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Dia de Corpus Christi


No dia de hoje, 30 de maio, celebramos o Mistério do Corpo de Deus, deixado à disposição dos homens para que se santifiquem e possam ter a maior intimidade com o próprio Cristo. É a festa da fonte e do ápice da Igreja, isto é, de onde ela surge e para onde ela ruma. A Eucaristia é, portanto, Deus! Nada menos que isso.

Ditas estas coisas, percebamos algumas implicações:

Primeiro, é falso dizer, com os sincretistas, que é mais aquilo que nos une aos protestantes de modo a podermos forçar um tipo de união espiritual sob o preço de dispensar as diferenças. Uma destas diferenças é justamente a Eucaristia que, como dissemos, é o ápice da Igreja e é Deus. Que espécie de coisa seria mais importante que isso? Tapinhas nas costas? Sorrisinhos? Isto não significa, é óbvio, que devamos ter os protestantes como inimigos - eu já prevejo alguém usando, como objeção, as palavras de Sto Atanásio e que, sinceramente, não se aplicam aqui -;  bem ao contrário, devemos ser corteses e amigáveis. Porém, disto não se conclui que devamos relativizar as coisas. A comunhão com o Corpo de Cristo é um direito e, poderíamos dizer, um dever de todos nós, inclusos os protestantes. Daí que abrir mão da evangelização ou, se quiserem, do proselitismo, é o mesmo que dispensá-los, abandoná-los e nos contentarmos com as aparências de simpatia. Se não entendemos isso é porque nos falta a Fé. 

Segundo, é muito triste constatar que Deus, como um namorado dedicado, vem do céu e se hospeda no nosso mundo, na nossa proximidade, talvez na esquina da nossa rua, e nós, como sujeitos desinteressados e dados à infidelidade, não Lhe vamos ver ao mesmo tempo em que acreditamos piamente amá-Lo sobre todas as coisas. Seria o caso de nos perguntarmos: quem nos ensinou a mentir de modo tão descarado para nós mesmos? Somos tão bons nisso que nós mesmos acreditamos.

Terceiro, já dizia alguém: tu és aquilo que tu comes. Não à toa Jesus vem a nós como um alimento, literalmente. Quando fazemos algum esporte ou desempenhamos algum trabalho que nos exija força e preparo, orientam-nos logo uma boa dieta, um cuidado com os alimentos para que possamos tirar forças daquilo que ingerimos. Ora, nenhum trabalho ou nenhuma atividade sequer se assemelham àquela na qual estamos empenhados: o seguimento de Jesus. Isto é tal que exige de nós todas as nossas forças e o devotamento de todo o nosso ser. Jesus, portanto, à semelhança do que fez com o profeta Elias, nos providencia esta pão misterioso, este alimento que, à diferença dos outros, fortalece não só o nosso corpo, mas aquilo de mais excelente em nós: a nossa alma. Comungar a Jesus é, portanto, a garantia de se ter a força necessária para esta jornada. Abandoná-Lo é suicidar-se por inanição. E nisso há uma diferença fundamental com relação ao nosso alimento ordinário: Sto Agostinho nota que, na comum ordem das coisas, quando comemos algo aquilo será assimilado pelo nosso organismo e o alimento como que se transforma ou se converte em nós. No caso da Eucaristia, acontece o contrário: somos nós que nos transformamos n'Aquele que comungamos. Se a vida cristã pode e deve ser entendida como uma imitação do Cristo, ela encontra na Eucaristia o seu ponto mais necessário.

Quarto, quando queremos simbolizar o nosso amor, dizemos que a outra pessoa mora dentro de nós. Talvez seja por isso que, numa das demonstrações mais típicas de afeto, o abraço, estreitamos o outro ao nosso corpo como que querendo pô-lo para dentro do nosso ser. "Perto estás se dentro estás", costumamos dizer. Na Eucaristia, portanto, ocorre a máxima intimidade: Deus é mesmo posto dentro de nós e faz morada da nossa alma. O fato de nós O recebermos visivelmente nos dá uma viva consciência deste processo, o que possibilita um atento consentimento nosso. Teremos o próprio Deus dentro de nós num auge de intimidade. Ele estará lá: só Ele e eu. Não é preciso esperar; n'Ele não há pressa. Ele respeita em absoluto a nossa casa, de modo que, se O deixamos sozinho, como infelizmente é muito frequente acontecer, Ele não reclama, pois a solidão tem sido, muitas vezes, a sua única companheira. E é muito possível e provável que, mesmo deixado só, Ele limpe uma coisa ou outra lá dentro, dê ordem a certas bagunças e conserte certos rasgos. É por isso  verdadeira a música que diz: "Tu, mais íntimo de mim do que eu mesmo...". Deus sabe mais de nós do que nós mesmos. Ele nos observa desde dentro. E é por isso que deveríamos nos abandonar de vez aos Seus cuidados. Este abandono é potencializado na Eucaristia. Recebemo-Lo.. Pomo-lo dentro de nós e, então, Ele nos insere na vastidão do Seu próprio Ser.

Por fim, receber a Eucaristia é também um símbolo muito bonito da Sua Encarnação. De todas as criaturas, nenhuma encantou tanto a Deus como a Virgem Santíssima. Por isso, Ele quis vir à terra e encerrar-Se no seio de Maria. Se a Mãe lhe proverá os tecidos físicos pelos quais operará mais tarde em nosso mundo, era o Filho a vida da alma da Mãe. Hoje, também, quando recebemos a Eucaristia, Deus entra fisicamente - oh mistério - em nosso ser, pelo que ocorre um certo modelo de encarnação. Somos como Maria ao recebê-Lo e devemos procurar ter as mesmas disposições dela. Um dos santos diz que nenhuma preparação para a recepção da Eucaristia é tão eficaz como a que se faz por meio de Maria. Eis, então, Jesus "encarnando-Se" novamente em nós, como que pedindo para que imitemos a Sua mãe e para que lhe provamos, mais uma vez, as "carnes", isto é, as possibilidades de atuar no mundo através de nós. Jesus deve ser a vida da nossa alma, Aquele que a nutre e sustenta, dá brilho, calor e vigor de modo que, assim como Maria, nós possamos encarná-Lo em nós, nos vestirmos d'Ele, assumir visceralmente o Seu jeito, o Seu modo de ver e de viver. É assim que poderemos ser uma via da ação de Deus no mundo. Se Maria, com uma simples saudação, era capaz de comunicar o Espírito Santo, isto se devia ao seu esvaziamento pessoal que fora preenchido por Jesus. Também Paulo expressa de modo perfeito este mistério: "não sou eu quem vive; é o Cristo quem vive em mim." Eis, portanto, o que se torna possível a partir da pura e devota recepção do Santíssimo Sacramento, Mistério dos mistérios, que celebramos no dia de hoje. Agradeçamos muito a Deus por este pão do céu, dado por amor dos homens e que, à força de nos amar tanto, submete-se aos maiores desprezos, colhendo as migalhas do nosso dito amor. Que a Virgem Maria nos ensine a viver este amor como Ela: totalmente rendidos, abandonados e zelosos da glória de Deus e da conversão das almas.

Congregacionalistas

Robert Browne, fundador dos congregacionalistas

Os Congregacionistas: Inglaterra - 1600

Robert Browne é seu fundador. Era clérigo anglicano, nascido na Inglaterra em 1550. Ao conhecer as doutrinas de Calvino e Lutero, aos poucos não aceitou mais nenhuma idéia de reforma e fundou uma igreja por sua conta, independente de todas as autoridades civis e eclesiásticas.

Foi em Norwich que começou a pregar a sua nova doutrina. Em pouco tempo conseguiu numerosos adeptos. Em 1581 foi aprisionado porque atacou nas suas pregações os prelados anglicanos e não poupou a rainha Elisabeth. Um ano depois foi libertado e, com alguns dos seus, rumou para a Holanda para ali fundar uma comunidade toda sua e conforme suas idéias. Por causa de seu caráter violento e de muitas fraquezas, sua comunidade se dividiu em muitas frações. Em 1584 foi para a Escócia, onde os presbiterianos o colocaram na cadeia. Libertado, voltou para a Inglaterra, renunciou aos seus ensinamentos e foi reintegrado no claro anglicano. Morreu em 1633.

Porém, suas idéias não morreram. Seus simpatizantes continuaram sua obra. John Greenwood e Henry Barrowe fundaram em Londres, em 1592, uma igreja desse tipo. Francis Johnson foi escolhidos como ministro. Os dois primeiros, dois anos mais tarde, foram executados. Da Holanda e da Inglaterra os congregacionalistas passaram para a América do Norte e aí encontraram terreno fértil para seu desenvolvimento.

Doutrina

Para os congregacionalistas a fé é simples confiança em Deus, confiança experimentada pessoalmente e com uma vontade pessoal de servi-lo. Por conseguinte, negam qualquer verdade dogmática para ser acreditada por todos.

O pacto com Deus e com os outros é a base de todas as Igrejas congregacionalistas.

Eis o texto do "pacto":

"Pactuamos com o Senhor e uns com os outros; e na sua presença nos obrigamos a trilhar juntos todos os seus caminhos, conforme lhe aprouve revelar a nós na sua bendita Palavra de Verdade".

Sacramentos: aceitam o batismo e a ceia do Senhor, mas cada um dá o valor que acha melhor a estes sacramentos.

Cada congregacionalista pode crer e praticar livremente o que desejar. O que importa é não aceitar nenhum dogma, verdade codificada ou credo.

Frei Battistini, A Igreja do Deus vivo. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 128-129.

Presbiterianos

John Knox, fundador do presbiterianismo

Presbiterianos: Escócia - 1560

Oficialmente, o fundador da seita presbiteriana foi John Knox. Nasceuy em 1505, estudou em Glascow para ser sacerdote católico e foi ordenado em 1530, mas alguns anos mais tarde começou a aceitar a doutrina de Calvino e de Lutero. Viajou muito pela Europa. Chegou a ser capelão real anglicano. Lutou muito para tornar o anglicanismo mais luterano e calvinista. Recusou o celibato e casou-se com uma calvinista. Muitas vezes foi aprisionado e teve que fugir da Inglaterra e da Escócia. Em 1560 o Parlamento escocês aboliu a autoridade do Papa na Escócia, proibiu a celebração da Santa Missa e adotou a "Confissão de Fé" calvinista, codificada por John Knox.

Knox morreu em 1572. Tinha conseguido, sobretudo por meios políticos, introduzir o protestantismo na Escócia, em detrimento do Catolicismo. Seu sucessor, André Melville, aperfeiçoou o prestiberianismo na Escócia, escrevendo o "Segundo Livro de Disciplina". Neste livro expõe todo o sistema de governo da Igreja presbiteriana. Depois de mutias lutas, guerras e divisões, chegou-se à religião estável na Escócia.

Doutrina

a) A Bíblia é reconhecida como única autoridade em que se baseia a religião. Hoje, porém, muitos presbiterianos inteligentes reconhecem um certo valor na Tradição. Há muitos também que não reconhecem a Bíblia como inspirada e logicamente são levados a negar a divindade de Jesus Cristo.

b) Negam que Cristo tenha fundado uma Igreja: para eles a Igreja é uma simples associação de gente com a mesma finalidade e com a mesma fé em Cristo. Esta associação é voluntária. Ensinam, porém, que para se salvar, é preciso ser presbiteriano.

c) O ministério: há uma Igreja Baixa Presbiteriana, que ensina que "os mais velhos" e "presbíteros" são declarados tais por imposição das mãos e devem dirigir o culto, pregar o Evangelho e administrar os sacramentos. Porém, entre os leigos e estes presbíteros, não há nenhuma diferença. Os presbíteros são apenas encarregados pelos outros de trabalhar em favor dos fiéis.

d) A Igreja Alta Presbiteriana sustenta que Jesus instituiu uma classe de presbíteros para pregar a palavra e administrar os sacramentos.

e) A confissão de fé de Knox é o fundamento do Presbiterianismo. Esta confissão é continuamente modificada.

f) Os sacramentos: aceitam só o batismo e a ceia do Senhor.

Frei Battistini, A Igreja do Deus vivo. Petrópolis: vozes, 1992. p. 126-127.

Igreja Batista

John Smyth, fundador dos Batistas

Os Batistas: Amsterdam - 1600

Martinho Lutero, em 1517, começou sua rebelião contra a Igreja, rejeitando os pontos fundamentais da fé católica. Thomas Munzer aceitou tudo o que Lutero ensinou e foi mais longe ainda. Este senhor começou a ensinar que todas as pessoas batizadas em criança não eram validamente batizadas. E que era preciso então batizar-se novamente. Munzer e seus adeptos foram chamados de Rebatizantes ou Anabatistas. O fanatismo exacerbado destes anabatistas chegou a tal ponto que caíram no descrédito de todos. E os hodiernos batistas negam qualquer ligação de descendência com eles.

O Fundador da Igreja Batista

O verdadeiro fundador da Igreja Batista é John Smyth. Era um clérigo anglicano, que, não aceitando a doutrina da Igreja anglicana, fugiu da Inglaterra para a Holanda. Em Amsterdam, influenciado pelos anabatistas, aceitou suas idéias e rebatizou-se. Mais tarde teve dúvidas sobre a validade do batismo administrado por si mesmo e se fez rebatizar outra vez, mas não por imersão. Aqui teve início a Igreja Batista.

Em 1650 havia duas grandes divisões: os batistas gerais e os batistas particulares. Estes últimos se chamavam assim porque ensinavam que Cristo morreu, não por todos os homens, mas só pelos eleitos, isto é, só por eles. Hoje no mundo inteiro temos uma divisão enorme de batistas, cada qual com um credo diferente: Batistas do Sétimo Dia, Batista dos Seis Princípios, Batistas do Livre-Arbítrio, Igreja Batista de Cristo, Batista Unidos, etc.

Batistas no Brasil

A primeira Igreja Batista no Brasil foi construída em 1871, em Santa Bárbara do Oeste (SP), por alguns americanos fugidos por causa da guerra entre o Norte e o Sul dos EUA. Porém, a primeira Igreja Batista, com fins de conquistar os brasileiros à sua fé, foi fundada na Bahia em 1882. Hoje existem diversas organizações batistas e cada qual segue uma linha diferente. Pode-se dizer que cada pastor na sua igreja é independente.

Doutrina e Princípios Distintivos dos Batistas

a) Batismo administrado só aos adultos e por imersão.
b) Independência da igreja local. Cada Igreja é autônoma e independente de qualquer outra congregação. Por causa desta autonomia, alguns pastores introduzem novas fórmulas na administração do batismo. É bom verificar, caso por caso, pois em muitos deles se tem provado que o batismo foi administrado invalidamente por causa da forma errada. Também pode-se suspeitar da intenção, pois eles pensam que o batismo não nos torna filhos de Deus.
c) Ausência absoluta da missão sacerdotal. A Assembléia elege seus pastores para o serviço.
e) Exclusão total do culto a Maria.

Frei Battistini, A Igreja do Deus vivo. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 124-125.

Lutero e o Protestantismo


Pessoal, estou iniciando um pequeno projeto de transcrição de artigos do livro "A Igreja do Deus Vivo", do Frei Battistini, e que tratam do protestantismo e da história de fundação das denominações protestantes mais conhecidas. Neste primeiro artigo, o autor aborda sucintamente a vida de Lutero e dá os traços gerais do movimento protestante. Boa leitura.

***

Martinho Lutero é o fundador do protestantismo. Nasceu em 1483, aos 11 de novembro, em Eisleben, Alemanha. O pai era camponês. Sua educação foi marcada pela severidade do pai, com o qual não se dava bem. Lutero, desde criança, via nos acontecimentos desagradáveis a presença do demônio, tudo atribuindo a ele. Este fato marcou Lutero por toda a vida, pois se considerava como objeto da condenação de Deus.

Aos 21 anos, exatamente no dia 2 de julho de 1505, durante uma tempestade, um raio, caindo bem perto dele, quase o fulminou. Na hora, apavorado, fez voto de se tornar religioso. Os familiares e amigos tentaram dissuadi-lo. De nada adiantou. E entrou para a Ordem dos Agostinianos e, aos 23 anos, emitiu os votos de obediência, castidade e pobreza.

Não tendo vocação, e dada a severidade da regra, e também considerando sua tendência a ver em tudo a presença do demônio, não se deu bem no convento. Em vez de encontrar a paz e a realização de sua vida, encontrou motivos para reformar a fé.

Em 1517, afixou 95 teses teológicas à porta da Igreja de Todos os Santos em Wittemberg, atacando muitas verdades da Igreja. (Foi motivado pelo modo errado de pregar as indulgências por parte de alguns pregadores) Este fato provocou muitas polêmicas entre teólogos. A Santa Sé, então, interveio. Acontece que muitos príncipes da Alemanha viram em Lutero um bom motivo para se afastarem do papa e o apoiarem. Dessa forma, a polêmica passou do campo religioso para o campo político, dando origem ao nacionalismo germânico. Lutero, vendo-se apoiado pelos príncipes, continuou atacando a Igreja, os costumes e a doutrina. Depois de muitas tentativas de diálogo, todas fracassadas pela recusa de Lutero a qualquer tipo de entendimento, foi excomungado, no ano de 1521. Mais tarde realizará a separação total da Igreja católica, iniciando assim a primeira igreja protestante.

Origem da Palavra Protestante

Em 1529, o imperador Carlos V quis intervir na luta de Lutero com a Igreja, para restabelecer a unidade e a paz. O imperador convocou a Assembléia dos deputados em Espira.  Ficou decidido que era proibido apoiar o movimento o de Lutero e que tudo devia voltar a ser como antes. Mas alguns protestantes não aceitaram esta decisão e declararam: "Protestamos contra tal decisão." Daqui veio a nós o "protestantes".

Doutrina de Lutero e do Protestantismo

Lutero baseou sua doutrina em alguns princípios fundamentais que foram aceitos também por quase todos os reformadores que vieram depois dele. Estes princípios são os seguintes:

A) "Somente a fé salva, sem as obras da Lei".Lutero se baseou nas palavras de S. Paulo em Rm 3,28: "Sustentamos que o homem é justificado (salvo) pela fé, sem as obras da lei". Aqui Lutero comete um erro grosseiro. De fato, aqui, nestas palavras: "sem as obras da Lei", Paulo se refere às obras da Lei de fariseus que davam importância só às coisas inúteis e descuidavam das necessárias, como amar a Deus e ao próximo. De fato, o mesmo S. Paulo, em 1Cor 13,2-3, diz bem claramente: "... ainda que possua a PLENITUDE DA FÉ, ao ponto de transportar montanhas, se não tiver CARIDADE, nada sou". Aqui, caridade significa "obra, ação, amor". O mesmo S. Tiago diz: "A fé sem as obras é morta" (Tg 2,17).

B) "Somente a Bíblia escrita é fonte de fé". Isto é, devemos crer somente aquilo que está escrito na Bíblia, sem aceitar o ensino oral da Igreja, que á a TRADIÇÃO.

C) Livre exame da Bíblia. Cada pessoa deve entender e interpretar a Bíblia como quer. Pensa-se que o Espírito Santo esteja presente em cada leitor da Bíblia. Cada pessoa deve entender e interpretar a Bíblia como quer. Pensa-se que o Espírito Santo esteja presente em cada leitor da Bíblia. Este é um erro radical que está na base de toda divisão da única Igreja de Jesus. Atualmente existem mais de duas mil igrejas protestantes, cada qual interpretando a Bíblia de um modo diferente. Se a verdade que Jesus ensinou, e se o Espírito Santo ilumina a cada pessoa que lê a Bíblia, deveria iluminar a todos da mesma forma. Como explicar, então, estas interpretações tão contraditórias entre si? Aqui não há dúvidas: ou o Espírito Santo ensina errado, ou este princípio está errado. Não, o Espírito Santo é o Espírito da Verdade. O que está errado é o "livre exame da Bíblia". De fato, a Bíblia diz: "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal" (2Pd 1,20).

A vontade de Jesus é esta: "Um só rebanho e um só pastor" (Jo 10,16). Fundar uma igreja, separando-a da Igreja de Cristo, é colocar-se frontalmente contra a vontade de Jesus. Hoje, porém, estamos vivendo momentos de compreensão e reaproximação. Devemos nos empenhar todos para que, com boa vontade e desprendimento, construamos no mundo o Reino de Deus.

Frei Battistini, A Igreja do Deus Vivo. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 121-123.

Novas Consagradas à Virgem Mãe de Deus


No último dia 13, aniversário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, algumas amigas minhas tiveram a felicidade de se consagrarem à Virgem maria pelo método de S. Luis Maria Grignion de Montfort. Uma delas, a Jeane, caminha para ingressar no GRAA. As outras três, Amanda, Fernanda e Daísy, são membras do TLC, família da qual também participo e na qual a Jeane também tem planos de entrar.

Agora já somos três Graas consagrados. Um anda longe, em São Paulo, fazendo mestrado. Os outros dois estão aqui. Que essa nova consagrada corrija, pela sua fidelidade, os meus desmandos. A Andréia, outra das nossas, também tem planos de consagrar-se, bem como a Soninha, que tem também feito o percurso para ser uma GRAA. Além disso, também já somos uns tantos telecistas consagrados, não sei exatamente quantos; só sei que a família de escravos tem crescido e há de crescer ainda mais.

Que bom! Que honra! Que graça! Isso tudo pode ser entendido como uma torrente toda particular da misericórdia divina. E pode ser compreendido, de igual modo, como um certo prenúncio do fim. Quem conhece o Tratado sabe que o santo fala disso. É este um tipo de espiritualidade sumamente detestada pelo inferno e se agora ela se alastra e se divulga, saibamos "ler" os sinais dos tempos. 

Ser escravo é não mais dispor da vontade própria. É dar-se e não reclamar-se de volta. É sacrificar-se, isto é, tornar-se sagrado por ser pertença do Sagrado, do divino. É ingressar no Mistério e começar a participar da Sua lógica. É esvaziar-se das exigências e das reclamações, dos sensos de posse e das revoltas contra Deus. É morrer para si mesmo e viver da vontade do Senhor. Ser escravo é vestir-se dos desejos do dono. Ser escravo exige uma contínua atenção nas vontades d'Ele de modo que, num leve acenar das Suas mãos, o escravo tenha a rapidez de ir Lhe servir. Ser escravo é assumir uma espécie de morte. E nada disso é fácil. Um ímpeto, um impulso inicial, uma disposição atual da sensibilidade tornam a decisão relativamente fácil. O difícil se encontrará no dia a dia, na perseverança em cada momento, na insistência da fidelidade quanto toda a nossa sensibilidade reclama e inclina-se para a própria satisfação. A cruz será sempre a insígnia dos amigos de Cristo e alguém que se dê à Virgem Maria, a que mais adentrou na intimidade divina, não poderá viver de fantasias. A vivência do sagrado é a plena abertura dos olhos, isto é, é a apreensão verdadeira e correta da realidade nas suas profundezas. Esta consagração espetará a nossa sensibilidade e, como já dito, pedirá um tipo de morte, e não seria uma boa espiritualidade se não nos exigisse isso. Se queremos tirar alguma vida daí, é preciso, então, que o grão de trigo morra. Este trigo é o nosso falso eu, aquele que, uma vez morto, dará espaço para que o próprio Cristo venha viver em nós.

Às novas consagradas, parabéns! Que a Virgem Maria conduza vocês e eu pelos caminhos da fidelidade, do Serviam, do Fiat. Se formos fiéis, já dizia o santo: no momento da morte haveremos de nos alegrar por ter abraçado esta devoção.

Ad Iesum Per Mariam. Totus Tuus.

Fábio.

Dia das Mães - Um presente a Maria


Faz alguns dias que eu não posto nada por aqui, I know. Mas retomarei. É que no momento passo por aqueles períodos de transição que demandam uma readaptação. Estou com pouco tempo, mas seria o suficiente se eu fosse mais organizado. Em todo caso, por mais atarefados que estejamos, nada nunca é uma desculpa legítima para nos afastarmos das atividades espirituais. Isto, obviamente, não inclui necessariamente as postagens num blog, mas o cultivo da oração, sobretudo.   As pessoas que dizem não ter tempo para rezar dão a entender que sua vida está pressionada pelo peso da realidade e que por isso não lhes sobra espaço para essas ocupações assim, digamos, mais etéreas e menos substanciais. Esta é uma ilusão comum. Na verdade, se esquecemos das realidades sobrenaturais é então que nos tornamos cativos de um mundo de aparências, de falsidade, de ilusão. O ativismo não é nada mais que a tola ilusão de que nos bastamos e de que os nossos assuntos são os mais importantes. O demônio costuma ser representado pelo número 666; este pode ser entendido como a obstinação da autossuficiência, pois se trata de alguém que está sempre ocupado consigo mesmo e nunca aceita chegar ao sétimo dia, o dia do descanso e da consagração a Deus; para ele, isso seria perda de tempo. Tenhamos, pois, cuidado. É a oração que nos dá o devido senso da realidade. E para nós, que vamos nesta trilha do Evangelho, distrair-nos é um pecado. "Ai de vós que rides".

Hoje é o dia das mães e é muito óbvio que nos venha à mente a figura da Virgem Santíssima, já que foi dada a nós, por Deus, como Mãe. Maria foi aquela que nada tinha de seu. Nela nunca houve algum movimento de auto-referência, a não ser para afirmar-se a escrava, a serva, a que se esvazia de si mesma para abraçar o projeto de seu Deus. Tudo o mais era secundário e dispensável. Ela mesma não se ocupava de si a não ser para manter-se fiel. Se havia algo que não se coadunava com a vontade de Deus, este algo sequer era cogitado por Maria. Esta contínua disposição interior não faz dela uma alienada, alheia à realidade. Muito pelo contrário: a fidelidade à verdade lhe dá um olhar agudo capaz de entender a exata natureza do mundo e dos eventos que nele se passam.

Maria é, pois, a maior das contemplativas porque sabia ver, por baixo do curso corrente das coisas, a presença absoluta e irremovível de Deus. Deus é. N'Ele existimos, nos movemos e somos. E era por isso que mesmo em face dos sofrimentos e daquilo que, num primeiro olhar, pareceria sem esperanças de resolução, Maria mantinha-se firme e recitava o seu poderoso "Fiat". Ela nunca foi obstáculo para a presença divina. Bem ao contrário, ela se tornou veículo da Sua vinda a nós e canal da Sua graça. Por isso tudo, ela nunca se distraiu; nunca perdeu de vista a mão do seu Senhor, e estava sempre disposta a, num primeiro movimento daquela mão, interpretar-lhe a vontade e realizá-la de modo puramente desinteressado e despojado. Por causa disso tudo, Maria caiu nas graças de Deus ao ponto de Este lhe confiar o Seu próprio filho que, encarnando-Se, foi fazer morada no seu ventre sem mácula.

Jesus, unindo em Si a natureza humana com a divina, reconcilia, pela Sua redenção, aquela primeira com o Pai, pois não havia como o Deus rejeitar algo que estava em Seu próprio filho. Por Ele, fomos todos associados à Sua vida e disto decorreu que nos tornássemos, também, filhos de Maria, assim como o próprio Cristo o foi, de modo que ela viria a ser verdadeiramente nossa mãe. Esta maternidade não é simbólica; é real. É verdadeira. É concreta. E dali em diante, o discípulo a acolheu em sua casa.

Neste dia das mães, lembremos de Maria e peçamos a ela que nos dê a graça de aceitá-la como tal, e nos permita entender que este mistério não é uma simples fórmula católica, mas expressa uma profunda realidade; é a verdade dos fatos. E se temos tal mãe, aproveitemos pedindo-lhe as graças necessárias, cobrando os seus afagos e demonstrando igualmente o nosso amor. Que o nosso coração se encha de gratidão a Deus por este bem tão precioso e que nós não caiamos na tolice de renegá-la, pois Deus no-la deu porque absolutamente necessitamos dos seus cuidados. Neste dia, que tipo de presente lhe poderíamos dar? Um presente será bom quando corresponder ao gosto e vontade do presenteado. Perguntemos, então, qual seria o desejo desta boa mãe. Se a pudéssemos ouvir, escutaríamos prontamente: "a vossa salvação". Eis o presente ideal: a correção da nossa vida, o retorno a uma vida devota começando por uma boa confissão; a assiduidade nos sacramentos, a meditação e imitação das disposições interiores dela. Deixemos de ser filhos maus e lhe presenteemos com a nossa vida. Eis, mãe: é vosso presente. Faça-se em nós como tu queres! Feliz dia das mães!
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