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História do Sacrifício - Parte IV - O Sacrifício Eucarístico


Na noite em que foi entregue, no decorrer da ceia pascal, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de ter dado graças, o abençoou, partiu e deu a seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é meu corpo que é entregue por vós”. Do mesmo modo, tomou o cálice, deu graças e entregou-lhes, dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, sangue da Nova Aliança, que vai ser derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados.” E acrescentou: “Fazei isto em memória de mim”. 

Para que os judeus se recordassem que tinham sido libertados da escravidão do Egito, Deus tinha-lhes ordenado que imolassem e comessem todos os anos, na festa da Páscoa, um Cordeiro sem mácula, na flor da idade. 

Foi depois de ter cumprido este preceito e comido com seus discípulos o Cordeiro pascal, que Cristo transformou o pão em seu corpo e o vinho em seu sangue. Durante a ceia da Antiga Aliança, Cristo selou com seu sangue a Nova Aliança. “Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado”. (1Cor 5,7), diz São Paulo. 

O Cordeiro que os judeus imolavam não era senão o símbolo do verdadeiro Cordeiro de Deus que veio imolar-se para tirar os pecados do mundo. Sem duvida, somente no dia seguinte, este Cordeiro será imolado de modo sangrento na Cruz; mas na ceia ele está já oferecido como vítima destinada com antecedência à morte; Jesus se oferece como vítima aceitando livremente a morte que lhe será imposta, no dia seguinte; oferece de maneira ritual e mística a imolação que, no dia seguinte, será realizada de maneira visível e sangrenta; doravante sua vida não lhe pertence mais, ele a entregou já para a salvação do mundo. 

Assim, o Salvador é sacerdote segundo a ordem e o ritual de Melquisedec; este último ofereceu a Deus em sacrifício pão e vinho; Jesus, na última ceia, ofereceu-se a si próprio, sob as espécies do pão e do vinho, tornando assim realidade o que o salmista tinha predito, há muitos séculos: “O Senhor fez juramento e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec” (Sl 109,4). 

Após ter convertido o pão e o vinho em seu corpo e em seu sangue, Jesus disse a seus discípulos: “Fazei isto em memória de mim”. 

Com estas palavras, deu-lhes o poder de consagrar seu corpo e seu sangue, e impôs-lhes o dever de se lembrarem dele. São Paulo nos explica de que maneira se faz essa lembrança: “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor” (1Cor 11,26). 

É, pois, Jesus Crucificado que a Eucaristia nos lembra; é seu corpo partido, seu sangue derramado! A Missa durante a qual a Eucaristia é consagrada é, portanto, um memorial da Paixão de Cristo, de Cristo agonizando, de Cristo morrendo por nós; é também uma representação viva do sacrifício da cruz: o sacerdote é o mesmo, a vítima também. 

O Sumo Sacerdote da Nova lei, ou melhor, o único sacerdote, é Jesus Cristo. E se na Missa ele se oferece pelo ministério dos sacerdotes, é unicamente porque ele assim quis fazer depender sua presença no altar da vontade e da ação de um homem. O sacerdote não é sacerdote senão em dependência de Cristo, e só age como seu representante. Na consagração ele diz: “Isto é meu corpo, isto é meu sangue” e não isto é o Corpo de Cristo, isto é o sangue de Cristo. 

Assim como a última Ceia foi um verdadeiro sacrifício porque oferecia a vítima que ia ser imolada no dia seguinte, assim também a Missa é um verdadeiro sacrifício, porque renova a oferta da vítima já imolada no Calvário. 

Cumprindo a ordem do Senhor: “Fazei isto em memória de mim”, os Apóstolos e depois deles os seus sucessores, os bispos e os sacerdotes, têm sempre oferecido este sacrifício. 

No tempo dos Apóstolos, os cristãos já se reuniam para o que chamavam “a fração do pão” especialmente ao domingo. Nos Atos dos Apóstolos, lemos no capítulo 20: “No primeiro dia da semana, quando nos reunimos para partir o pão...” 

São Paulo diz muitas vezes que benziam e bebiam o cálice e que partiam e comiam o pão: O cálice de bênção, escreve ele aos Coríntios, que consagramos não é, porventura, a comunhão do sangue de Cristo? E o pão que partimos não é a comunhão do Corpo do Senhor?” (1Cor 10,16).

Monsenhor Pedro Arbex, A Divina Liturgia Explicada e Comentada
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