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Blog Anjos de Adoração: 2 Anos! Deo Gratias!

Neste dia 31 de Março, Quarta Feira de Trevas, Semana Santa, o blog Anjos de Adoração completa dois anos e, mesmo estando entre tantas obrigações, eu não poderia deixar de escrever.

Há dois anos fazia eu algo que não pensava que iria se tornar tão importante. A partir do blog, me vi meio que forçado a aumentar o meu volume de leituras, ao mesmo tempo que circundado por uma série de outros sítios virtuais que pouco a pouco fui conhecendo e que me mostravam a seriedade de um trabalho como este. Tive acesso, a partir destes blogs, a preciosas leituras, a um catolicismo correto e, mesmo dentre as tantas vertentes de blogs tradicionais, pude também eu ir alimentando o blog do Anjos. Pude fazer amizades e encontrar outras pessoas que comigo partilhavam certas idéias. Vi que não estava só.

Lembro os entusiasmos com as poucas visitas que tinha (menos que hoje..rs..) e com os primeiros seguidores. Hoje, graças ao bom Deus, no dia em que este blog completa 2 anos, ele conta já com 50 seguidores.

Enfim, este blog, ao mesmo tempo que procura honrar Nosso Senhor, seja pela defesa da Fé, seja pela explanação da correta mística cristã ou pela divulgação de materiais verdadeiramente católicos, é também um presente de Deus pois, a partir dele, pude crescer e firmar-me em diversos pontos.

Quero somente, neste dia que me é tão importante, agradecer aos amigos e leitores, aos seguidores, aos conhecidos e até mesmo àqueles que, embora não passem por aqui, me serviram e servem de exemplo e me inspiram na luta pela Fé. Sinto-me honrado em poder unir-me a esta fileira de católicos que buscam viver a fé com retidão. Claro que uno-me de forma modesta, como pequeno entre médios e gigantes, mas o faço com amor. Talvez como aquela que deu uma moedinha e isto foi precioso para Deus. Avancemos, caríssimos, para a luta como novos cruzados. A Santa Igreja o pede...

Que Deus nos abençoe. O Grupo de Resgate Anjos de Adoração vos agradece e louva a Jesus Cristo, nosso Sumo Bem, por nos conceder tal graça. Que nos purifique, pois, todos os afetos e intenções e que nosso trabalho seja para a sua honra e para a divulgação da Fé Católica Apostólica Romana, sem a qual, salvo ignorância absoluta, ninguém se salva.

Deo Gratias.

Ave Crux Spe Unica

Fábio.

Aviso aos leitores

Caríssimos, nestes dias estou com pouquíssimo tempo para fazer as postagens. Por isto comunico que, até a Páscoa, escreverei com menos freqüência. Mas, à medida que disponha de um tempinho para tal, com certeza o farei.

Mais uma vez, peço as vossas bondosas orações.

Salve Maria Santíssima

Fábio.

Paixão de Cristo 2010, o musical e Noite de Confissões


Nos próximos dias 30 de março (Terça Feira) e 02 de Abril (Sexta Feira), haverá a apresentação do musical da Paixão de Nosso Senhor, encenada por diversos grupos jovens da paróquia de Santa Maria Madalena, em União dos Palmares.

Pedimos caridosamente a oração dos amigos e leitores por este projeto. Haveria muito o que explicar sobre a natureza deste evento e sobre a coveniência ou não do mesmo. Somente antecipo que é algo bem refletido. Pedimos, pois, a oração de todos, pois a grande motivação para uma tal apresentação consiste, primeiramente, em honrar a Nosso Senhor e, em segundo lugar, na conversão das almas, principalmente aquelas que andam afastadas como ovelhas extraviadas. Mais uma vez, pedimos as vossas bondosas orações.

Que o Senhor os recompense e que a Virgem os conduza à santidade.

Comunicamos ainda que hoje à noite, na Matriz de Santa Maria Madalena, a partir das 19:00, cerca de nove padres estarão atentendo os fiéis que desejem se confessar. Reconciliemo-nos com Deus.

Pax et Bonum.

Sobre o adiamento da Confissão - Imitação de Cristo


"Que aproveita demorar por muito tempo a confissão ou adiar a sagrada comunhão? Purifica-te quanto antes, expele já o veneno, apressa-te em tomar o remédio e achar-te-ás melhor que se por muito tempo o diferes. Se deixas hoje a comunhão, por este ou aquele motivo, talvez que amanhã te sobrevenha outro maior, e assim te podias afastar por muito tempo da comunhão e tornar-te cada vez menos apto. O mais cedo que possas, sacode de ti essa inércia e tibieza, porque nada te aproveita viver muito tempo nessa ânsia e perturbação e privar-te dos divinos mistérios por cotidianos embaraços. Antes prejudica por muito adiar a comunhão por largo tempo; porque isto costuma produzir grave frouxidão. Infelizmente, alguns tíbios e relaxados folgam com os pretextos de adiar a confissão e desejam a demora da comunhão, para não serem obrigados a maior vigilância sobre si mesmos."

Tomás de Kempis, Imitação de Cristo.

Sta Teresa D'Avila fala sobre o pecado mortal


Antes de passar adiante, quero dizer-vos que considereis o que será ver este castelo tão resplandecente e formoso (que é a alma), esta pérola oriental, esta árvore de vida que está plantada nas mesmas águas vivas da Vida, que é Deus, quando cai em pecado mortal. Não há trevas mais tenebrosas, nem coisa tão escura e negra que ela o não esteja muito mais. Basta saber que, estando até o mesmo Sol, que lhe dava tanto resplendor e formosura no centro de sua alma, todavia é como se ali não estivesse, para participar d'Ele, apesar de ser tão capaz de gozar de Sua Majestade, como o cristão o é para nele resplandecer o sol. Nenhuma coisa lhe aproveita; e daqui vem que todas as boas obras que fizer, estando assim em pecado mortal, são de nenhum fruto para alcançar glória; porque, não procedendo daquele princípio que é Deus, do qual vem que a nossa virtude é virtude, e apartando-nos d'Ele, não pode a obra ser agradável a Seus olhos; porque, enfim, o intento de quem faz um pecado mortal, não é contentar a Deus, senão dar prazer ao demônio o qual, como é as mesmas trevas, assim a pobre alma fica feita uma mesma treva.

Eu sei de uma pessoa a quem Nosso Senhor quis mostrar como ficava uma alma quando pecava mortalmente. Diz aquela pessoa que lhe parece que, se o entendessem, não seria possível que alguém pecasse, ainda que se pusesse nos maiores trabalhos que se possam pensar para fugir das ocasiões. E assim, deu-lhe um grande desejo de que todos o entendessem. Assim volo dê a vós, filhas, de rogar a Deus pelos que estão neste estado, todos feitos uma escuridão, e tais são suas obras; porque, assim como duma fonte muito clara, claros são os arroiozitos que dela manam, assim é uma alma que está em graça, pois daqui lhe vem serem suas obras tão agradáveis aos olhos de Deus e dos homens, porque procedem desta fonte de vida, onde a alma está como uma árvore plantada; nem ela teria frescura e fruto, se não lhe viesse dali; é isto que a sustenta e faz com que não seque, e que dê bom fruto. Assim a alma que, por sua culpa se aparta desta fonte e se transplanta a outra de uma negríssima água e de muito mau odor, tudo o que dela sai é a mesma desventura e sujidade.

É de considerar aqui que a fonte e aquele Sol resplandecente que está no centro da alma, não perde seu resplendor e formosura, que está sempre dentro dela, e não há coisa que lhe possa tirar a sua formosura. Mas, se sobre um cristão que está ao sol, se pusesse um pano muito negro, claro está que, embora o sol dê nele, a sua claridade não fará o seu efeito no cristal.

Ó almas remidas pelo Sangue de Jesus Cristo! Entendei-vos e tende dó de vós mesmas! Como é possível que, entendendo isto, não procureis tirar este pez deste cristal? Olhai que, se a vida se vos acaba, jamais tornareis a gozar desta luz. Ó Jesus! O que é ver uma alma apartada dela! Como ficam os pobres aposentos do castelo! Que perturbados andam os sentidos, que é a gente que vive neles! E as potências, que são os alcaides, mordomos e mestres-salas, com que cegueira, com que mau governo! Enfim, como onde está plantada a árvore é o demônio, que fruto pode dar?

Ouvi uma vez a um homem espiritual, que não se espantava do que fazia quem está em pecado mortal, mas sim do que não fazia. Deus, por Sua misericórdia, nos livre de tão grande mal, que não há outra coisa, enquanto vivemos, que mereça este nome de mal, senão esta; pois acarreta males eternos para sempre. É disto, filhas, que devemos andar temerosas e o que temos de pedir a Deus em nossas orações; porque, se Ele não guarda a cidade, em vão trabalharemos, pois somos a própria vaidade.

Dizia aquela pessoa que tinha aproveitado duas coisas da mercê que Deus lhe fez: uma, um temor grandíssimo de O ofender, e assim sempre Lhe andava suplicando que não a deixasse cair, vendo tão terríveis danos; a segunda, um espelho para a humildade, vendo que, coisa boa que façamos, não tem seu princípio em nós mesmos, mas naquela fonte onde está plantada esta árvore das nossas almas, e neste Sol que dá calor às nossas obras. Disse que se lhe representou isto tão calr que, em fazendo alguma coisa boa ou vendo-a fazer, acudia ao seu princípio e entendia como, sem esta ajuda, não podíamos nada; e daqui lhe procedia ir logo a louvar a Deus, e, habitualmente, não se lembrava de si em coisa boa que fizesse.

Santa Teresa D'Avila, Mística e Doutora da Igreja, Castelo Interior.

Santa Catarina de Sena fala sobre o pecado mortal

Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo irmão, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver repudiando o pecado mortal.

É que de outro modo não podereis receber a graça divina em vossa alma. Mas nem vós, nem qualquer outra pessoa alcançará a graça sem a iluminação divina (da fé), que dê a conhecer a relevância do pecado e o valor da virtude. Ninguém ama o que desconhece. Assim, é impossível conhecer e amar algo digno de amor ou repudiar algo digno de repúdio, sem a fé. Portanto, precisamos da luz da fé, que é a pupila da nossa inteligência, supondo que o amor-próprio não a tenha obscurecido. Havendo egoismo na alma, cumpre eliminá-lo, para que nosso olhar interior não seja impedido. Através do amor santo, é preciso afastar o perverso amor da sensualidade, que abafa a graça divina na alma e corrompe toda a atividade. Acontece como numa árvore contaminada, cujos frutos são podres. A pessoa cheia de amor sensual perde o sentido da gravidade do pecado mortal. Toda a sua atividade se corrompe, desaparece sua luz interior. Nas trevas, a alma deixa de ver a verdade. Mais ainda, a sensibilidade espiritual e a tendência da alma são prejudicadas, de modo que as coisas boas lhe parecem más e as más parecem boas. Quem foge do amor a Deus e ao próximo, põe a felicidade nos prazeres e orgias deste mundo. E quando ama alguém, não o faz por causa de Deus, mas para a própria utilidade.

Ao contrário, quem eliminou todo amor sensual ama o Criador acima de tudo e o próximo como a si mesmo. Mas, para chegar a tal amor, é preciso que a inteligência, iluminada (por Deus), reconheça antes o próprio nada, sua dependência de Deus quanto ao ser e a todo o mais que possui. Somente então a pessoa conhece a si mesma, a própria imperfeição e como Deus é bom. Também condena a própria imperfeição e sua fonte, que é o egoísmo. Passa a amar a vida virtuosa por amor do Criador, dispõe-se a sofrer toda dificuldade para não ofender a Deus e não prejudicar a vida na virtude. Afinal, orienta todas as suas atividades espirituais e materiais a Deus. Em qualquer estado de vida se encontre, ama e teme o Criador. Assim, se possui riquezas, alta posição social, filhos, parentes e amigos, tudo considera emprestado, não como coisa sua.

E tudo usa disciplinadamente, sem abusos. Vivendo no matrimônio, comporta-se segundo as normas do sacramento e as leis da santa Igreja. Tendo de conviver com outras pessoas e servi-las, age sem interesses pessoais, sem fingimento, livre e comprometida somente com Deus. Ele regulamenta as faculdades da alma e os sentidos corporais: orienta a memória para recordar-se dos benefícios divinos; a inteligência para conhecer qual é a vontade de Deus, que apenas quer a nossa santificação; a vontade, para amar o Criador acima de toda outra coisa. Assim reguladas as faculdades da alma, põe ordem nos sentidos.

É o que vos peço fazer, caríssimo irmão. Organizai vossa vida, procurai compreender a gravidade do pecado e a imensidão da bondade divina. Se o fizerdes, seresi do agrado divino em todas as condições em que vos encontrardes. Sereis uma árvore frutífera de santas e autêntica virtudes. Já neste mundo começareis a gozar as garantias da vida eterna. Julgando eu que de nenhum modo poderemos alcançar a paz, a quietude e a graça (divina) sem a iluminação da fé - que nos permite conhecer a nós mesmos, a gravidade do pecado mortal, abondade divina e o tesouro das virtudes - afirmei que desejava vos ver repudiando o pecado mortal. Espero que assim façais. Nada mais acrescendo. Permanecei no santo e doce amor de Deus.

Jesus Doce, Jesus amor.

Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja, Carta para Francisco Casini, Cartas Completas.

Quaresma é tempo de confissão


Requisitos para que a Confissão seja válida:

1- Arrependimento sincero - Surge daí o ódio ao pecado cometido e o propósito de não mais pecar
2- Exame de Consciência - Identificação dos pecados cometidos
3- Sinceridade cristalina na exposição dos próprios pecados - o pecador não deve buscar justificar-se, mas, antes, acusar-se, de forma breve e objetiva. Não poderá esconder nenhum pecado grave, sob pena de cometer outro pecado gravíssimo e não obter a absolvição.
***
Após a confissão, cumprir humildemente a Penitência prescrita pelo Sacerdote.
Obs: O padre é obrigado por severas leis a guardar sigilo sobre os pecados que lhe contam...

***
Pessoas em pecado mortal NÃO podem comungar. Se o fizerem, estarão cometendo sacrilégio. Portanto, para receber o Corpo de Nosso Senhor é preciso estar em Estado de Graça, isto é, estar isento de pecados mortais. Aquele que comunga em pecado mortal, comunga a própria condenação.

Para enfatizar esta verdade, consideremos o que diz o cântico Lauda Sion, Sequência da Festa de Corpus Christi: "Recebem-no os bons e os maus igualmente, porém com efeitos diversos: os bons para vida e os maus para a morte. Morte para os maus e vida para os bons! Oh! Consideremos como são diferentes os efeitos que produz o mesmo alimento."

O mesmo já dissera S. Paulo. (Cf 1Cor 11,26-29)

Portanto, caríssimos, façamos uma boa confissão e reconciliemo-nos com Deus.

Eis um ótimo material sobre o Sacramento da Penitência: Clique Aqui.

Aqui em União dos Palmares, na próxima Quarta Feira, a partir das 19:30 na Matriz de Santa Maria Madalena, haverá vários padres para a confissão dos fiéis.

Pax et Bonum

Fábio.

CEBI não é católica, é ecumênica.


Muito desconfiado do recente episódio que teve como palco a cidade aqui de União, descobri hoje que a CEBI não é católica, mas ecumênica (quer dizer, sincrética) na sua origem. O fato de eu não ter procurado saber antes foi porque, em virtude de muito ouvir falar desta sigla, supus que era católica. Que não era na prática, eu já havia constatado com o triste acontecimento relatado aqui no blog. Mas que não é católica e nem pretende ser reconhecida como tal, eu soube somente hoje.

Isto abre mais um leque de questionamentos a respeito do ocorrido. Sendo que é uma organização sincrética, por que raios se propôs a dar uma formação para os católicos e, ainda mais, aqui? Quem convidou esses terroristas? Terão vindo a pedido da Arquidiocese? Se sim, quais as intenções do senhor bispo com isto? Onde mais estarão "dando formação" esse bando de desinteligentes?

Deus meu, defende a tua Igreja porque há quem a queira destruir...

Mas as portas do inferno não prevalecerão contra a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, Esposa Imaculada de Nosso Senhor.

Lutemos caríssimos...

Fábio.

Algumas pérolas do CEBI (Centro de "Estudos Bíblicos")


Oração retirada do Corão:
"No nome de Deus, misericórdia, clemente, nos te adoramos e pedimos tua ajuda. Guia-nos na tua estrada e dá a teus servos e servas o Espírito de humanidade que nos faça sempre dizer a todos e a todas que nos encontram a palavra de Paz! (Sura XXY - Corão)" Fonte

"A publicação As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres, de autoria da historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González, recupera o sentido político do 8 de março, principal data da agenda feminista. Em 2010, quando o Dia Internacional de Luta das Mulheres está completando 100 anos e o mercado tenta transformá-lo em mais uma ocasião para vender produtos, o ato público reforçou as raízes socialistas desta data de lutas."

"É comum a crença de que a origem do 8 de março está ligada a um incêndio de uma fábrica têxtil nos Estados Unidos, no qual muitas operárias morreram queimadas. Esta tragédia infelizmente aconteceu de fato, mas o Dia Internacional de Luta das Mulheres surgiu antes dela. Ele nasceu em 1910, na Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca. O direito ao voto era, então, a principal reivindicação das mulheres em grande parte do mundo. As militantes socialistas nos Estados Unidos, por exemplo, já haviam organizado um dia de mobilização pelo voto em anos anteriores. Foi essa data que serviu de inspiração para que as mulheres reunidas na Europa aprovassem a proposta de um dia de luta unificado internacionalmente."

Nesta tarde de domingo, as militantes da Marcha Mundial das Mulheres debateram a luta contra a violência sexista (...) A programação incluiau ainda oficina de Wen-do, as práticas feministas de autodefesa e uma oficina para a confecção de vestidos, com a artista Biba Rigo, autora do desenho presente nas camisas, cartazes e adesivos da 3ª Ação Internacional no Brasil.


Quem pensou que a oficina é para costurar vestidos comuns, enganou-se. Orientadas por Biba, as militantes confeccionarão roupas gigantes, que serão usados por duas grandes bonecas apelidadas carinhosamente de Caminhantes. São como bonecas de Olinda, que em outubro seguirão para Kivu do Sul, no Congo, para representar o Brasil no encerramento da 3ª Ação Internacional, em um encontro de feministas do mundo inteiro.


À noite, além da exibição de fotos e vídeos da primeira semana da caminhada entre Campinas e São Paulo, houve a apresentação da Kiwi Companhia de Teatro. O grupo mostrou trechos do processo de pesquisa da peça Carne, que trata da opressão capitalista e patriarcal. Nesta segunda (15) as militantes seguem cedo para Jordanésia.

Trecho de uma música (cremos na vida) disponível lá como oração final:
 
"Cremos na vida como conquista

Mesmo aquela que precisa ser
Invadida, tomada, ocupada;
A terra, o teto, a cidadania, a dignidade;
Promessas a serem conquistadas
tarefa vital da Palavra Encarnada."
Fonte
 
Veja também a "Confissão do MST"
 
Mais esse: Artigo irônico a respeito de dom José Cardoso Sobrinho e a excomunhão dos que participaram do aborto de duas crianças.
 
Artigo sobre o aborto escrito pelo ex-frei Betto.
 
Mais uma pérola: O desrespeito à vida humana (Ivone Gebara)
 
Outro: Igrejas precisam trocar agenda moral e acompanhar mudanças políticas
 
Outro sobre o caso das excomunhões: "O dogma do aborto e o aborto do dogma"
 
Enfim, é muita porcaria pra um lugar só...
Quem quiser se "deleitar", vá acessando o grande poço de vômito que é este site.
Agora já me convenci: CEBI significa "Centro de Estudos Bestiais e Infernais"...
 
Deus me livre. Vade retro...
 
Fábio.

Formação bíblica para católicos: essa história de confissão não existe...

Há alguns espanta ver como os reflexos da crise pela qual a Igreja passa estão tão pertos... Uma grande leva de católicos que ainda não tem se inteirado destas discussões, destes embates, também já tem visto algo desta revolução contra a Igreja que a atinge, sobretudo, por dentro.

Domingo passado, houve um breve encontro num colégio aqui da cidade, onde responsáveis pelo grupo CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) nos visitaram e deram uma formação para os católicos. Eu não pude ir, pois estive numa outra reunião. Porém, só ontem eu soube de algumas poucas coisas que lá ocorreram. Fiquei surpreso, primeiramente, ao ouvir a expressão: "bate-boca".. Hein?  Perguntei ao amigo que me falou qual fora o motivo. Disse-me ele que a formadora atacou o Sacramento da Confissão, argumentando que isto não existe; que um padre, sendo homem, não tem esse poder. Não que eu nutrisse alguma confiança a respeito destes formadores do CEBI, CEBs ou até de equipes de Liturgia de discurso acentuadamente político, mas isto foi o cúmulo. Não pensei que estivessem dispostos a tal. Impressionam-me sobretudo duas coisas: 1- que uma desinteligente dessa natureza esteja entre as que formam. 2- que, sendo a ocasião um estudo sobre a Sagrada Escritura, a néscia ignore que a autoridade de perdoar pecados concedida aos sacerdotes está claramente descrita nos Evangelhos.

Um amigo meu, muito acertadamente, levantou-se e se propôs a discutir com a senhora. Dos pormenores da discussão, ainda não sei, mas buscarei me esclarecer a respeito. Gostaria de saber de quem foi a idéia de trazer uma criatura desse nível para formar as pessoas da Paróquia. Seria algo da Arquidiocese? Seria um convite pensado de alguém daqui? Seria uma suposição, da parte deles, de que os católicos palmarinos são burros? Ou o quê?

Interessante: perguntada sobre sua religião, a mulher teria dito: não tenho religião específica, pois sou ecumênica. huahuahua!!!! Com formadores desse nível, fica difícil acreditar que os que permitem a essa gente ao menos abrir a boca num encontro em nome da Igreja estejam bem intencionados. Mas, como não nos é permitido julgar as intenções, só nos resta supor que foi por burrice.

Fábio Luciano.

PROGRAMA DE SANTIDADE


Rda. Madre Marie Cronier – 1857-1937
Fundadora e primeira Abadessa do Mosteiro de Sainte-Scholastique de Dourgne, França.

Domingo, 8 de abril

Jesus falou-me muito das virtudes interiores. Ele deseja que não haja nem movimento, nem uma palavra sequer, por parte daquela de quem gosta tanto, que não seja regulada pela Sua Graça. Compreendi toda a extensão que ele dava às virtudes interiores, humildes, desconhecidas, escondidas.

Compreendi sobre tudo que ele era a Luz e a Verdade. Inundava minha alma com seus divinos raios que lhe permitem perceber a santidade verdadeira, prática, profunda... Prometeu-me sua luz e disse-me que este era o dom maior que pudesse me dar neste mundo. Esta luz divina que ilumina, que revela a santidade, os preciosos segredos de Jesus, esta luz divina que traz o calor, o amor.

Voltando às virtudes interiores, pediu-me que amasse muito essas humildes virtudes cuja existência ninguém suspeita e cuja beleza somente Ele, sozinho, pode conhecer, e acrescentou: nunca pronuncie uma palavra em teu próprio louvor, evite freqüentemente uma palavra, um gesto, um olhar; caminhe até perder de vista com essas preciosas virtudes escondidas; prefira o silêncio, ame passar despercebida, não pronuncie jamais uma palavra inútil, sempre comigo, sempre habilidosa em te esconder atrás do silêncio, da paz, do esquecimento das criaturas; caminhe, caminhe. A perfeição não tem limites – caminhe sempre mais para frente.


Remova cada dia os menores grãos de poeira. Essas virtudes tão humildes, tão pequenas na aparência, são abismos que a alma pode sempre aprofundar; minha filha, essas virtudes tão humildes, tão modestas, são também tesouros que encantam meu divino Coração. Olhe para a minha divina Mãe e contemple esta obra-prima das virtudes interiores. Quero que nelas você progrida muito. Para tanto, seja amável, mas com uma suave gravidade e um tanto séria, seja paciente sem que se possa perceber tal ato de paciência de sua parte; sem que se possa descobrir se algo te contrista ou te irrita; seja tão boa que nada possa anuviar teu rosto, mas sempre com suave seriedade, seja tão caridosa que teus lábios nunca profiram a menor crítica; esteja sempre pronta a esquecer, a perdoar, a ajudar.
 
Seja tão discreta que passe despercebida.
 
Ao agir, faça pouco barulho; al falar, diga poucas palavras, submete tua vontade cada vez que for possível sem faltar aos deveres; aceita a opinião dos outros por condescendência, por virtude: teu Jesus dar-te-á tato, a finura necessários para agir no momento certo, sem fraqueza, sem abuso.
 
Procura mortificar-se em cada encontro com tanta boa vontade e finura que somente Jesus seja testemunha.
 
Procura ser esquecida, não fala de ti mesma nem bem, nem mal: tenha sempre um sorriso nos lábios e com tanta simplicidade que a própria virtude pareça natural aos olhos de todos; ficará minorada pela grandeza de sua própria perfeição.


Tendo falado assim, Jesus pediu-me ainda a coragem paciente, generosa, constante, exigida por este esforço interior praticado, tão mortificante, tão escondido, tão extenso, tão perpétuo...
 
Eu mesma notei algumas imperfeições, algumas palavras inúteis, uma precipitação exagerada numa ação, um instante de tristeza exagerada ao pensar na separação que tanto me fere. Mas procurarei fazer melhor amanhã.
 
Jesus deu-me a entender que se tratava de um trabalho para toda a minha vida e que o importante era nunca estar satisfeita, nunca descansar.
 
Fonte

A Participação Ativa na Liturgia

Por Joseph Ratzinger

O Concílio Vaticano II indicou-nos, como uma idéia fundamental para a configuração da Liturgia, a palavra participatio actuosa - participação ativa - de todos no "Opus Dei", isto é, nos acontecimentos da missa. Com toda razão, pois o Catecismo da Igreja Católica chama atenção para o significado da palavra, que é serviço comum, relacionando-se portanto com todo o povo santo de Deus (CCC 1069). Mas em que consiste essa participação ativa? O que se faz aí? Infelizmente, o sentido dessa palavra facilmente leva a equívocos, pensando-se que se trata de um acto geral e apenas exterior, como se todos tivessem de - quanto possível tanto melhor - ver-se em acção.

Contudo, a palavra "participação" (ou "ter participação"), remete para uma participação principal, na qual todos devem participar. Se quisermos descobrir de que acção se trata, então devemos indagar primeiro o que é essa actio central, na qual todos os membros da comunidade devem participar. O estudo das fontes litúrgicas proporciona-nos uma resposta que, embora a princípio nos possa parecer surpreendente, é evidente do ponto de vista dos fundamentos bíblicos básicos. (...) Nas fontes, entende-se sob actio da Liturgia a oração eucarística.

A verdadeira acção litúrgica, o verdadeiro acto litúrgico, é a eucarística, tendo sido, por essa razão, designada pelos Padres como oratio. À partida, isso era correcto do ponto de vista do caráter liturgico, pois o desempenho essencial da Liturgia acontece na oratio, a qual é o seu centro e a sua forma fundamental. Posteriormente, tanto para os pagãos como para os intelectuais interpeladores, a designação da Eucaristia como oratio representava uma resposta fundamental, pois mediante ela dizia-se aos que estavam à procura: agora são substituídos os vossos animais imolados como também todos os outros sacrifícios vossos, que na realidade não satisfazem ninguém. O seu lugar foi ocupado pelo sacrifício do Verbo. Nós somos a religião espiritual, na qual se efectua, verdadeiramente, a Liturgia da Palavra, na qual já não se imolam nem carneiros nem vitelos, onde a Palavra, como representante da nossa existência, é dirigida a Deus, fundindo-se com a Palavra verídica, que é o Logos de Deus e que nos envolve na verdadeira adoração. Talvez seja útil referir que o significado original da palavra oratio não "oração" (para isso empregava-se a palavra prex), mas sim "alocução do celebrante", a qual agora, dirigindo-se a Deus na consciência de que dele promana e através dele se torna possível, alcança a sua maior dignidade.

Mas até agora só aludimos ao essencial. Essa oratio - a oração eucarística, o "cânone" - é certamente mais do que apenas uma alocução, ela é actio no sentido mais elevado do termo. Pois aí acontece que a actio humana (até agora exercida pelos sacerdotes das várias religiões) recua, deixando espaço à actio divina,, que é acção de Deus. Nessa oratio, o sacerdote fala com a pessoa do Senhor - "isto é o meu corpo", "isto é o meu sangue" - sabendo que já não é ele que fala, tornando-se, em virtude do Sacramento recebido, voz de Deus, a qual agora fala e age. Essa acção de Deus, que se realiza através do discurso humano, é a "ação" verídica da qual toda a Criação está à espera: os elementos da Terra serão transubstanciados, quase arrancados da sua origem e consolidação natural, abrangidos no fundo mais fundo do seu ser e transformados no corpo e sangue do Senhor. O céu e a terra novos serão antecipados.

A verdadeira "acção" litúrgica, na qual todos queremos participar, é a acção do próprio Deus. A novidade e a particularidade da Liturgia cristã é o facto de ser o próprio Deus quem age e concretiza o essencial, elevando a Criação nova, fazendo-se acessível, de modo que seja possível comunicar com Ele pessoalmente - através das coisas terrestres e dos nossos dons. Mas, como podemos participar nessa acção? Não são, Deus e Homem, totalmente incomensuráveis? Pode o Homem, finito e pecador, cooperar com Deus, infinito e Santo?

Ora, ele pode, precisamente através da Encarnação de Deus que se tornou corpo, aproximando-se aqui, sempre de novo, de nós que em corpos vivemos. Todo o acontecimento da Encarnação, Cruz, Ressurreição e da Parusia se torna presente pela forma como Deus envolve o Homem na cooperação com Ele próprio. Como já vimos, na Liturgia isso manifesta-se pelas preces de aceitação que fazem parte da oratio. Certamente, o sacrifício do Logos já foi aceite para sempre. Mas nós temos de orar, a fim de ele se tornar o nosso sacrifício, a fim de nós próprios nos tornarmos, como dissemos, "conforme Logos" e, por conseguinte, verdadeiro Corpo de Cristo: é esse o objectivo. E nós temos de implorá-lo. Essa imploração em si é um caminho, um percurso da nossa existência rumo à Encarnação e Ressurreição. Nessa própria "acção", nessa aproximação oratória da participação, não há diferença entre sacerdotes e leitos. É certo que dirigir a oratio em nome da Igreja ao Senhor, falando no núcleo da oração com a pessoa de Jesus Cristo, só pode acontecer pelo poder do Sacramento. Mas a participação naquilo que nenhum homem, mas só o Senhor, pode fazer, é igual para todos. Para nós todos, vale, segundo a palavra de 1Cor 6,17, "Aquele, porém, que se une ao Senhor constitui, com Ele, um só espírito". O objetivo é que no fim seja abolida a diferença entre a actio de Cristo e a nossa. Para que haja uma única actio, que seja simultaneamente a sua e a nossa - a nossa por nos termos tornado "um corpo e um espírito" com Ele. A singularidade da Liturgia eucarística consiste em ser o próprio Deus a agir, envolvendo-nos nos seus actos. Todo o resto é, comparativamente com isto, secundário.

Também as acções exteriores - a leitura, o canto, a oferta dos dons - podem, naturalmente, ser distribuídas duma maneira conveniente. Aí, há-de distiguir-se a participação na Celebração da Palavra (leitura e canto) da própria celebração sacramental. Aqui, o papel secundário das acções exteriores deveria ser claramente ressaltado. Aliás, quando vem o essencial - a oratio - a acção deve desaparecer totalmente. Como também deve evidenciar-se que, somenta a oratio é o essencial, por ser só ela que proporciona espaço para a actio de Deus. Quem compreendeu isto, entenderá facilmente que agora não se trata de olhar o sacerdote ben de ver o que ele faz, mas sim olhar juntos para o Senhor e aproximar-se dele. Hoje, alguns protagonistas, principalmente durante a preparação dos dons, desempenham quase um espectáculo teatral, facto que simplesmente ignora o essencial. Se cada acção exterior em si (no fundo são poucas, o que leva a serem geradas artificialmente), para a ser o essencial da Liturgia, de modo que essa se torne uma acção geral, então o verdadeiro teodrama da Liturgia terá mesmo falhado, para não dizer convertido numa paródia. A verdadeira educação litúrgica não pode consistir em aprender a ensaiar actividades exteriores, mas sim em conduzir para a verdadeira actio, que faz da Liturgia o que ela é; conduzir para o poder transformador de Deus, o qual, através do acontecimento litúrgico, queria transformar os Homens e o Mundo. Neste ponto, a actual educação litúrgica, tanto dos sacerdotes como dos leitos, encontra-se num estado deficitário preocupante - aqui há muito por fazer.

Neste momento, a pergunta do leitor talvez seja a seguinte: e o corpo? Não será que, com a idéia do sacrifício da palavra (oratio), tudo assente apenas no Espírito? Isso poderia ser o caso na idéia pré-cristã da celebração segundo o Logos, mas não na Liturgia da Palavra personificada, a qual se nos oferece no seu corpo e no seu sangue, portanto, corporalmente, embora na forma do corpo novo do ressuscitado, o qual, permanecendo sempre verdadeiro, se nos oferece através dos sinais materiais do pão e do vinho. Isso significa que o nosso corpo, precisamente na existência corporal do nosso quotidiano, é exigido do Logos e para o Logos. Pois podendo ser a verdadeira "acção" litúrgica traduzida como acto de Deus, consequentemente, a Liturgia da Fé excede sempre o acto cultual, atingindo o quotidiano, o qual se deveria tornar "litúrgico", isto é, a missão para a transformação do mundo. Exige-se do corpo muito mais do que apenas carregar aparelhos ou coisa semelhante. O quotidiano exige todo o seu empenho. Exige-se dele que se torne apto a "ressuscitar", orientando-se para a ressurreição e para o Reino de Deus, cuja abreviatura é a seguinte: a tua vontade se faça no céu e na terra. Onde haja vontade divina, há céu, e a Terra torna-se céu.

Entrar na acção de Deus, a fim de estarmos em cooperação com Ele - é isso que deve começar na Liturgia e continuar a evoluir para além dela. A Encarnação, através da cruz (a transformação da nossa vontade para a comunhão da vontade comum de Deus), deve sempre conduzir à ressurreição - para o domínio do amor, que é o Reino de Deus. O corpo deve, por assim dizer, ser "exercitado" para a ressurreição. Convém ter presente que a palavra "ascese", que já se encontra fora de moda, significa em inglês simplesmente "exercicio". Nos nossos tempos, treina-se muita coisa com muito zelo, muita persistência e renúncias - porque não se há-de treinar para Deus e o seu Reino? "Castigo o meu corpo e mantenho-o em servidão", diz Paulo (1Cor9,27) Aliás, já naquela altura, a disciplina dos desportistas servia-lhe de exemplo para o seu próprio exercício. Tal treino deveria ser uma parte essencial do quotidiano, encontrando, contudo, o seu conteúdo interior dentro da Liturgia, na sua "orientação" para Cristo ressuscitado.

Para dizer mais uma vez de outra maneira, ele é o exercício para aceitar o outro na sua diferença, para chegar ao amor - o exercíco para aceitar aquele que é todo diferente, Deus, e admitir ser moldado e utilizado por Ele. A inclusão do corpo, que é o objectico da Liturgia da Palavra personificada, manifesta-se na própria Liturgia através de uma certa disciplina física, em gestos que nasceram da imposição interior eda Liturgia, evidenciando corporalmente a sua natureza. Esses gestos podem variar em pormenor nas diversas zonas culturais, mas as suas formas essenciais pertencem à cultura da Fé que nasceu do culto; em consequência, como linguagem de expressão, eles transcendem as várias zonas culturais.

Joseph Ratzinger, O Espírito da Liturgia

A questão do aborto e a questão da Liberdade - Joseph Ratzinger


Com a radicalização das tendências individualistas do Iluminismo, o aborto surge como um direito da liberdade: a mulher tem de poder dispor de si mesma. Ela precisa ter a liberdade de decidir se quer trazer um filho ao mundo ou se quer desembaraçar-se dele. Tem de lhe ser lícito decidir sobre si própria, e ninguém pode impor-lhe, de fora - como se costuma dizer -, uma norma que a obrigue. Trata-se do direito à autodeterminação. Mas, ao fazer um aborto, decide a mulher, verdadeiramente, sobre si mesma? Não está decidindo diretamente sobre outro, quando ela decide negar a esse outro um espaço de liberdade - a vida - só porque concorre com a sua liberdade? E assim se há de perguntar: que liberdade é essa cujos direitos inclui a liberdade de suprimir a liberdade de outro, logo desde seu começo?

Então, não se diga que o problema do aborto se refere a um caso particular, específico, e que não serve para esclarecer o problema global da liberdade. Não. Nesse exemplo, aparece exatamente com nitidez a fisionomia fundamental da liberdade humana, a sua essência típica. Do qeu se trata afinal? A vida de um ser pessoal se acha tão intimamente unida com a vida dessa outra pessoa, amãe, que só pode subsistir no ser-com, na coexistência corporal com a mãe, em unidade física com ela, que porém não elimina sua alteridade e não permite pôr em dúvida a sua identidade. Com efeito, esse ser-ele-próprio é, de maneira radical, um ser de outro; inversamente, o ser do outro - da mãe- é pressionado por esse ser-com, por essa coexistência, a ser-para, o que contraria seu próprio querer-ser-si-mesmo, e assim é experimentado como oposto à sua própria liberdade.

Precisamos ainda acrescentar aqui que a criança, mesmo depois de seu nascimento, pelo qual a forma exterior do ser-de e do ser-com se altera, permanece ainda igualmente dependente, à mercê do ser-para. Sem dúvida, agora poderá ser enviado para um lar onde encontre outro "para", mas a figura antropológica continua sendo a mesma. Permanece o ser-de que reclama um ser-para, uma aceitação dos limites da minha liberdade, ou melhor, uma vivência de minha liberdade que não proceda da concorrência, mas do mútuo apoio. Quando abrimos os olhos, vemos que isso não se aplica apenas à criança, mas que, no filho que se encontra no ventre materno, já se nos dá a conhecer de maneira muito visível a essência da existência humana no seu todo.

Também vale para o adulto, que só com o outro e a partir dele pode existir, e, assim, daí para diante, estará sempre em dependência daquele ser-para, que ele precisamente queria excluir. Digamos com mais exatidão: o homem pressupõe, em toda a sua natureza, o ser-para os outos, como se verifica hoje nas redes de prestação de serviços, mas recusa-se a ser inserido na obrigação desse "de" e desse "para". Quer ser completamente independente, para fazer e deixar de fazer o que bem lhe apeteça. A exigência radical de liberdade que se evidenciou, cada vez com maior clareza, no processo do Iluminismo, especialmente na linha aberta por Rousseau, e que hoje determina amplamente a consciência geral, não quer ser nem um ser-de-onde nem um ser-para-onde, nem "de" nem "para", mas pretende ser inteiramente livre. Isso quer dizer que considera um atentado à liberdade a própria forma básica da existência humana, anterior a cada vida e ação individual. Aspira a ser libertado de sua própria natureza humana, para se tornar o "homem novo". Na nova sociedade já não deverão existir tais dependências limitadoras do eu, nem essa obrigação de se dar a si próprio.

No fundo, atrás da exigência da liberdade radical da Idade Moderna, encontra-se bem clara a promessa: sereis como Deus. (...) A meta implícita dos movimentos de libertação modernos é ser, afinal, como um deus, não dependendo de nada nem de ninguém, nem ser limitado na própria liberdade pela liberdade alheia. Quando se examina o núcleo teológico oculto na vontade radical de liberdade, torna-se também visível o erro fundamental que ainda se mostra ativo, mesmo onde esses radicalismos já não são diretamente desejados ou mesmo rejeitados. O que está na origem do desejo de ser totalmente livre, sem a concorrência de outras liberdades, sem um "de onde" nem um"para onde", não é a imagem de Deus, mas a imagem de um ídolo. Mais ainda, é a imagem daquilo que a tradição cristã chama de diabo - o anti-Deus -, porque precisamente nele se encontra a oposição mais radical ao verdadeiro Deus: o verdadeiro Deus é, por essência, totalmente "Ser-para" (o Pai), "Ser de" (o Filho) e "Ser-com" (Espírito Santo). Precisamente, diz-se que o homem é criado à imagem de Deus, porque seu ser "de", "com" e "para" é a figura antropológica fundamental. Quando alguém quer libertar-se dela, não se move em direção ao divino, mas para a desumanização, para a destruição do próprio ser, por meio da destruição da verdade.

A variante jacobina de liberação (chamemos agora assim os modernos radicalismos) é a rebelição contra o próprio ser do homem, a rebelião contra a verdade e, por isso, leva os homens - como viu Sartre com perspicácia - a uma existência contraditória consigo mesmo, que denominamos inferno.

Com isto ficou claro que a liberdade está vinculada a uma medida, à medida da realidade - isto é, à verdade. Uma liberdade para a auto-destruição, ou para a destruição dos outros, não é liberdade, mas uma paródia demoníaca. A liberdade humana é liberdade partilhada, liberdade na co-participação de liberdades, que mutuamente se limitam e assim se sustentam umas às outras. A liberdade mede-se por aquilo que eu sou, que nós somos - caso contrário, suprime-se a si mesma. Com isso chegamos também a uma correção importante dessa imagem superficial de liberdade que hoje é amplamente dominante. Se a liberdade do homem apenas pode constituir-se na coexistência ordenada de liberdades, então significa que o ordenamento - o direito -  não é uma noção contrária à liberdade, mas a sua condição, é o mesmo elemento constitutivo da própria liberdade. O direito não é um empecilho da liberdade, mas a constitui. A ausência do direito é a ausência de liberdade.

Joseph Ratzinger, Fé, Verdade e Tolerância

"Se salvarmos a Liturgia, seremos salvos por ela" - Pe. Paulo Ricardo


"Existe uma idéia equivocada que pensa que o Evangelho é incompatível com a lei, ou seja, que o Espírito sopra onde quer e que uma lei só iria matar a verdadeira fidelidade ao Evangelho de Cristo. Mas essa idéia é equivocada. O Evangelho de Cristo é uma Palavra que me vincula. Quando eu dou o meu assentimento de fé a Cristo, eu estou necessariamente vinculado à Palavra Dele, e portanto, na própria natureza do Evangelho e da resposta de fé, existe algo que me vincula e que me limita. Eu não posso trair a Palavra de Cristo. Eu não posso transformá-la em uma outra Palavra. Eu preciso aceitá-la, ser fiel a ela e transmiti-la como eu recebi.

Isto que acontece coma Palavra deve também acontecer com o Sacramento. O que seria de nós, se nós disséssemos que eu preciso transmitir a Palavra de Deus com liberdade e criatividade? Terminaria que no curso de uma década, a Palavra de Deus pregada já não seria mais a Palavra de Cristo; talvez não seria nem necessário esperar uma década. A mesma coisa acontece com o Sacramento. O que me garante que o Sacramento que eu hoje celebro é o mesmo Sacramento do Cristo de 2000 anos atrás? É simplesmente ofato de que Ele deixou um Sacramento. E esse Sacramento me vincula, e eu preciso fazer de tudo para que esse Sacramento seja transmitido ao longo dos séculos tal qual ele é. Por isso, o Espírito, a liberdade e o Evangelho não são incompatíveis com a lei, a tradição e o vínculo necessário para que a Palavra e o Sacramento de Cristo sejam os mesmos através dos séculos."

Leia toda a entrevista com o Pe. Paulo Ricardo aqui.

Religião e Evolução - A destruição teilhardiana do Cristianismo


Dietrich Von Hildebrand

 O pensador Teilhard é desesperadamente irreconciliável com o Cristianismo. A revelação cristã pressupõe certos fatos naturais básicos, tais como o da existência da verdade objetiva, o da realidade espiritual da pessoa individual, o da radical diferença entre o espírito e a matéria, o da diferença entre o corpo e a alma, o da inalterável objetividade do bem e do mal morais, o do livre arbítrio, o da imortalidade da alma e, naturalmente, o da existência de Deus-Pessoal. A maneira como Teilhard trata de todas essas questões dá provas de um intransponível hiato entre sua ficção teológica e a revelação cristã.

Esta conclusão segue-se, sem subtefúrgios, dos freqüentes argumentos de Teilhard a favor da “nova” interpretação do cristianismo. Aqui e ali, volta ele a argumentar que já não podemos esperar que o homem moderno, vivendo no mundo industrializado e na era das ciências, aceite a doutrina cristã tal como vinha sendo ensinada nos últimos dois mil anos. A nova interpretação de Teilhard é elaborada para atender a esta pergunta: “Que se ajusta ao nosso mundo moderno?” É um tratamento que reúne o relativismo histórico e pragmatismo com radical cegueira à própria essência da religião.

Ocupei-me com o mito do homem moderno. Basta-nos, agora, insistir em que o homem sempre permanece essencialmente o mesmo com relação a seu risco moral, suas obrigações morais, sua necessidade de Redenção, e as verdadeiras fontes de sua felicidade. Também foi objeto de exame nosso o erro catastrófico do relativismo histórico, que confunde a vivacidade histórica-social de uma idéia com sua validade e sua verdade. Se é puro contrasenso asseverar que uma verdade natural básica pode ser válida para a Idade Média mas não para nossa época, o absurdo é ainda mais drástico quando o assunto é religião.

Com relação à religião, a única pergunta que pode importar é se ela é verdadeira ou não. O problema de saber se se ajusta à mentalidade de uma época ou não, não pode ter nenhum influxo na aceitação ou na rejeição da religião, a menos que se venha a trair a essência mesma da religião. Mesmo o ateu mais radical reconhece isso. Ele não dirá que hoje já não se pode crer em Deus; dirá que Deus é e foi sempre uma ilusão. Da posição de que a religião deve adaptar-se ao espírito da época vai apenas um pulo para a absurda tolice (que associamos a Bertrand Russel e ao ideólogo do Nazismo, Bergmann) de se ter de inventar uma nova religião.

Teilhard escreveu em carta de 1952: “Como costumo dizer, a síntese do Deus cristão (de cima) e do Deus marxista (para a frente), estejam certos, é o único Deus que, de agora em diante, podemos adorar em espírito e em verdade.” Nessa frase, cada palavra demonstra o abismo que separa Teilhard do Cristianismo. Falar de um deus Marxista é, no mínimo, muito surpreendente e jamais teria sido aceito por Marx. Mas a idéia de uma síntese do Deus cristão com um pretenso Deus marxista e a aplicação simultânea do termo “Deus” falando-se de cristianismo e de marxismo, revela a absoluta incompatibilidade do pensamento de Teilhard com a doutrina da Igreja e exibem, inequivocamente, seu relativismo histórico.

Em O Camponês do Garona, Jacques Maritain observa que Teilhard está angustiado em preservar o Cristo. Mas, acrescenta, “que Cristo!” Deparamo-nos aqui com a mais radical diferença entre a doutrina da Igreja e a ficção teológica de Teilhard de Chardin. O Cristo de Teilhard já não é o Jesus, Homem-Deus, Epifania de Deus, o Redentor; é o iniciador de um processo evolutivo puramente natural e, ao mesmo tempo, no final, o Cristo-Omega. A qualquer mente despida de preconceitos ocorre a indagação: por que chamar Cristo a essa “força cósmica”?

Seria o máximo de ingenuidade deixar-se levar, apenas, pelo fato de Teilhard rotular de Cristo a essa pretensa força cosmogônica ou pelo seu desesperado esforço para embrulhar esse panteísmo em termos católicos tradicionais. Em sua concepção básica sobre o mundo e que não leva em conta o pecado original no sentido que a Igreja atribui a essa expressão, não há lugar para o Jesus Cristo dos Evangelhos; se não há pecado original, a Redenção do homem pelo Cristo perde a essência de sua significação.

Na revelação cristã é dada ênfase à santificação e salvação de cada pessoa indi vidual, conduzindo-a à visão beatífica e, ao mesmo tempo, à comunhão dos santos. Na teologia de Teilhard, o acento é posto sobre o progresso da Terra, sobre a evolução que conduz ao Cristo-Omega. Aí não cabe a salvação pela morte de Cristo na cruz, pois o destino do homem é parte de uma evolução cósmica.

A idéia que Teilhard faz do homem e sua negação implícita do livre arbítrio, seu amoralismo tácito e seu coletivismo totalitário arrancam-no da revelação cristã – e isto apesar de seus esforços para reconciliar suas idéias com os ensinamentos da Igreja. Escreve ele: “Sim, o desenvolvimento mora e social da humanidade é, de fato, a autêntica e natural consequência da evolução orgânica”; Para esse homem, pecado original, redenção e santificação já não têm sentido real. Registre-se que Teilhard não parece muito consciente desta incompatibilidade:

“Por vezes temo um pouco, ao pensar na transposição a que devo sujeitar minha mente face a noções vulgares de criação, inspiração, milagre, pecado original, ressurreição etc... a fim de poder aceitá-las.”

A aplicação do termo “vulgar” - mesmo sem sentido pejorativo aos elementos básicos da revelação cristã e sua interpretação pelo Magistério Infalível da Igreja bastaria para ressaltar o caráter gnóstico e esotérico de seu pensamento.

Escreve ele a Leontina Zanta:
“Como já sabes, o que domina meu interesse e minhas preocupações é o esforço para estabelecer em mim mesmo e divulgar à minha volta uma nova religião (você a chamará, talvez, de uma melhor cristandade) na qual o Deus pessoal deixa de ser o grande proprietário neolítico do antanho, para ser a alma do mundo; nosso estágio religioso e cultural o pede.”

Nesse caso, não só o Cristo dos Evangelhos é substituído pelo Cristo-Omega, mas também o Deus do Antigo e Novo Testamentos é substituído pelo Deus panteístico, “alma do mundo” - e isto sob a coação do infeliz argumento de que Deus deve adaptar-se ao homem e à época científica.

Não é de admirar-se que Teilhard recrimine a Santo Agostinho pela introdução da diferença entre natural e sobrenatural. Na “religião” panteística e naturalista de Teilhard o sobrenatural ou o universo da graça não podem ter vez. Para ele, a união a Deus consiste, antes de mais nada, na assimilação ao processo evolutivo e não na vida sobrenatural da graça infundida em nossas almas pelo batismo. Por que uma coisa tende a excluir a outra? Se a idéia de Teilhard sobre a participação no processo evolutivo fosse uma realidade, existiria quando muito uma forma de concursos divinus. Por mais misterioso que seja o concursos divinus – isto é, o apoio que Deus dá a todo o momento de nossa existência natural e sem o qual submergeríamos de volta ao nada – há um abismo separando da graça este contato metafísico.

Não importa se Teilhard nega ou não, explicitamente, a realidade da graça: seuêxtase ante a presença do contato natural com Deus no aludido processo evolutivo patenteia o papel subalterno da graça – se é que ele atribui algum. Ou, formulando de outro modo: depois de que ele substituiu o Deus pessoal, Criador dos céus e da Terra, pelo Deus alma do universo e transformou o Cristo dos Evangelhos no Cristo-Omega e substituiu a Redenção pelo processo evolutivo natural, que papel “restará” para a graça?

Maritain trata admiravelmente do problema. Após asseverar que o espetáculo teilhardiano do movimento divino da criação para Deus não é sem grandeza, observa:

“Mas que nos diz sobre os caminhos recônditos que muito mais nos importam do que qualquer espetáculo? Que nos diz ele do essencial, o mistério da Cruz e o sangue redentor, bem como da graça cuja presença em uma só alma vale mais do que toda a natureza? E do amor que nos torna co-redentores com Cristo e das jubilosas lágrimas pelas quais Sua paz penetra nossa alma? A nova gnose, como qualquer outra, é uma “pobre gnose”.

Constatamos em Teilhard uma completa inversão da hierarquia cristão dos valores. Para ele, os processos cósmicos se situam acima da alma individual. Pesquisa e trabalho se situam acima da alma individual. Pesquisa e trabalho pairam aos valores morais. A ação, como tal – a saber, qualquer associação ao processo evolutivo – é mais importante do que a contemplação, a contrição pelos nossos pecados, a penitência. O progresso na conquista e “totalização” do universo pela evolução coloca-se acima da santidade.

A enorme distância entre o universo de Teilhard e o universo cristão torna-se dramaticamente clara quando comparamos as prioridades de Newman às suas pioridades.

Diz o Cardeal Newman nos “DISCOURSES TO MIXED CONGREGATIONS”:

“A santa pureza, a santa pobreza, a renúncia ao mundo, o favor dos céus, a proteção dos anjos, o sorriso da bem-aventurada Virgem, os dons da graça, a interferência dos milagres, a intercomunhão dos méritos são as coisas elevadas e preciosas, as coisas que devemos contemplar, as coisas das quais devemos falar com reverência.”

Mas, para Teilhard, não é assim:

“Adorar significara, outrora, preferir Deus às coisas, referindo-as a Ele e sacrificando-as a Ele. Hoje, é oferecer alma e corpo ao Criador – associando-nos a Ele – a fim de dar o toque final ao universo, pelo trabalho e pela pesquisa.”

O uso ambíguo de termos cristãos clássicos não consegue ocultar o sentido e a direção fundamentais do seu pensamento. Não julgamos ser, portanto, possível concordar com H. de Lubac em que a ficção teológica de Teilhard seja um “possível” acréscimo à revelação cristã. A evidência nos leva a concordar com Filipe da Trindade ao afirmar que se trata de uma “deformação do cristianismo, transformado agora em evolucionismo de sabor naturalista, monista e panteísta”.

Na obra de Teilhard, escorrega-se de uma posição a outra numa espécie de culto ao equívoco tão vinculado ao ideal monista. Sistematicamente ele apaga toda diferença decisiva entre coisas, tais como esperança e otimismo, amor cristão ao próximo (essencialmente voltado para a pessoa individual) e fascinação pela humanidade (na qual o indivíduo é apenas uma unidade da espécie humana). Teilhard ignora a diferença entre eternidade e futuro terrestre da humanidade, fundindo-os na idéia de totalização do Cristo-Omega.

É preciso notar que há algo de comovente na desesperada tentativa de Teilhard para conciliar o apego tradicional e emocional para com a Igreja com uma teologia radicalmente oposta à sua doutrina. Mas esta dedicação exterior aos termos cristãos torna-o ainda mais perigoso do que um Voltaire, um Renan, ou um Nietzsche. Seu êxito em dar ao monismo panteísta e gnóstico roupagens cristãs é por demais evidente em seu livro O Meio Divino.

A muitos leitores os termos empregados por Teilhard soam tão familiares que os leva a exclamar: “Como podem acusá-lo de ão ser um cristão ordotoxo? Não está dito em O Meio Divino, o que é, para uma pessoa ser um santo, senão de fato ligar-se a Deus com todas as suas forças?” É certo que essa expressão soa absolutamente ortodoxa. Efetivamente, porém, a noção de Teilhard sobre adesão a Deus esconde uma troca das heróicas virtudes características dos santos pela colaboração no processo evolutivo. A conquista da santidade na esfera moral mediante a obediência aos mandamentos de Deus e a imitação de Cristo é tacitamente substituída pela ênfase no desenvolvimento de todas as faculdades humanas, isto é, pela eficiência, que parece ser a palavra adequada.

Teilhard é claro neste ponto, se bem que o encubra na terminologia tradicional: “Que significa aderir a Deus ao máximo se não preencher no universo organizado em torno do Cristo a função exata, humilde ou importante, a que o destinam a natureza e a sobrenatureza?”

Portanto, para Teilhard, a plena significação da pessoa individual acha-se no preenchimento de sua função no todo – no processo evolutivo. Já não é chamada a glorificar a Deus pela imitação de Cristo, fim comum de todo cristão verdadeiro.

A transposição do Cristo Crucificado pelo Cristo-Omega vem também revestida de termos aparentemente tradicionais:

“Rumo ao vértice, envolto em névoa aos nossos olhos humanos e ao qual a Cruz nos convida, peregrinamos por um caminho que é o Progresso universal. A estrada real da Cruz não é nada mais nada menos do que a estrada da situação humana, sobrenaturalmente retificada e prolongada”.

Aqui, os símbolos cristãos escondem uma radical transformação do cristianismo que nos projeta fora da órbita cristã ao mesmo tempo em que nos lança em um clima espiritual inteiramente outro.


Por vezes, contudo, Teilhard retira o disfarce cristão e abertamente revela sua verdadeira posição. Em 1934, na China, escrevia:

“Se, em decorrência de alguma revolução interna, tivesse eu de perder a minha fé em Cristo, minha fé no Deus Pessoal, minha fé no espírito, parece-me que haveria de continuar a ter fé no universo. O universo (o valor, a infalibilidade e a bondade do universo) é em última instância – a primeira e única coisa na qual acredito.”

Dietrich Von Hildebrand, Cavalo de Tróia na Cidade de Deus.

Missa Afro = Inculturação?


Por Maite Tosta

Os defensores da chamada “Missa Afro” dizem ser uma inculturação a fim de contemplar a cultura afro-brasileira, mas, e, nisso concordo com D. Estêvão Bettencourt, “o espetáculo daí resultante não atingiu a sua finalidade, que era elevar as mentes a Deus em atitude de oração; lembrou muito mais os festejos folclóricos do nosso povo, associados a Carnaval e a cultos não cristãos”.

A inculturação tem como finalidade transmitir as verdades do evangelho, apresentando-as de forma que os destinatários as possam compreender e viver, aproveitando as expressões culturais de povos não-europeus, que guardam, assim, sua identidade. Não é tarefa das mais fáceis, podendo fácilmente descambar para o abuso.

Inculturar é assumir, dentre os elementos da cultura (linguagem, gastos, símbolos…) de cada povo, aqueles que possam ser veículos fiéis e dignos da fé católica, não deteriorada nem adulterada. (…)Quaisquer que sejam os gestos e sinais aplicados à Liturgia, deverão sempre contribuir para que se levem as mentes a Deus numa atitude de oração e adoração. Caso este objetivo não seja atingido, mas, ao contrário, se provoque dispersão e perplexidade entre os fiéis, os símbolos não podem ser considerados autênticos.*

Não, o Concílio Vaticano II não chancela a – desculpem o termo, mas é o que cabe na minha indignação – palhaçada que são as Missas Afro:

“A Igreja não deseja impor na Liturgia uma forma rígida e única para aquelas coisas que não dizem respeito à fé (para aquelas coisas que dizem respeito a fé, não pode haver flexibilização) ou ao bem de toda a comunidade. Antes, cultiva e desenvolve os valores e os dotes de espírito das várias nações e povos. O que quer que nos costumes dos povos não esteja ligado indissoluvelmente a superstições e erros, Ela o examina com benevolência e, se pode, o conserva intato. Até, por vezes, admite-o na própria Liturgia, contanto que esteja de acordo com as normas do verdadeiro e autêntico espírito litúrgico (ou seja, o que é superstição, erro e contrário à fé e ao espírito litúrgico, não pode ser inserido na liturgia !)” (Constituição Sacrosanctum Concilium n° 38).

Importante ainda destacar o que diz a Instrução Varietates Legitimae, que trata do assunto (n° 30 e 37):

Para preparar una inculturación de los ritos, las Conferencias episcopales deberán contar con personas expertas tanto en la tradición litúrgica del rito romano como en el conocimiento de los valores culturales locales. Hay que hacer estudios previos de carácter histórico, antropológico, exegético y teológico. Además, hay que confrontarlos con la experiencia pastoral del clero local, especialmente el autóctono . El criterio de los «sabios» del país cuya sabiduría se ha iluminado con la luz del Evangelio, se rá también muy valioso. Asimismo la inculturación tendrá que satisfacer las exigencias de la cultura tradicional aun teniendo en cuenta las poblaciones de cultura urbana e industrial.

Las adaptaciones del rito romano, también en el campo de la inculturación, dependen únicamente de la autoridad de la Iglesia. Autoridad que reside en la Sede apostólica, la ejerce por me dio de la Congregación para el culto divino y la disciplina de los sacramentos (Somente a Santa Sé, pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos pode autorizar a inculturação) (78); y, en los límites fijados por el derecho, en las Conferencias episcopales (79) y el obispo diocesano (80). «Nadie, aunque sea sacerdote, añada, quite o cambie cosa alguna por iniciativa propia en la liturgia»** (81). La inculturación, por tanto, no queda a la iniciativa personal de los celebrantes, o a la iniciativa colectiva de la asamblea (82) (Ou seja, não é assim, à la vonté !).

As Missas Afro que se vêem aos montes por aí não cumprem nenhum dos requisitos para a inculturação, não podendo ser consideradas como tal. São fruto do desconhecimento do verdadeiro espírito da liturgia e da desobediência das normas prescritas pela Santa Sé.

Cultura, Inculturação, Encontro de culturas

Joseph Ratzinger

O que é propriamente cultura? Como se relaciona com a religião? Que relação possui com as formas religiosas que originalmente eram estranhas a ela? (...) Em todas as culturas históricas conhecidas, a religião é um elemento essencial da cultura, ou até mesmo o seu centro determinante: ela que determina sua estrutura de valores e com isso seu sistema de ordenação interno. Mas, se é assim, então a inculturação da fé cristã em outras culturas será muito difícil. Pois não se vê como a cultura, entrelaçada com a religião, que nela se entretece e vive, possa - por assim dizer - ser transplantada em outra religião sem que ambas pereçam. Se se retira de uma cultura a religião que lhe é própria e que a gerou, rouba-se o seu coração. Se se implanta um coração novo - o cristão -, parece inevitável que o organismo em desarmonia com ele o rejeite. É difícil de imaginar um resultado positivo de uma tal operação. Esse processo só pode ser realizado com sentido quando a fé cristã e a outra religião, com a cultura que dela vive, não se achem em uma relação de absoluta alteridade, mas que nelas exista uma abertura interna mútua.

FÉ, VERDADE, TOLERÂNCIA.

Sexta-Feira - Reunião com o coordenador nacional da Pastoral Afro...

Pastoral Afro

Disso eu soube ontem. Quer dizer... que havia um padre que vinha de longe e queria fazer uma reunião com todo mundo por aqui, principalmente com as "lideranças", eu já havia escutado. Mas somente ontem, num aviso dado após a Santa Missa, eu soube quem é o reverendo padre: o coordenador nacional da Pastoral Afro.

O que fará ele por estas bandas? A potência cultural da cidade de União dos Palmares, no interior de Alagoas, é muito grande, embora os governantes pouco atentem pra isto ou, melhor dizendo, pareçam não estar tão interessados. Mas esta cidade é conhecida como a "Terra de Zumbi", um herói criado e enfeitado ao infinito, pois a sua vida precisamente histórica parece ter certos feitos não tão dignos, aos quais é melhor manter sob a sombra..

Por causa destas coisas, a dita "Pastoral Afro" parece reconhecer que esta é uma terra promissora para as suas pretensões. De fato, há verdadeiros militantes, tanto da famigerada TL, quanto de um certo arianismo às avessas que insiste em perpetuar a cisão entre brancos e negros, pondo estes últimos como superiores. E isto parece ter tal valor que até na Santa Missa, Calvário de Nosso Senhor, alguns se acham no direito de introduzir coisas no mínimo estranhas... Houve até um ano em que, no dia 20 de Novembro, dia da "Consciência Negra", uma cabeça de Zumbi, feita de barro, "enfeitava" o Altar. Conto só isso para não entrar em outras excentricidades... Pois é..

Sexta-feira agora haverá esta reunião, e parece que sou requisitado a nela estar, embora seja precisamente no horário em que rezamos a Via Sacra. Não deixarei de pedir permissão ao Pároco para me ausentar desta visita para dar-me a práticas verdadeiramente católicas. Mas, se não me for concedido estar bem longe, com certeza levarei um caderno de anotações e, se pérolas forem lançadas, não hesitarei em colhê-las e, conforme for conveniente, pô-las aqui para apreciação geral.

Pax et Bonum.

Chardin, Evolucionismo e um breve elogio de Gustavo Corção

Teilhard de Chardin: Santo Agostinho era um infeliz!

Há algum tempo atrás, discutia eu com um professor de Filosofia que se mostrava totalmente rendido à "filosofia" de Teilhard Chardin. Embora se dissesse católico, era tal a sua estima pelo aclamado pensador que chamava Sto Agostinho de "infeliz", que se punha a defender verdadeiras pérolas metafísicas. Dizia que, depois da descoberta do Evolucionismo (??), e a sua incorporação ou desdobramento filósofico feito por Chardin, já não havia como crer num Deus metafisicamente imutável. O professor parecia não se dar conta da terrível contradição que isto implica.

Crente absoluto do darwinismo, afirmava categoricamente não existir cientistas sérios que não sejam adeptos deste sistema "científico". E nisso insistia, ainda que eu objetasse.

O professor, pretenso filósofo, se revelava um típico dogmático, pois o darwinismo não tem nenhuma condição de impor-se como verdade científica, visto que a sua suposta comprovação se torna impossível dentro dos limites da experimentação. Ainda assim, o professor não aceitava que o darwinismo fosse encarado meramente como teoria.

Para aceitá-lo, já conhecemos os rebuliços que costumam fazer a respeito da Bíblia, do relato da criação, e blá blá blá...

Precisamente ontem, encontrei um pequeno comentário do Gustavo Corção a respeito de Chardin, a quem o pensador católico Dietrich Von Hildebrand conheceu pessoalmente e por quem se decepcionou em apenas uns poucos minutos de conversa. Escreveu Corção, opondo Chardin a Chesterton:

"Na falta dessa leitura saudável, tônica, fortificante, curativa, inebriante do melhor espírito (a de Chesterton), surgiu em seu lugar, a fazer um sucesso editorial que deveria ruborizar o planeta Terra e empalidecer o planeta Marte, surgiu o repulsivo impostor Teilhard de Chardin, que renega a Fé, abandona os mestres da Companhia de Jesus e da Igreja, para inventar uma gnose tola, de medíocre ciência ensopada com religião ainda pior, graças a cuja fétida composição consegue atrair os espíritos fracos."

Pois é...

Fábio

CF2010 e Influências Marxistas


Um dos erros da CF2010 "está na influência marxista que se derrama sobre boa parte dos documentos da CNBB. Neles, o pobre, o pobre do Evangelho, sob influxo da mais do que reprovada Teologia da Libertação (TL), vira excluído. E fica subentendido que o excluído está excluído porque o incluído não o quer dentro. Assim, o apelo evangélico à caridade se converte em luta de classe. E saiba, leitor, que Bento XVI, ainda agora, no dia 5 de dezembro, olho no olho, advertiu os bispos brasileiros do Sul III e IV contra “os princípios enganadores da TL” e para “o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia, fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas”. Será preciso dizer mais?"

Percival Puggina

Leia o artigo completo em blog veritatis.
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