Prof. Orlando Fedeli
"Com a morte de Cristo no Calvário, o homem foi redimido e o Reino de Deus começou de novo a existir, por meio da Igreja. Com a morte de Jesus na Cruz, o demônio foi vencido e começava a ser construída solidamente a Civitas Dei.
Ela teve como fundamento a verdade revelada por Cristo e o sangue vertido por Cristo no Calvário. A Cidade de Deus foi combatida incessantemente na História, ora pela violência - pelo leão panteísta -, ora pela astúcia da heresia suscitada pela serpente. Violência e heresia se sucedem na História, atacando a Igreja Católica.
Logo depois do Calvário, supremo ato de violência deicida cometida pelo fermento fariseu, começaram as perseguições na arena romana. O sangue dos mártires foi semente de cristãos. Em 313, o edito de Constantino livrou a Igreja da violência romana. Imediatamente nasceram as grandes heresias cristológicas: o arianismo (317), o nestorianismo, o eutiquismo, a iconoclastia, para citar algumas heresias orientais.
Vencida estas pelos grandes Padres da Igreja e pelos grandes Concílios, recomeçou a perseguição violenta à Igreja Católica, através do maometismo, nascido da pregação de um rabino, em Meca. As cruzadas puseram um dique à expansão islâmica. Surgiu então a gnose cátara que quase destruiu a Cristandade. Simão de Montfort e a Santa Inquisição salvaram a Igreja, a civilização, e a própria humanidade, como reconheceu o historiador protestante Lea.
A Gnose se refugiou no Trovadorismo e no Humanismo.
A Cidade de Deus alcança seu apogeu na Idade Média, no século XIII. Foi nessa época histórica que o homem alcançou o equilíbrio tetraédrico, alcançou a mais alta sabedoria com base na Metafísica escolástica de São Tomás de Aquino.
Desgraçadamente, num mesmo ano, em 1274, a Igreja perdeu São Tomás e São Boaventura.
Com Duns Scoto - declarou-o Bento XVI em sua aula magistral de Regensburg - com Duns Scoto a Catedral do Saber medieval, a Escolástica, começou a ser destruída. Esse filósofo franciscano defendeu a univocidade do ser, e destruiu a analogia escolástica. Ele fez triunfar o voluntarismo independente do intelecto.
De Duns Scoto nasceram a Gnose do dominicano Mestre Eckhart, e o Panteísmo do franciscano Frei Guilherme de Ockham, dos quais vai nascer a Modernidade.
Esses dois naturalistas perverteram a Verdade católica.
Perverteram... Isto é, colocaram a verdade em seu versum, em seu avesso.
Desde então, como confessou Hegel, nasceu a Filosofia como a "ciência que coloca o mundo às avessas".
Colocar o Mundo às avessas. Fazer da Verdade, mentira. Do bem, mal. Fazer a criatura ser Deus. Identificar Deus, o Eu e o Mundo. Inverter o tetraedro. Negar o intelecto e o conhecimento racional. Instaurar a dialética gnóstica, que afirma a identidade dos contrários. A mentira como verdade. O diabo como Deus.
Repetiu-se o pecado de Adão.
Repetiu-se o pecado antimetafísico.
E foi desse pecado antimetafísico que nasceu a Modernidade.
O Pecado de Adão.
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