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A bondade e o amor de Cristo manifestados na Eucaristia


Imitação de Cristo

Alma - Senhor, confiado na Vossa bondade e na Vossa grande misericórdia, a vós recorro como doente ao médico; como faminto ao sedento, à fonte da vida; como pobre, ao Rei do Céu; como escravo, ao Senhor soberano; como miserável criatura, ao meu Criador; como angustiado, ao meu piedoso consolador. Mas onde mereci a graça de virdes a mim? Como se atreve o pecador a apresentar-se na Vossa presença? E Vós, como Vos dignais descer até ao pecador?

Vós conheceis o Vosso servo e bem sabeis que nada há nele que lhe mereça semelhante graça. Confesso, portanto, a minha vileza, reconheço a Vossa bondade, louvo a Vossa piedade e rendo-Vos graças pela Vossa infinita caridade. Vós procedeis assim comigo, não pelos meus méritos, mas por Vós mesmo, para que se manifeste em mim a Vossa bondade, para que uma grande caridade me seja oferecia e para que exerça mais perfeitamente a humildade. Portanto, já que assim Vos apraz e assim mandastes que se fizesse, recebo com alegria a graça que Vos dignastes fazer-me. Oxalá não lhe ponha obstáculos a minha iniquidade!

Ó dulcíssimo e benigníssimo Jesus, que grande reverência, que ações de graças, que louvores perpétuos não Vos devemos, por nos haverdes dado o Vosso santíssimo Corpo, cuja dignidade nenhum homem é capaz de explicar!

Em que pensarei nesta Comunhão, ao aproximar-me do meu Senhor, a quem não posso devidamente venerar e a quem desejo, contudo, receber dignamente? Que pensamento melhor e mais salutar posso eu ter do que humilhar-me profundamente diante de Vós e exaltar a Vossa infinita bondade para comigo? Eu Vos louvo, meu Deus, e desejo que sejais sempre louvado. Desprezo-me e submeto-me a Vós, no abismo da minha miséria.

Vós sois o Santo dos santos, eu o mais vil dos pecadores. Vós inclinai-Vos para mim, que nem sequer sou digno de levantar os olhos para Vós. Vindes a mim, quereis estar comigo, convidais-me para a Vossa mesa. Quereis nutrir-me com o manjar celeste, o pão dos anjos, que não é outra coisa senão Vós mesmo, "pão vivo, que descestes do Céu e dais vida ao mundo" (Jo 6,33-51).

Quão excessivo é, pois, o Vosso amor! Quão inefável é a Vossa bondade! Quantas ações de graças e louvores Vos são devidos! Como foi salutar e proveitoso o Vosso desígnio ao instituirdes este Sacramento! Como é suave e delicioso este banquete, em que Vós mesmo Vos dais em alimento!

Oh! Como são admiráveis as Vossas obras, Senhor! Como é potente a Vossa virtude! Como é infalível a Vossa verdade! "Falastes e tudo foi feito" (Sl 148,5) e não se fez senão o que Vós mandastes.

Coisa admirável, mas que exige Fé, porque excede o humano entendimento, é que Vós, Senhor, Deus meu, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, estejais contido sob a aparência de um pouco de pão e de vinho, e que, sem serdes consumido, sirvais de alimento a quem Vos recebe.

Vós, Senhor de todas as coisas, a quem nada falta, pelo Vosso Sacramento quisestes habitar em nós. Conservai imaculado o meu coração e o meu corpo para que, com uma consciência alegre e pura, possa celebrar mais frequentemente os Vossos mistérios e recebê-los para a minha salvação eterna, pois Vós os haveis instituído especialmente para Vossa glória e para perpetuar para sempre a memória do Vosso amor.

Alegra-te, minha alma; dá graças a Deus por um dom tão excelente e por uma consolação tão singular, que Ele te deixou neste vale de lágrimas. Todas as vezes que celebras este mistério e recebes o Corpo de Cristo, representas a obra da tua redenção e tornas-te participante de todos os méritos de Cristo. Porque a caridade de Cristo nunca diminui e jamais se extingue a grandeza da Sua impetração.

Por isso deves preparar-te para este Sacramento com uma renovação espiritual constante, deves meditar atentamente neste grande mistério de salvação.

Quando celebras ou participas na Missa, esse sacrifício deve parecer-te tão grande, tão novo, tão digno de amor, como se nesse mesmo dia Cristo, descendo pela primeira vez ao seio da Virgem, se fizesse homem; ou como se, pendente da Cruz, sofresse e morresse pela salvação dos homens.

Imitação de Cristo, Livro IV, Cap. III
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