhos espirituais ficassem sem confissão por mais de dez dias.

Uma vez foi perguntado a Padre Pio: “Confessamos tudo que pudemos recordar ou conhecer, porém é possível que Deus veja outras coisas que não pudemos lembrar?”. Ele respondeu: “Se pusemos [em nossa confissão] toda a nossa boa vontade e se tivemos a intenção de confessar [todos os pecados mortais]… tudo que pudemos recordar ou conhecer – a misericórdia de Deus é tão grande que Ele incluirá e apagará também o que não pudemos recordar ou conhecer”.

Por esta razão, deve ser dito ao final de uma confissão: “… e confesso todos os pecados que tenho esquecidos e não mencionei nesta confissão”.
Artigo Original: Christi Fidei

A promessa dos bebês - Fantástico testemunho!


Eu lembro disso claramente. Eu lembro do dia em que a minha futura esposa e eu tínhamos conversado sobre os filhos. Ela me perguntou: Quantos filhos você quer ter?" Eu, sendo eu, respondi: "Quem se importa? Quem se importa com quantos filhos eu quero ter?"

Minha esposa, já a caminho da santidade por escolher essa cruz que sou eu, disse: "Eu quero dizer, quanto você acha que é um bom tamanho pra uma família?

"Um bom tamanho? Dezesseis. Esse é um bom tamanho."

"Por que você está se doendo assim? Você sabe o que eu quero dizer."

"Sim, eu sei o que você quer dizer. Eu estou apenas tentando chamar atenção. Eu não sei qual o tamanho ideal para a nossa família, mas eu tenho certeza que Deus sabe. Deixe-me dizer assim. Quando os filhos vierem, eu farei a você a seguinte promessa. Eu nunca direi não a você e eu nunca direi não a Deus."

Minha esposa me fez a mesma promessa. Nós não fomos católicos ingênuos desesperados a mostrar a nossa resolução. Minha esposa tinha todas as preocupações que a maioria das mulheres têm. Quantos eu posso suportar? Quantos meu corpo pode suportar? E com relação ao dinheiro? Eu terei que sair do emprego? E assim por adiante. E nós discutimos todas essas coisas nos dias em que eu não estava sendo um imbecil. Nós discutimos isso. Nós pensamos sobre isso. E nós rezamos a respeito. No fim, nós simplesmente apenas pusemos o número nas mãos de Deus.

Nós não casamos até que estivemos nos nossos trinta, e depois do nosso primeiro, algumas vezes nós estivemos um pouco sobrecarregados. Mas nós mantivemos nossa promessa um ao outro e pusemos nossa confiança em Deus.

Depois do nosso segundo, é verdade, algumas vezes nós estivemos um pouco sobrecarregados. Mas nós mantivemos nossa promessa um ao outro e pusemos a nossa confiança em Deus.

Depois do nosso terceiro, nós estivemos quase sempre sobrecarregados. Minha esposa abandonou o trabalho. Ter três crianças ainda pequenas foi difícil para minha esposa. O dinheiro estava apertado. Nós não estávamos seguros de como podíamos lidar com um outro filho. Mas nós mantivemos a nossa promessa um ao outro e pusemos a nossa confiança em Deus.

Ora, nós estávamos em desvantagens e quebramos de algum modo. Então nós mantivemos nossa promessa um ao outro e pusemos a nossa confiança em Deus. As pessoas, a sociedade, todos nos disseram para parar. Com certeza, nós ouvimos todas as piadas. Mas nós prometemos e nós confiamos.

Mas nós também enfrentamos escolhas difíceis. Nós encaramos questões de saúde que nos fizeram avaliar tudo. Mas nós mantivemos a nossa promessa um ao outro e pusemos a nossa confiança em Deus.

Ao todo nós tivemos 5 filhos em 7 anos. Minha esposa brinca que se eu tivesse dito 5 filhos em 7 anos durante a conversa inicial, ela teria tido um ataque do coração. Mas o que nós sabíamos sobre com o quanto nós conseguíamos lidar? Por isso nós decidimos não calcular.

Então agora que os anos dos bebês se passaram sabe qual é o lamento da minha esposa? Eu desejaria que nós tivéssemos nos conhecido mais cedo, assim nós poderíamos ter mais bebês.

Eu tenho muitos arrependimentos na minha vida como todos nós temos. Mas a melhor decisão que eu tomei na vida foi fazer e manter aquela promessa para minha esposa.

Tradução minha do original inglês em: National Catholic Register

O Papa e os coelhos


Todos soubemos das declarações do Papa Francisco durante o vôo de volta da sua peregrinação às Filipinas a respeito das famílias numerosas, do espaçamento dos filhos, e dos "coelhos". Na verdade, a entrevista fala de muitas outras coisas, mas a polêmica se deveu sobretudo a estes assuntos que, no parecer da mídia, aparentavam inovar quanto à moral católica. Muitos sites divulgaram a notícia, e a maioria endossava a mesma interpretação: "Papa Francisco diz que católico não precisa procriar igual coelho e que ter três filhos está bom."

A notícia foi também divulgada no blog do Fratres, com artigo nomeado como "a íntegra do que o Papa disse", e foi esta a tradução a que me dei à leitura com maior atenção. Contudo, o recorte feito e os negritos às vezes sugerem certas interpretações. O número de três filhos, por exemplo, só pode ser bem compreendido ao considerar a pergunta que Francisco então respondia - o que falta no texto do Fratres. Aproveitaremos a ocasião para revistar as expressões ditas mais abaixo.

Isso tudo me rendeu certa indignação, que foi em certa medida manifestada nas redes sociais a título de comentário dos comentários. Escrevi então um texto que trazia o mesmo nome que encima esta postagem. Contudo, creio que o teor de ambos será bem distinto.

Hoje, enfim, decidi ler toda a entrevista, tal como está disponível no próprio site do vaticano. Deveria tê-lo feito antes, e faria caso soubesse que estas entrevistas também ficam lá arquivadas e disponíveis. Passo, então, a fazer os comentários.

Papa critica mulher que está na oitava gravidez e a chama de irresponsável.

A mulher já era mãe de 7 filhos e estava na oitava cesárea. O número de cesáreas suportáveis por uma mulher varia de pessoa a pessoa, mas pode-se dizer que oito não é lá um número tão comum. Quando o Papa a chama de irresponsável, não o diz pela quantidade de filhos, mas pelo risco, real, de morrer e deixar 7 órfãos. Ele fala isso claramente: "Mas a senhora quer deixar sete órfãos?" Então, nada de espantoso nem de equivocado. Ponto do Papa. Alguns reclamaram a dizer que o papa não sabe da vida particular da mulher, se ela é uma das exceções que não correriam risco com tantas cesáreas. De fato, talvez ele não tenha procurado saber, mas o mais comum é supor que as pessoas geralmente se enquadram num padrão e, mesmo que se afastem dele um pouco, não é tanto. É bastante razoável considerar uma oitava cesárea como algo de risco em qualquer pessoa. Então não há erro aqui.

Antes de passar à próxima é preciso considerar a seguinte expressão:

"Isso não significa que o cristão deve ter filhos em série."

Duas coisas aqui. A expressão "isso não significa" tem um sentido claramente adversativo e, portanto, precisa ser contextualizada a partir daquilo que a precedeu. Na idéia anterior, o Papa falava do perigo do neomalthusianismo, teoria que atribui a miséria humana ao número de pessoas e que, sob o pretexto de melhoria da qualidade geral de vida, impõe o controle de natalidade. Ora, criticar esta idéia talvez abra margem ao seu outro extremo: "então é preciso não se colocar nenhum limite na procriação". E é então que tem lugar a expressão acima. A segunda coisa é que a frase subentende um "necessariamente", ficando assim: "Isso não significa que o cristão deve necessariamente ter filhos em série", pois tê-los ou não estará condicionado a outros fatores, que a Igreja chama de "razões graves". A expressão "coelhos" foi usada apenas como comparação espirituosa. Todos nós, ao tratarmos do assunto, falamos disso. Não há que se doer por tal coisa. Porém, até alguns criadores de coelhos desgostaram da comparação.

Os três filhos

Esse foi um dos pontos em que era mais fácil equivocar-se. Mas, antes de ler novamente a resposta de Francisco, vamos à pergunta que lhe fizeram:

O Santo Padre falou da multidão de crianças nas Filipinas, da sua alegria por haver assim tantas crianças. Mas, segundo as sondagens, a maioria dos filipinos pensa que o enorme crescimento da população filipina é uma das razões mais importantes para a pobreza imensa do país, já que, em média, uma mulher, nas Filipinas, dá à luz mais de três filhos na sua vida, e a posição católica relativamente à contracepção parece ser uma das poucas questões em que um grande número de pessoas nas Filipinas não está de acordo com a Igreja. Que pensa disto?

Ao que Francisco respondeu:

"Creio que o número de três por família, mencionado pelo senhor, seja importante – de acordo com o que dizem os peritos – para manter a população. Três por casal. Quando se desce abaixo deste nível, acontece o outro extremo, como, por exemplo, na Itália onde ouvi dizer (não sei se é verdade) que, em 2024, não haverá dinheiro para pagar aos reformados. A diminuição da população."

Portanto, o número três aí faz referência ao número citado pelo jornalista, e a expressão "três por casal" não visa servir de projeto para os casais católicos, mas somente precisar aquilo que seria o mínimo para "manter a população". A interpretação equivocada da mídia - e também minha, até mais cedo - é fácil também de refutar quando consideramos outras falas de Francisco a respeito da família. Veremos como ele é um defensor das famílias numerosas e, mais recentemente, criticou a teoria de que a pobreza decorreria do número dos filhos - chamando-a simplista -, atribuindo a miséria antes ao sistema econômico,.

Por último, tratemos algo da "Paternidade responsável", que é um termo usado por Paulo VI e que aparece na Humanae Vitae. Sabemos que o responsável contrasta com o irresponsável. O que seria a irresponsabilidade no âmbito da procriação? Seria ter os filhos nas situações em que não fosse possível ou prudente tê-los. Quais são estas situações? Aquelas já acima referidas como "razões graves" e que basicamente se resumem a duas: ou quando a mãe já não tem condições de suportar uma nova gestação sem que isso lhe coloque em perigo de morte ou pelo menos lhe signifique uma privação de saúde acentuada, ou ainda quando as condições materiais não dão conta de manter a subsistência dos filhos. E para que a coisa não degenere em subjetivismo, o Santo Padre orienta os casais a procurarem os seus párocos. A suposição aqui é que estes padres estarão interessados em obedecer a moral da Igreja, já que são os pastores destas almas. Infelizmente, porém, sabemos que o contingente de padres fiéis à moral católica em todos os pontos é ínfimo. Já mais ninguém prega sobre esses assuntos. Paternidade responsável quer dizer, portanto, não o limitar do número de filhos, mas o garantir prévio das condições de tê-los.

O erro do Papa talvez esteve em não esclarecer que apenas as razões graves permitem o espaçamento dos filhos. 

Por fim, uma avaliação geral:

Francisco tem dado trabalho. Algumas falas suas descuidadas têm feito com que os inimigos da Igreja suponham tê-lo do seu lado e ostentem as suas frases na defesa do profano. Há ambiguidades nos seus modos de expressão. Recentemente esteve a condenar a pena de morte como algo cuja defesa é inadmissível a um cristão, o que está inteiramente equivocado. Nesta mesma entrevista que agora comentamos também condena como má qualquer reação que um cristão possa ter a uma ofensa à sua religião, com o que ele desfaz das Cruzadas, dos Cristeros, etc. Até hoje ouvimos os militantes e simpatizantes de movimentos sexuais usarem aquela sua frase: "quem sou eu para julgar?". Não, não estamos dizendo que Francisco defendeu essa interpretação distorcida, mas é fato que ele não se deu ao trabalho de desfazer os equívocos.

Enfim, de certas acusações que lhe fiz, ontem e hoje, a respeito desta entrevista, eu me retrato publicamente. Contudo, segue sendo verdade que Francisco tem de ser mais cuidadoso e não pode confundir suas opiniões pessoais com o cargo que ocupa como chefe de toda a cristandade e como aquele que deve confirmar seus irmãos na Fé.
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