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Ideologia de Gênero - A Papagaiada Libidinosa



A Novilíngua ou Guerra Semântica

Está no auge da discussão um negócio chamado "Questão de Gênero", mais comumente referido como "Ideologia de Gênero", e que na consideração do vulgo se trata apenas de um respeito pelos diferentes sexos: homem e mulher, supostamente trazida à baila por causa da opressão que as mulheres teriam sofrido ao correr da história. É preciso aqui atentar a um ponto: embora o que se queira não seja exatamente o que se diz, é importante saber que a luta adquire volume enquanto bandeira feminista.

Quando nós escutamos uma palavra que sempre ouvimos, como no caso do termo "gênero", a nossa tendência natural é continuar a atribuir-lhe o significado de sempre. E aqui se esconde um perigo: sabemos, por experiência, que uma mesma palavra pode significar coisas bastante diferentes. O termo "gay", por exemplo, originalmente significando "contente", pode ser aplicado com uma intenção diferente. O nosso tempo é particularmente sensível a isto: há quem procure em todos as palavras que se tornaram comuns intenções e significados ocultos. Porém, isto também permite que as palavras, manipuladas semanticamente, se tornem cápsulas de veneno. Foi exatamente o que se deu com a Teologia da Libertação: falando de salvação, redenção, libertação, vida plena, etc. - termos em si mesmos ortodoxos aos cristãos -, se veiculavam idéias inteiramente opostas. Esta estratégia é chamada de Novilíngua, e se assemelha a uma operação esotérica, já que o vulgo, utilizando as mesmas expressões de sempre, torna-se virtual propagador de novidades introduzidas semanticamente. Somente os esclarecidos gnósticos sabem do que se fala na verdade.

Já havia advertido o Pe. Sanahuja:

"Mudar o significado e o conteúdo das palavras é uma estratégia para que a reengenharia social seja aceita por todos, sem protestar. Por isso, o significado da linguagem internacional muda continuamente."1

E ainda:

"Estamos em meio a uma batalha da qual uma das frentes mais importantes é a semântica. Por exemplo, temos visto que o termo paternidade responsável, na boca de um político, segundo os códigos universalizados pelas Nações Unidas, não terá o mesmo significado contido nos documentos da Igreja. No linguajar de alguns parlamentares poderia significar, segundo as circunstâncias, desde a distribuição maciça de contraceptivos até mesmo à intenção oculta de promover o aborto. O mesmo se poderia dizer da expressão violência contra a mulher ou mesmo do termo tortura, palavras que o comum das pessoas nem imagina que possam esconder uma referência ao suposto direito ao aborto e outras aberrações."2

Outros exemplos desse tipo de maquiavelismo linguístico se encontram nos modernos conceitos de "direitos reprodutivos da mulher" (referência ao aborto), "tortura psicológica" (que se abre até o ponto de incluir a idéia de forçar uma mulher a manter a gravidez), "direito à saúde" (que inclui o bem estar psicológico e, de novo, terá repercussões com relação às grávidas que por acaso "não se sintam bem" em manter a gestação), "homofobia" (termo tirado da psiquiatria que foi esticado para referir qualquer opinião que não aprove a prática homoerótica), "preconceito" (qualquer posição que não entre em consonância com a nova ética), etc. Percebam como todas estas bandeiras são de esquerda, o que nos mostra como o que está por trás de tudo isso é, de fato, um interesse ideológico.

Sobre o termo "gênero", para que não suponham que estamos induzindo coisas sem sentido, é interessante ver o que ocorreu na Conferência em Pequim, em 1995, que deveria originalmente discutir a "Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher", de 1979, aprovada pela ONU. Substituiu-se as expressões "mulher" e "discriminação contra a mulher" por "gênero" e "discriminação de gênero". É interessante notar que nestas reuniões é grande a quantidade de ONGs feministas e forte a sua influência. Isso não é acaso, e é algo defendido pela própria ONU. Porém, o novo termo foi estranhado numa Conferência ocorrida em Nova York, e, como fora pedido que os defensores da nova terminologia explicassem o que eles queriam significar quando falavam de gênero, a resposta foi a seguinte:

"Gênero refere-se às relações entre homens e mulheres com base em papéis socialmente definidos atribuídos a um outro sexo."3

A coisa não ficou clara como se queria, e, depois de novo pedido para um esclarecimento não ambíguo, as ONGs feministas não quiseram dá-lo, pois diziam que o pedido pressupunha a tentativa de manter 

"O confinamento e a redução das mulheres às suas características físicas. A palavra gênero significa que o status e os papéis das mulheres e dos homens são socialmente construídos e passíveis de modificação. As mulheres não voltarão a se subordinar a seus papéis inferiores."4

A delegação dos Estados Unidos defendeu que uma definição clara do que significa gênero não fosse dada, e a própria coordenação da Conferência fechou a questão dizendo: "gênero não tem definição, e não necessita de tê-la".5

Interessante essa preocupação em que um termo usado numa Conferência Internacional não tenha um significado claro. Quando um termo não tem significado preciso, ele pode ser usado em qualquer sentido. E nada mais conveniente que se trate de um termo bem conhecido e de um significado já difundido no imaginário comum para que, ao ser usado com interesses subliminares, a população, julgando se tratar do que imagina, o aprove sem nenhuma resistência. É uma estratégia muitíssimo comum.

Por isso, quando um desses ideólogos vem nos dizer que o termo "gênero" é um termo neutro e que não há que se fazer polêmica por causa disso, ou ele está mentindo ou está desinformado. Nos dois casos, não deve ser-lhe dada autoridade para agir conforme suas intenções.


Origem Histórica e Ideológica do Termo "Gênero"

O esquerdismo sempre se caracterizou por uma tentativa de fragmentar a sociedade. Isso ocorre porque um dos transcendentais do marxismo é a luta de classes. Originalmente, partindo das relações de exploração econômica, eles julgarão ver ecos dessa injustiça fundamental também nas distinções entre brancos e negros, homens e mulheres, crianças e adultos. Fazendo um rastreamento das primeiras manifestações deste problema, chegaremos ao "pecado original", que ocorre na formação da família.

Karl Marx, no seu "A ideologia alemã" e mais tarde no "A origem da família, da propriedade privada e do estado", propõe que a sociedade primitiva era matriarcal, isto é, centrada na figura da mãe. Isso ocorria porque não havia a possessão de uma mulher por um homem, de modo que as relações não eram monogâmicas, mas abertas. Isto gerava a impossibilidade de se saber quem são os pais das crianças, ficando elas informadas apenas sobre as suas mães. A família monogâmica e patriarcal, tal como a conhecemos, começou quando, querendo deixar herdeiros, os homens, em virtude de sua força física, dominaram as mulheres, forçando-as uma fidelidade não natural. Assim, a família tradicional seria a "Queda primordial", o grande pecado do qual todos os demais serão reverberações. Isto teria gerado uma polarização exagerada, dividindo psiquicamente os diferentes sexos e fazendo-os desenvolver apenas uma parte de suas potencialidades. Os homens teriam desenvolvido a agressividade e o raciocínio, em virtude das cada vez mais complexas necessidades econômicas, técnicas e de divisão do trabalho que decorreriam do primitivo erro. As mulheres, por sua vez, teriam desenvolvido uma sensibilidade hipertrofiada em virtude de sua repressão. Isto é dito expressamente pela teórica feminista Shulamith Firestone:

"As mulheres eram a classe escrava que mantinha a espécie, a fim de que a outra metade fosse liberada para o trabalho, admitindo-se os aspectos escravizantes disso, mas salientando todos os aspectos criativos. Esta divisão natural do trabalho continuou somente à custa de um grande sacrifício cultural: os homens e as mulheres desenvolveram apenas uma metade de si mesmos, em prejuízo da outra metade. A divisão da psique em masculina e feminina, estabelecida com o fim de reforçar a divisão em função da reprodução, resultou trágica. A hipertrofia do racionalismo, do impulso agressivo e a atrofia da sensibilidade emocional nos homens resultaram em guerras e em desastres culturais. O emocionalismo e a passividade das mulheres aumentou o seu sofrimento. Sexualmente os homens e as mulheres foram canalizados para uma heterossexualidade altamente organizada, nos tempos, nos lugares, nos procedimentos e até nos diálogos."6

Se assim era, se a família era a origem do problema, não se poderia mudar a "superestrutura" sem modificar as bases. É fundamental entender que o marxismo pretende trabalhar a partir das bases. A base é geralmente identificada com a dimensão econômica, e todo o restante: cultura, moral, etc, é um seu efeito. Mais tarde isso será problematizado com a idéia de "hegemonia" gramsciana, mas essa atenção privilegiada às bases é congênita à teoria de Marx. Ora, se a base é a economia, a base da base é a família. Logo, não se pode mudar aquela sem mudar esta. Daí a concentração do combate à família, como veremos. A questão cultural, que mais tarde será descoberta como uma força de influência algo independente da economia, também tem sua fonte tradicional na família, de modo que atacada esta, as raízes do estado de coisas que vivemos serão modificadas, resultando daí uma mudança a nível superestrutural, que é o que é sonhado por toda comunistada.

O marxismo grosseiro, que visava a intervenção armada e a violência direta, provou ser falso, e essa corrente, depois de um evidente fracasso, passou posteriormente por uma revisão. Surge depois, na década de 1920, a famosa Escola de Frankfurt, formada por teóricos neomarxistas que pretendiam enriquecer o discurso e suprir as lacunas que a teoria original trazia. Destacam-se aí Georg Lukáks, Karl Korsch, Max Horkheimer, Theodor Adorno, Erich Fromm, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, etc.

Segundo Korsch, que critica as inovações apenas "reformistas" de um marxismo degenerado, para poder influir diretamente nas bases econômicas, seria preciso antes destruir a política e a cultura. Horkheimer, por sua vez, escreve:

"Entre as relações que influem decididamente no modelamento psíquico dos indivíduos, a família possui uma significação de primeira magnitude. A família é o que dá à vida social a indispensável capacidade para a conduta autoritária de que depende a existência da ordem burguesa."7

Trocando em miúdos, o exercício da autoridade, que se concretiza em exploração, tem origem na família. Eis, portanto, o campo de atuação que deve ser privilegiado. Horkheimer explica como isso se dá:

"A subordinação ao imperativo categórico do dever foi, desde o início, o fim consciente da família burguesa. Os países que passaram a dirigir a economia, principalmente a Holanda e a Inglaterra, dispensaram às crianças uma educação cada vez mais severa e opressora. A família destacou-se sempre com maior importância na educação da submissão à autoridade. A força que o pai exerce sobre o filho é apresentada como relação moral, e quando a criança aprende a amar o seu pai de todo coração, está na realidade recebendo sua primeira iniciação na relação burguesa de autoridade. Obviamente estas relações não são conhecidas em suas verdadeiras causas sociais, mas encobertas por ideologias religiosas e metafísicas que as tornam incompreensíveis e fazendo parecer a família como algo ideal até mesmo em uma modernidade em que, comparada com as possibilidades pedagógicas da sociedade, a família somente oferece condições miseráveis para a educação humana. Na família, o mundo espiritual em que a criança cresce está dominado pela idéia do poder exercido de alguns homens sobre os outros, pela idéia do mandar e do obedecer."8

Max Horkheimer
Aqui, Horkheimer culpa a família pelo exercício da autoridade, pressuposto da exploração. E diz ainda que esta autoridade é disfarçada por idéias religiosas e metafísicas. Quais são os pontos de ataque, então? A família, a religião, a autoridade. Esta última, a raiz das anteriores, é tão grande mal que chega mesmo a provocar um efeito que, segundo ele, seria totalmente antinatural: a ausência de desejo sexual entre irmãos e filhos e pais:

"Não somente a vida sexual dos esposos se cerca de segredo diante dos filhos, como também da ternura que o filho experimenta para com a mãe deve ser proscrito todo impulso sexual; ela e a irmã têm direito apenas a sentimentos puros, a uma veneração e uma estima imaculadas."9

Shulamith Firestone
Ao mesmo tempo que ficam elencadas as raízes e é esclarecido o modus operandi da internalização do mal da autoridade, fica igualmente óbvio o fim que se propõe: agir na família, minar a autoridade dos pais sobre os filhos, quebrar os "tabus" que impedem o incesto, sexualizar, portanto, as crianças, atacar a religião e a sua moral, abrir as portas para a pedofilia. Pedofilia e incesto surgem, aqui, como bandeiras a ser defendidas no seu devido tempo, quando o processo de destruição da moral cristã e patriarcal estiver num dado nível do processo. As nossas conclusões não são apressadas nem gratuitas. É tanto a consequência lógica dos pressupostos quanto foi dito expressamente pelas teóricas feministas. Uma das grandes precursoras dessa discussão foi a feminista canadense Shulamith Firestone, já citada. No seu "A dialética do sexo", ela escreve:

"A segunda exigência será a total autodeterminação, incluindo a independência econômica, tanto das mulheres quanto das crianças. É por isso que precisamos falar de um socialismo feminista. Com isso atacamos a família em uma frente dupla, contestando aquilo em torno de que ela está organizada: a reprodução das espécies pelas mulheres, e sua consequência, a dependência física das mulheres e das crianças. Eliminar estas condições já seria suficiente para destruir a família, que produz a psicologia do poder .Contudo, nós a destruiremos ainda mais.

É necessário, em terceiro lugar, a total integração das mulheres e das crianças em todos os níveis da sociedade. E, se as distinções culturais entre homens e mulheres e entre adultos e crianças forem destruídas, nós não precisaremos mais da repressão sexual que mantém estas classes diferenciadas, sendo pela primeira vez possível a liberdade sexual 'natural'. Assim, chegaremos, em quarto lugar, à liberdade sexual para que todas as mulheres e crianças possam usar a sua sexualidade como quiserem. Não haverá mais nenhuma razão para não ser assim. Em nossa nova sociedade a humanidade poderá finalmente voltar à sua sexualidade natural 'polimorficamente diversa'. Serão permitidas e satisfeitas todas as formas de sexualidade. A mente plenamente sexuada tornar-se-ia universal."10

É óbvio que a idéia de que "todas as formas de sexualidade" serão satisfeitas inclui as relações entre crianças e adultos, como dito, e entre pais e filhos. Eis o horizonte "luminoso" que as feministas desejam libidinosamente ao tentar inserir a idéia de gênero nos planos municipais de educação.

A idéia de gênero na verdade quer dizer que não existe polaridade sexual na humanidade. A estrutura biológica visível seria tão somente um apêndice do ser sem quaisquer funções determinativas da identidade sexual. O que faz um homem ser homem não é o seu corpo, mas a sua livre vontade. O mesmo se dá com as mulheres. E mais: estes conceitos de gênero masculino e feminino não são algo fixo, mas fluido, de modo que uma pessoa pode assumir diferentes gêneros no decorrer da própria vida. É possível assumir um gênero diferente a cada dia. É possível até trocar o gênero várias vezes ao dia. As idéias fixas de "homem" e "mulher" são então identificadas como promotoras e perpetuadores de uma lógica heteronormativa e patriarcal.



O maior nome da "teoria de gênero" foi a estudiosa estadunidense Judith Butler, que no seu "O problema do gênero", considerado clássico pelos propagadores da ideologia, escreveu:

"Durante a maior parte do tempo a teoria feminista supôs que haveria uma identidade existente, entendida através da categoria da mulher, que constituía o sujeito para o qual se construía a representação política. Mas recentemente esta concepção da relação entre a teoria feminista e a política foi questionada a partir de dentro do próprio discurso feminista. O próprio sujeito 'mulher' não pode ser mais entendido em termos estáveis ou permanentes. Há uma farta literatura que mostra que há muito pouco acordo sobre o que constitui, ou deveria constituir, a categoria 'mulher'. O filósofo Michel Foucault mostra que os sistemas jurídicos de poder produzem os sujeitos que eles em seguida passam a representar. Nestes casos, recorrer não criticamente a um sistema como este para emancipar as mulheres é obviamente auto-sabotador. A denúncia de um patriarcado universal não goza mais da mesma credibilidade de outrora, mas é muito mais difícil desconstruir a noção de uma concepção comum de mulher, que é consequência do quadro do patriarcado. A construção da categoria 'mulher' como um sujeito coerente é, no fundo, uma reificação de uma relação de gênero. E esta reificação é exatamente o contrário do que pretende o feminismo. A categoria 'mulher' alcança estabilidade e coerência somente no contexto da matriz heterossexual. É necessário, portanto, um novo tipo de política feminista para contestar as próprias reificações de gênero e de identidade, uma nova política que fará da construção variável da identidade não apenas um pré-requisito metodológico e normativo, mas também um objetivo político. Paradoxalmente o feminismo somente poderá fazer sentido se o sujeito 'mulher' não for assumido de nenhum modo."11

Este texto é muito completo e esclarecedor. Quem quiser entender o que está ocorrendo hoje deve lê-
Judith Butler
lo com atenção. Quando Butler fala de "reificação", ela está dizendo de uma "coisificação", não no sentido de banalização, mas no sentido de fixidez. Combater a "reificação" do conceito "mulher" significa tornar este conceito fluido, dependente da inconstância das deliberações pessoais; esvaziá-lo portanto de seu significado biológico. É algo quase idêntico ao conceito de raça, hoje. Um branquelo pode se dizer negro, e ele o será. Afirmar o evidente - que a pessoa não é negra - é preconceito, do mesmo modo que afirmar que um homem gay não é mulher será taxado de "homofobia", pelo menos enquanto um termo mais apropriado não é cunhado. Mas o mais interessante é a clareza em dizer que isto deve se tornar um objetivo político, e é justamente a obediência dos filhotes butleanos que estamos assistindo esses dias.


O vazio teórico da Ideologia de Gênero

O que se nota na argumentação feminista e marxista são apenas afirmações gratuitas, baseadas em pressupostos inverificáveis. A teoria toda é flutuante, ainda que as relações lógicas entre pressupostos e conclusões sejam reais. Além de tudo, partindo de idéias falsas, eles de tal modo se apaixonam por elas que chegam mesmo a negar os dados evidentes da realidade.

Um documentário foi feito em 2010, na Noruega, considerada o país com maior igualdade de gênero no mundo, pelo comediante e sociólogo Harald Eia - que publicamos recentemente aqui no blog e que sugerimos muito que o leitor o assista. Este vídeo-estudo simplesmente abalou a crença na loucura de gênero no país, resultando na retirada de mais da metade do investimento nisso que ficou evidente ser uma enrolação ideológica absolutamente infundada no campo da realidade. Descreveremos o estudo abaixo, transcrevendo as falas mais importantes.

Harald Eia detonando a Ideologia de Gênero

Depois de constatar que, na Noruega, mesmo com todo o esforço para dividir os empregos entre quantidades iguais de homens e mulheres, o intento sempre fracassava, Eia quis investigar por que isso acontecia. Primeiro viu que apenas 10% das mulheres norueguesas eram engenheiras. Depois, indo ao hospital Asker e Baerum, percebeu que simplesmente não havia homens entre as enfermeiras, e os poucos que apareciam vez em quando ficavam por pouco tempo. Um estudo apontava que 90% dos que trabalham com enfermagem na Noruega, não obstante a forte promoção da igualdade dos gêneros e a tentativa do governo de empregar homens, é composta de mulheres, e tanto isso quanto os 10% de mulheres engenheiras se mantinham como estatística fixa desde os anos 80.

Em entrevista com a chefe da Comissão de Igualdade de Oportunidades, Kristin Mile, esta lhe disse que as medidas tomadas pelo governo para gerar igualdade de interesse entre homens e mulheres não geravam resultados. Eia então se pergunta sobre as razões para isto, dentre as quais elenca a discriminação, o que é imediatamente negado por Mile.

Procurando a ex-ministra Huitfeldt, Harald ouve desta que as mulheres vão melhor na educação, exceto em Educação Física. Perguntando depois a algumas mulheres porque elas não se interessam por engenharia e coisas técnicas, ele escuta: "porque é chato." Elas dizem se interessar mais em relacionar-se com outras pessoas e conversar.

Eia estranha essa aparente divisão de interesses entre os sexos, o que o motiva a procurar um especialista, alguém que havia estudado esta questão numa escala de 20 países, por 15 anos: Camilla Schreiner, da Universidade de Oslo. A pergunta era: por que mulheres se interessam tão pouco por exatas? As mulheres em países menos igualitários são mais interessadas em exatas do que as da Noruega. Segundo Camilla, que elaborou no seu estudo um total de 108 perguntas, nenhuma das perguntas revelava um padrão de igualdade de interesses entre os sexos. Uma das explicações recorrentes é a da questão cultural e a educação recebida, outra é a dos genes e distinções inatas. Teriam os homens e mulheres cérebros diferentes que justificariam interesses diferente?

Cathrine Egeland, do Instituto de Pesquisas do Trabalho, uma das pesquisadoras e defensoras da Ideologia de Gênero, sugere que as diferenças de cérebro não sejam verdadeiras e que há algum tipo de obsessão em procurar a origem biológica dos interesses distintos entre os sexos. Segundo ela, este tipo de enfoque fisiológico não é importante.

Cathrine Egeland

Joergen Lorentzen
Um outro pesquisador de gênero, Joergen Lorentzen, do Centro de Estudos Interdisciplinares de Gênero da Universidade de Oslo, afirma que os estudos que afirmam haverem diferenças cerebrais entre homens e mulheres são estudos superados. Segundo ele, as diferenças entre os sexos estariam na genitália, nos seios, nos pelos, na altura, e em "outras poucas coisas". O resto seria igual: sentimentos, interesses, inteligência, capacidade. Segundo Joergen, a pesquisa de Camilla apenas mostra que os papéis de gênero estão ainda muito enraizados, de modo que a influência cultural se daria mesmo sem a percepção dos envolvidos. As crianças absorveriam as expectativas projetadas sobre si, e o tratamento que lhes é dado seria diferente desde o início, não só pelos pais, mas por toda a sociedade, indústria de brinquedos, ambiente, etc.

A questão que se coloca é: se meninos e meninas fossem tratados do mesmo modo desde o início, teriam interesses iguais? Cathrine afirma que sim. Joergen vai mais longe: diz que somos totalmente moldáveis e que "não há limites para o que se possa fazer em relação ao que importa: comportamento e emocionalidade."


Richard Lippa
O próximo entrevistado é o americano Professor de Psicologia Richard Lippa, que comparou uma enorme quantidade de sociedades. Ele pesquisou um todo de 53 países e entrevistou mais de 200.000 pessoas da Europa. Américas, África e Ásia. Segundo Lippa, pode-se perceber um padrão em todo o globo: os homens são muito mais interessados em trabalhar com coisas: Engenharia, Mecânica. Já as mulheres são muito mais interessadas em trabalhar com pessoas. Richard admite que o fator cultural existe, mas que não dá conta de explicar a absurda similaridade entre o que ocorre nos diversos países estudados, já que as culturas são muito diversas. O fenômeno persiste não importa qual seja a cultura avaliada: Noruega, Malásia, Arábia Saudita, Paquistão, Índia, Singapura. Segundo Lippa, é evidente "que existe algo biológico nisso". E completa: "nós cientistas não nos baseamos num só estudo, um tipo de resultado; nós consideramos o padrão dos resultados. Uma forma de você responder à questão biológica é: isso acontece no início do desenvolvimento?"

Esta questão inspira Eia a procurar os vestígios primeiros da distinção entre os sexos.

Trond Diseth
O professor e diretor médico Trond Diseth, da Seção de Psiquiatria Infantil do Hospital Nacional, que trabalha com crianças nascidas com deformações genitais, estudou justamente esta questão e desenvolveu um teste para saber se há diferenças de gênero na idade inicial. O teste consistia em dez brinquedos diferentes: quatro femininos, quatro masculinos, e dois neutros, que são colocados num padrão. As crianças então são postas numa sala e são filmadas enquanto tocam os brinquedos. Entre meninos e meninas saudáveis, as diferenças são claras desde a idade de 9 meses.

Diante da questão de se seria possível que tais infantes estivessem já sob influências culturais, Diseth responde:

"As crianças nascem com uma disposição biológica clara quanto a seu gênero, identidade e comportamento. E então o ambiente, expectativas e valores que nos cercam irão reforçar ou minorar isto."

A sociedade, embora de fato influencie, não seria decisiva na identidade sexual de uma pessoa.

Diante da afirmação do defensor de gênero Joergen Lorenzten de que os estudos que afirmam as diferenças cerebrais entre homens e mulheres são estudos ultrapassados e que já foram refutados, o Dr Diseth diz:

"Eu rejeitaria fortemente esta noção. Há vários estudos e publicações muito recentes, desse ano [2010], de 2008, 2007 e 2006. É uma mensagem totalmente nítida e diferente [da posição do Joergen]. Não são coisa superada, são inovadoras."

Simon Baron-Cohen
Eia, ainda insatisfeito, quer porém saber se há diferenças de gênero desde o início da vida. O próximo contatado será Simon Baron-Cohen, um professor inglês de Psiquiatria na Trinity College, em Cambridge, universidade fundada em 1546, que conta com 32 prêmios Nobel e teve entre seus alunos Albert Einstein e Ludwig Wittgenstein, referência absoluta da ciência e pesquisa britânicas. Dr. Simon, que é especialista em autismo, fez experiências com recém-nascidos e descobriu diferenças sexuais desde o nascimento. Há um artigo dele chamado "Sex differences in human neonatal social perception" [Diferenças sexuais na percepção social de crianças recém nascidas"].

Diz o Dr. Simon:

"Observamos bebês com um dia de vida. Mostramos pra eles um objeto mecânico ou um rosto para olhar. E marcamos quanto tempo o bebê olha para cada um desses objetos. E descobrimos que mais meninos olham por mais tempo para objetos mecânicos. E mais meninas olham por mais tempo para rostos. Mesmo no primeiro dia de vida. Então isto é antes dos brinquedos ou tendências ou preconceitos culturais."

Sobre as causas de tais diferenças, diz ele:

"O que nós sabemos é que meninos e meninas produzem quantidades diferentes de hormônios. Particularmente testosterona. Os meninos produzem duas vezes mais testosterona. E o hormônio testosterona influencia no desenvolvimento do cérebro. Nós medimos a testosterona quando o bebê está no útero. Esperamos até a criança nascer e observamos seu comportamento. O que descobrimos é que, quanto mais alta a testosterona nas crianças na fase pré-natal, mais lentos eles são para desenvolver a linguagem; quando são crianças, menos contato visual eles fazem, novamente na idade de um ou dois anos. Mais testosterona está associado com desenvolvimento mais lento da linguagem e desenvolvimento social mais lento. É uma condição genética: quando você produz muita testosterona, e garotas com essa condição mostram um padrão muito masculino de preferência por brinquedos. Nós acompanhamos essas crianças e elas estão agora por volta dos oito anos. É interessante ver como elas se desenvolvem. O que descobrimos é que, conforme crescem, as crianças que tinham mais testosterona têm mais dificuldades com empatia, reconhecer as emoções dos outros, ou adotar a perspectiva do outro. Eles também têm um maior interesse em sistemas, em entender como as coisas funcionam. Então, mesmo que você ignore o sexo da pessoa, só pelos níveis hormonais, você pode prever o seu padrão de interesses."

Anne Campbel
O próximo passo de Harald Eia é se perguntar: por que temos genes diferentes? De onde vêm essas diferenças? Agora é a vez de ser ouvida a professora Anne Campbell, uma psicóloga evolucionista que trabalha em Durham, norte da Inglaterra, e que estuda como nosso corpo e mente são influenciados pela evolução.

Transcrevo a fala da professora Campbell:


"A questão é: quantos descendentes você deixa? E qualquer característica que aumente o número de descendentes, tenderá a ficar no conjunto genético. É isso que seleciona traços específicos em homens e mulheres. Se as mulheres são geralmente quem dá à luz, amamenta as crianças, seria muito surpreendente se não houvesse algum tipo de orquestração psicológica que ajudasse as mulheres a realizar esses feitos e fazer esse tipo de tarefas particularmente prazerosas para as mulheres. Então, coisas como a empatia das mulheres, como evitar confrontos perigosos onde você pode ser ferida, machucada, coisas como evitar exclusão social, ser expulsa do grupo, todas essas coisas são boas. Todas significam que você tenderá mais a sobreviver e reproduzir e deixar filhos que também se reproduzam. Nós sabemos por muitos estudos psicológicos: uma das maiores diferenças entre os sexos é que se você puser as pessoas sob estresse - por exemplo, se você disser a elas que em meia hora vamos dar-lhes um choque elétrico doloroso, vamos preparando o equipamento, e elas têm que esperar... 'Você prefere esperar sozinho ou com alguém?' Mulheres escolherão esperar com outras pessoas. Homens sob estresse, tipicamente, querem ficar sozinhos. É por isso que as mulheres vão para a enfermagem, medicina, trabalho social, educação, todas essas áreas de intercâmbios cooperativos - onde as mulheres parecem se sentir mais em casa, mais confortáveis. Claro que há interseções muito grandes entre interesses dos sexos. Há engenheiras extremamente talentosas, físicas, químicas, etc. Mas se você fala de predominância de interesses, as diferenças existem. Sabemos que as diferenças entre os sexos em algumas áreas são muito significativas. Então, eu acho difícil acreditar que uma diferença muito sutil no tom de voz, na forma como você faz contato visual ou coisa assim, vão afetar tão profundamente os interesses, atividades e preferências que as crianças demonstram."

Surge, então, uma pergunta que é feita por Harald: "por que as meninas em países com menos igualdade querem estudar tecnologia?" Responde a professa Campbell:

"É interessante: quanto mais livres são as pessoas na sociedade, mais você abre oportunidades para elas fazerem qualquer coisa que quiserem, e maior a tendência de qualquer tipo de predisposição genética ser capaz de se expressar."

O que é corroborado pelo Prof. Lippa, o que estudou 53 países: 

"Nos países mais igualitários, como a Noruega, você realmente é livre para seguir suas inclinações. Em um país mais pobre, você se preocupa mais em ter um emprego. Só um emprego! E se são computadores que vão te dar oportunidades na Índia, você sendo mulher vai procurar isso. Agora, em países igualitários, América do Norte e Europa, as pessoas sendo livres para procurar o que é interessante, homens e mulheres mostram tendências diferentes. Meu ponto é: homens e mulheres têm tendências diferentes."

Antes, porém, de terminar sua pesquisa, Harald mostra à Dra Campbell a afirmação de Lorentzen de que as pesquisas que defendem diferenças cerebrais entre homens e mulheres são ultrapassadas, ao que ela responde:

"Incrível! Absolutamente. Me espanta que alguém possa dizer isso. O que eu questionaria é: qual a origem dessas diferenças físicas? De onde as diferenças entre os sistemas reprodutivos do homem e da mulher vêm? Evolução, certamente seria a resposta que a maioria dos cientistas daria. E o que coordena essas diferenças físicas? O que é responsável pela produção de hormônios que mantêm esse funcionamento? O cérebro humano, principalmente através de sistemas de retroalimentação. Me parece extraordinário alguém imaginar a evolução agindo sobre os sistemas reprodutivos e não tendo efeito nenhum no nosso cérebro, o órgão mais complexo que nós temos no corpo.

De volta à Noruega, Harald experimenta mostrar estes estudos científicos aos defensores de gênero, e é interessante notar o que eles dizem.

Sobre o estudo de Baron Cohen com meninos e meninas de nove meses que preferem brinquedos específicos ao seu sexo, Egeland, entre gaguejos, diz: "Quando ele observa isso, ele está vendo o que ele procura. Ele quer ver as diferenças de gênero, diferenças inatas..." e repete o discurso batido, como se o tivesse decorado por estratégia: "É interessante ver quanta energia se gasta para tentar explicar algo como diferenças de gênero biologicamente." Harald, porém, contesta: "eu acho que o que eles dizem é que há um elemento biológico aqui e também da cultura. Mas você pensa que é só cultura", ao que ela responde: "sim". Harald continua: "Quando você vê a pesquisa com recém-nascidos, isso muda sua visão sobre tratamento igual conduzi-los a ter interesses similares?", e ela responde: "Não, não muda." Harald dá o tiro de misericórdia: "Qual é a sua base científica para dizer que a Biologia não tem influência nenhuma nas opções de trabalho dos dois gêneros?". Egeland: "minha base científica? Ééé.... Eu tenho o que você chamaria de uma base teórica. Não há espaço para biologia aí para mim. Isso iria... e eu penso que as ciências sociais deveriam contestar o pensamento que vê as diferenças entre seres humanos sendo biológicas."

Depois de sair, Harald se pergunta:


"É função das Ciências Sociais negar o pensamento biológico? Não é para a Ciência descobrir por que as coisas são como são? Não estaria Egeland vendo só o que quer ver, se ela já determinou que a biologia é irrelevante?"

Em seguida, chega a vez de Lorentzen se deparar com os dados científicos. Qual seria a sua reação?

Ao ouvir a Dra Campbell dizer o seu primeiro "incrível!", Lorenzten solta um sorriso vaidoso, como se sonhasse que aquela interjeição fosse de uma surpresa elogiosa. Depois de ouvir tudo, porém, ele responde com o mesmo discurso repetido ad nauseam: "O fascinante com essa Ciência é por que eles se preocupam tanto em descobrir a origem biológica dos gêneros. Por que essa obsessão?" Harald desafia: "Você diz que não há diferenças inatas explicando os interesses. Em que você baseia isso?" Lorentzen responde: "Eu devo confiar na Ciência quando eu tento explicar as coisas aqui. Até agora a Ciência não foi capaz de provar uma origem genética para as diferenças de gênero além dos órgãos reprodutivos." A esta resposta absolutamente desonesta caberia um outro "incrível!". Mas, notando o absurdo, Harald continua: "Por que você não reconhece que esses estudos [apresentados] mostrem isso?"  Lorentzen: "Mas eles têm um elo faltando!" Harald insiste: "Como você sabe que isso não é inato?", ao que Lorentzen tenta responder: "Eu digo que o momento que eles puderem dizer com certeza..." Harald interrompe: "Você diz que não há diferenças inatas em sentimentos, interesses... Como você sabe que não há?" Lorentzen, acuado, arrota mais uma vez: "A minha hipótese é que não há nenhuma. A Ciência não mostrou nenhuma. Então eu devo trabalhar a partir desse nível..." Harald: "Você presume que não há diferenças até que se prove o contrário?" Lorentzen: "sim." Harald conclui: "Interessante. E isso [as pesquisas mostradas] não é bom?", ao que Lorentzen dessa vez flatula: "Eu chamaria de estudo fraco."

Deixando o ideólogo, Harald com razão se questiona:


"Será que tudo o que os outros fazem é 'estudo fraco'? Será que ele acharia isso tão 'fraco' se combinasse com suas próprias teorias? 'Eles são obsessivamente preocupados com preocupações biológicas', diz ele. Mas eles não me pareceram tão obsessivos assim. Eles não disseram que tudo é biologia. Ao contrário, foram os [ideólogos] noruegueses que disseram que nada era Biologia. Como eles podem ter tanta certeza? E qual é o problema que existam elementos biológicos? Mas mais importante: será que você pode, como cientista, entender o mundo se você não considera todas as possibilidades?"

O documentário termina com uma fala do Dr. Simon Baron-Cohen: "Seria uma proposição moderada dizer que há uma mistura de Biologia e cultura. Não estou dizendo que tudo é Biologia; eu só digo: não ignorem a Biologia."

Deus abençoe o Harald Eia por este estudo. É mais que suficiente para pôr abaixo as pretensiosas alegações de base científica dos ideólogos de gênero. Fica cabalmente demonstrado a extrema e total nulidade fundamental desta teoria. A partir de então, defendê-la é ou ingenuidade infantil, ou má fé ou burrice pura e simples.


O caso David Reimer - A primeira aplicação da ideologia do gênero e seu trágico fim

Um vídeo documentário sobre este caso também foi veiculado neste blog e pode ser encontrado aqui.

Estamos no ano de 1965, na cidade de Winipegue, capital da província de Manitoba, no Canadá. Janet e John Reimer são esposos e Janet está para dar à luz. Grávida de gêmeos, ela pare os meninos Brian e Bruce. Depois de seis meses, como eles apresentassem dificuldades para urinar, seus pais os levaram ao médico, onde foram diagnosticados com fimose, precisando ser submetidos a uma circuncisão, que de fato ocorreu em 27 de abril de 1966. Os gêmeos estavam então na idade de oito meses. Bruce seria o primeiro. No entanto, algo errado ocorreu: como o procedimento envolvia cauterização, o pênis dele foi queimado. Dando-se conta do ocorrido, os médicos decidiram não operar Brian, que naturalmente ficou curado da fimose algum tempo mais tarde.

Desesperados, os pais viram uma luz aparecer quando, assistindo a um programa de Tv, tiveram notícia de um psicólogo neozelandês chamado John Money. Dr. Money trabalhava com a idéia de gênero e afirmava categoricamente que homem e mulher não são determinados biologicamente, mas culturalmente, e que seria possível, sob a devida educação, fazer com que uma criança nascida com um corpo masculino se tornasse uma mulher. Os Reimer, sem alternativa que estavam, decidiram levar Bruce ao doutor. Ao mesmo tempo, o Dr. Money encontrou neste caso uma singular oportunidade não apenas de aplicar sua teoria, mas de tornar-se famoso caso ela desse certo.

John Money
Decidiu-se então por mudar o nome de Bruce, que passou a se chamar Brenda. Foram-lhe dadas roupas femininas, estrogênio para desenvolvimento das mamas, e ela cresceu ouvindo que era uma menina. Também ao irmão gêmeo, Brian, foi-lhe dito que tinha uma irmã, e não um irmão. Não obstante tenham sido seguidas todas as determinações do psicólogo, Brenda sofria de visível insatisfação: rejeitava suas roupas femininas e preferia brincar com os brinquedos do irmão que, adivinhando a sua tristeza, os emprestava. 

Dirá ele mais tarde, recordando essa ocasião: 

"Eu tinha uma máquina de costura, máquina de costura de brinquedo, e eu tive bonecas Barbie, as roupinhas, mas meu irmão era muito generoso. Teve um dia quando ele me emprestou seus brinquedos e nós brincamos juntos; isso porque ele sabia quão infeliz eu estava. Então ele me deixou brincar com seus brinquedos."

Diz a mãe dele: "era tão óbvio, para todo mundo, não apenas para mim, que ele era masculino."

Os irmãos Brian e "Brenda" Reimer

Na escola, Brenda era uma pessoa retraída: sentia-se inadequada entre as meninas, e era rejeitada entre os meninos que não a queriam junto de si. Em trabalhos de escola, Brenda conseguia expressar a sua tristeza. Numa ocasião, a atividade exigia que ela completasse umas frases. Numa delas, lia-se: "comparando com a maioria das famílias, a minha é..." Brenda completou: "uma perdedora."

Eis mais algumas:

"Eu acho que a maioria das meninas..." "não são muito agradáveis."
"Meu sentimento sobre a vida de casado..." "é podre."
"Minha mãe e eu..." "não temos nada em comum."
"Para mim, o futuro..." "parece ruim."
"Algum dia eu vou..." "ver o sol."

O Dr. Money, observando como "Brenda" permanecia masculino a despeito da educação recebida, quis forçá-lo a assumir sua feminilidade. Para isto, em várias ocasiões, entrevistou-o sozinho, enquanto falava abertamente de diferenças anatômicas entre corpos masculinos e femininos. Como "Brenda" tinha perdido o pênis na circuncisão, e tinham-no submetido à construção de uma vulva rudimentar, a estratégia do Dr. Money era convencê-lo, a partir da evidente diferença física, que ele não era um rapaz. Entrevistou-o várias vezes, algumas com o irmão, inclusive exigindo a ele e ao Bruce que tirassem a roupa, simulassem movimentos sexuais onde "Brenda" assumia o papel passivo, - num dos relatos, Brian encostava a virilha nas nádegas de "Brenda", que ficava de quatro - e fotografava-os em diferentes posições, uma experiência sem dúvida absolutamente constrangedora e profundamente traumática para uma criança de 7 ou 8 anos. Detalhe: os pais não sabiam.

O Dr. Money pretendia submeter "Brenda" a uma cirurgia para melhor reconstituição de sua genitália feminina, e, quando já contava com quase 13 anos, em 1978, ele submeteu-o a outra entrevista, dessa vez levando consigo um transexual. "Brenda" ficou impaciente e fugiu do lugar, prometendo em seguida aos pais que se tivesse de ver o Dr. Money mais uma vez, ele se suicidaria. Pressionados deste jeito, e sem ver outra alternativa, o casal Reimer decidiu contar aos gêmeos o segredo. O pai contou a "Brenda", e a mãe contou ao Bruce.

Para "Brenda", a surpresa foi um alívio, e permitiu-lhe assumir de vez a masculinidade, autodenominando-se "David". Anos mais tarde, em 1987, ele submeteu-se a duas faloplastias, operação de reconstrução peniana, uma mastectomia dupla e a injeções de testosterona, o que parece ter sido um sucesso, pois isto lhe permitiu, em 1990, casar com Jane Fontaine. Para o irmão, porém, saber a verdade foi trágico de tal modo que a tensão resultante depois se desenvolveu numa esquizofrenia. 

David Reimer

Pouco tempo depois, a família Reimer descobriu que o Dr. Money surpreendentemente continuava a divulgar o seu estudo como um caso de sucesso, o que os magoou profundamente, motivando os gêmeos a produzirem um documentário contando a verdade a fim de que outras famílias não fossem igualmente arruinadas. Depois deste "reviver" de todo o drama familiar, a saúde de Brian piorou. Em 2002, Brian morreu numa overdose de antidepressivos.

A tristeza pela morte do irmão combinada com um azar financeiro, a dificuldade de encontrar trabalho e o pedido de separação por parte da esposa fizeram David Reimer entristecer-se ainda mais. Depois de chorar por três ou quatro horas, segundo a mãe, no ombro de um amigo e lamentar-se dizendo: "nem à minha esposa eu posso fazer feliz...", David dirigiu-se a uma mercearia numa manhã de 5 de maio de 2004, e, aos 38 anos, disparou contra a própria cabeça.

O vídeo termina advertindo:

"A natureza, no que diz respeito à identidade de gênero, não pode ser anulada pela educação. Acima de tudo, esta é uma história de advertência, pois isto é o que pode acontecer quando a ciência persegue uma bela teoria com pouca consideração para o valor da vida humana."

E o próprio David Reimer testemunha:

"Você sempre verá pessoas que dirão: o caso do David Reimer poderia ser bem sucedido. Eu sou a prova viva. E se você não ouvir a minha palavra como um evangelho, porque eu vivi isto, de quem mais você vai ouvir? Quem mais viveu isto? Eu vivi. Alguém tem que disparar sobre sua própria cabeça para que as pessoas o escutem?"

Então, amigos, é disto que se trata. Querem fazer das nossas crianças pequenos David Reimers, cobaias de experimentação de uma teoria fajuta, sem nenhum respaldo científico, apenas porque cios alheios querem envolver nossos infantes em suas fantasias perversas. Depois de ver a história do David, não se indignar contra essa sacanagem de gênero é prova irrefutável de um lamentável estado moral.


O atentado à Democracia - A Ideologia insistente

Defensores do gênero gostam de acusar os que se lhes opõem como "inimigos da democracia". No entanto, eles fazem tudo para não ter de explicar por que motivos foram reintroduzidas as menções a gênero e orientação sexual depois que estas mesmas expressões foram recusadas e retiradas pelo Congresso Nacional. Pois é. Aquilo que foi vetado no nível nacional foi sub-repticiamente recolocado para a aprovação dos municípios e estados. 

O Senado Federal, ao votar o Projeto de Lei 8035/2010, que "aprovava o Plano Nacional de Educação [PNE] para o decênio 2011-2020 e dá outras providências", percebeu alguns trechos em que as referidas expressões apareciam. 

No inciso III do artigo 2, lia-se:

"Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual."

Na Meta 3, Estratégia 3.12, lia-se:

"Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito e discriminação racial, por orientação sexual ou identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão."

Em 2013, o Senado, descontente com os termos, aprovou um substitutivo (PLC 103/2012).

No inciso III do artigo 2, na nova forma, lia-se:

"Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação."

Na Meta 3, Estratégia 3,12, na nova forma, lia-se:

"Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão."

Estas modificações foram aprovadas em 22 de abril de 2014 e sancionadas pela presidência em 25 de junho de 2014. Tanto a Câmara como o Senado ratificaram o acordado. No entanto, o documento final do Conselho Nacional de Educação - CONAE de 2014, cinicamente declarando-o um "passo conquistado na articulação da Educação Nacional como política de Estado resultado de profícua parceria com o Congresso Nacional e a sociedade civil", repôs os termos proscritos do mesmo modo como eram antes dos substitutivos. Ou seja: as determinações do Senado foram solenemente ignoradas.

Portanto, quem não aceita a Democracia são os propagadores da famigerada ideologia, e aqueles que a ela se opõem estão na verdade lutando pela ordem, seja no âmbito natural psico-biológico, seja no âmbito jurídico.

Mas, antes de passar ao último ponto, é interessante notar que eles não se satisfazem por uma redação que declare querer erradicar "todas as formas de discriminação". Para eles, é necessário incluir o o termo "gênero". É óbvio, então, que se pretende outra coisa que não o evitar da discriminação.


Consequências da aprovação da Ideologia de Gênero

Nos PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais -, o MEC, desde de 2011, promove o direito ao prazer sexual para as crianças. Ora, quando um direito é defendido se quer que seja exercido. As crianças então deveriam ter prazeres sexuais com o intuito de supostamente poderem crescer sem tabus morais e sem “neuroses” advindas da repressão. Logo, está-se disposto a expor as crianças a situações nas quais poderão ter prazer ou pelo menos sejam estimuladas.

Veja-se este texto, retirado de um livro para crianças de 7 a 10 anos, chamado "Mamãe, como eu nasci?"

“Alguns meninos gostam de brincar com o seu pênis, e algumas meninas com a sua vulva, porque é gostoso. As pessoas grandes dizem que isso vicia ou "tira a mão daí que isso é feio". Só sabem abrir a boca para proibir. Mas a verdade é que essa brincadeira não causa nenhum problema. Você só tem que tomar cuidado para não sujar ou machucar, porque é um lugar muito sensível. Mas não esqueça: essa brincadeira, que dá uma cosquinha muito boa, não é para ser feita em qualquer lugar. É bom que você esteja num canto, sem ninguém por perto.”


Isto permite a criação de atividades pedagógicas nas quais as crianças aprendam aquilo para o que não estão absolutamente preparadas e que contraria frontalmente as determinações morais da esmagadora maioria dos pais. Aqui, mais uma vez, se revela o caráter ditatorial dos defensores dessa asneira, bem como o velho sonho comunista de tornar a educação responsabilidade do Estado. Nada mais fácil do que, favorecendo uma tal educação, os novos cidadãos formados sejam sujeitos estragados, subpreparados e desajustados, condições sine qua non para o militonto esquerdista.

Estimulados em todo tipo de satisfação sensual, o resultado ineludível serão crianças mimadas, que não aceitam privações e contrariedades, viciadas nos desejos baixos, predispostas aos crimes de toda natureza, vedadas às dimensões superiores da existência, medíocres em suma. Isso quando não depressivas e com transtornos, como no caso que vimos acima. Freud dizia que são as religiões e a autoridade paterna que fazem recalcar os desejos sexuais naturais, e que tais desejos ou pulsões se voltam contra o sujeito e o incomodam na forma de neuroses. Não obstante isto não seja verdadeiro de todo, é fato atestado pelos psicólogos que a ausência de princípios morais é muito mais nociva ao equilíbrio psíquico.

Sobre o desprezo da consciência moral, afirma o psiquiatra francês Baruk:

“Esse recalque dá resultados bem mais graves que os do recalque instintivo, pois este se restringe, quando muito, ao domínio limitado e individual das perturbações nevropáticas, no conjunto bastante benignas; ao passo que o outro pode determinar não só psicoses graves, mas reações tais que podem provocar verdadeiras catástrofes sociais.”

Eis, pois, a que se quer expor as nossas crianças.

Uma consequência também óbvia, e que inclusive já contou com tentativas e projetos de ser estabelecida, é a de que, se quem define o gênero é a vontade pessoal, e esta vontade, flexível que é, pode determinar ser um homem hoje ou mulher amanhã, não haverá nenhuma forma de impedir que um homem entre, ao seu bel prazer, num banheiro feminino, devendo para isso apenas manifestar-se mulher. Há inclusive uma Resolução (nº 12, de 2015, da Secretaria de Direitos Humanos, publicada no Diário Oficial da União de 12 de março de 2015) que o permite e promove. Ao fazê-lo, porém, e geralmente a serviço da sua libido da qual não pode simplesmente fazer abstração, já não haverá impedimentos para a consecução de quaisquer fins sórdidos que, estimulado pela educação e vítima dela, tiver cultivado na sua mente. Exatamente isto ocorreu na Suécia, pioneira na educação de gênero, onde os alunos não vestem azul ou rosa, mas laranja, e onde o índice de violência sexual cresceu assustadoramente.

Uma vez aprovada essa sacanagem, os pais que não quiserem expor seus filhos ao acordado, estarão frontalmente se opondo à lei, pelo que poderão ser detidos e até perder a guarda dos filhos. Se, por motivos outros, retiram seus filhos da escola, podem ser acusados de abandono intelectual de menor. Assim, eles estarão forçados a acatar aquilo que contribuirá para a destruição mesma da sua família.

Se se quiser ter apenas uma breve introdução do que virá pela frente, atente-se à natureza das cartilhas já distribuídas a mando do MEC e da UNESCO que tratam do assunto. O que mais se vê são casos de crianças constrangidas pela natureza de suas atividades na escola. A guerra já começou. Nós poderemos lutar com maior liberdade enquanto crimes dessa natureza não tiverem o respaldo da lei. Por isso, devemos agir agora.

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Organizarei as referências, ainda. Mas, desde já, devido à urgência, disponibilizo o texto.

Ideologia de Gênero, uma teoria fracassada - O caso David Reimer


"A natureza, no que diz respeito à identidade de gênero, não pode ser anulada pela educação.
Acima de tudo, esta é uma história de advertência, pois isto é o que pode acontecer quando a ciência persegue uma bela teoria com pouca consideração para o valor da vida humana."

Sacrifícios no Antigo Testamento


Quem os fazia: Os sacerdotes;

O que são: a oferta voluntária de uma coisa sensível, que é destruída, se for inanimada, ou imolada, se for animada;

Qual o objetivo: Reconhecer o domínio absoluto de Deus, agradecer-Lhe os dons recebidos, aplacar sua Justiça e obter a reconciliação com Ele;

Os entes sacrificados se substituem aos indivíduos, representando-os;

Os sacrifícios podem ser cruentos ou incruentos:

a) Cruentos: sacrifícios de animais (bezerros, carneiros, ovelhas, cabras, rolas);
b) Incruentos: ofertas do reino vegetal:
b1- sólidos: trigo, farinha, pão, frutos da terra, etc. Eram queimados;
b2- líquidos: vinho, azeite. Eram derramados aos pés do altar.

Os judeus tinham três tipos de sacrifícios:

a) Os holocaustos (hólos - inteiro; caústos - queimado), também chamado "sacrifício perfeito", era quando a vítima era consumida pelo fogo no altar; significavam o domínio absoluto de Deus sobre suas criaturas;

b) Os sacrifícios expiatórios, que visavam aplacar a cólera divina, expiar os pecados e purificar os homens de suas iniquidades. Uma arte da vítima era queimada, e outra era reservada ao sustento dos sacerdotes;

c) Os sacrifícios pacíficos, que visavam dar graças a Deus pelos bens recebidos, pedir-Lhe uma graça ou cumprir uma promessa. Uma parte era queimada no altar, outra reservada aos sacerdotes e uma terceira era consumida pela pessoa que o havia oferecido e pela sua família, o que já prefigurava a Comunhão Eucarística.

Todos estes Sacrifícios eram símbolos do Sacrifício único agradável a Deus: o de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Santa Missa.
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