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Santa Catarina de Sena sobre a fidelidade à Santa Igreja em meio aos seus inimigos


Procura perceber com dor e amargura, minha filha, as trevas que desceram sobre a santa Igreja atualmente. O auxílio humano parece não existir. Tu e os demais servidores de Deus devereis invocar o auxílio divino. E cuida de não ser negligente, porque é hora de estar em vigília, não de dormir. Sabes que quando o inimigo está às portas, se os guardas da cidade dormem, não há dúvida que serão derrotados. Estamos rodeados de inimigos e tu sabes que o mundo, nossa fraqueza e o demônio com muitas tentações não dormem jamais e estão sempre preparados para ver se estamos dormindo, para penetrar como ladrões e roubar na cidade da alma. 

Também a hierarquia da santa Igreja está circundada de inimigos. Assim tu vês que as pessoas postas como colunas e sustentáculos da santa Igreja tornaram-se perseguidores, caindo na heresia. Portanto, não é hora de dormir, mas de derrotá-los com a vigília de oração, lágrimas, suor, amorosos anseios e contínua oração. Como filha fiel da santa Igreja, pede e obriga nosso altíssimo e bondoso Deus a providenciar socorro para a santa Igreja nessa necessidade. Pede a Deus que dê forças ao santo pai e o ilumine. Falo do papa Urbano VI, que é o verdadeiro papa e o representante de Cristo na terra. Assim afirmo e devemos afirmar diante do mundo inteiro. E se alguém disser o contrário, por nenhum modo podemos acreditar, preferindo a morte.

Lava-te no sangue, para que escrúpulo algum, nem temor servil, penetrem na tua alma. Escondamo-nos na chaga do peito de Cristo crucificado, onde encontraste muito sangue. Por outros caminhos andaremos no escuro e seremos egoístas. Refletindo que não há outra estrada, disse que estava desejosa de te ver banhada e afogada no sangue de Cristo crucificado. Permanece no santo e doce amor de Deus.

Jesus doce, Jesus Amor

Santa Catarina de Sena para Daniela de Orvieto, Cartas Completas.

Missa dos Vaqueiros e Festa no Inferno

Alguns dias após a dita "Missa dos Vaqueiros", andei escutando comentários aqui e ali sobre o evento. Eu não quis saber dos pormenores, porque o pouco que soube já deu pra causar grande indignação na minha alma.

Primeiramente é preciso reconhecer que algo desta natureza não tem razão de ser propriamente religiosa. Digam o que disserem: não tem! Pode ser qualquer outra coisa: invenção disparatada, resgate cultural, politicagem, respeito humano, o que for.. Não é, sem dúvida, fruto do amor pelos vaqueiros e muito menos por Jesus.

Esqueceram, por acaso, do que está escrito: "de Deus não se zomba"? E o incrível é que tais missas profanadoras vão acontecendo em conjunto, em vários locais no mundo, o que denuncia uma aparente estratégia infernal, literalmente falando. Exagero meu? rs..

Dentre as pequenas coisas que eu soube: todas as músicas na referida missa foram cantadas no ritmo do forró. Inclusive o "Cordeiro de Deus" foi cantado na mesma melodia da "Asa Branca" de Luiz Gonzaga. Soube ainda que todas as canções foram meio que personalizadas, devendo conter a palavra "vaqueiros" na letra.

Ao término da missa, veio o momento, na verdade, mais esperado (na prática, o evento principal), que foi um show com vários grupos musicais que não faço questão de saber quais foram. Somente quero fazer notar que, no mesmo lugar em que se deu o sacrifício de Cristo, já tão profanado, fizeram-se presentes meninas seminuas que dançavam obscenamente ao som de músicas cujas letras não menos indignas eram arrotadas numa cacofonia infernal.

Qualquer pessoa de boa vontade e que se dê à mínima reflexão haverá de perceber a profunda inconveniência de uma coisa dessas. Um tal disparate clama aos céus e deve provocar a indignação de qualquer um que ame minimamente a Nosso Senhor. 

O infeliz evento se realizará, pretende-se, uma vez ao ano.. Isso se a Virgem Santíssima se mantiver sustentando o braço terrível do Seu Filho...

Não coloquei nem foto aí pra não dar náuseas.

Miserere Nobis...

Há quem necessite escutar algo assim


"Não sejas tão... suscetível. - Magoas-te por qualquer coisinha. - Torna-se necessário medir as palavras para falar contigo do assunto mais insignificante.

Não te zangues se te digo que és... insuportável. - Enquanto não te corrigires, nunca serás útil."

S. Josemaria Escrivá, Caminho.

Blog Voto Católico


Nesta reta final para as eleições 2010, recomendo aos amigos que ainda não conheçam, o blog Voto Católico que fornece informações e formações valiosas no que concerne às implicâncias da Fé cristã na escolha dos candidatos.

Não deixem de acessar. Cliquem na imagem para ir ao site.

S. Josemaria Escrivá sobre a coragem e o dever dos cristãos


"Nunca queres "esgotar a verdade". - Umas vezes, por correção. Outras - a maioria -, para não passares um mau bocado. Algumas, para evitá-lo aos outros. E, sempre, por covardia.

Assim, com esse medo de aprofundar, jamais serás homem de critério.

Não tenhas medo à verdade, ainda que a verdade te acarrete a morte.

"Não gosto de tanto eufemismo: à covardia chamais prudência. - E a vossa "prudência" é ocasião para que os inimigos de Deus, com o cérebro vazio de idéias, tomem ares de sábios e ascendam a postos a que nunca deviam ascender"

S. Josemaria Escrivá, Caminho.

Cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino entre 2002-2008 sobre dança e música na Liturgia



Vi no A vida Sacerdotal.

"Sou cristão de verdade!" Entrevista de um bispo corajoso que honra o seu episcopado: Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

 Imagem disponibilizada pelo Fratres In Unum

Em oposição à covarde carta de um bispo, disponibilizada pelo blog do estranho Pe. Joãozinho, onde se diz que cada católico pode votar em quem quer que seja e se critica a oposição que vários católicos fazemos à cadidata Dilma Rousseff, leiam esta entrevista corajosa de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini concedida à revista Folha.

**
Folha - Mesmo com a recomendação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pela neutralidade na campanha, o senhor decidiu explicitar sua posição contrária à candidata Dilma Rousseff. Por quê?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini - Em primeiro ligar, que recomendação é essa? A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o mandamento "não matarás". Não tem esse negócio de "meio termo".

Folha - A candidata afirma que não defende a descriminalização do aborto. Mesmo assim, o senhor cita o nome dela no artigo.

Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não.

Folha - Como o senhor concluiu que ela tem essa posição? Isso nunca ficou claro e ela nega.

É o terceiro plano de governo que ela adota. Como percebeu que havia reação, foi mudando. Não vou recuar.

Folha - O senhor pretende levar ao conhecimento dos fiéis da diocese essa recomendação de não votar na candidata Dilma?

Os padres devem notificar ao povo a orientação do bispo. Eu não vou arredar o pé, não importa as consequências que eu venha sofrer, mas o que importa é minha consciência e seguir o Evangelho. Eu não tenho medo. O que pode acontecer? Deus saberá!
Folha - Inclusive nas missas, os padres vão tratar do tema? Vão citar o nome da candidata?

Tratar do tema, não. Podem citar o nome dela, porque vou mandar uma carta para os padres notificarem as pessoas da minha recomendação nas missas. Como cidadão, tenho direito de expressar minha opinião e, como bispo, tenho a obrigação de orientar os fiéis.

Folha - O senhor teme algum tipo de retaliação ou reação negativa, seja por parte da CNBB ou de partidários da candidata Dilma?

Sempre tem alguma coisa. Tenho recebido muitos e-mails. Não sei se são ameaças, mas contestando. Mas posso te dizer que muitos de apoio. As pessoas dizem: "finalmente alguém que usa calça comprida resolveu reagir".

Declaramos Explicitamente: Católico NÃO pode votar na Dilma Rousseff!


Pessoal, o dia das eleiçõs se aproxima e nós do Anjos de Adoração mais uma vez lançamos o apelo aos amigos e leitores para que NÃO votem na candidata Dilma Rousseff. Não obstante o estranhíssimo (bizarro, na verdade) apoio e/ou neutralidade de vários "católicos" e clérigos à suposta vitória da ex-terrorista e abortista senhora Dilma, nós precisamos ser coerentes e tentar, com o nosso pequeno mas valioso esforço, livrar o Brasil do flagelo do comunismo.

Saibam, caríssimos, que os votantes desta vil senhora serão cúmplices morais de tantos abortos e demais crimes contra a famíia, a educação, a liberdade, a dignidade humana.

Fiquei a saber, pela Teresa, de mais um site que busca abrir os olhos aos brasileiros que, por razões misteriosas e extra-terrestres, ainda mantêm qualquer tipo de simpatia pela abortista Dilma. Visitem: http://dilma.rousseff.net.br/ Este espaço contém uma quantidade interessante de material. Não deixem de ver e divulgá-lo.
Na próxima quarta, última antes das eleições, trataremos deste tema no Grupo Anjos de Adoração na Igreja Matriz de Santa Maria Madalena. Os amigos e leitores próximos estão convidados.

Deus os abençoe. Salve Maria!

Fábio.

23 de Setembro - Dia de S. Pio de Pietrelcina

Abaixo, uma pequena homenagem a este grande santo do nosso tempo.
No video, adaptação musical de uma oração de S. Pio de Pietrelcina feita por Celina Borges.

"Papa Bento XVI, desculpe-nos"


“O Papa. Uma desculpa. Queremos pedir desculpas por descrever Sua Santidade como o líder tirânico com botas militares de uma instituição corrupta empenhada no estupro de crianças e no extermínio de todo o continente africano. Agora aceitamos que é um homem idoso e doce, que fica feliz da vida quando beija os bebês e que este país tem muito a aprender da sua humanidade e preocupação pelos mais fracos da sociedade.”

Dominic Lawson, editorialista de The Independent, em sua coluna “Pope Benedict… an apology".

Confira todo o artigo na Zenit.

Uma crise de referenciais

Ontem à noite, na Santa Missa, eu escutava a frase do salmista: “... que não dá valor algum ao homem ímpio, mas honra os que respeitam o Senhor”, e pensava na crise de referenciais que vivemos hoje.

Se, há algum tempo atrás, os ídolos aclamados eram personagens que juntavam, um tanto artificialmente,  uma boa dose de vaidade com um discurso sobre os valores humanos, agora, num tempo de grande degradação moral, este último aspecto pode ser facilmente dispensado.

Eu particularmente me chateio muito quando vejo uma jovenzinha me pedindo pra pesquisar a história do Justin Bieber; quando ouço uma criança cantando músicas da Lady Gaga; quando vejo pré-adolescentes cantando loas aos emos.

 Não há mais qualquer sombra de virtude nestas coisas. Não importam mais os valores; mas apenas a lascívia que anima e dá um sentido (funesto) a todo este lixo televisivo-cultural-musical. É tudo uma porcaria só.

Tempo de valores invertidos, onde quem é inteligente é quem mente; onde quem é bonito é quem se deprava; onde quem é moderno é quem anda nu. Tempo de corpos esbeltos, mas de almas sujas, sombrias, sem luz.

Como ser cristãos neste contexto, senão assumindo a ordem de S. Paulo: “sereis luzeiros no meio de uma sociedade perversa e maliciosa”? Como ser cristão e não ser, como diz Nosso Senhor, “luz do mundo”, deste mundo que geme, como mulher em dores de parto, esperando o dia em que os filhos de Deus agirão como tais e colocarão fogo no mundo? Não é este fogo o que Nosso Senhor espera? “Eu vim trazer fogo à terra e só quero que arda”.

Como querer, ao contrário, conciliar a proposta de Cristo com a lama dos subvalores atuais? E ainda me vem um sujeito dizendo que os cristãos não vivem numa bolha, pelo que devem fazer a experiência de certas coisas mundanas com o propósito de as cristianizar?

O que é isto que se vê? Mesmo dentre os católicos, os mais famosos e mais aclamados são aqueles cujo discurso mais destoa do ensino da Igreja... Que tipo de “santidade moderna” é esta que querem implantar?

Pois é, meus caros. Sejamos quadrados e rústicos, como foi quadrada e rústica a cruz de Nosso Senhor. Não nos conformemos com este mundo; não traiamos nossa causa. Combatamos o bom combate e perseveremos até o fim. No final, isto é uma bela aventura. É o escândalo da Cruz, loucura para os pagãos, mas sabedoria e força para os filhos de Deus.

Bem dizia recentemente o nosso Santo Padre, um dia antes da beatificação do Cardeal Newman:

"Na nossa época, o preço a ser pago pela fidelidade ao Evangelho não é tanto o de ser enforcado, afogado ou esquartejado, mas muitas vezes significa ser apontado como irrelevantes, ridicularizados ou marcados como sinais de paródia."

E isto é a mesma coisa que nos diz Jesus:

"Felizes sereis vós quando, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós; alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa nos céus".

Sigamos o conselho do salmista: "[é feliz] quem não dá valor ao homem ímpio" e ainda "quem não senta na mesa dos escarnecedores". Que os mortos enterrem seus mortos; onde está o cadáver, aí estarão os abutres.

Nós, que somos da luz, não durmamos como os que são da noite, já dizia S. Paulo.
Aborreçamos o mal com o bem e honremos os que respeitam ao Senhor.

Quem tiver ouvidos, que ouça (não restart, ou cine ou porcaria que o valha), mas a voz dAquele que nos amou primeiro e nos pede coerência.

Fábio.

A alienação protestante do perdão divino


Todos já sabemos que hoje em dia o domínio da verdade é reputado ao escanteio, como se fosse coisa secundária, e em seu lugar se erige o ideal da "unidade", onde todo mundo tem que se juntar, independentemente de suas crenças fundamentais. Não é preciso falar da inconveniência desta posição, pois muitos já trataram e tratam disso constantemente.

Porém, observando um certo aspecto do protestantismo, dá pra ver como a coisa é bem nociva. Uns dirão que é implicância nossa; mas o mal do protestantismo é muito real.

Nós, católicos, já conhecemos, pelo menos um pouco, a nossa fraqueza. Com muita dificuldade e recorrente assistência à confissão, vamos caminhando às apalpadelas. Auxiliados pela graça, vamos persistindo no caminho. Compreendemos que, uma vez que tenhamos pecado mortalmente, não é suficiente apenas um sentimentozinho de ternura pra acender, de novo, a caridade na nossa alma. As disposições interiores são sim absolutamente necessárias, mas devem estar acompanhadas da ida objetiva a um sacerdote ordenado que, na pessoa de Cristo, nos dará a absolvição.

Em se tratando do protestantismo, a coisa fica muito complicada. Não negamos que muita gente lá deve estar animada de boa intenção, mas isto não faz com que elas se elevem ao plano teologal; ficam somente numa boa vontade moral. E, sem o auxílio sobrenatural da graça, a via evangélica torna-se impossível. Então, das duas uma: ou a pessoa percebe que não consegue, ou confundirá o Evangelho com qualquer outra coisa.

Sabemos que, no protestantismo, a ênfase é dada ao aspecto emocional. Portanto, ainda que o sujeito peque mortalmente, se por caso sentir que tudo ficou legal, o próprio protestantismo e sua visão equivocada das coisas como que legitimará esse engano. Dessa forma, além de o sujeito ter uma visão superficial da vida espiritual, a sua seita vai oferecer um suporte teórico pra sustentar este erro.

Não é precipitado dizer que há muita gente mergulhada no pecado mortal e que, porque sentiu alguma coisinha romântica,  pensa estar plenamente reconciliada com Deus. Nesta suposição, tranquilizam a própria consciência como se as trevas do pecado tivessem ido embora. Isto é muito similar à alienação que Marx atribui à religião, onde umas fantasias felizes impediriam o sujeito de ver a realidade mais dura e, dessa forma, garantiriam a sua não intervenção no sentido de modificar objetivamente o estado das coisas. Teríamos uma alegre conformidade com o mal.

No protestantismo, isto é perfeitamente aplicável, sobretudo no que diz respeito à necessidade da reconciliação com Deus. Obviamente que, nesta relação, Deus não é mero objeto inerte. Claro que ele conhece os corações e as suas intenções mais profundas. Não se trata de antecipar-se a respeito do destino destas pessoas, mas de lançar um olhar objetivo, iluminado pela Fé realmente cristã, sobre o atual estado em que elas se encontram.

Se compreendermos bem isto, poderemos concluir facilmente que, se alguém lhes quiser fazer algum bem real, deve pretender a sua conversão, ao contrário das aprovações irrefletidas e tapinhas nas costas que temos visto neste tempo relativista e avesso à verdade.

E ainda: considerando o valor infinito de cada alma humana, isto se torna um dever para os católicos. Creio que deveria haver organizações católicas especificamente com este fim, pois se o amor divino nos obriga a amar os homens, e se o amor se dá pelos atos, deveríamos agir sistematicamente e buscar a conversão dos nossos irmãos porque criados pelo mesmo Deus.

"Missa Jovem" no Santuário Nossa Senhora do Carmo em Curitiba com o Pe. Kleina


Missa? Isso aí é o Calvário? Só se forem os carrascos que zombaram de Nosso Senhor...

Católico não vota em comunista nem em abortista


Pessoal, pelo amor de Deus...
Quem vota em comunista e/ou em abortista definitivamente não é católico...

Clique na imagem acima para ir ao site "Salvem o Brasil" e adira à campanha. Divulgue...

VI Niver GRAA - breve explanação


Este ano, o Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA completa o seu 6º aniversário, graças a Deus. Todos os anos, a comemoração se dá a partir de um evento simples; geralmente, passamos o dia num lugar, onde há formações, onde rezamos, cantamos e, em geral, terminamos com a Santa Missa. Isso falando a "grosso modo" do que lá ocorre. Houve um ano que nossa "comemoração" se resumiu a apenas uma noite, onde tivemos a Santa Missa e uma mini-apresentação do GRAA, seguida de uma muito solta confraternização entre os presentes. Digo "solta" no sentido de "espontânea"... não vão me entender mal... rs.

Neste ano de 2010, porém, a proposta é diferente. Estaremos, por dois dias e uma noite, "trancados" num determinado local (ainda estamos vendo da disponibilidade dos locais possíveis), ou, na terminologia carismática, será um retiro "interno". Bem, não sei exatamente que tipo de retiro pode ser uma coisa "externa", visto que o termo "retiro" já sugere a idéia de se retirar...

Estamos, já, numa muito modesta divulgação. O auge da coisa ainda virá... Mas já há alguns interessados, sobretudo de outras cidades. Poucos, mas os há. Porém, chamou-me a atenção o que que disse um destes que virão: primeiro, certificou-se de que o retiro não seria carismático. Recebendo a confirmação de que não será, embora o rapaz seja carismático, isto o motivou ainda mais a querer fazer a experiência. Um outro homem, que ainda não pude conhecer, certificava-se também neste sentido (se realmente não era carismático), mas como condicional para vir.

Isto é muito interessante. De uns tempos para cá, os "retiros" carismáticos se tornaram muito frequentes. Eu mesmo, na minha adolescência, participei de inúmeros e os chamados "retiros de carnaval" realmente deixam uma viva impressão, pelos menos os primeiros. A coisa, porém, atingiu tal popularidade que, por algum tempo, em alguns lugares, gozava quase de total exclusividade. Não que não houvesse outros retiros ou outras pessoas interessadas em outras vertentes; mas a comparação era muito desigual. Isto somente se acentuava se considerarmos que, à alternativa dos carismáticos, apenas víamos os membros da linha da Teologia da Libertação organizando, também, os seus eventos ainda menos retirados.

Estes encontros que costumavam haver (e ainda os há aos montes) são chamados retiros apenas por uma confusa analogia com os retiros propriamente ditos. Os retiros tradicionais, como sabemos, primam realmente pelo silêncio e pela experiência do encontro com Nosso Senhor e dos retirantes consigo mesmos, o que é difícil de se fazer sem um mínimo recolhimento. Estes outros eventos em alta, porém, embora concentrassem um certo número de pessoas num dado local, não os levavam a uma experiência, de fato, silenciosa ou retirada. E isto provoca um certo paradoxo: tudo fica, à primeira vista, muito atrativo, o que garante a presença de uma maior quantidade de pessoas; mas, tende-se, assim, à superficialidade, sem falar que as próprias motivações dos participantes podem não ser das melhores.

Em toda época se reconheceu que, numa conversão verdadeira, sempre há um "quê" de dificuldade, de renúncia. Nesta perspectiva, uma "mudança de vida" decidida em meio a uma "festa" soa meio desafinado. 

Um outro problema, e talvez ainda maior, é que estas concentrações animadas de pessoas pretendem obter conversões em massa. No entanto, aí se dá um acontecimento muito curioso: muita gente pensa ter-se tornado católica porque sentiu certas coisas. A partir de então, o sujeito até irá às Missas numas semanas seguintes; mas, só com o que "experimentou" lá, ele não sustenta a caminhada. Quem falou que é possível tornar-se católico sem aprender racionalmente o que a Igreja ensina?

Depois, outro problema é a expectativa que tais encontros causam. Simplesmente, muita gente espera ouvir coisas que movam a sua sensibilidade. Onde fica o aspecto racional? Neste sentido, um testemunho bem emotivo que arranque lágrimas é muito bem aclamado, enquanto que uma pregação sobre um dogma da Igreja que, porém, não provoque arrepios e coisas semelhantes, é vista como um hiato na "graça" do encontro. Quantas vezes eu mesmo considerei dessa forma a pregação de um bispo não carismático que, num retiro carismático, dava a sua generosa participação.

Lidar com estas coisas requer maturidade. Nós do Anjos de Adoração temos que tratar sempre com jovens provindos, no mais das vezes, de uma espiritualidade carismática e podemos dizer com propriedade que não é fácil de certa forma "frustrar" certas expectativas e, ainda assim, manter o sujeito animado.

Sei que os carismáticos, na maior parte das vezes, têm muito boa intenção. Mas a coisa fica muito a desejar. Há, de fato, mudanças de vida; mas também há a apresentação de pressupostos errados que dificultam uma adesão mais séria.

O post nem era pra tratar disto, mas se escrevo tais coisas é por estar animado de carinho, também pelos meus tantos amigos carismáticos, muitos dos quais me lerão, e que já sabem da minha posição a este respeito, que nunca escondi.

Enfim, o VI Aniversário do Grupo de Resgate Anjos de Adoração vem aí; será nos dias 3, 4 e 5 de dezembro. E não será um evento carismático porque nós não somos carismáticos. Porém, os carismáticos são muito bem vindos, também pra conhecer outra espiritualidade. Não será, também, nenhum retiro monástico..rs... Como lidamos, sobretudo, com jovens, e somos todos jovens também, claro que haverá coisas tipicamente jovens; porém, não se entenda "coisas jovens" como "irresponsáveis" ou "promotoras de sensualidade". Isto não haverá...

Inscrições abertas. Fazer com os próprios membros do GRAA...

Tema: Provai e vede como o Senhor é bom.

Dúvidas, críticas, conselhos, recomendações, escrevam nos comentários. 

Abraço. Pax.

Fábio.

Monsenhor Richard Williamson - Ótimo video

Dia de Nossa Senhora das Dores - Sequência da Liturgia de Hoje


Ó santa mãe, por favor,
Faze que as chagas do amor
Em mim se venham gravar.

O que Jesus padeceu
Venha a sofrer também eu,
Contigo sempre chorar!

Quero ficar junto à cruz,
Velar contigo a Jesus
E o teu pranto enxugar.

Virgem mãe tão santa e pura,
Vendo eu a tua amargura,
Possa contigo chorar.

Que de Cristo eu traga a morte,
Sua paixão me conforte,
Sua cruz possa abraçar!

Em sangue as chagas me lavem
E no meu peito se gravem, 
Para não mais se apagar.

No julgamento consegue
Que às chamas não seja entregue
Quem soube em ti se abrigar.

Que a santa cruz me proteja,
Que eu vença a dura peleja,
Possa do mal triunfar!

Vindo, ó Jesus, minha hora,
Por essas dores de agora,
No céu mereça um lugar.

Da inconveniêcia das palmas na Santa Missa

Dom Roberto Francisco

Primeiramente porque não existe o gesto litúrgico de bater palmas, a única referência que a CNBB autoriza como facultativo é no rito de ordenação depois de ser aceito o candidato, que como podemos apreciar não é um contexto celebrativo.

Porque não se adequa a teologia da Missa que conforme a Carta Apostólica Domenica Caena de João Paulo II do 24/02/1980, exige respeito a sacralidade e sacrificialidade do mistério eucarístico: “0 mistério eucarístico disjunto da própria natureza sacrifical e sacramental deixa simplesmente de ser tal”. Superando as visões secularistas que reduzem a eucaristia a uma ceia fraterna ou uma festa profana. Nossa Senhora e São João ao pé da cruz no Calvário, certamente não estavam batendo palmas.

Porque bater palmas é um gesto que dispersa e distrai das finalidades da missa gerando um clima emocional que faz passar a assembléia de povo sacerdotal orante a massa de torcedores, inviabilizando o recolhimento interior.

Porque o gesto de bater palmas olvida e esquece duas importantes observações do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre os desvios da Liturgia : “A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado. Muitos pensaram e disseram que a Liturgia deve ser feita por toda comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém, terminou por dispersar o propium litúrgico que não deriva daquilo que nós fazemos, mas, do fato que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer. Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se: o que nela se manifesta é o absolutamente Outro que, através da comunidade chega até nós. Isto é, surgiu a impressão de que só haveria uma participação ativa onde houvesse uma atividade externa verificável : discursos, palavras, cantos, homilias, leituras, apertos de mão .... Mas ficou no esquecimento que o Concílio inclui na actuosa participatio também o silêncio, que permite uma participação realmente profunda, pessoal, possibilitando a escuta interior da Palavra do Senhor. Ora desse silêncio , em certos ritos, não sobrou nenhum vestígio".

Finalmente porque sendo a Liturgia um Bem de todos, temos o direito a encontrarmos a Deus nela, o direito a uma celebração harmoniosa, equilibrada e sóbria que nos revele a beleza eterna do Deus Santo, superando tentativas de reduzi-Ia a banalidade e a mediocridade de eventos de auditório.

+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói

A Sabedoria da Cruz está acima de qualquer outra

S. Luís Maria Grignion de Montfort

Amigos da Cruz, que estudais um Deus crucificado, o mistério da cruz é um mistério desconhecido dos Gentíos, repelido pelos Judeus e desprezado pelos hereges e pelos maus católicos; é, porém, o grande mistério que deveis aprender praticamente, na escola de Jesus Cristo, e que somente em sua escola podeis aprender. Procurareis em vão, em todas as academias da antiguidade, um filósofo que vô-lo haja ensinado; consultareis em vão a luz dos sentidos e da razão; não há senão Jesus Cristo que, por sua graça vitoriosa, vos possa ensinar e fazer saborear este mistério.

Tornai-vos hábeis, pois, nesta ciência supereminente, sob a direção de tão grande mestre, e tereis todas as outras ciências, pois ela as contém a todas soberanamente. É ela a nossa filosofia natural e sobrenatural, nossa teologia divina e misteriosa, e nossa pedra filosofal, que muda, pela paciência, os metais mais grosseiros em metais preciosos, as dores mais agudas em delícias, as pobrezas em riquezas, as humilhações mais profundas em glórias. Aquele dentre vós que melhor sabe levar a sua cruz, mesmo que não conheça o A nem o B, é o mais sábio de todos.

Escutai o grande São Paulo, que ao voltar do terceiro céu, onde conheceu mistérios ocultos aos próprios Anjos, exclamava não saber e não querer saber senão Jesus Cristo crucificado. Regozijai-vos, pobre idiota, ou pobre mulher sem espírito e sem ciência: se souberdes sofrer alegremente, sabereis mais que um doutor da Sorbonne que não soube sofrer tão bem quanto vós... 

S. Luís Maria Grignion de Montfort, Carta aos Amigos da Cruz

Espiritualidade da Cruz - Sta Catarina de Sena


Penso que ninguém consegue participar dos benefícios da graça (divina) se o seu coração e o seu afeto não se enxertarem no ardente amor do Filho de Deus. Sem tal enxerto seria insuficiente para nós a união da natureza divina com a humana, e da natureza humana com a divina (em Cristo). De fato, além disso vemos o Homem-Deus correndo em direção à morte na cruz. O Verbo enxertou-se na cruz, lavou-nos no seu sangue e fez germinar como flores e frutos as virtudes. Eis o que fez o enxerto do amor. Um amor cálido, luminoso e atraete, que amadureceu as virtudes tirando-lhes toda acidez. Tudo porque o Verbo divino enxertou-se na natureza humaa e, depois, também na santíssima cruz. Antes (da encarnação) as virtudes eram imperfeitas e nenhuma delas conduzia ao porto da vida. A caminhada de Adão, realizada na desobediência, não fora ainda corrigida pela obediência do Verbo, Filho Unigênito de Deus.

Digo-vos porém que, apesar de toda essa suave união, a humanidade não consegue participar da graça, se não assumir com amor o amor paciente do Filho de Deus, trilhando seus passos. Por sermos árvores estéreis, improdutivas, temos que nos enxertar na árvore da cruz, árvore que é Jesus Cristo. Caríssimo e reverendo pai, quem terá um coração tão endurecido, que resista ao conhecer o inefável amor que lhe devota o Criador, e não se enxerte em Cristo, amando? Não entendo como poderá agir assim! Tantos enxertam-se na árvore do demônio: amam a si mesmos, os prazeres, as honras, as riquezas do mundo, com muito orgulho e vaidade. Ai! Tais pessoas privam-se da vida de Deus, tornam-se árvores estéreis, mortas. Alimentam-se do que vivem, encaminham-se para a condenação eterna. Pois suas ações são vícios e pecados. Camiham fora da estrada e dos ensinamentos do Verbo encarnado. Vão no escuro, espiritualmente mortos e muito infelizes.

Não vivem desse modo aqueles que trilham a senda da verdade, com o entendimento atento. Estes sabem que por si mesmos nada são; gratos, afirmam que tudo receberam gratuitamente de Deus, sem nenhum mérito pessoal. Desse modo crescem seu amor por Deus e seu ódio ao pecado e à concupiscência. Em força de tal amor e ódio, tais pessoas enxertam-se pela humildade no sofrido e consumado amor do Filho de Deus. Aparecem, então, os frutos, isto é, as virtudes que aperfeiçoam a própria alma e as almas do próximo. O cristão torna-se zeloso da glória divina e da salvação dos irmãos. É muito importante e necessário atingir a união com Cristo. Sem isso, eu dizia antes estar desejosa de vos ver enxertado na árvore da cruz. Peço-vos, então, por amor de Cristo crucificado, que vos esforceis, sem negligência. Não continueis dormindo o sono do descuido, pois o tempo é breve e a caminhada é longa.

Sta Catarina de Sena, Cartas Completas, Espiritualidade da Cruz.

A Missa faz a cristandade, sociedade vivendo à sombra da Cruz


Mons. Marcel Lefebvre

É pois em torno do Sacrifício da Missa que se organiza a Igreja, Corpo Místico de Nosso Senhor. Em torno do Sacrifício da Missa viverá o sacerdote para edificar este corpo místico; pela pregação ele atrairá as almas para se purificarem nas águas do batismo e se tornarem dignas de participar do Sacrifício Eucarístico de Jesus, comunhão da divina Vítima e assim sempre se unir mais à Trindade Sata, inaugurando já aqui embaixo a vida celeste e eterna.

É da Cruz também que a graça do casament, recebida no Sacrifício da Missa, construirá a Cristandade ou o reino social de Jesus crucificado, na família e na sociedade. A Cristandade é a sociedade vivendo à sombra da Cruz, da Igreja paroquial em forma de Cruz, com a Cruz na torre, abrigando o altar do Calvário renovado constantemente, onde as almas nascem para a graça e se mantêm pelo ministério dos padres que são outros Cristos.

A Cristandade é o lugarejo, são as vilas, as cidades, o país que à imitação do Cristo na Cruz, cumprem a lei do amor sob a influência da vida cristã da graça. A Cristandade é o Reino de Jesus; as autoridades desta Cristandade se dizem "Tenentes de Jesus Cristo", encarregados de fazer aplicar sua lei, de proteger a fé em Jesus Cristo e de ajudar por todos os meios seu desenvolvimento, sempre de acordo com a Igreja.

Realmente pode-se dizer que todas as coisas boas da Cristandade vêm da Cruz de Jesus e de Jesus crucificado, é uma ressurreição da humanidade decaída, graças à virtude do sangue de Jesus Cristo.

Mons. Marcel Lefebvre, A Vida Espiritual Segundo São Tomás de Aquino, Cap VII, pg 76-77.

Belo Texto: Juan Donoso Cortés sobre o bom espírito de combatividade católica

 Fizeram isto com Ele. E você, vai mesmo se recusar a lutar?

Transcrevo este belo texto, disponibilizado pela Teresa, sobre a luta que nenhum de nós deve se abster de travar. Ponho-o aqui também para que não se interprete erroneamente o que, vez ou outra, escrevo...rs.

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"Não me digas que não queres combater; porque no exacto momento em que o dizes, já estás a combater. Nem digas que ignoras a que lado deves inclinar-te; porque no mesmo instante em que o dizes, já escolheste um [o de lá].

Não afirmes que queres ser neutro; porque, quando pensas sê-lo, já não o és. Nem me assegures que permanecerás indiferente; porque escarnecerei de ti, dado que, ao pronunciares tal frase, já tomaste partido.

Não te canses em procurar asilo seguro contra os açoites da guerra, porque cansar-te-ás inutilmente. Esta guerra dilata-se tanto quanto o espaço e prolonga-se tanto como o tempo.

Somente na Eternidade, Pátria dos justos, poderás encontrar descanso; porque só lá não haverá combate. Não presumas, advirto-te, que se abrirão para ti as portas da Eternidade feliz, se não mostrares primeiro as cicatrizes que trazes do combate; porque aquelas portas não se abrem a não ser para aqueles que combateram aqui os combates do Senhor gloriosamente, e para os que vão, tal como Cristo, ser nesta vida já crucificados."

(Juan Donoso Cortés, “Ensaio sobre o Catolicismo, o Liberalismo e o Socialismo”, - edição de 1965, página 344) 

Atitudes erradas na Fé: respeitos humanos e violência a priori

Para quem acompanha com certa assiduidade os blogs e sites católicos, graças a Deus inumeráveis hoje em dia, as coisas por aí começam a aparecer sem a nuvem que antes as encobriam. Quero dizer: uma vez que se distinga o que é, de fato, o catolicismo, a enorme onda de discrepâncias que assolam a Igreja vai se fazendo notar. Naturalmente, a uma visão mais clara se segue uma conduta mais firme, mais decidida, isto é, menos politicamente correta, menos morna.

Quem vive o seu catolicismo com o intuito de não despertar animosidades, faz disto a  motivação  da sua fé e não pode ficar sem trair a verdade. Não digo que o objetivo seja despertar estas tensões, mas é bom compreender que a firme adesão a qualquer coisa que se ame, naturalmente atrai, seja a admiração, seja o desgosto de outros. Quem, ao contrário, busca somente agradar a todo mundo, apenas prova que não ama verdadeiramente nada, a não ser a si mesmo.

É muito interessante notar que Jesus afirma, categoricamente, que os seus discípulos seriam, também, perseguidos, "pois o servo não é maior que o Senhor". Esta perseguição supõe a tomada de uma posição explícita, o que sempre desgosta a alguém. Não se pode pretender agradar a todo mundo sem que se abra mão da sinceridade. Ou, como diz Nosso Senhor: "Não podeis servir a dois senhores".

Então, o primeiro traço dos capituladores da Fé é o excessivo respeito com tudo. É o que Pio XII chamou de "falso irenismo": tudo torna-se aceitável desde que as relações pacíficas não sejam rompidas. O campo da verdade, neste contexto, pouco importa. É o relativismo doutrinal em função dos respeitos humanos. Terrível!

Há, porém, um outro ponto a se evitar. Os que começam a ver este contexto com uma certa clareza, naturalmente terão qualquer tipo de indignação por esta atitude covarde de uma apostasia prática. Isto pode tender a despertar uma reação maximamente contrária, não digo fidelíssima, mas violentíssima, que tenha como objetivo primário a criação de tensões. Isto também é problemático.

Se os enfrentamentos estão presentes na vida cristã, eles não são senão consequência da coerência de um sujeito com os princípios que adotou. Isto quer dizer que as tensões são posteriores à adesão. Há, porém, quem simplesmente adira a algo já em vista do que isto pode gerar. Há quem se delicie na admiração da própria capacidade de causar estranheza. Isto, além de imaturidade, é tão somente outra forma velada da mesma vaidade anterior.

Porém, estes diversos tipos de erro podem ser todos evitados se começamos a considerar a Fé como algo muito sério. Isso mesmo: pode ser muito comum que alguém milite pela Fé e, no fundo, apenas o faça por diversão. Seria como uma "brincadeira de adultos". Para que se compreenda, de fato, o que é a Fé Cristã, estas criancices devem ser deixadas. Certos tipos de arrogâncias que se tornou comum observar por aí apenas revelam a compreensão pueril que alguns têm da Religião. Parece, nestes casos, ter havido qualquer tipo de mera apropriação dos conceitos, ao invés de um mergulho no abismo  da Fé que deve caracterizar a adesão cristã.

A proposta é, então, ver no Cristianismo algo seríssimo; tão sério que valha o investimento da própria vida. A lógica, então, torna-se outra: quando percebo que Ele me ultrapassa infinitamente, não mais tendo a usá-lo como meio de auto-promoção. É aí que o homem velho, escondido sob a capa de uma devoção artificial, é realmente golpeado; começa aí o verdadeiro combate e é neste ambiente que surgem, em todo o seu verdadeiro brilho, para além dos conceitos, as virtudes cristãs: a humildade, o amor, a pureza, a santidade.

Enquanto pensarmos que o bom odor de Cristo pode ser exalado a partir da nossa própria violência, o máximo que conseguiremos é um horrível cheiro de suor. Claro... haverá quem diga que é preciso educar o nariz para perceber a sutileza de tal cheiro... Há discurso pra tudo. Porém, quando realmente O encontramos e deixamos de brincar, então a Fé, a Igreja, os Valores... tudo isto brilha e encanta.

É como dizia Sto. Agostinho:
"Chamaste e rompeste a minha surdez"
"Brilhaste e venceste a minha cegueira"
"Exalaste perfume e respirei".

Todos estes efeitos supõem um contato primeiro com Ele. Do contrário, seriam apenas conceitos repetidos... notícia sem substância.

Sejamos, portanto, bons católicos.
Tratemos Nosso Senhor com seriedade.

Fábio

Ps.: Não me entendam mal, pelo amor de Deus..rs.
Qualquer dúvida, pergunta aí...

Breves recomendações de posts...

Ainda nas proximidades do último 7 de setembro, dia em que uma fumaça estranha que circulou por certas partes do Brasil, fumaça que, embora saibamos de onde vem, insiste em associar-se às coisas católicas, destaco dois posts:

1- A nota de agradecimento de D. Aldo Paggoto aos que apoiaram a sua atitude de manter-se católico e desaprovar o famoso evento do Grito dos Excluídos, bem como ser contra o plebiscito pelo limite da propriedade da terra. Leiam aqui.

2- O hilário Frei Rojão faz também um breve comentário sobre o Grito. Leiam aqui.

Campanha de Oração pela Salvação do Brasil


Disponibilizado pelo blog En Garde:
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A nossa Terra de Santa Cruz enfrenta um de seus piores momentos. O comunismo galopa como o cavaleiro vermelho do Apocalipse, trazendo consigo os flagelos do aborto, da destruição da família, da perseguição religiosa, do ateísmo programático, do narcotráfico.

Em Pernambuco, a Virgem apareceu em 1936 advertindo que o Brasil passaria por uma sangrenta Revolução que instauraria o comunismo no país e traria sofrimento e dor ao povo brasileiro. Com o sangue dos cristãos nas mãos, a Virgem pediu que rezássemos o Santo Terço, em devoção ao Imaculado Coração de Jesus e ao Sagrado Coração de Maria, contra a comunistização do país e em favor da exaltação da Santa Cruz. Pediu penitência e oração.

Esse é o momento de atendermos ao pedido da Virgem!

1000 Ave-Maria's pelo Brasil!

Rezemos o Santo Terço diariamente, até o dia das Eleições, adicionando a início a seguinte petição: "Nossa Senhora Aparecida, livrai o Brasil do flagelo do comunismo!"

Se cada católico brasileiro comprometer-se um Terço pelos 20 dias anteriores à Eleição, teremos rezado 1000 Ave-Maria's, cada um, pelo nosso país!

Comprometamo-nos a rezarmos diariamente o Santo Terço até o fim do pleito, atendendo ao pedido da Virgem, nesta hora difícil que se avizinha.

Caso contrário, com o advento do comunismo, do aborto e da destruição do matrimônio e da família, advirá sobre nós também a Ira de Deus; lembremo-nos que a Virgem disse em La Salette que "a mão do Seu Filho já pesava demais, e já não conseguia segurá-La".

Rezemos, pois!

Replique em seu Blog e listas este apelo, no Brasil e no exterior! Faça chegar o apelo da Virgem a todo o Brasil, pelas diversas mídias católicas: TV's, rádios, Blogs, jornais, revistas... tudo!

A Virgem pediu, a Mãe pediu: nós atendemos! Rezemos!

Recorramos à Virgem Santíssima, Porta dos Céus e Refúgio dos Pecadores! Consagremos a nós mesmos e ao Brasil ao Coração Imaculado de Maria!

Bispos do Brasil, consagrem a Terra de Santa Cruz ao Coração Imaculado de Maria, pois Ela prometeu em Fátima: "No fim, meu Imaculado Coração triunfará!"

Mãe Maria, Nossa Senhora Aparecida, Rainha do Brasil, rogai por nós!

Escutei ao acaso...


Uma mulher fala pra uma garota: "... hoje em dia, com os meios de comunicação, vê-se aí a importância de se preservar contra as doenças (sexualmente transmissíveis), principalmente contra a gravidez."

08 de setembro, dia da Natividade de Nossa Senhora



“O amor à nossa Mãe será sopro que atice em fogo vivo as brasas de virtude que estão ocultas sob o rescaldo da tua tibieza.” (S. Josemaría Escrivá, Caminho, 492)

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S. João Damasceno
 
Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria do mundo inteiro! Se os gregos destacavam com todo o tipo de honras – com os dons que cada um podia oferecer – o aniversário das divindades, impostos aos espíritos por mitos mentirosos que obscureciam a verdade, e também o dos reis, mesmo se eles fossem o flagelo de toda a existência, que deveríamos nós fazer para honrar o aniversário da Mãe de Deus, por quem toda a raça mortal foi transformada, por quem o castigo de Eva, nossa primeira mãe, foi mudada em alegria? Com efeito, uma ouviu a sentença divina: «Darás à luz no meio de penas»; a outra ouviu, por seu turno: «Alegra-te, oh Cheia de Graça». À primeira disse-se: «Inclinar-te-ás para o teu marido», mas à segunda: «O Senhor está contigo». Que homenagem ofereceremos então nós à Mãe do Verbo, senão outra palavra? Que a criação inteira se alegre e festeje, e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza num estado melhor, pela mediação da humanidade. Porque  se o homem, que ocupa o meio entre o espírito e a matéria, é o  laço de toda a criação, visível e invisível, o Verbo criador de Deus, ao se unir à natureza humana, uniu-se através dela a toda a criação. Festejemos assim o desaparecimento da humana esterilidade, pois cessou para nós a enfermidade que nos impedia a posse dos bens.

Oh Joaquim e Ana, casal venturoso! Toda a criação está em dívida para convosco, porque através de vós ela pôde oferecer ao Criador o dom – entre todos o mais excelso – de uma Mãe venerável, a única digna d’Aquele que a criou. Ditosos os rins de Joaquim, de onde saiu uma semente totalmente imaculada, e admirável o seio de Ana, graças ao qual se desenvolveu lentamente, onde se formou e de onde nasceu uma tão santa criança! Oh entranhas que levastes um céu vivo, mais vasto que a imensidade dos céus! Oh moinho onde foi amassado o Pão vivificante, segundo as próprias palavras de Cristo: «Se o grão de trigo não cair na terra e morrer, ficará só». Oh seio que aleitaste aquela que alimentou o Aquele que alimenta o mundo! Maravilha das maravilhas, paradoxo dos paradoxos! Sim, a inexprimível Encarnação de Deus, cheia de condescendência, devia ser precedida por estas maravilhas. Mas como prosseguirei? O meu espírito está fora de si, dividido que estou entre o temor e o amor; o meu coração bate e a minha língua move-se: não posso suportar a alegria, as maravilhas deitam-me por terra, o ardor apaixonado aprisionou-me num arrebatamento divino.  Que o amor vença, que o temor desapareça e que cante a cítara  do Espírito: «Alegrem-se os céus, exulte a terra»!

Hoje as portas da esterilidade abrem-se, e uma porta virginal e divina avança: a partir dela, por ela, o Deus que está acima de todos os seres deve «vir ao mundo» «corporalmente», segundo  a expressão de Paulo, ouvinte dos segredos inefáveis. Hoje, da raiz de Jessé saiu uma vergôntea, de onde surgirá para o mundo uma flor substancialmente unida à divindade.

Hoje, o «Filho do Carpinteiro», O Verbo universalmente ativo d’Aquele que tudo construiu por Ele, o Braço Poderoso do Deus Altíssimo, querendo afiar pelo Espírito - que é como o seu dedo – a lâmina embotada da natureza, construiu para Si uma escada  viva, cuja base está firmada na terra, com o cimo a tocar os céus: Deus repousa sobre ela. É dela a figura que Jacob contemplou, e por ela Deus desceu da Sua imobilidade, ou melhor, inclinou-Se com condescendência, tornando-Se assim «visível sobre a terra, e conversando com os homens». Estes símbolos representam a Sua vinda ao meio de nós, o seu abaixamento condescendente, a sua existência terrena, o verdadeiro conhecimento d’Ele próprio, dado a todos aqueles que estão sobre a terra. A escada espiritual, a Virgem, está fixa na terra, pois na terra ela tem a sua origem, mas a sua cabeça eleva-se até ao céu. A cabeça de toda a mulher é o homem, mas para ela, que não conheceu homem, Deus Pai ocupa o lugar de sua cabeça: pelo Espírito Santo, Ele concluiu uma aliança e, como semente divina e espiritual, enviou o Seu Filho e Verbo, força omnipotente. Em virtude do beneplácito do Pai, não é por uma união natural, mas é superando as leis da natureza, pelo Espírito Santo e pela Virgem Maria, que o Verbo Se fez carne e habitou entre nós. É por aqui que se vê que a união de Deus com os homens se cumpre pelo Espírito Santo.

Hoje é edificada a Porta do Oriente, que dará a  Cristo «entrada e saída», e «essa porta estará fechada». Nela está Cristo, «a Porta das Ovelhas», e «o Seu nome é Oriente»: por Ele obtivemos acesso ao Pai das Luzes. Hoje sopraram as brisas anunciadoras duma alegria universal. Alegre-se o céu nas alturas, que debaixo dele «exulte a terra», que os mares do mundo bramam, porque no mundo acaba de ser concebida uma concha, a qual pelo clarão celeste da divindade conceberá em seu seio, gerando a pérola inestimável, Cristo. Dela sairá o «Rei da Glória», revestido da púrpura de sua carne, para «visitar os cativos», e «proclamar a libertação». Que a natureza transborde de alegria: a cordeirinha vem ao mundo, graças à qual o Pastor revestirá a ovelha, tirando-lhe as túnicas da antiga mortalidade. Que a virgindade forme os seus coros de dança, pois nasceu a Virgem  que, segundo Isaías, «conceberá e dará à luz um filho, que será chamado Emmanuel, o que quer dizer "Deus conosco"».

«Bendito o que vem em nome do Senhor», «o Senhor é  Deus, e iluminou-nos»; «Celebremos uma festa» para o nascimento da Mãe de Deus. Rejubila, Ana, «estéril que não davas à luz;  ri de alegria e de júbilo, tu que não tiveste as dores de parto»! Rejubila, Joaquim: de tua filha «um menino nos nasceu, um filho nos foi dado  (...) e ser-lhe-á dado este nome: Anjo do grande Conselho (quer dizer, Salvação do Universo) Deus Forte». (...) «Se alguém não reconhece por Mãe de Deus a Santa Virgem, está separado da divindade». A frase não é minha, mas no entanto pertence-me: recebi-a como precioso tesouro e herança teológica do meu pai Gregório, o Teólogo.

Oh Joaquim e Ana, casal bem-aventurado e verdadeiramente sem mancha! Pelo fruto do vosso seio fostes reconhecidos, segundo a palavra do Senhor: «Pelos seus frutos os reconhecereis». A vossa conduta foi agradável a Deus e digna daquela que nasceu de vós. Tendo levado uma vida casta e santa, engendrastes a jóia  da virgindade, aquela que deveria permanecer Virgem antes, durante e depois do   20 parto, a única sempre Virgem de espírito, de alma e de corpo. Convinha, de fato, que a virgindade saída da castidade produzisse a Luz única e monógena, corporalmente, pela benevolência  d’Aquele que A gerou sem corpo – o Ser que não gera, mas que é eternamente gerado, para Quem ser gerado é a única qualidade própria da Sua Pessoa. Oh que maravilhas, e que alianças estão neste menino!  Oh Filha da esterilidade, virgindade que engravida, nela se unirão divindade e humanidade, sofrimento e impassibilidade, vida e morte, para que em todas as coisas o menos perfeito seja vencido pelo melhor! E tudo isto para minha salvação, oh Mestre! Amas-me tanto que não realizaste esta salvação nem pelos anjos, nem por nenhuma outra criatura, mas tal como já a minha criação, também a minha regeneração foi Tua obra pessoal. Assim, eu exulto, faço despertar a minha alegria e o meu júbilo, volto à fonte das maravilhas, e embriagado de uma torrente de alegria, toco de novo a cítara do espírito e canto  o hino divino da natividade.

Oh Joaquim e Ana, casal castíssimo, «par de rolas» no sentido místico! Observando a lei da natureza, a castidade, merecestes os dons que ultrapassam a natureza: gerastes no mundo uma Mãe de Deus sem esposo. Depois de uma existência santa e piedosa numa natureza humana, gerastes uma filha superior aos anjos e que agora reina sobre eles. Oh Filha graciosíssima e dulcíssima, oh lírio nascido entre os espinhos, da descendência nobilíssima e real de David! Por ti a realeza encheu-se com o sacerdócio; por ti foi cumprida «a mudança da Lei», e revelado o espírito escondido sob a letra, pois que a dignidade sacerdotal passou da tribo de Levi à de David. Oh Rosa nascida dos espinhos do judaísmo, que enche o universo de um perfume divino! Oh filha de Adão e Mãe de Deus! Ditosos os rins e o seio de onde surgistes! Ditosos os braços que te levaram, os lábios que experimentaram os teus castos beijos, os lábios de teus pais, para que em tudo tu fosses eternamente virgem. Hoje é para o mundo o início da salvação. «Aclamai o Senhor, terra inteira, cantai, exultai,  tocai instrumentos». Elevai a vossa voz, «fazei-a escutar sem temor», porque na Santa Probática nos nasceu uma Mãe de Deus, de quem quis  nascer o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Tremei de alegria, oh montanhas, naturezas racionais, voltadas para o cume da contemplação espiritual: a montanha do Senhor, refulgente, vem ao mundo, ultrapassando todas as montanhas e todas as colinas, isto é, os anjos e os homens; dela, sem intervenção da mão do homem, Cristo quis desprender-Se, Ele que é a Pedra Angular, Pessoa Una, que aproxima em Si aquilo que está distante: a divindade e a humanidade, os anjos e os homens, os gentios e o Israel carnal  num só Israel espiritual. «Montanha de Deus, montanha de abundância, montanha que Deus escolheu para Seu repouso. Os carros de Deus vêm aos milhares, com seres refulgentes» da graça divina, querubins e serafins.

Oh cume mais santo que o Sinai, não coberto nem por fumo, nem por trevas, nem por tempestades, nem sequer por fogo perecível, mas pelo esplendor que ilumina do Santíssimo Espírito. No Sinai, o Verbo de Deus tinha gravado a Lei sobre tábuas de pedra, pelo Espírito, dedo divino; aqui, pela ação do Espírito Santo e pelo sangue de Maria, o próprio Verbo encarnou, dando-se à nossa natureza como um remédio de salvação mais eficaz. Antes, era o maná; aqui, está Aquele que deu o maná e a sua doçura.

Que a morada célebre que Moisés construiu no deserto com matérias preciosas de todo o tipo, e ainda antes dela a morada do nosso pai Abraão, se apaguem diante da morada de Deus, viva e espiritual. Ela foi o repouso, não só da energia divina, mas da Pessoa  do Filho, que é Deus, presente substancialmente. Que a arca recoberta de ouro reconheça que não tem nada de comparável com Maria, e da mesma forma a urna de ouro com o maná, o candelabro, a mesa e todos os objetos do culto antigo: eles foram honrados porque todos a prefiguravam, como sombras do verdadeiro protótipo.

Oh filha toda santa de Joaquim e de Ana, que escapaste aos olhares dos Principados e das Potestades e aos «assédios inflamados do maligno», e que viveste no tálamo do Espírito, para seres guardada intacta e te tornares esposa de Deus e Mãe de Deus por natureza! Oh filha toda santa, que apareceste nos braços de tua mãe, tu és o terror das potências de rebelião! Oh filha toda santa, alimentada do leite maternal, e rodeada das legiões angélicas! Oh filha amada de Deus, honra de teus pais, gerações de gerações te proclamam bem aventurada, como tu própria o afirmaste com verdade!

Oh filha sempre Virgem, que pode conceber sem intervenção humana, porque Aquele que concebeste tem um Pai Eterno! Oh  filha da raça terrena, que levas em teus braços divinamente maternais o Criador! Os séculos rivalizavam entre si para saber qual deles se honraria de te ver nascer, mas o desígnio fixado antecipadamente de Deus, «que fez os séculos» colocou fim a essa rivalidade, e os últimos tornaram-se os primeiros, eles a quem foi atribuída a felicidade da tua Natividade. Na verdade, tu és mais preciosa que toda a criação, pois só de ti o Criador recebeu em partilha as primícias da nossa matéria humana. A Sua Carne foi feita da tua carne, o Seu Sangue do teu sangue; Deus alimentou-Se do teu leite, e os teus lábios tocaram os lábios de Deus. Oh maravilhas incompreensíveis e inefáveis! Na presciência da tua dignidade, amou-te o Deus do universo; porque te amou, predestinou-te, e nos «últimos tempos», chamou-te à existência, e constituiu-te Mãe para gerar um Deus e alimentar o Seu próprio Filho e Verbo.

(...)É neste seio que o Ser ilimitado veio habitar; do seu leite se alimentou Deus, o Menino Jesus. Oh porta de Deus, sempre virginal! Eis as mãos que suportam Deus, e esses joelhos que são um trono mais elevado que os querubins: por eles «as mãos fracas e os joelhos trêmulos» foram fortalecidos. Os seus pés são guiados pela lei de Deus como por uma lâmpada que brilha, e correm após Ele sem se voltarem, até que tenham feito chegar aquela que ama junto do Bem-Amado. Em todo o seu ser ela é o tálamo do Espírito, a Cidade de Deus Vivo, que «alegra os canais do rio», isto é, as correntes dos carismas do Espírito: «Toda bela, toda próxima de Deus». Dominando os querubins, mais alta que os serafins, próxima de Deus: é a ela que esta palavra se aplica!

Oh maravilha que ultrapassa todas as maravilhas: uma mulher é colocada mais alto que os serafins, porque Deus surgiu abaixado «um pouco inferior aos anjos»! Que o sapientíssimo Salomão se cale, e não torne a dizer: «Nada de novo debaixo do sol». Oh Virgem cheia da graça divina, templo santo de Deus, que o Salomão espiritual, o Príncipe da Paz, construiu e habita, o ouro e as pedrarias não  te dão mais beleza, mas mais que o ouro, é o Espírito que te dá o teu esplendor. Por pedrarias, tens a pérola preciosíssima, Cristo, a Brasa da divindade. Suplica-Lhe que toque os nossos lábios, para que, purificados, Lhe cantemos, com o Pai e o Espírito, a natureza única da Divindade em três Pessoas: «Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos».

Eu te saúdo, Maria, filha dulcíssima de Ana. De novo para ti o amor me impele. Como descrever o teu caminhar cheio de seriedade, os teus vestidos, a graça de teu rosto, a maturidade do discernimento num corpo juvenil? A tua forma de estar foi modesta, distante de todo o luxo e de toda a indolência; o teu caminhar era grave, sem precipitação, sem preguiça; o teu caráter era sério, temperado de júbilo, de uma perfeita reserva a propósito dos homens – disto é testemunho a inquietação que te surgiu aquando da proposta inesperada do anjo. A teus pais dócil e obediente, tinhas humildes sentimentos nas mais altas contemplações, palavra amável, provinda de uma alma pacífica. Em resumo: que outra digna morada senão tu para Deus? Com razão todas as gerações te proclamam bem-aventurada, oh glória  insigne da humanidade! Tu és a honra do sacerdócio, a esperança dos cristãos, a planta fecunda da virgindade, porque é através de ti que o renome da virgindade se estendeu aos confins do mundo. «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o Fruto do teu ventre». Aqueles que confessam a tua maternidade divina são benditos, e malditos aqueles que a negam.

Oh filha de Joaquim e de Ana, oh Soberana, acolhe a palavra deste teu servo pecador, mas inflamada pelo amor, e para quem tu és a única esperança de alegria, a protetora da vida e, junto de teu Filho, a reconciliadora e firme garantia da salvação. Possa tu aliviar-me do fardo dos meus pecados, dissipar a névoa que obscurece o meu espírito e o peso que me agarra à matéria. Possas tu deter as tentações, governar felizmente a minha vida e conduzir-me pela mão até à felicidade do Alto.

«Salve, oh cheia de graça, o Senhor está contigo! Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto de teu ventre», Jesus Cristo, o Filho de Deus. A Ele a Glória, com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.

S. João Damasceno, Antologia, Homilia Sobre a Natividade de Maria
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