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Resposta II - Comunhão e Intercessão dos Santos e a Virgem Santíssima


Este é outro ponto em que se torna patente a desonestidade do rapaz. Reproduzindo no seu blog uma resposta minha à sua pergunta, ele fez questão de pôr lá apenas uns pedacinhos... rs. Desafiou-me a mostrar pelo menos uma passagem da Sagrada Escritura em que a intercessão de Maria é demonstrada. Eu citei as bodas de Caná, mas ele fez que não viu.. rsrs..Nesta passagem, Jesus efetivamente realiza seu primeiro milagre pela interseção de Maria.

Como eu ainda demonstrasse outras alusões da Sagrada Escritura sobre a Virgem Santíssima, já que não eram termos explícitos - não continham o nome da Virgem Santíssima, nem seu endereço ou CPF; enfim, não tinha um desenho seu lá - , o rapaz deduziu que era uma 'forçação de barra'. rsrs...

Interessante. Seguindo a lógica protestante, na Sagrada Escritura não diz que a Virgem Maria tenha morrido. Donde se deduz que ela não morreu. rsrs.. Aceite as consequências do seu método, rapaz...


No entanto, a interseção, não somente da Virgem Santíssima, mas dos santos em geral, é facilmente provada, mesmo que pelas sagradas escrituras. Vamos lá.

Eita, que eu morri...
A dificuldade reside na crença errada de alguns deles de que os mortos ficam dormindo. Não haveria imortalidade da alma. Aquele que passasse pela experiência da morte ficaria num estado de inconsciência até a vinda definitiva de Jesus, onde Nosso Senhor ressuscitará os mortos. No entanto, leiamos o que diz S. Paulo:

"Porque o viver pra mim é Cristo e o morrer é lucro. Mas, se o viver no corpo é útil para meu trabalho, não sei o que devo preferir. Sinto-me pressionado dos dois lados: por uma parte, desejaria desprender-me para estar com Cristo - o que seria imensamente melhor; mas, de outra parte, continuar a viver é mais necessário, por causa de vós..." (Fl 1,21-24).


Vejam só, que curioso! Morrer, para Paulo, era imensamente melhor. E, por quê? Para estar com Cristo. Portanto, se as Sagradas Escrituras dizem a verdade, então aqueles que morrem em Deus vão para Deus, e não ficam dormindo. Esta imortalidade da alma é algo ainda provado do ponto de vista filosófico. Mas, daqui pra esse pessoal condenar a filosofia é um pulo, já vi. Então, limito-me a provar pela Sagrada Escritura.

Jesus ainda diz em Mateus: "não temam aqueles que podem podem matar o corpo, mas nada podem fazer à alma; temam, antes, Àquele que pode mandar o corpo e a alma para o inferno. (Mt 10,28)

Muito interessante é, ainda, a promessa que Jesus faz ao ladrão: "ainda hoje estarás comigo no Paraíso". Fica, pois, provado pela Escritura que aqueles que morrem na amizade divina vão para Deus.

Pois bem. Qual, pois, a dificuldade de que alguém que está mais perto de Deus interceda por aqueles que ainda labutam neste exílio? Se, como Paulo diz, aquele que vive na amizade divina, ao passar pela morte, vai a Deus, por que não poderia pedir pelos demais?

E temos razão de admitir que, uma vez em Deus, o amor da pessoa é muito mais perfeito, pelo que, com muito maior motivo, convém admitir que poderá pedir a Deus pelos vivos. Porém, para os protestantes, isto parece ser contraditório com a única mediação de Cristo. Eu, particularmente, gostaria de saber como eles interpretam esta declaração claríssima de Paulo sobre a subida da alma a Deus.

Resolvamos, então, quase desenhando, o que os protestontos não entendem. E quanto mais avançamos na argumentação, mais vamos percebendo que eles não entendem nada.

Vamos lá. De fato, a Sagrada Escritura fala da única mediação de Cristo. Sem Cristo, ninguém vai ao Pai. Foi pelo Seu Sangue que fomos reconciliados com Deus. Estas novas relações entre o Céu e os homens já são prefiguradas no batismo do Senhor onde os “céus se abrem” e Deus diz: “este é o meu filho dileto; ouvi-o”. Dizendo isto, Deus Pai como que ensinava aos homens o modo de agradá-Lo, isto é, o modo de se tornarem, também eles, diletos. Na morte do Senhor, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo. Este véu era o que separava o Santo dos Santos, a Quem só o sumo-sacerdote tinha acesso, dos demais homens. Pela morte de Cristo, todos nós adquirimos acesso à graça divina.

Portanto, não há competidores para Cristo. Não há rivais. Não há vias alternativas. Não se vai a Deus por Buda, ou por Maomé ou por Lutero.  No entanto, esta falta de competidores não implica em falta de contribuidores. Imaginemos uma grande casa com uma única porta. Esta porta única é o Cristo.  Uma vez, porém, que adentramos neste local, notamos que a única porta de entrada não contradiz a existência de outras portas internas que com ela não competem.

A única mediação de Cristo põe todos os filhos de Deus em comunhão. É a comunhão dos santos. Fazem parte dessa comunhão os filhos de Deus no céu, os que estão no Purgatório e os que ainda estão na terra. Eles formam o corpo místico de Cristo que é a Igreja. O vínculo que os une como seiva de vida comunicada a todos é a caridade. Eles se amam. Daí que, faz parte do amor desejar o bem do outro e contribuir tanto quanto seja possível para a efetivação deste bem. É por isto que rezamos pelo sufrágio das almas no Purgatório, isto é, intercedemos por elas. Também intercedemos uns pelos outros os vivos, e isto sem qualquer contradição com a mediação única de Cristo. Ao contrário, esta mediação única é o que permite toda esta nova dinâmica espiritual. Assim também os bem-aventurados podem pedir por nós.

E isto nada tem a ver com o espiritismo, em que as pessoas consultam os mortos. Deus abomina estas coisas. Quando pedimos a um santo que interceda por nós, cremos que é Deus quem o faz conhecer o nosso pedido. É em Deus que o santo toma conhecimento disto e pede por nós.

Depois, os próprios anjos, que os protestantes aceitam, ao obedecer as ordens de Deus em nosso favor, desempenham sim uma espécie de mediação. Acontece que esta mediação, assim como a dos santos, se dá por dentro da mediação única do Cristo e como que a enfatiza. Não é contraditório. Acontece que este povo faz força pra não ceder. É orgulho inveterado; só isso.

**
E a Virgem Maria nesta história toda? Há uma passagem muito esclarecedora de S. Paulo em que ele diz: “quando ainda éramos inimigos, Deus nos amou”. Por causa do pecado de Adão, os homens se tornaram inimigos de Deus. E toda a história da Salvação, que se dá por iniciativa divina, é produto do amor de Deus.

No entanto, ainda antes de Nosso Senhor ter nascido e morrido por nós, antes de ter nos reconciliado com o Pai, o Altíssimo se encantou por uma criatura: Maria. Ora, isto é bíblico. Basta lermos com atenção, ao invés de fazer uma leitura dinâmica como parece ser o caso das poucas passagens que esse povo lê, e notaremos já nas palavras do anjo Gabriel coisas muito interessantes.


“Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. Encontraste graça diante de Deus. O santo que nascer de ti será chamado Filho do Altíssimo”

Este “cheia de graça” vem do grego “Kecharitomene” que significa plena da graça antes, durante e depois. E isto antes da efetivação da redenção. Dá pra começar a ter uma idéia de quem foi Maria?

E, enquanto os homens ainda são inimigos de Deus, o Senhor é com Maria, como disse o Anjo. “O Senhor é contigo”. Ela achou graça diante de Deus. Era bela, pura e realizava a prefiguração da Escritura: “Que o Rei se encante com a vossa beleza”. Maria encantou a Deus.

Por fim, para completar a sua total oposição à antiga serpente, de quem ela esmaga a cabeça, enquanto o demônio revoltou-se contra Deus, Maria se submeteu de todo: “eis aqui a escrava. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Ela é a perfeitamente disponível a Deus. Aquilo que Jesus dirá aos doze anos: “devo ocupar-me das coisas do meu Pai” será vivido por Maria desde o início. Poucos refletem sobre a coragem heróica de Maria em ter decidido colaborar com o projeto divino, ela que era somente uma adolescente, vivia em um contexto social cujas regras eram severíssimas e era noiva de um homem justo. Maria, no entanto, não pesa as conseqüências. Simplesmente aceita, na esteira do pai da Fé, Abraão.

Tão logo sabe da gravidez de sua prima Isabel, lá vai Maria em viagem a fim de ajudar-lhe durantes os meses restantes até o nascimento de João Batista.

Quando Maria chega na casa de Isabel e lhe cumprimenta, a criança santa no seu ventre salta e Isabel, cheia do Espírito Santo, declara: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?”

“Bendita és entre as mulheres”. Quando lemos esta saudação contrastando com a triste atitude de Eva, Maria surge como figura singularíssima. Pela atitude de Eva, adentrou no mundo o pecado e a morte. Ela, ao comer daquele fruto proibido, o ofereceu a Adão e, disto, o pecado passou para a humanidade. Com Maria se dá algo totalmente oposto. Ela é feliz entre as mulheres porque não partilha da sua culpa e, além disto, é por meio dela que virá a Salvação. Se Eva deu ao mundo o fruto proibido, Maria dá ao mundo o fruto bendito que é Deus. Se foi Lúcifer, o anjo caído, quem convenceu Eva a rebelar-se contra Deus, foi Gabriel, o anjo do Senhor, quem anunciou a Maria a Encarnação do Verbo divino. Ela é feliz, porque desata o nó feito por Eva. De todas as mulheres, é ela a mais feliz, pois Deus achou graça nela e veio habitar em seu seio.

“Bendito é o fruto do seu ventre”. Esta saudação de Isabel ganha uma grande profundidade quando lemos o que diz Nosso Senhor: “conhece-se a árvore pelo seu fruto”. Ora, Cristo é o fruto de Maria. Quem, pois, será Maria? Rsrs...

Isabel chama ainda Maria de “Mãe do meu Senhor” e, detalhe, ela falava sob inspiração do Espírito Santo. Digamos de novo: Deus faz tudo com ordem. A criação e tudo quanto existe o testemunha. Para a encarnação do Verbo, convinha uma criatura de máxima dignidade. Para que o Filho de Deus pudesse ser cuidado, educado, ensinado, seria necessário uma pessoa de alta grandeza. E Jesus foi obediente a Maria, como o testemunha o evangelista Lucas: “Ele lhe era submisso”. E, no entanto, Maria adquire esta grandeza pela sua intimidade com Deus, tanto que podemos ver, nela e em Jesus, um traço muito comum: Jesus, sendo Deus, mostrava-se pequeno. Maria, sendo aquela que encantou a Deus, ocultava-se e silenciava.

Depois de tudo isto, notamos o seguinte: a Sagrada Escritura não é explícita em tudo. Não adianta protestante querer defender leitura dinâmica da Bíblia e compreensão simplista das coisas, o cristianismo é muito mais profundo.

Bom. Se uma alma santa vai para Deus, quanto mais a Mãe de Deus? Ela foi elevada ao Céu de corpo e alma, e isto nos veio pela tradição, pois, para nós católicos, este é um outro fundamento de autoridade – e já mostramos como a Sola Scriptura é irracional. No entanto, mesmo que tal não tivesse ocorrido, Maria estaria com Deus, e gozaria, sem dúvida, de uma dignidade singular, de onde poderia, obviamente, interceder pelos homens. Mas Maria foi sim assunta aos céus de corpo e alma e, então, coroada como Rainha Soberana porque Deus assim o quis na sua Justiça.


 No entanto, ainda que se pense muito a respeito destas coisas, a idéia que surgir da dignidade de Maria estará, ainda, muito aquém de quem ela é.

Fábio.
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