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Pérolas da TL - Parte I



Aproveitando que estou meio que em "férias extraordinárias", tenho lido um livro sobre a Teologia da Libertação e quero pôr, aqui, algumas pérolas que vou encontrando no folhear das páginas. Claro que não as ponho todas, mas vou fazendo um modesto apanhado destes erros travestidos de um romantismo barato. Fazendo este amontoado neste espaço, espero poder contribuir para que os leitores se convençam, de todo, que a TL é uma deturpação do catolicismo, um reducionismo da religião e uma instrumentalização do cristianismo para fins ideológicos de esquerda. Eu gostaria muito de comentar uma a uma as citações abaixo, mas, ao menos por ora, limito-me a transcrevê-las e apenas destacar algumas expressões, para não ficar um negócio muito extenso. Quaisquer dúvidas, xingamentos ou pedidos de socorro, deixem comentários.

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"Quando dizemos Igreja dos pobres, devemos fazê-lo com uma alegria imensa. Primeiro, com a alegria de saber que é uma dimensão evangélica; segundo, para dizer que aqueles queridos de Deus, aqueles com os quais jesus mais se identificou, estão hoje ativos, presentes na Igreja: querem participar das decisões, das deliberações, nos movimentos eclesiais; querem também participar na escolha daqueles que devem dirigir a Igreja."

João Batista Libâneo
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"(...) o povo torna-se povo de Deus quando escolhe Deus, e mais, quando se sente escolhido por Deus e assume o projeto de Deus na história. Não é que Deus tenha um projeto para cada pessoa (é lógico que cada pessoa é única, é amada por Deus), mas a pessoa está dentro da família humana, está dentro de um povo e esse povo tem uma missão histórica."

L. Boff
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"Essa porta (O CVII) é que permitiu o refletir, o viver, o acercar-se não ao mundo dos ricos, mas ao mundo dos pobres. Daí surgiram as CEBs, todo esse movimento diferente de uma Igreja nova que, na realidade, é a Igreja mais primitiva, mais evangélica, mais das origens. Nasce do Vaticano II, mais relido e vivido a partir da América Latina"

V. Codina
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"De certo modo deveria ser uma tautologia (o termo Igreja dos pobres), porque a Igreja - por sua natureza, por sua formação e origens - nasce do meio dos pobres. Só que, depois de uma trajetória de mais de dois mil anos, teve tantas aventuras que ficou de certo modo monopolizada, dominada, manipulada por todas as formas de dominação, de direção, deixando de ser dos pobres. Nesse sentido, a Igreja dos pobres atualmente é como que uma utopia, uma aspiração, um desejo, embora haja também subjacente, oculta, escondida, uma Igreja dos pobres que é diferente. Os pobres que têm toda uma herança cristã, no fundo não confiam nunca plenamente nos padres, nos bispos e religiosos. É verdade que há alguns ingênuos, mas de modo geral não confiam plenamente. Não vão competir, nem discutir ou brigar, pois sabem muito bem que perdem. Qualquer discussão vão perder. Mas ficam com a sua consciência e ficam se olhando. Sabem bem que existe a religião do padre e a sua religião, a Igreja do padre e a sua Igreja."

J. Comblin
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"A Igreja dos pobres é sobretudo a comunidade eclesial constituída por uma grande rede de comunidades de base. Comunidades onde os pobres têm o privilégio, o lugar central. As CEBs seriam o tecido vivo, a carne e o sangue dessa nova Igreja. Porém, a Igreja dos pobres não é só constituída pelas CEBs, como se pensa. As CEBs são o eixo dessa Igreja dos pobres. Junto com as CEBs, em torno desse eixo que elas constituem, a Igreja dos pobres integra também a Igreja institucional renovada com todas as suas instâncias ministeriais (bispos novos, seminaristas novos, freiras novas, teólogos novos, cúrias diocesanas novas, movimentos religiosos renovados, etc.)"

C. Boff
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"Toda a tradição da Igreja ocidental esqueceu o Espírito Santo! Não formalmente, pois continuou-se cantando no credo: "creio no Espírito Santo...". Mas, praticamente sem consciência, dentro de um esquema rigidamente autoritário, em que tudo vem de cima para baixo e o povo mantém-se puramente receptivo. Como dizia Pio X, o papel dos leigos é obedecer. Se o papel dos leigos é somente obedecer, receber, então não há lugar e espaço para o Espírito Santo. Na prática, inclusive, ele está reservado para a hierarquia. É aquele que justamente aconselha a hierarquia e lhe dá poder e força. E isto é uma inversão completa de toda  revelação bíblica.

J. Comblin
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"Para a Teologia da Libertação a preocupação central é o Reino de Deus, que é algo absoluto na história. (...) A Igreja é algo relativo e a realidade do Reino de Deus, tal como vai aparecendo, como se vai construindo nos processos populares de libertação, é o que dá sentido à Igreja. Para nós, a Igreja é algo relativo. É importante porque sem a Igreja não seríamos capazes de descobrir a presença do Reino de Deus nos processos revolucionários, nos processos de libertação. A Igreja é necessária, mas relativa."

P. Richard
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"Na Igreja de hoje o leigo não tem muito lugar, embora seja 99% da Igreja. Ele está na margem da Igreja. O ideal é chegarmos a uma Igreja comunidade, de irmãos e irmãs, fraternos, igualitários, onde as pessoas ocupem distintos lugares, distintas funções. Em que não se falasse mais de leigos contrapostos a clérigos, mas de cristãos, homens e mulheres, com distintas tarefas, onde tanto conta o violeiro como o padre que anima a comunidade; tanto um coordenador de comunidade, que é ao mesmo tempo líder sindical, como um bispo; onde todos se sentissem bem na comunidade, com uma vocação secular, dentro do mundo."

L. Boff
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"Até agora, a reflexão sobre Maria tem sido feita por homens. Não que a gente veja nisso algo de ruim, má fé, etc. Não é isso. Mas, realmente, os homens é que pensaram, falaram, refletiram sobre essa mulher, criatura humana, criatura de Deus, que foi Maria de Nazaré. Consequentemente, a visão que se tem de Maria tem sido até agora uma visão masculina, marcada pela projeção do ideal do feminino que o homem faz. Nesse sentido, tem havido - acredito que até involuntariamente - uma espécie de domesticação da mulher por parte da mariologia. Ou seja, a mulher cristã tem Maria como modelo e, portanto, deve imitar Maria, uma mulher que era apresentada como muito difícil de ser imitada: virgem e mãe que sempre diz sim, toda aquela coisa clássica, passiva, submissa. A mulher cristã que começou a tomar consciência de seu papel de ser pensante e desejante, começou a rejeitar isso."

M. Clara


TEIXEIRA, Faustino Luiz Couto (Org.). Teologia da Libertação: Novos Desafios. São Paulo: Ed. Paulinas, 1991. pp. 21-50

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