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Tarde te amei, oh Jesus...


"Ó Jesus Cristo, amável Senhor, por que, em toda a minha vida, amei, por que desejei outra coisa senão vós? Onde estava eu quando não pensava em vós? Ah! que, pelo menos, a partir deste momento meu coração só deseje a vós e por vós se abrase, Senhor Jesus! Desejos de minha alma, correi, que já bastante tardastes; apressai-vos para o fim a que aspirais; procurai em verdade aquele que procurais. Ó Jesus, anátema seja quem não vos ama"

Trecho de uma oração de Sto Agostinho transcrita do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem de S. Luís Maria Grignion de Montfort

Precisamos de bons padres - Sobre a Santa Missa de ontem


Estamos, aqui em União dos Palmares, vivenciando a novena de Santa Maria Madalena, padroeira da cidade. Como já é de conhecimento geral, a cada dia há a celebração da Santa Missa e vários são os padres convidados. É uma festa bastante tradicional; dizem que uma das mais tradicionais do país. O termo "tradicional" aqui não se refere, de modo nenhum, ao modo como correntemente o usamos neste blog. Aqui ele quer apenas significar que se trata de uma festa bastante conhecida e que já acontece há vários anos.

Pois bem. Ontem, 28 de janeiro, dia de Sto Tomás de Aquino, fomos visitados pelo Pe. Nilton, de Santana do Mundaú, um já conhecido nosso. Claro que a Missa é sempre a Missa, mas se torna mais fácil aceder ao Mistério quando um padre respira e transpira devoção e amor. Isto é complicado de se dizer porque, assim como uma pessoa é distinta da outra, os padres são sempre diversos e não podemos cair num critério de julgamento superficial, medindo as coisas pela aparência. Em verdade, para Nosso Senhor, a aparência é o que menos importa, se bem que, em se tratando de Liturgia, a sobriedade e rigor nos gestos, palavras e modo de se comportar no altar são, sim, necessários e demonstram uma vigilância interior.

Com relação ao Pe. Nilton, como eu disse, nós já o conhecemos. E ontem ele nos alegrou ainda mais. Além da sua sempre tão manifesta devoção, ele nos brindou com uma brilhante e profunda homilia. Falou de Sto Tomás, de Sta Maria Madalena e, além disto, despejou uma série de verdades que a nossa comunidade precisava e precisa ouvir. Não contive o riso... Dentre outras coisas, disse-nos ele: "um cristão de verdade e, desculpem-me o termo, um cristão de vergonha não pode viver comodamente!"

Além destas espetadas, falou-nos da perseguição aos católicos, perseguição velada, nas novelas, nos comentários em programas de rádio, nos gracejos com jovens que vão à igreja e instigou-nos à perseverança. Alguém que me esteja lendo pode pensar: tudo bem, e o que tem de mais nisso?

Ah, caríssimos.. Isso é um oásis. Na verdade, o padre agiu como um padre, um orientador, um mestre... e isso é raro. Não que os padres não orientem. Mas falta clareza, falta firmeza... E a coisa foi de tal forma que, terminada a Santa Missa, muitos se mostravam encantados, como se um pouco saciados de uma intensa sede, como se vislumbrassem algumas gotas de uma fonte sem fim. Muitos acorreram a ele parabenizando-o por simplesmente fazer o que foi ordenado para fazer.

E, a par desta alegria, como é triste ver que estas coisas têm se tornado cada vez mais escassas. Amo os padres daqui. Mas é tão bom quando alguém nos descobre, por pouco que seja, algo daquele tesouro escondido; quando alguém nos faz respirar o terno ar daquelas paragens simplesmente por olhar de um modo mais doce para o Santíssimo Corpo do Senhor, por dizer com amor as orações eucarísticas, fazendo-nos intuir algo do mistério que ele, o sacerdote, traz na alma.

Por isto, meus irmãos, rezemos mesmo pelos padres. Nós precisamos deles. Peçamos que Nosso Senhor nos envie sacerdotes santos, corajosos, dispostos aos martírios desta vida. Que eles tenham a ousadia de, sendo cordeiros entre lobos, manterem-se cordeiros.

Salve Maria Santíssima

Fábio

A CNBB faz parte da hierarquia católica?


"A CNBB fala em nome da Igreja e posa, ante os fiéis, como expressão suma da autoridade eclesiástica, mas não é sequer uma entidade da Igreja, é uma simples sociedade civil sem lugar nem função na hierarquia católica. Os bispos, individualmente, têm autoridade para falar em nome da Igreja. A CNBB, não. Está na hora de os fiéis, em massa, tomarem consciência disso."

Olavo de Carvalho, Diário do Comércio.

O silêncio do mundo e a humilhação sacramental de Jesus Cristo


A adoração dos Reis Magos foi uma homenagem de fé e um tributo de amor ao Verbo Encarnado. Tal deve ser a nossa adoração eucarística.

A fé dos Magos brilha em todo o seu esplendor nas terríveis provações por que passarma e das quais triunfaram. Primeiro, o silêncio, em Jerusalém, pois que contavam encontrar a cidade em júbilo, o povo em festa, e por toda a parte a alegria (ct. Mt 2,3).

A segunda provação dos reis Magos foi o estado de humilhação do Menino Deus, porquanto esperavam, naturalmente, ver o berço do recém-nascido rodeado de esplendores do Céu e da Terra (cf. Mt 2,11; Lc 2,7).

O silêncio do mundo e a humilhação sacramental de Jesus Cristo - eis as duas grandes provações da fé na Eucaristia.

os Magos são nossos modelos, como primeiros adoradores. As suas adorações são dignas de nossa admiração e constituem o protótipo das visitas ao Santíssimo Sacramento.

Sejamos pois herdeiros de seu amor, dignos da realeza de sua fé em Jesus Cristo, e participaremos também um dia de sua glória.

S. Pedro Julião Eymard, Flores da Eucaristia (grifos meus)

Concílio Vaticano II - Por uma crítica sã


Antes mesmo que fosse promulgado, o concílio Vaticano II foi reconhecido como não infalível pelo próprio texto conciliar (nota anexa a Lumen Gentium), e depois por Paulo VI (discurso de 12 de janeiro de 1966). Quarenta anos mais tarde, Bento XVI dando uma primeira razão no seu discurso oficial, ainda que de maneira parcialmente implícita: um concílio, cujo objetivo primeiro e confessado foi de se adaptar ao que este mundo presente tem de contingente, não pode senão ser ele mesmo contingente. Contingente, logo reformável, por uma reforma que será ela mesma o fruto de uma crítica sã.

Precisamos enunciar os princípios de uma tal crítica, a fim de que ela seja construtiva. Sem pretender aqui a nenhuma exaustividade, nós citaremos apenas dois desses princípios, que aparecem com evidência.

O primeiro se encontra bem evidentemente no critério da Tradição. Se a palavra está ausente do discurso de Bento XVI, a idéia quanto a ela é expressa, mesmo se de forma negativa: a hermenêutica que constituiria uma ruptura com a Igreja pré-conciliar não é aceitável. Dito de outra maneira, toda hermenêutica -todo olhar crítico-, sobre os textos conciliares não pode senão situar-se numa lógica de continuidade e de fidelidade às verdades até aqui ensinadas pela Igreja.

Outro critério de julgamento deve igualmente ser avançado: aquele dos fatos. Porque a escolha conciliar é de ordem contingente, porque este posicionamento da Igreja frente ao mundo moderno revela uma decisão estratégica muito mais que um esclarecimento dogmático, importa estimar o seu valor à luz dos resultados. A estratégia, como a árvore (cf. Mt 7.20), se julga pelos frutos.

Padre Patrick de la Rocque, FSSPX

Leia o artigo inteiro em: Extra Ecclesiam Salus Nulla ou FSSPX Brasil
 

Tradição, Dogma e Contemplação - Ainda Thomas Merton


A verdade é que a Tradição viva do Catolicismo é como que a respiração de um corpo material. Renova a vida repelindo a estagnação. É uma constante, calma e pacífica revolução contra a morte.

A razão por que a Tradição Católica é uma tradição é haver uma só doutrina viva no Cristianismo: não há nada de novo para descobrir. A vida da Igreja é a Verdade do Próprio Deus espalhada na Igreja pelo Seu Espírito e não pode haver qualquer outra verdade para a anular ou substituir.

Só uma coisa poderia substituir uma tão intensa vida: uma vida diminuída, uma espécie de morte. A tendência constante da humanidade para se afastar de Deus e dessa tradição viva só pode ser contrabalançada por um regresso à tradição e pela renovação da única vida imutável que, no começo, foi comunicada à Igreja.

A única influência que pode realmente derrubar a injustiça e a iniquidade dos homens é o poder que respira na tradição Cristã, renovando a nossa participação na Vida que é a Luz dos homens.

Cada Cristão individualmente e cada nova idade da Igreja tem de fazer tal redescoberta, tal regresso às fontes da vida Cristã. Isso exige um fundamental ato de renúncia que aceite a necessidade de iniciar a marcha a caminho de Deus, sob a direção doutros homens. Tal aceitação só pode adquirir-se pelo sacrifício, e, em última análise, só um dom de Deus pode ensinar-nos a diferença entre a camada exterior de formalismo, que a Igreja por vezes tira dos elementos humanos que a compõem, e a corrente viva e interior da Vida Divina que é a única tradição Católica verdadeira.

A noção de dogma apavora aqueles que não compreendem a Igreja. Não podem conceber que uma doutrina religiosa consiga revestir uma expressão autoritária, clara e definida, sem imediatamente se tornar estátiga, rígida, inerte, perdendo toda a sua vitalidade. E, na sua frenética ansiedade de fugir a uma tal concepção, refugiam-se num sistema de crenças vago e fluido, um sistema em que as verdades passam como nevoeiro, ondulam e variam como sombras. Fazem a sua escolha pessoal de fantasmas no meio desse pálido, indefinido crepúsculo do espírito, e têm a cautela de nunca os apresentar à plena claridade do sol com receio de uma completa evidência da sua inanidade.

Concedem, como por favor, aos místicos Católicos uma espécie de simpática benevolência, porque julgam que esses homens excepcionais atingiram o cume da contemplação sem curar dos dogmas católicos. A sua profunda união com Deus é considerada como sendo uma evasão à doutrinal autoridade da Sua Igreja e, implicitamente, um protesto contra a mesma autoridade.

A verdade, porém, é que os santos chegaram ao mais profundo, ao mais vital, e também ao mais individual e pessoal conhecimento de Deus, precisamente por causa do ensino autoritário da Igreja, precisamente graças à tradição que tal autoridade salvaguarda e alimenta.

O primeiro degrau para a contemplação é a fé e a fé começa por uma adesão ao ensino de Cristo por intermédio da Sua Igreja: fides ex auditu, qui vos audit me audit. "Aquele que vos escuta, escuta-Me". E "é escutando que a fé se alcança".

Os dogmas da fé Católica não são simplesmente símbolos ou vagos raciocínios que aceitamos como arbitrários temas de estímulo, em torno dos quais pode formar-se e desenvolver-se uma salutar atividade moral; ainda menos verdadeiro é que qualquer idéia servisse, para o mesmo fim, tão bem como aquelas que foram definidas, ou que qualquer velho e piedoso pensamento fosse capaz de suscitar nas nossas almas essa vaga vida moral. Os dogmas definidos e ensinados pela Igreja têm uma significação muito preisa, positiva e determinada (...) A compreensão do dogma é o caminho direito e habitual para a contemplação.

Não é, no entanto, por um esforço do espírito que se chega à verdadeira contemplação. Pelo contrário, podemos facilmente extraviar-nos na floresta de pormenores técnicos que preocupam um teólogo profissional. Deus, porém, dá aos verdadeiros teólogos uma fome nascida da humildade, que não pode satisfazer-se com fórmulas e argumentos e que procura qualquer coisa mais próximo de Deus do que a analogia pode levar.

Thomas Merton, Sementes de Contemplação

O Pecado como ilusão de um bem


Thomas Merton

O pecado, ou o mal só como tal considerado, nenhum interesse oferecem.

Esse mal não é uma entidade positiva mas a ausência de uma perfeição que devia existir. O pecado só como pecado é essencialmente aborrecido, porque é a falta de qualquer coisa que poderia interessar à nossa vontade e ao nosso espírito.

O que atrai os homens para as ações más não é o mal que nelas se encontra, mas o bem visto sob um falso aspecto e com uma perspectiva deformada. E o bem, visto sob tal ângulo, não passa de uma isca numa armadilha. Quando conseguis tocar-lhe, a armadilha funciona e deixa-vos com a vossa repugnância, o vosso tédio e o vosso ódio. Os pecadores são pessoas que odeiam tudo, porque o seu mundo está forçosamente cheio de traição, cheio de ilusão, cheio de decepção.

E os maiores pecadores são as pessoas que neste mundo mais tédio causam, porque também são as mais entediadas e as que acham a vida mais fastidiosa. Quando tentam ocultar o tédio da vida sob o ruído, a excitação, a agitação e a violência - inevitáveis frutos de uma vida dedicada ao amor de valores inexistentes - tornam-se algo mais do que enfadonhas: são flagelos do mundo e da sociedde. E ser flagelado não é simplesmente qualquer coisa triste ou fastidiosa.

Thomas Merton, Sementes de Contemplação

Citação de Thomas Merton sobre a coragem de escrever


"Se um escritor é tão cauteloso que nunca escreve nada que possa ser criticado, nunca escreverá qualquer coisa que possa ser lido. Se quiserdes prestar algum auxílio aos outros, tendes de vos resolver a escrever coisas que certos homens condenarão"

Thomas Merton, Sementes de Contemplação

Pequena Justificativa e Pedido

Pessoal, mais uma vez quero justificar o motivo de as postagens estarem a vir com um espaçamento maior. As coisas por aqui passam por uma transição e estão se acertando. Logo logo voltarei a postar com uma frequência maior.

Quero também aproveitar o ensejo e pedir as vossas bondosas orações pela minha amiga, a Najara, que amanhã, dia 25 de janeiro de 2010, passará por uma cirurgia. Nada complicado, mas ainda assim, peço que vocês rezem por ela, pra que dê tudo certo.

Grande abraço. Que Deus nos abençoe profusamente. Pax et Bonum.

O amor a Deus e o amor ao próximo



Dietrich Von Hildebrand

A fim de ressaltar o interesse genuíno que devemos ter pelo próximo como pessoa individual, interpretam eles [os progressistas]: “O que fizestes ao menor de meus irmãos, a mim o fizestes”, como significando que o único caminho para encontrar a Cristo é o nosso próximo. O amor, que é uma resposta ao próprio Cristo, ao único infinitamente santo, à Epifania de Deus, é substituído pelo amor ao próximo. Resulta daí que o amor de Deus é relegado a segundo plano, se é que não desaparece de todo. É claro que essa interpretação introduz o erro mais extremo, pois ignora o primeiro mandamento, amar a Deus e, afinal de contas, a este cabe a primazia. Se é errado restringir o amor exclusivamente a Deus e negar o real amor ao próximo, muito pior ainda será excluir o amor direto a Deus.

Ademais, a declaração de Cristo de que O encontramos em cada próximo, perde por completo seu significado, se não entendermos que, com essas palavras, Cristo nos torna possível o amor ao próximo, mesmo que não tenhamos nenhuma razão para amá-lo pelo seu caráter. O fato de encontrarmos Cristo em cada próximo põe em relevo que todo homem é precioso, criado que é à semelhança de Deus. Isso, porém, claramente pressupõe, como base do amor ao próximo, o amor direto ao próprio Cristo, que em Sua Sagrada Humanidade é infinitamente amável.

A caridade é impossível sem o amor direto a Deus, em e através de Cristo, sem a relação Eu-Tu, de comunhão com Cristo. Não se poderá insistir nunca bastante sobre isso. Somente nesta relação Eu-Tu com Jesus Cristo pode, em nossas almas, nascer a caridade. Nos santos manifesta-se isto plenamente. Do momento em que acreditamos que o amor do próximo é o único caminho para o amor de Deus, substituímos a caridade em toda gloriosa e sublime santidade, por mero amor filantrópico ao próximo, que, de fato, mal se pode chamar de amor, e sim apenas de pálida benevolência.

Seria igualmente perverso alegar que o versículo de São João – “Aquele que diz “eu amo a Deus” e odeia seu irmão é um mentiroso” – significa que se ama a Deus simplesmente pelo fato de amar ao próximo.

A verdade é que o amor ao próximo é, no caso, um teste do nosso verdadeiro amor a Deus, em Cristo e através dEle. Implica tal teste duas verdades: primeiramente, que o amor do próximo é uma conseqüência do amor a Deus; segundo, que o amor ao próximo se fundamenta do amor a Cristo e, assim, necessariamente o pressupõe.

Dietrich Von Hildebrand, Cavalo de Tróia na Cidade de Deus.

Sem a Igreja não se pode conhecer Jesus

Acho engraçado quando, hoje em dia, uns ingênuos pretendem conhecer a Jesus por uma via alternativa à Igreja, como se tivesse acesso particular a Nosso Senhor... Mas, aí, dizem que O conhecem pela Bíblia, pelos Evangelhos e, mais uma vez, estes inocentes se colocam numa dependência radical da Igreja, porque foi ela quem organizou a lista dos livros canônicos.

Mas, ainda que não fosse isso, lá vão estes meninos numa leitura subjetiva da Bíblia e, depois de duas páginas, pra ser generoso, dizem que já entendem o Cristianismo. rs.. Na verdade, caem no mesmo erro tolo de Lutero que é o de submeter o que foi escrito às impressões meramente subjetivas que possam ter.

Só que, nesta brincadeira, quantas seitas não existem? E será que o Espírito Santo poderia inspirar posições, não somente diversas, mas até contraditórias? Óbvio que não e isto já foi tão argumentado que sempre espanta que ainda exista alguém que caia nessa lorota.

Quando se pensa pelo menos um pouco nestas coisas, se percebe a necessidade de que exista alguma coisa que ensine a Verdade tal qual deve ser aprendida e, além disto, a defenda das falsas interpretações que, é óbvio, haveriam de vir de todo lado. Este algo existe e foi a Ele que Jesus ordenou: "Ide e ensinai".

Além disto, a própria Escritura testemunha a burrice que é a leitura subjetiva da Escritura. Diz S. Pedro que a Bíblia não está aberta à livre interpretação, e isto já deveria bastar. Diz ainda o eunuco, nos Atos dos Apóstolos, que não entende o que lê se não há quem o explique, e ele diz isto a um Apóstolo que, enfim, o explica. Depois de receber a Verdade, ele é batizado.

Pois bem. Este algo que ensina e que defende a Verdade, que é representado pelo Apóstolo e onde se entra pelo batismo é a Igreja Católica Apostólica Romana. Sem ela, até se inventa um Jesus ao gosto pessoal. Só que Jesus existe de fato, não é uma invenção ou uma construção ideológica. É uma Pessoa real, existente, viva. Quem quiser conhecê-Lo não pode desenhar uma caricatura ou fazer uma seleção do que mais lhe agrada. É preciso conhecê-Lo como Ele é e isto, só com a Igreja.

Sinto muito aos românticos que acham que Jesus é como um hippie, paz e amor pra todo lado. Mas, sem a Igreja, não se conhece a Nosso Senhor.

Portanto, querem mesmo conhecê-Lo? Convertam-se!

Fábio.

Novo blog de Filosofia - "Gaudium de veritate"


Conforme escreveu o Pe. Elílio, "O referido blog andará na contramão da tendência niilista da filosofia contemporânea, procurando evidenciar que a verdade é a grande meta do espírito humano. Sem a verdade, fica-se à mercê dos ídolos vazios."

Para ir ao blog, clique na imagem acima.

Pelos frutos, os conhecereis


Ainda ontem, numa breve reunião, deparei-me com a visão modernista sobre a Liturgia. Uma pessoa me questionava sobre a proibição de certas músicas na Santa Missa e, embora eu explicasse sucintamente, ficou no ar aquele senso de revolta, de "não aceito", de "não concordo" e tal; como eu sempre digo, uma pequena variação do "non serviam".

Esta reunião aconteceu um pouco antes de iniciar a Santa Missa. Pois bem, uma vez terminada, os GRAAs que estávamos ficamos na Santa Missa. Os interrogadores, porém...Vários podem ser os motivos, né? Mas o nunca estar lá não se justifica...

Teremos outra reunião, onde poderei ter mais tempo para uma exposição mais detalhada dos motivos pelos quais a Santa Igreja não permite a cacofonia nas Celebrações do Santo Sacrifício. É incrível, mas uma coisa tão óbvia assim ainda parece nublada aos olhos progressistas (e esses, o eram ao extremo).

E mesmo que seja tão claro que não existam razões para justificar esta posição liberal, ainda assim a obstinação no erro é tamanha!

E cá fiquei eu, pensando, depois. E lembrei-me das palavras de Nosso Senhor, onde Ele nos dá o critério para saber a proveniência de certas coisas: "Pelos frutos, conhecereis a árvore". É justamente isto, e aí eu lanço uma visão geral, mais abrangente, sobre toda a situação da Igreja hoje.

Os liberais, progressistas, modernistas, hereges de toda conta, são sempre os que abrem mão facilmente daquilo que é sagrado; são os que menos se dão, menos se entregam na vivência da Fé, mais facilmente transigem, isto é, menos amam.

Ao contrário, os que assumem um comprimisso de Missa diária, de respeito ao que a Igreja ensina, de respeito ao Santo Padre, de oração constante, de confissão frequente, de estudo contínuo, etc... estes em geral, se eram modernistas, deixam de o ser. E isto tenho visto repetidamente.

Os liberais tendem a, cada vez mais, se afastar, descuidar das questões morais, etc.

E, no fim, se concretiza o que Nosso Senhor disse acima.

Alguém poderia objetar: "mas e se a pessoa for fingida?" Rs.. Ou, pra usar um termo mais corrente por aqui, "se o sujeito for encapado?"

A vida cristã não é mero produto dos esforços humanos, como o supunha o bispo herege Pelágio. A Fé não é um naturalismo devoto. Não se alcança o que Nosso Senhor disse simplesmente porque agora deu vontade. Muito menos porque se decidiu encenar um pouco de santidade. A vida cristã, com as suas rigorosas exigências, com os seus apertados preceitos, supõe sempre a graça divina e a intimidade sincera com Nosso Senhor. 

Do contrário, teremos que aprender, tanto quanto necessário que, sem Ele, nada se faz direito. A mera encenação da vida devota torna-se uma coisa risível, desafinada, disforme... O demônio pode se disfarçar de anjo de luz e um ingênuo mal intencionado pode querer aparentar hipocritamente ser um santo. Mas, como dizia S. João da Cruz - e é coisa que sempre repito por aqui - não há demônio disfarçado de luz que, bem observado, não dê a perceber quem é.

Enfim, a vida morna, liberal, medíocre, etc., nunca é produto de uma alma sincera que busca a face do Senhor com verdade, visceralmente. A estas, Nosso Senhor concede o dom da humildade e uma visão clara. E a mínima visão clara é capaz de entender que o que a Igreja ensina, se acata; que Deus não muda e que toda revolta contra Deus e a Sua Igreja não tem outra fonte que não o orgulho puro e simples. E o orgulho é sempre uma reverberação do grito nojento da antiga serpente.

Oração e Apostolado


O aviso sempre foi oportuno e de grande atualidade na Igreja e ainda o é agora. O apostolado, quando não é o sopro da oração, pode representar uma armadilha da qual se sai extenuado e anêmico espiritualmente. Só o encontro cotidiano com Deus dá ao trabalho apostólico ritmo, dimensão e eficácia.

Em tempos não muito distantes, falou-se também da "heresia da ação". Sim; porque com muita frequência, arrastados pelos acontecimentos, pela necessidade do fazer rápido e na aflição do desejo de ver resultados imediatos, esquece-se facilmente que a fecundidade do apostolado depende, não tanto dos meios empregados ou da quantidade de trabalh executado, mas unicamente da bênção de Deus.

Há um equilíbrio, em todo caso, entre vida interior e apostolado do qual a garantia é a oração. Quando esta vem a faltar, o perigo pode esconder-se em qualquer parte. por isso, ninguém ouse desviar uma alma de seu recolhimento. E ninguém pense que a oração seja um ócio facilmente dispensável ou, o que é ainda pior, um exercício que não se harmoniza com o sopro eclesial do nosso tempo.

Pedro Paulo di Berardino, Itinerário Espiritual de S. João da Cruz

Joseph Ratzinger - o Marxismo foi dos maiores sistemas de escravidão da história contemporânea


"Ninguém pode negar que esse suposto sistema de libertação, a par do nacional-socialismo, foi o maior sistema de escravidão da história contemporânea. A extensão que alcançou a cínica destruição do homem e do mundo pode ser, com frequência, vergonhosamente silenciada, mas nunca contestada."

Joseph Ratzinger, Fé, Verdade e Tolerância

O que dizer disso?


Ars celebrandi. Itaici, 45ª Assembléia Geral da Conferência Episcopal do Brasil. Dom João Braz de Aviz, novo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, celebra missa com patena-cumbuca e cálice-caneca. “Portanto, reprove-se qualquer uso, para a celebração da Missa, de vasos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros vasos de cristal, argila, porcelana e outros materiais que se quebram facilmente” (Redemptionis Sacramentum, 117).


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-O que dizer da foto acima?
-Será um ignorante? Não creio.
-Será um profanador? ...
-E estes cúmplices aí do lado? Todo mundo acha legal a inovação?
-Será um caso isolado ou somente um entre tantos? (É uma pergunta da qual conheço a resposta)
-Se a CNBB sequer respeita as determinações mais sérias da Santa Igreja - as concernentes ao Santo Sacrifício da Missa -, quem é ela pra exigir alguma adesão dos fiéis?
-Alguma punição pra o sacerdote acima? rs...
-Ah, CNBB, pra que existes mesmo? (Esta é uma pergunta da qual não conheço a resposta)

Fábio.

A verdade não pode ser submetida a questionamento radical


Vai abaixo parte de um texto que considero magistral do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho.

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O passo seguinte da investigação consiste em perguntar se a verdade, assim definida, pode ou não ser objeto de questionamento radical. Com a expressão questionamento radical quero dizer aquele tipo de questionamento que, admitindo ex hypothesi a inexistência do seu objeto, — como por exemplo tantas vezes se fez com a existência de Deus, das idéias inatas ou do mundo exterior — termina por concluir, seja em favor dessa mesma inexistência, seja da existência.

O questionador radical de Deus, das idéias inatas ou do mundo exterior pode questioná-los porque se coloca, desde o início, fora do terreno divino, inatista ou mundano, ou seja, ele raciocina como se Deus ou as idéias inatas ou o mundo não existissem. Conforme o desenrolar de sua investigação, ele chegará ou à conclusão de que sua premissa é absurda, o que o levará portanto a admitir a existência daquilo cuja inexistência havia postulado, ou, inversamente, à conclusão de que a premissa se sustenta perfeitamente bem e de que aquilo que foi suposto inexistente realmente inexiste.

O mais clássico exemplo de emprego desse método é o de Descartes. Ele pressupõe a inexistência do mundo exterior, dos dados dos sentidos, do seu próprio corpo, etc., etc., e continua raciocinando nessa linha até encontrar um limite — o cogito ergo sum — que o obriga a recuar e a admitir a existência de tudo quando havia inicialmente negado.

O questionamento radical é o mais duro teste a que a filosofia pode submeter qualquer idéia ou ente que se pretenda existente.

O que devemos perguntar, portanto, logo após termos obtido a definição formal da verdade, é se a verdade assim definida pode ser objeto de questionamento radical. A resposta, que a muitos talvez pareça surpreendente, é um taxativo não. A verdade não pode ser objeto de questionamento radical.

Nenhuma investigação sobre a verdade, por mais radical que se pretenda, pode dar por pressuposta a inexistência de qualquer fundamento cognitivo permanente e universal da validade dos juízos e continuar a raciocinar de maneira consistente com essa premissa até chegar a algum resultado, positivo ou negativo. E não pode por uma razão muito simples: a afirmação da inexistência absoluta de qualquer fundamento cognitivo permanente e universal da validade dos juízos constituiria, ela própria, o fundamento cognitivo permanente e universal dos juízos subseqüentes feitos na mesma linha de investigação. A investigação estaria paralisada tão logo formulada.

Examinemos brevemente algumas das estratégias clássicas de negação da verdade a que o questionador pudesse recorrer para escapar desse cul-de-sac.

Tentemos, por exemplo, a estratégia pragmatista. Ela afirma que a validade dos juízos repousa na sua utilidade prática, que portanto o fundamento dessa validade não é cognitivo. Se disséssemos que a inexistência de um fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos não é ela própria um fundamento cognitivo universal e permanente, mas apenas um fundamento prático, das duas uma: ou esse fundamento prático teria de ser por sua vez universal e permanente, ou seria apenas parcial e provisório.

Na primeira hipótese, teríamos dois problemas: de um lado, cairíamos no paradoxo de uma utilidade universal, ou seja, de algo que poderia utilmente servir a todos os fins práticos, mesmo os mais contraditórios. Seria o meio universal de todos os fins ou, mais claramente ainda, a panacéia universal. De outro lado, teríamos de perguntar se a crença nesta panacéia teria por sua vez um fundamento cognitivo ou se ela seria apenas uma utilidade prática, e assim por diante infinitamente.

Na segunda hipótese — isto é, na hipótese de o questionador admitir que a afirmação da inexistência da verdade é apenas um fundamento parcial e provisório para a validade dos juízos subseqüentes —, então, evidentemente, restaria sempre, inabalável, a possibilidade de que fora do terreno assim delimitado pudessem subsistir outros fundamentos cognitivos universais e permanentes para validar uma infinidade de outros juízos, e a investigação poderia prosseguir indefinidamente, saltando de fundamento provisório a fundamento provisório, sem jamais poder chegar a fundamentar-se no seu próprio pressuposto, isto é, na radical inexistência da verdade.

Tentemos uma segunda estratégia, a do relativismo subjetivista. Este proclama, com Protágoras, que "o homem é a medida de todas as coisas", o que se interpreta correntemente no sentido de que "cada cabeça, uma sentença", ou seja, de que o que é verdade é verdade apenas desde o ponto de vista daquele que a pensa, podendo ser falsidade desde o ponto de vista de todos os demais. Pode essa afirmação constituir a base de um questionamento radical da verdade, de tal modo que a negação da existência de qualquer fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos não se torne ela mesma o fundamento cognitivo universal e permanente em que se apóia a validade dos juízos subseqüentes na mesma linha de investigação? Dito de outro modo, e mais simples: pode o relativismo negar a existência de juízos válidos para todos os homens sem que essa negação se torne ela mesma um juízo válido para todos os homens? Para fazê-lo, ele teria de negar a universalidade dessa negação, o que resultaria em admitir a existência de algum ou de alguns ou de uma infinidade de juízos válidos para todos os homens. Assim o relativismo estaria ele próprio relativizado e acabaria se resumindo numa platitude sem qualquer significado filosófico, isto é, na afirmação de que alguns juízos não são válidos para todos os homens, o que implica a possibilidade de que outros juízos talvez o sejam. Não, o relativismo subjetivista não pode realizar um questionamento radical da verdade, tanto quanto não o podia o pragmatismo.

Poderá fazê-lo, então, o historicismo? Este declara que toda verdade é apenas a expressão de uma cosmovisão temporalmente localizada e limitada. Os homens pensam isto ou aquilo não porque aquilo ou isto se imponha como verdade universalmente e permanentemente obrigatória, mas apenas porque se impõe num lugar e por um período limitados. Ao proclamar esses limites, pode o historicismo impedir que a afirmação desses limites se torne ela própria o fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos? Para tanto, seria necessário admitir que pode haver algum fundamento que negue essa afirmação; mas, se esse fundamento existe, então existe alguma verdade cuja validade é ilimitada no tempo e no espaço, alguma verdade cuja validade escapa ao condicionamento histórico — e o historicismo estaria reduzido à miserável constatação de que alguns fundamentos de validade são condicionados historicamente, outros não, sem poder sequer aplicar esta distinção aos casos concretos sem afirmar no mesmo ato a invalidade do princípio historicista tomado como regra universal.

Pouparei ao leitor a enumeração de todos os subterfúgios possíveis e sua detalhada impugnação. Ele mesmo pode realizá-los, a título de exercício, se assim o desejar. Sugiro mesmo que o faça. E tantas vezes quantas venha a fazê-lo terminará sempre voltando ao mesmo ponto: não é possível negar a existência de um fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos, sob qualquer pretexto que seja, sem que essa negação, junto com o seu respectivo pretexto, tenha de se afirmar ela própria como o fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos, paralisando assim a negação seguinte pela qual deveria prosseguir, se pudesse, a investigação. A verdade tal como a definimos não pode, em suma, ser objeto de questionamento radical. Nem o pode a possibilidade de conhecê-la. Negado que seja possível conhecer qualquer fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos, ou esta impossibilidade mesma se tornaria tal fundamento, afirmando no mesmo ato sua própria falta de qualquer fundamento, ou então, para não assumir esse papel vexaminoso, teria de se limitar a afirmar que alguns juízos não têm fundamento e outros provavelmente têm, afirmação que está ao alcance de qualquer garoto de escola.

Não podendo atingir o alvo colimado, o inimigo da verdade está portanto condenado a roê-la pelas beiradas, eternamente, sem jamais chegar ao centro vital daquilo que desejaria destruir. Ele ora negará uma verdade, ora outra, ora sob um pretexto, ora sob outro, variando as estratégias e as direções do ataque, mas não poderá nunca se livrar do seu destino: cada negação de uma verdade será a afirmação de outra, e tanto aquela negação quanto esta afirmação resultarão sempre na afirmação da verdade como tal, isto é, da existência efetiva de algum fundamento cognitivo universal e permanente da validade dos juízos.
Isso explica, ao mesmo tempo, a proliferação contínua, ilimitada e irrefreável das negações da verdade, e a sua completa impossibilidade de varrer da face da Terra a crença na existência da verdade, a crença na possibilidade de conhecer a verdade, a crença na posse atual e plena de alguma verdade capaz de dar fundamento universal e permanente à validade dos juízos.

Por isso o número e a variedade dos ataques à verdade, de Pirro a Richard Rorty, superam amplamente o número e variedade das defesas que se apresentam formalmente como tais: é que eles próprios, ainda que a contragosto de seus autores, acabam sempre constituindo defesas e louvores da verdade, não só poupando trabalho ao apologista, mas vivificando eles próprios aquilo que desejariam sepultar e honrando aquilo que desejariam humilhar.

Essa é também a razão por que o principiante, impressionado pela variedade e contínua retomada dos ataques à verdade que se observa na história da filosofia — em velocidade notavelmente crescente nos dias de hoje —, adere logo ao ceticismo para não se sentir membro de uma minoria isolada e enfraquecida, mas, prosseguindo seus estudos e superando a primeira impressão fundada apenas na quantidade aparente, não consegue manter essa posição e acaba percebendo que a força não reside no número dos que negam, por mais impressionante que pareça, e sim na qualidade dos happy few que serenamente afirmam a verdade.

A música Litúrgica após o Concílio Vaticano II


Se o que segue abaixo procede ou não do Concílio em si é outra coisa - pelo texto se sugere que não. Mas, na prática, foi o que aconteceu. Eis o que descreve o Cardeal Domenico Bartolucci, por ocasião de uma Páscoa pós conciliar:

“Nos mandaram embora dizendo que a Sistina não deveria cantar, mas o povo. Foi uma revolução copernicana. O abandono do latim, que o próprio Concílio não desejava, na verdade, foi promovido por muitos liturgistas e assim todo o repertório tradicional do canto gregoriano e da polifonia, e, consequentemente, as schola cantorum,  foram apontados como a causa de todo o mal. Ir ao povo havia se tornado lema, sem que se compreendesse as graves conseqüências dessa banalização dos ritos e da liturgia. Eu sempre me opus a isso e sempre defendi a necessidade da grande arte na Igreja, para sustento e benefício do próprio povo. Pensou-se que participar significasse cantar ou ler alguma coisa e assim se desprezou a sábia pedagogia do passado. Paradoxalmente, também o repertório dos cantos devocionais que o povo sabia e cantava desapareceu. Anos atrás, por exemplo, quando o povo assistia a uma missa por um morto, sabia cantar com devoção o Dies Irae, e recordo que todos se uniam para cantar o Te Deum ou as antífonas de Nossa Senhora. Hoje, dificilmente se acha alguém capaz de fazê-lo. Muitos hoje, felizmente, embora um pouco atrasados, começam a perceber o que aconteceu. Era necessário pensar naquela época, antes de proceder com tanta susposta sabedoria em favor de uma moda. Mas você sabe, na época todos renovavam, todos pontificavam. Felizmente, o Santo Padre está dando indicações muito precisas sobre a liturgia e esperamos que o tempo ajude as novas gerações”.

Fonte: Fratres In Unum

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E a coisa decaiu tanto que hoje temos que escutar "CNBB - Só baião. Vol 30."
Quando não é o Regis Danou-se... 
Aff... Miserere Nobis...

Desprendimento

 S. Josemaria Escrivá

Por que te debruçares a beber nos charcos dos consolos mundanos, se podes saciar a tua sede em águas que saltam para a vida eterna?

Desprende-te das criaturas até ficares despido delas. Porque - diz o Papa São Gregório - o demônio nada tem de seu neste mundo, e acode nu à contenda. Se vais vestido lutar com ele, em breve cairás por terra. Por que terá por onde te pegar.

Desprendimento. Como custa!... Quem me dera não estar atado senão por três pregos, nem ter outra sensação em minha carne que a Cruz!

Jesus não se satisfaz "compartilhando"; quer tudo.

Não queres submeter-te à Vontade de Deus... E, no entanto, acomodas-te à vontade de qualquer pobre criatura.

Não percas a perspectiva: se se dá a ti o próprio Deus, por que esse apego às criaturas?

Agora, tudo são lágrimas. - Dói, não é mesmo? - Pois é claro! Por isso precisamente te acertaram com o dedo na chaga.

Tens expansões de ternura. E eu te digo: - Caridade com o próximo, sempre.
Mas - ouve-me bem, alma de apóstolo -, é de Cristo, e só para Ele, este sentimento que o próprio Senhor põe em teu peito.
- Além disso..., não é verdade que, ao abrires algum ferrolho do teu coração - necessitas de sete ferrolhos -, mais de uma vez ficou pairando em teu horizonte sobrenatural a nuvenzinha da dúvida... e perguntaste a ti mesmo, preocupado, apesar da tua pureza de intenção: - não será que fui longe demais nas minhas manifestações exteriores de afeto?

"Se o teu olho direito te escandaliza..., arranca-o e joga-o para longe!" - Pobre coração, que é ele que te escandaliza!
Aperta-o, amarfanha-o entre as mãos; não lhe dês consolações. - E, cheio de uma nobre compaixão, quando as pedir, segreda-lhe devagar, como em confidência: - "Coração: coração na Cruz, coração na Cruz!"

Como vai esse coração? - Não te inquietes; os santos - que eram seres bem constituídos e normais, como tu e como eu - sentiam também essas "naturais" inclinações. E se não as tivessem sentido, a sua reação "sobrenatural" de guardar o coração - alma e corpo - para Deus, em vez de entregá-lo a uma criatura, pouco mérito teria tido.
Por isso, uma vez visto o caminho, creio que a fraqueza do coração não deve ser obstáculo para uma alma decidida e "bem enamorada".

"Ah, se eu tivesse cortado no princípio", disseste-me. - Oxalá não tenhas que repetir essa exclamação tardia.

A dor esmaga-te porque a recebes com covardia. - Recebe-a como um valente, com espírito cristão; e a estimarás como um tesouro.

O Amor... bem vale um amor!

S. Josemaria Escrivá de Balaguer, Caminho.

Reconhecer a heresia à distância


- Ocupar-se intensamente da condição do próximo, permite ao cristão dissimular suas dúvidas sobre a divindade de Cristo e a existência de Deus. A caridade pode ser a forma mais sutil de apostasia.

- A "Igreja primitiva" tem sido sempre a desculpa favorita do herege.

- A reprovação da igreja constantiniana é a marca inequívoca de toda heresia.

- Crer na divindade do homem é a raiz do erro, assim como confundir a humanidade com Cristo é a raiz da heresia.

Nicolás Gómez Dávila
Tradução minha do espanhol.

Fonte:  A Casa de Sarto

Apocalipse e Liturgia: Esponsais entre a terra e o céu

 
Eis o que foi desvelado no livro do Apocalipse: a união entre o céu e a terra, consumada na sagrada Eucaristia. A primeira palavra do livro sugere isso. A palavra Apokalypsis, em geral traduzida como “revelação”, literalmente significa “desvelamento”. No tempo de João, os judeus costumavam usar apokalypsis para descrever parte das festividades nupciais, que duravam uma semana. O apokalypsis era o ato de erguer o véu da esposa virginal, o que se realizava imediatamente antes da consumação do casamento na união sexual.

E é aí que João queria chegar. A unidade entre o céu e a terra é tão íntima, que se assemelha à fecunda e enlevada união entre o marido e a mulher apaixonados. São Paulo descreve a Igreja como a esposa de Cristo (veja Ef 5) – e o Apocalipse desvela essa esposa. O clímax do Apocalipse é, então, a comunhão da Igreja e Cristo: o banquete das núpcias do Cordeiro (Ap 19,9).

A partir desse momento, o homem se eleva da terra para adorar no céu. “Caí então a seus pés [do anjo] para adorá-lo”, escreve João, “mas ele me disse: ‘Não façais isso! Sou um companheiro de serviço, teu e dos teus irmãos que guardam o testemunho de Jesus’” (Ap 19,10). Lembre-se que a tradição de Israel afirmava que os homens adoravam imitando anjos. Agora, revela o Apocalipse, o céu e a terra participam juntos de um ato único de adoração amorosa.

Esse apocalipse, ou desvelamento, aponta para a cruz. Mateus relata que, quando Jesus morreu, “o véu do Santuário rasgou-se em duas partes de alto a baixo” (Mt 27,51). Assim, o santuário de Deus “sofreu um apocalipse”, foi desvelado, sua habitação já não estava reservada apenas ao sumo sacerdote. A redenção de Jesus desvelou o lugar santíssimo e abriu a presença de Deus para todos. O céu e a terra agora se uniam em amor íntimo.

As liturgias antigas estavam impregnadas da linguagem do céu e da terra. A liturgia de são Tiago declara: “fomos considerados dignos de entrar no lugar do tabernáculo de vossa glória, de ultrapassar o véu e contemplar o Santo dos Santos”. A liturgia dos santos Addai e Mari acrescenta: “Como este lugar está impressionante hoje! Pois esta não é senão a casa de Deus e a porta do céu; porque vós fostes vistos face a face, ó Senhor”.

São Cirilo de Jerusalém (século V) oferece uma profunda meditação na frase: “Corações ao alto!” “Pois, verdadeiramente”, diz ele, “nessa hora mais impressionante, devemos elevar nossos corações a Deus e não os manter aqui embaixo, pensando na terra e em coisas terrenas. O sacerdote manda que todos nessa hora ponham de lado todos os cuidados desta vida, ou as preocupações domésticas, e mantenham os corações no céu com o Deus misericordioso”.

Na verdade, precisamos ser como são João de Patmos, quando ouviu a voz do céu dizer: “Subi para cá” (veja Ap 11,12). É isso que significa “Corações ao alto!” Significa abrir nossos corações para o céu que está diante de nós, exatamente como fez são João. Corações ao alto, então, para adorar no Espírito. Pois, na liturgia, diz o Liber Graduum no século IV, “o corpo é um templo escondido e o coração é um altar escondido para o ministério no Espírito”.

Primeiro, porém, precisamos ativamente buscar a recordação. São Cirilo continua: “Mas que aqui não venha ninguém que diga com a boca: ‘Nosso coração está em Deus’, mas esteja preocupado com os cuidados desta vida. Deus deve estar sempre em nossa lembrança. Mas se isso é impossível em razão da fraqueza humana, devemos pelo menos esforçar-nos nessa hora”.

Dito simplesmente, devemos atender à frase compacta da liturgia bizantina: “Sabedoria! Esteja atenta!”

Scott Hahn, O Banquete do Cordeiro, Terceira Parte: O Apocalipse na Missa.

Rs...

Teologia heterodoxa tá em moda... rs
Mas isso só enquanto um desses não se deparar com um cruzado da ortodoxia...

É como dizia Jesus:
"Aquele sobre quem esta pedra (a Verdade) cair, será reduzido a pó..."
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