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Santos de Cristo...



Certa vez, assistindo a clássica Batalha de Hades dos Cavaleiros do Zodíaco, ouvi uma frase muito interessante; o antigo "papa" dos Cavaleiros, deparando-se com os atuais que choravam a morte de sua deusa, comentou tristemente: "como decaíram os santos de Athena"...

Fico a pensar se não seria o que diria qualquer santo de Cristo que, observando os tempos calamitosos em que vivemos, testemunhasse estarrecido a covardia da grande maioria, o modo vergonhoso como, a despeito da Verdade, se busca todo tipo de conciliação, como Judas que, estreitando laços com os fariseus, terminou por trair o Cristo.

Claro que os santos são sempre santos, e a nossa época não será diferente das outras: Deus os suscitará. Mas se usarmos este termo para nos referirmos a todos os cristãos, como o faziam os primeiros, poderíamos bem dizer: "como decaíram os 'santos'"...

A coisa é evidente. Mesmo quem não se dá a um estudo sistemático da atual crise por que passa a Igreja, constata a fragilidade de um novo "cristianismo" que se prega e se busca viver hoje: religião por demais confortável, onde a "morte para o mundo" perdeu o sentido; onde a Cruz foi abandonada e as estátuas de Jesus vestem jeans.

Um colega meu me falava ainda ontem algo a respeito disto... As coisas desandam; parece tomar forma o terrível salmo: "O Senhor, do alto do céu, observa os filhos dos homens, para ver se, acaso, existe alguém sensato que busque a Deus. Mas todos eles se extraviaram e se perverteram; não há mais ninguém que faça o bem, nem um, nem mesmo um só" (Sl 13,2-3).

Felizmente, a profecia não se adequa totalmente ao nosso tempo. Desde que Cristo está conosco, embora ainda rejeitado por muitos, é, no entanto, acolhido por um "pequeno rebanho" que Lhe reconhece a amorosa voz e se faz surdo aos gritos dos inimigos que mais não querem senão "roubar, matar e destruir"... Há sim ainda os que, sob o estandarte da Cruz, fitam o Céu e suspiram, cultivando na alma aquela inimizade instituída pelo próprio Deus entre a descendência da serpente e a descendência da Mulher, mas estes são poucos...

Os santos dos tempos difíceis serão gloriosos... Isto me enche de esperança. Raios terríveis de luz que rasgarão a densidade das trevas de agora... Então se poderá dizer: "Isto é um santo! Agora sei que existem!"

Mas enquanto isto, enquanto a criação geme em dores de parto esperando estes dias, assistimos o ridículo espetáculo de descaso, de dissimulação, de solene traição dAquele cuja indignação é infinitamente terrível... "Caiam sobre nós as pedras e nos escondam", gritarão os que agora fazem da religião uma massa disforme de ideologias...

"Quanto a mim, é em vós, Senhor, que ponho minha esperança" (Sl 54,24)
"Gira o mundo, mas a Cruz permanece firme" (Lema dos Monges Cartuxos)

Fábio.

Ontem, 25 de outubro, foi dia de Nossa Senhora de Fátima


Eu e o Pe. Iranjunio pouco antes da procissão de Nossa Senhora de Fátima

No evento da Aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima, uma de Suas grandes recomendações fazia referência à oração do Santo Terço. Por este motivo, transcreverei aqui mais um trecho do Tratado da Verdadeira Devoção, de São Luís Maria, a respeito desta oração tão simples e tão profunda. Sei que muito já tenho postado a respeito desta obra, mas o faço porque, além de ser a minha leitura atual, nela se encontram preciosíssimos tesouros espirituais; diria-se mesmo que o livro está permeado do perfume dAquela que o inspirou... Vamos ao texto..

Grande devoção à Ave Maria e ao terço.

Quinta prática - Terão grande devoção ao recitar a Ave-Maria, ou a Saudação Angélica, da qual bem poucos cristãos, mesmo esclarecidos, conhecem o valor, o mérito, a excelência e a necessidade . Foi preciso que a Santíssima Virgem aparecesse várias vezes a grandes santos muito doutos, para demonstrar-lhes o mérito desta pequena oração, como sucedeu a S. Domingos, a S. João Capistrano, ao bem-aventurado Alano de la Roche. E eles compuseram livros inteiros sobre as maravilhas e a eficácia da Ave-Maria, para conversão das almas. Altamente publicaram e pregaram que a salvação do mundo começou pela Ave-Maria, e a salvação de cada um em particular está ligada a esta prece; que foi esta prece que trouxe à terra seca e árida o fruto da vida, e que é esta mesma prece que deve fazer germinar em nossa alma a palavra de Deus e produzir o fruto de vida, Jesus Cristo; que a Ave-Maria é um orvalho celeste, que umedece a terra, i.é, a alma, para fazer brotar o fruto no tempo adequado; e que uma alma que não for orvalhada por esta prece ou orvalho celeste não dará fruto algum, nem dará senão espinhos, e não estará longe de ser amaldiçoada (Heb 6,8).

No livro "De dignitate Rosarii" do bem-aventurado Alano de la Roche, lê-se o seguinte que a Santíssima Virgem lhe revelou: "Saibas, meu filho, e comunica-o a todos, que um sinal provável e próximo de condenação eterna é a aversão, a tibieza, a negligência em rezar a Saudação Angélica, que foi a reparação de todo o mundo (Cap.II). Eis aí palavras consoladores e terríveis, que se custaria a crer, se não no-las garantissem esse santo homem e antes dele S. Domingos, como, depois dele, muitos personagens fidedignos, com a experiência de muitos séculos. Pois sempre se verificou que aqueles que trazem o sinal de condenação, como os hereges, os ímpios, os orgulhosos, e os mundanos, odeiam e desprezam a Ave-Maria e o terço. Os hereges ainda aprendem e recitam o Pai-Nosso, mas abominam a a Ave-Maria e o terço. Trariam antes uma serpente sobre o peito do que o rosário ou o terço.

Os orgulhosos também, embora católicos, mas tendo as mesmas inclinações que seu pai Lúcifer, desprezam ou mostram uma indiferença completa pela Ave-Maria, considerando o terço como uma devoção efeminada, suficiente para os ignorantes e analfabetos. Ao contrário, tem-se visto e a experiência o prova que aqueles e aquelas que possuem outros e grandes indícios de predestinação, amam, apreciam e recitam com prazer a Ave-Maria. E que quanto mais são de Deus, tanto mais amam esta oração. É o que a Santíssima Virgem diz também ao bem-aventurado Alano, em seguida às palavras que citei.

Não sei como isto acontece nem por que; entretanto é verdade, e não conheço melhor segredo para se verificar se uma pessoa é de Deus, do que examinar se gosta ou não de rezar a Ave-Maria e o terço. Digo: gosta, pois pode acontecer que alguém esteja na impossibilidade natural ou até sobrenatural de dizê-la, mas sempre a ama e inspira aos outros.

Almas predestinadas, escravas de Jesus em Maria, aprendei que a Ave-Maria é a mais bela de todas as orações, depois do Pai-Nosso. É a saudação mais perfeita que podesi fazer a Maria, pois é a saudação que o Altíssimo indicou a um arcanjo, para ganhar o coração da Virgem de Nazaré. E tão poderosas foram aquelas palavras, pelo encanto secreto que contêm, que Maria deu seu pleno consentimento para a Encarnação do Verbo, embora relutasse em sua profunda humildade. É por esta saudação que também vós ganhareis infalivelmente seu coração, contanto que a digais como deveis.

A Ave-Maria, rezada com devoção, atenção e modéstia, é, como dizem os santos, o inimigo do demônio, pondo-o logo em fuga, e o martelo que o esmaga; a santificação da alma, a alegria dos anjos, a melodia dos predestinados, o cântico do Novo Testamento, o prazer de Maria e a glória da Santíssim Trindade. A Ave-Maria é um orvalho celeste que torna a ama fecunda; é um beijo casto e amoroso que se dá em Maria, é uma rosa vermelha que se lhe apresenta, é uma pérola preciosa que se lhe oferece, é uma taça de ambrosia e de néctar divino que se lhe dá. Todas estas comparações são de santos ilustres.

Rogo-vos instantemente, pelo amor que vos consagro em Jesus e Maria, que não vos contenteis de recitar a coroinha da Santíssima Virgem, mas também o vosso terço, e até, se houver tempo, o vosso rosário, todos os dias, e abençoareis, na hora da morte, o dia e a hora em que me acreditastes; e, depois de ter semeado sob as bênçãos de Jesus e de Maria, colhereis bênçãos eternas no céu: Qui seminat in benedictionibus, de benedictionibus et metet" (2 Cor 9,6)

S. Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Curso de História da Filosofia - Carlos Nougué


O Blog Contra Impugnantes está divulgando o "Curso de História da Filosofia: do impulso grego ao abismo moderno" que será ministrado pelo prof. Carlos Nougué.

Ótima oportunidade...

Maiores informações, acessem: Contra Impugnantes.

Crisma, Sacramento da Confirmação e da Maturidade Cristã, Pentecostes na Vida do Católico



Hoje, 23 de outubro de 2009, cerca de 150 jovens da Paróquia de União dos Palmares receberão o Sacramento da Confirmação, dentre os quais dois serão meus afilhados. Espero corresponder à seriedade deste serviço.

Deixo aqui as congratulações para todos os que serão, daqui a pouco, agraciados por esta especial efusão do Santo Espírito que os marcará indelevelmente, e particularmente aos dois que me confiaram como padrinho, o Bruno e a Ana Patrícia. Que Deus os abençoe e guarde e que Nossa Senhora os conduza pelas sublimes e belíssimas vias da Santidade.

A Celebração será presidida pelo Arcebispo da Arquidiocese de Maceió, Dom Antônio Muniz.

Parabéns.

Pax et Bonum

Fábio Luciano.

Diálogo de um judeu com Jesus


Jacob Neusner
Joseph Ratzinger

Neusner, crente judeu e rabino, cresceu em amizade com cristãos católicos e evangélicos, ensina na universidade juntamente com teólogos cristãos e situa-se perante a fé dos seus colegas cristãos com grande respeito; no entanto continua profundamente convencido da validade da explicação judaica das Sagradas Escrituras. O seu respeito ante a fé cristã e a sua fidelidade ao judaísmo levaram-no a procurar o diálogo como Jesus.

Neste livro (A Rabbi talks with Jesus. An Intermillenial interfaith exchange), ele se coloca entre a multidão dos seus discípulos no "monte" da Galiléia. Ele escuta Jesus, compara a sua palavra com as palavras do Antigo Testamento e com as tradições rabínicas, tal como se encontram guardadas na Mischna e no Talmude: ele vê nestas obras tradições orais do início dos tempos que lhe oferecem a chave de interpretação para a Tora. Ele escuta, compara e fala com Jesus. Ele se sente tocado pela grandeza e pela pureza do que é dito e ao mesmo tempo inquieto sobre a irreconciliabilidade última que encontra no núcleo do Sermão da Montanha. Então acompanha Jesus a caminho de Jerusalém, ouve como é que nas palavras de Jesus esta temática é retomada e depois desenvolvida. Sem cessar, procura compreender; sem cessar, agita-o a grandeza; e sempre conversa com Jesus. Mas no fim decide-se por não seguir Jesus. Ele permanece - como ele mesmo diz - no "Israel eterno" (p.141).

O diálogo do rabino com Jesus mostra como a fé na palavra de Deus nas Sagradas Escrituras cria simultaneidade entre os tempos: a partir das Escrituras pode o rabino entrar no hoje de Jesus, e a partir delas Jesus vem ao nosso hoje.

(...) Procuremos captar o essencial deste diálogo, para conhecermos Jesus e compreendermos melhor os nossos irmãos judeus. O ponto central torna-se muito bem visível, como me parece, numa das mais impressionantes cenas que Neusner esboça em seu livro. Neusner tinha, no seu diálogo interior, seguido Jesus durante todo o dia e retira-se então para a oração e para o estudo da Tora com os judeus de uma pequena cidade, para conversar com o rabino de lá sobre tudo o que ouviu - sempre no pensamento da simultaneidade acima dos séculos.

O rabino cita do Talmude babilônico: "o rabino Simlaj explicava: 613 preceitos foram transmitidos por Moisés; 365 (proibições) correspondem aos dias do ano solar, e 248 (mandamentos) correspondem às articulações do homem. Em seguida veio Davi e reduziu-os a 11... Depois veio Isaías e reduziu-os a 6... Depois veio de novo Isaías e reduziu-os a 1... Mais ainda: em seguida veio Habacuc e reduziu-os a um, que quer dizer: o piedoso viverá pela sua fé (Hab 2,4).

No livro de Neusner vem em seguida este diálogo: "'Era isto', pergunta o mestre, 'que Jesus, o mestre, tinha para dizer?' Eu: 'não propriamente, mas mais ou menos'. Ele: 'O que foi que ele omitiu?' Eu: 'Nada'. Ele: 'O que foi que ele acrescentou?' Eu: 'A si mesmo'" (p. 113s).

Este é o ponto central da "impressão" perante a mensagem de Jesus para o crente judeu Neusner, e esta é a razão central por que ele não quer seguir Jesus, mas permanece no "eterno Israel": a centralidade do Eu de Jesus na sua mensagem, que a tudo dá uma nova direção. Neusner cita neste momento, como prova para esta "adição", a palavra de Jesus ao jovem rico: se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e segue-Me (cf. Mt 19,21; p.114). A perfeição, a santidade exigida pela Tora, como Deus é santo (Lv 19,2; 11,44) consiste agora em seguir Jesus.

Joseph Ratzinger, Jesus de Nazaré.

Debate entre Richard Dawkings e John Lennox

Há alguns dias, transitando por alguns blogs como sempre faço, me deparei, no Lúdico Medieval, com o primeiro de uma série de vídeos onde se mostra um debate entre estes dois indivíduos: Richard Dawkings, que já é famoso por defender o ateísmo, e John Lennox que, na falta de uma maior pesquisa de minha parte para fazer tal afirmação, pareceu-me um cristão protestante, sobretudo na visão equivocada sobre as Cruzadas.

Fiz questão de assiti-los antes de postá-los. Vai que o debate não era lá esta coisas.. rs...
Mas apreciei muito o que vi, e, embora eu seja suspeito pra dizer, o John Lennox é muito superior ao seu adversário. O debate gravita em torno de um livro do sr. Dawkins entitulado "Deus, um delírio", e recomendo muito aos interessados e pacientes o que assistam. Se não tiverem o tempo de verem aqui no blog ou direto no youtube, façam como eu que os baixei e assisti em casa. rs... Enfim... Vamos aos vídeos.






















Descanse em Paz



Comunicamos, com pesar, o falecimento da senhora Júlia Azevedo, mãe do vigário Pe. Francisco Carlos de Azevedo da Paróquia de Santa Maria Madalena, em União dos Palmares.

O Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA oferece os seus pêsames e sua solidariedade ao Padre Francisco.

Pedimos, enfim, aos amigos e leitores que rezem pela alma desta senhora que parte para a eternidade, bem como para o conforto do seu filho.. Confiamos à Virgem Santíssima toda esta situação..

Que enfim, a senhora Júlia Azevedo possa descansar em Paz.

Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA

É cada coisa...


Recentemente, deparei-me com algumas religiosas, do convento das Ursulinas; obviamente, estão ainda em processo de formação, mas já convivem junto com as outras irmãs. Na mesa onde almoçávamos, uma delas falou a respeito de um "encontro da unidade" que, segundo me pareceu pelo contexto da prosa, e também pelo nome sugestivo, era um encontro de várias denominações, daqueles onde se usa o termo "ecumenismo" como sinônimo de sincretismo.

Estávamos eu e o coordenador do Anjos de Adoração. Passado algum tempo, foi-nos perguntado se fazíamos parte da PJMP. Como a resposta fosse negativa, fez-se um semblante meio que de expectativa frustrada. Fiquei a pensar: que tipo de vivência cristã estão a ter estas irmãzinhas desavisadas? Houve tempo em que entrar num convento era como refugiar-se das ilusões do mundo e agarrar-se mais estreitamente à Verdade que é Cristo. Hoje, porém, parece acontecer o contrário: os que adentram em certos ambientes religiosos, se desprovidos de sólidas bases cristãs, tornam-se vítimas das ideologias transmutadas de catolicismo.

De um lado, o relativismo, que leva a considerar as diferenças doutrinais entre católicos e prostestantes como secundárias e dispensáveis em vista da união das religiões, mais próxima do ideal maçon. De outro, a introdução às ideologias de esquerda, distorcendo o claro conceito de caridade cristã. Disto se segue o descaso pela doutrina, o desprezo pelo hábito e as vestes litúrgicas, culminando tantas vezes naquele arroto proferido, certa vez, por um frade capuchinho: "namorar de vez em quando não faz mal".

Não falo aqui de detestar os protestantes, não é isso. É bem possível tratar com estes, e devemos mesmo amá-los... A conversão de um deles, então, pode se dar desta forma. O que não podemos amar ou sequer olhar com simpatia é o protestantismo, que é um erro! Convém respeitar a Fé! Não se misturam as coisas! Verdade e erro se excluem; não há amizade possível entre eles.

Porém, qual não foi minha surpresa quando, indagando um jovem senhor a respeito de seus filhos, a irmã concordou com o fato de este haver se programado ter apenas dois, acrescentando, em seguida, o seu tosco comentário: "pra que ter preocupação tão jovem?" Meu Deus! Isto veio de uma religiosa!

Que tristeza é ver que, nestes lugares onde se deveriam formar pessoas convictas a respeito da Fé e preparadas para defendê-la e vivenciá-la, o que se parece fazer é nublá-la, misturá-la, distorcê-la, negá-la na prática. Que pena é ver que um coração que decidiu se entregar a Cristo, uma vez que ingressa em muitas destas casas "religiosas", só aprenderá o erro e, posteriormente, o defenderá.

Claro que não generalizo, mas, de fato, é a realidade da maioria destes ambientes. Eu mesmo tive esta experiência: num encontro vocacional que fiz no Carmelo Calçado, o superior da casa, diante da minha pergunta a respeito da TL, afirmou categoricamente que ela é necessária, conforme o expressou João Paulo II. Desde então, somado este fato a outros que lá presenciei, nunca mais pus os pés dentro daqueles muros, graças a Deus.

Como dizia Dom Henrique Soares, nascemos em tempos difíceis, onde os religiosos repudiam o hábito e passam o dia a dormir em redes escutando Maria Betânia. Um dos frades carmelitas do convento já citado, questionado por mim sobre o porquê de não usar sempre o hábito, me deu a profundíssima resposta: "por que é feio"...

Diante de tudo isto, devemos rezar e cuidar para, dentro das nossas possibilidades, difundirmos o ensino correto da Igreja e estimularmos as pessoas a quererem aprender. Porém, nós mesmos devemos evitar duas coisas, pelo menos:
1- Que nossa soberba arruíne o fruto do nosso apostolado;
2- Que, como dizia S. Paulo, não venhamos, nós mesmos, a renegar, por nossos atos, aquilo que defendemos. Sobre isto nos dizia Nosso Senhor: "Se a vossa justiça não for maior do que a dos fariseus, não entrareis no Reino"

Mas, dentro da pureza de intenção, não tenhamos receio de fazer a nossa pequena parte. Mesmo uma conversa com um amigo, na porta de casa, é importante. Sobre isto nos diz Nosso Senhor: "maior é a alegria no Céu por um pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que permanecem".

Que Deus tenha misericórdia de nós e, nestes tempos difíceis, suscite, cada vez mais, grandes santos e defensores da Fé.

Fábio Luciano.

Diferença entre o serviço e escravidão - S. Luís Maria Grignion de Montfort


Há duas maneiras, aqui na terra de alguém pertencer a outrem e de depender de sua autoridade. São a simples servidão e a escravidão, donde a diferença que estabelecemos entre servo e escravo. Pela servidão, comum entre os cristãos, o homem se põe a serviço de outro por um certo tempo, recebendo determinada quantia ou recompensa. Pela escravidão, um homem depende inteiramente de outro durante toda a vida, é dever servir a seu senhor sem esperar salário nem recompensa alguma, como um dos animais sobre que o dono tem direito de vida e morte.

Há três espécies de escravidão: por natureza, por constrangimento e por livre vontade. Por natureza, todas as criaturas são escravas de Deus: "Domini est terra et plenitudo eius" (Sl 23,1). Os demônios e os réprobos são escravos por constrangimento; e os justos e os santos o são por livre e espontânea vontade. A escravidão voluntária é a mais perfeita, a mais gloriosa aos olhos de Deus, que olha o coração (IRs 16, 7) que pede o coração (Pr 23,26) e que é chamado o Deus do coração (Sl 72,26) ou da vontade amorosa, porque, por esta escravidão, escolhe-se, sobre todas as coisas, a Deus e Seu serviço, ainda quando não o obriga a natureza.

A diferença entre um servo e um escravo é total: 1- Um servo não dá a seu patrão tudo o que é, tudo o que possui ou pode adquirir por outrem ou por si mesmo; mas, um escravo se dá integralmente a seu senhor, com tudo o que possui ou possa adquirir, sem nenhuma exceção. 2- O servo exige salário pelos serviços que presta a seu patrão; o escravo, porém, nada pode exigir, seja qual for a assiduidade, a habilidade, a força que empregue no trabalho. 3- O servo pode deixar o patrão quando quiser, ou ao menos quando expirar o tempo de serviço, mas o escravo não tem esse direito. 4- O patrão não tem sobre o servo direito algum de vida e morte, de modo que, se o matasse como mata um de seus animais de carga, cometeria um himicídio; mas, pelas leis, o senhor tem sobre o escravo o poder de vida e morte; de modo que pode vendê-lo a quem o quiser, ou matá-lo, como, sem comparação, o faria a seu cavalo. 5- O servo, enfim, só por algum tempo fica a serviço de um patrão, enquanto o escravo o é para sempre.

Só a escravidão, entre os homens, põe uma pessoa na posse e dependência completa de outra. Nada há, do mesmo modo, que mais absolutamente nos faça pertencer a Jesus Cristo e à Sua Mãe Santíssima do que a escravidão voluntária, conforme o exemplo do próprio Jesus Cristo, que, por nosso amor, tomou a forma de escravo: "formam servi accipiens" (Fl 2,7), e da Santíssima Virgem, que se declarou a escrava do Senhor (Lc 1,38). O Apóstolo honra-se várias vezes em suas epístolas com o título de "servus Christi". A Sagrada Escritura chama muitas vezes os cristãos de "servi Christi", e esta palavra "servus", conforme a observação aceitada de um grande homem, significava, outrora, apenas escravo, pois não existiam servos como os de hoje, e os ricos só eram servidos por escravos ou libertos. E para que não haja a menor dúvida de que somos escravos de Jesus Cristo, o Concílio de Trento usa a expressão unequívoca "mancipia Christi", e no-la aplica: escravos de Jesus Cristo. Isto posto:

Digo que devemos pertencer a Jesus Cristo e servi-lo, não só como servos mercenários, mas como escravos amorosos, que, por efeito de um grande amor, se dedicam a servi-Lo como escravos, pela honra exclusiva de Lhe pertencer. Antes do batismo, éramos escravo do demônio; o batismo nos fez escravos de Jesus Cristo. Importa, pois, que os cristãos sejam escravos ou do demônio ou de Jesus Cristo.

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Filosofia da Música - Prof. Carlos Nougué

















Dionísio Areopagita e a teologia apofática


Giovanni Reale / Dario Antiseri

Entre os séculos V e VII, viveu o autor que se denomina Dionísio Areopagita, que foi confundido com aquele Dionínio que São Paulo converteu com seu discurso no Areópago. Sob o seu nome, chegou-nos um corpus de escritos (Hierarquia Celeste, Hierarquia eclesiástica, Nomes divinos, Teologia Mística e Epístolas) que teve grande repercussão na Idade Média (a própria estrutura hierárquica do Paraíso de Dante foi influenciada pela concepção hierárquica da realidade de Dionísio).

Dionísio repropõe o Neoplatonismo em termos cristãos, sobretudo o neoplatonismo tal como se havia configurado nas formulações elaboradas por Proclo. Mas o que mais se destaca neste corpus, que contém muitas concepções bastante sugestivas, é a formulação da teologia apofática (ou negativa). Deus pode ser designado por muitos nomes extraídos das coisas sensíveis e entendidos em um sentido translato, enquanto e à medida que ele é causa de tudo; de modo menos inadequado, Deus pode ser designado por nomes extraídos da esfera das realidades inteligíveis, como "belo" e "beleza", "amor" e "amado", "bem" e "bondade", e assim por diante; mas, melhor ainda, Deus pode ser designado negando-lhe todo atributo, à medida que ele é superior a todos, é o "supra-essencial" e, portanto, o silêncio e a treva expressam melhor essa realidade supra-essencial do que a palavra e a luz intelectual.

Eis o trecho mais significativo da Teologia Mística: "A Causa de todas as coisas pode ser expressa com muitas e com poucas palavras, mas também com a ausência absoluta de palavras. Com efeito, não há palavra nem inteligência para expressá-la, porque ela está colocada supra-substancialmente além de todas as coisas e só se revela verdadeiramente e sem qualquer véu para aqueles que transcendem todas as coisas impuras e puras, superam toda a subida de todos os cumes sagrados, abandonam todas as luzes divinas e os sons e discursos celestes e penetram na escuridão onde verdadeiramente reside, como diz a Escritura, aquele que está além de tudo". E, transcendendo tudo aquilo que é sensível e também aquilo que é inteligível e inteligente, o homem pode aderir "àquele que é completamente impalpável e invisível" e pertencer completamente "àquele que tudo transcende e a nenhum outro, através da inatividade de todo conhecimento", tornando-se capaz de "conhecer para além da inteligência pelo não conhecer nada".

Giovanni Reale / Dario Antiseri, História da Filosofia, Antiguidade e Idade Média.

Há algum carismático que saiba discutir idéias?

Se há uma coisa que tenho percebido, muito a contragosto, é que os carismáticos (ao menos os que tenho tido contato) não sabem discutir idéias, mas só pessoas... Não lhes interessa se algo é certo ou errado, não se preocupam em se defender disto ou daquilo mas, ao contrário, lhes é muito saboroso ofender a pessoa que se empenha em debater com eles. Antes eu já sabia que aquilo que pretendem seguir está muito distorcido e contaminado por influências protestantes; no entanto, eu esperava mais sinceridade dos adeptos deste movimento. Esclareço que não estou generalizando... Mantenho ainda a esperança de que nesse meio exista alguém saiba discutir. Mas, o que tenho visto é que, para grande parte, os argumentos mais válidos são as frases de efeito, os clichês e as apelações emocionais. Costumam destilar um amor meloso pra todo lado, mas isto enquanto alguém não se decide a criticar algo daquilo que eles seguem. Tão logo alguém o faz, a paixão entra em cena e é então que temos de assistir, enquanto desejarmos manter o diálogo, a triste exibição de toda uma série de evasivas e críticas pessoais, no clássico método "ad hominem", passando ao largo dos argumentos, como se não existissem...

Como muitos sabem, eu já fui carismático, e por um bom tempo; mas nunca tive estas frescuras... Como eu encarava as coisas com seriedade, sempre me senti inadequado neste movimento que sempre me pareceu estranho, muito ostensivo e imaturo, tendende ao sensacionalismo e nada sóbrio. De lá pra cá, a convicção só aumentou...

Está claro que estamos diante de duas naturezas diferentes quando observamos um típico grupo de oração carismático com direito aos seus trejeitos habituais, e quando olhamos uma límpida expressão do catolicismo tradicional. E aqui não se trata de uma crítica à legítima diversidade possível na Igreja, nem de uma atitude de prender-se somente às formas antigas de se rezar... Mas convém considerarmos: para que a diversidade seja legítima, ela não deve estar aberta ao infinito, a toda série de presepadas, sob o pretexto de que "não devemos limitar a ação de Deus"... Ao contrario, se se pretende que tais diversidades sejam expressões da mesma Fé, convém que tenham a mesma substância, o que dá um norte geral para que se mantenha a catolicidade das expressões religiosas, assim como um corpo que, possuindo uma multiplicidade de membros e partes, não está aberto a gerar rabos, ou asas, porque tais coisas não pertencem à essência humana.
 
E, se está claro que são coisas totalmente diversas, substancialmente distintas, a Fé Católica e as correntes protestantes, por que motivo se espera que algo nascido em sólo protestante possa, mesmo dentro de muros católicos, tornar-se em si católico? O que é, é, e não pode vir a não ser; e o que não é, não é, e não pode vir a ser.

No entanto, os carismáticos não querem saber dessas coisas... Lhes interessa muito mais a minha vida e as minhas intenções... Que Deus os faça ver.

Fábio.

Canonização do Beato Rafael



Será amanhã, enfim, o dia em que será elevado à honra dos altares o Beato Rafael. Mesmo antes, já contava ele com inúmeros devotos, dentre os quais, eu. Bendigamos a Deus por mais esta graça...

Na ocasião em que enviava esta foto para sua mãe, ele escrevia que já estava branco por fora; faltava-lhe, então, ficar branco por dentro. Todos os que tiveram contato com seus escritos sabem de sua ternura e pureza. Realizou-se, irmão Rafael, o teu desejo. Resplandeces hoje na eternidade; cumpriu-se em ti o que diz o salmista: "Aspergi-me com um ramo de hissope e ficarei puro. Lavai-me e me tornarei mais branco do que a neve".

Por tua intercessão, consegui-nos, também, esta brancura interior. Que nossa alma possa, purificada, se tornar bela aos olhos divinos, assim como foi a tua. Por fim, trazei ao nosso coração a grande convicção com que dizias: "Que pequeno é tudo o que não é Jesus..."

E permita-me antecipar: S. Rafael de Arnáiz Barón, ora pro nobis!

Os santos dos últimos tempos e devoção a Nossa Senhora - S. Luís Maria Grignion de Montfort


Todos os ricos do povo, para me servir da expressão do Espírito Santo (Sl 44,13), suplicarão, conforme a explicação de São Bernardo, vossa face em todos os séculos, e particularmente no fim do mundo; isto é, os mais santos, as almas mais ricas em graça e em virtudes serão as mais assíduas em rogar à Santíssima Virgem que lhes esteja sempre presente, como seu perfeito modelo a imitar, e que as socorra com seu auxílio poderoso.

Disse que isto aconteceria particularmente no fim do mundo e em breve, porque o Altíssimo e sua santa Mãe devem suscitar grandes santos, de uma santidade tal que sobrepujarão a maior parte dos santos, como os cedros do Líbano se avantajam às pequenas árvores em redor, segundo revelação feita a uma santa alma.

Estas grandes almas, cheias de graça e de zelo, serão escolhidas em contraposição aos inimigos de Deus a borbulhar em todos os cantos, e elas serão especialmente devotas da Santíssima Virgem, esclarecidas por sua luz, alimentadas de seu leite, conduzidas por seu espírito, sustentadas por seu braço e guardadas sob sua proteção, de tal modo que combaterão, derrubarão, esmagarão os hereges com suas heresias, os cismáticos com seus cismas, os idólatras com suas idolatrias, e os ímpios com suas impiedades; e com a esquerda edificarão o templo do verdadeiro Salomão e a cidade mística de Deus, isto é, a Santíssima Virgem que os Santos Padres chamam "o templo de Salomão" e "a cidade de Deus".

Por suas palavras e por seu exemplo, arrstarão todo o mundo à verdadeira devoção e isto lhes há de atrair inimigos sem conta, mas também vitórias inumeráveis e glória para o único Deus. É o que Deus revelou a São Vicente Ferrer, grande apóstolo de seu século, e que se encontra assinalado em uma de suas obras.

O mesmo parece ter predito o salmo 58 (14,15), em que se lê: "Et scient quia Deus dominabitur Jacob et finium terrae; convertentur ad vesperam, et famem patientur ut canes, et circuibunt civitatem - E saberão que Deus reinará sobre Jacob, e até aos confins da terra; voltarão à tarde e padecerão fome como cães, e rodearão a cidade, em busca do que comer". Esta cidade que os homens encontrarão no fim do mundo para se converterem e saciarem a sua fome de justiça é a Santíssima Virgem, que o Espírito Santo demonina "cidade de Deus" (Sl 86,3)

São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.

Ontem, dia 6 de outubro, foi dia de S. Bruno, fundador da Ordem dos Monges Cartuxos


Outro santo que muito estimo... Providencialmente, o seu dia concordou com o Evangelho da "Melhor Parte", e foi isto, precisamente, o que ele fez: decidiu passar toda a sua vida no escondimento e na intimidade com o Amado Jesus. Transcrevo, aqui, a sua profissão de Fé na hora de sua morte.

1. Creio firmemente no Pai, e no filho, e no Espírito Santo, no Pai não gerado, no Filho unigênito, no Espírito Santo procedente de ambos, e que estas três pessoas são um só Deus.

2. Creio que este mesmo Filho de Deus foi concebido pelo Espírito Santo de Maria, a Virgem.
Creio que a Virgem era castíssima antes do parto, virgem no parto e depois do parto permaneceu inteiramente virgem.
Creio que o mesmo Filho de Deus foi concebido entre os homens como um homem verdadeiro, mas sem pecado.
Creio que o mesmo Filho de Deus foi apresado por inveja dos judeus, injuriosamente tratado, injustamente atado, cuspido, flagelado, morto, sepultado.
Desceu à mansão dos mortos para libertar os seus, lá cativos.
Desceu para redenção nossa, ressuscitou e ascendeu aos céus, e voltará de lá para julgar os vivos e os mortos.

3. Creio nos sacramentos nos quais a Igreja crê e venera, e expressamente que o consagrado no altar é verdadeiro Corpo, verdadeira Carne e verdadeiro Sangue do Senhor nosso Jesus Cristo, que também nós recebemos para remissão de nossos pecados e na esperança da eterna salvação.
Creio na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

4. Confesso e creio na santa e inefável Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus natural, de uma só substância, de uma só majestade e poder.
E professamos que o Pai não foi gerado nem criado, senão que Ele é ingênito. O mesmo Pai de ninguém tira a sua origem. D´Ele recebeu o Filho nascimento, e o Espírito Santo procedência.
É, pois, fonte e origem de toda a Divindade.
E o mesmo Pai, inefável por essência, gerou inefavelmente da sua substância o Filho, mas não o gerou outro ser que o que Ele é, Deus de Deus, a Luz da Luz.
D´Ele, portanto, é toda a paternidade no céu e na terra..
Amém.

Fonte: Chartreux

Stat Crux Dum Volvitur Orbis

A Santidade é ser quem sou - Thomas Merton


Pode, na verdade dizer-se que, para mim, a santidade consiste em ser eu próprio, que, para vós, a santidade consiste em serdes vós próprios, e que, em última análise, a vossa santidade nunca será a minha e a minha nunca será a vossa, exceto no que respeita à partilha comum de caridade e graça.

Para mim, santificar-me seria ser eu próprio. O problema da santidade e da salvação consiste, portanto, e na realidade, no problema de encontrar o que sou e em descobrir o meu próprio eu.

As árvores e os animais não têm problema a resolver. Deus fá-los o que são sem os consultar e eles ficam perfeitamente satisfeitos. Conosco, é diferente. Deus deixa-nos a liberdade de ser o que quisermos. Podemos ser nós próprios ou não o ser, segundo a nossa vontade. Mas o problema é este: uma vez que só Deus possui o segredo da minha identidade, só Ele pode fazer-me o que eu sou, ou antes, só Ele pode fazer-me o que eu serei, quando, por fim, eu começar verdadeiramente a ser.

As sementes que, a todo o momento, são lançadas na minha liberdade pela vontade de Deus, são gérmens da minha identidade, da minha felicidade, da minha santidade.

Recusá-las é recusar tudo: é a recusa da minha existência e do meu ser, da minha identidade e do meu eu bem individual.

E se não me tornar nunca aquilo que estou destinado a ser e antes ficar sempre o que não sou, passarei a eternidade a contradizer-me, por ser, ao mesmo tempo, alguma coisa e nada, uma vida que quer viver e que está morta e uma morte que quer estar morta e não pode realizar completamente a sua própria morte, porque é, não obstante, obrigada a existir.

Dizer que nasci no pecado é dizer que vim ao mundo com um falso eu. Entrei na existência sob o signo da contradição, sendo alguém que nunca tive a intenção de ser, e, por essa razão, sendo a negação do que se pode admitir que eu seja. Assim, entrei, ao mesmo tempo, na existência e na não-existência, porque, desde o começo, fui qualquer coisa que não era.

Exprima-se a mesma coisa sob uma forma menos paradoxal: durante todo o tempo em que não sou nada mais do que aquilo que nasceu de minha mãe, estou tão longe de ser a pessoa que deveria ser, que poderia mesmo não existir por completo. Na realidade, valeria mesmo mais, para mim, não ter nascido.

Thomas Merton, Sementes de Contemplação

Ontem, dia 4 de outubro, foi dia de S. Francisco de Assis




Ontem, domingo, foi dia de meu pai S. Francisco de Assis, o primeiro que me despertou o desejo de trilhar esta íngreme via, belíssima e ornada de majestosas flores que são as virtudes cristãs, todas provenientes de uma mesma árvore, a santíssima árvore da Cruz. Mais tarde, ouvi o nome desta estrada por um outro pai; este a chamava de "Subida ao Monte Carmelo"...

Bem.. Embora S. Francisco seja conhecido, principalmente, pela virtude da Santa Pobreza, tão eminente no pobrezinho de Assis, não me considero digno de tratar sobre este senhor, que desposou tão nobre dama... É suficiente dizer que o amo... Transcrevo, então, o que dele disse Deus Pai a Santa Catarina de Sena no livro "O Diálogo":

"São Francisco de Assis, com que virtude fundou a sua (Ordem)! Ele, ao orientar seus frades para a perfeição, escolheu a mais austera pobreza e pessoalmente a viveu com simplicidade. Francisco procurou a humilhação, desprezou a si mesmo, não se preocupou em agradar aos outros contrariando minha vontade, amou ser vilipendiado pelo mundo, mortificou seu corpo, destruiu o egoísmo. Francisco cercou-se de dores, afrontas e infâmias por amor do humilde Cordeiro, com o qual viveu crucificado. A tal ponto chegou que, por graça singular, viam-se no seu corpo as chagas do meu Filho. Foi assim que orientou seus frades. (...) O ideal particular de Francisco foi a pobreza; foi orientado no amor a ela que organizou sua ordem com extrema severidade."

S. Francisco de Assis, ora pro nobis.

Jesu dulcis memoria


É doce a lembrança de Jesus,
E dá as verdadeiras alegrias do coração:
Mais doce, porém, que o mel e que tudo
É a doçura da Sua presença.

Nada se canta mais suave, nada se ouve mais melodioso,
Nada se pensa mais doce do que Jesus, Filho de Deus.

Ó Jesus, esperança dos arrependidos:
Como sois caridoso para os que vos imploram!
Como sois bondoso para os que Vos procuram!
O que sereis, então, para os que Vos encontram?

Ó Jesus de doce coração,
Fonte de vida, luz do intelecto,
Que excede todas as alegrias e todos os desejos.

Não há palavra que o diga,
Nem letra que o saiba exprimir:
Só quem experimentou pode crer o que seja amar Jesus.

Ó Jesus, glória dos anjos,
Doce canto dourado,
Desejo do mel dos méis,
Nectar dos céus no coração.

Sede, Jesus, nossa alegria,
Vós que haveis de ser nosso prêmio:
Que a nossa glória repouse em Vós
Por todos os séculos dos séculos.
Amém.

Missal Quotidiano e Vesperal, por Dom Gaspar Lefebvre

Ontem, dia 1º de Outubro, foi dia de Sta Teresinha de Lisieux, doutora da Igreja



Mesmo que já tenha passado o seu dia, disponibilizo aqui uma poesia de sua autoria, cantada pela Ir. Kelly Patrícia, que retrata bem a pureza e intensidade do seu coração.

Que seu exemplo de ternura, de amor, de entrega ao Esposo motive todos nós a um lançar-se sempre mais decidido nos braços de Jesus. Sta Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, roga a Deus por nós.

O silêncio na Santa Missa

"Observar-se-á também, na altura própria, um silêncio sagrado.[17] Por meio deste silêncio, os fiéis não se vêem reduzidos a assistir à acção litúrgica como espectadores mudos e estranhos, mas são associados intimamente ao Mistério que se celebra, graças àquela disposição interior que nasce da Palavra de Deus escutada, dos cânticos e das orações que se pronunciam e da união espiritual com o celebrante nas partes por ele ditas."

Instrução Musicam Sacram
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