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Refutação de erro protestante - Mediação entre Deus e os homens


"Eu sou a Verdade" (Jo 14,6), diz Jesus, numa passagem que todos, cristãos ou não, conhecemos. Jesus é Deus e, naturalmente, é uma Pessoa. Eu quero nesta postagem voltar-me aos amigos protestantes que, na sua tentativa de aderir a Nosso Senhor, pecam, muitas vezes, por falta de sinceridade. Refiro-me, por ora, a dois temas muito específicos que geram, entre nós, discordâncias. E penso que, uma vez esclarecidos estes pontos - não que não haja outros - um protestante sincero deveria, pelo menos, entrar numa crise com relação à sua fé. E por que escrevo? Será que tenho a esperança de trazer algum à verdadeira Fé? Bem... não me desfaço totalmente da idéia, mas a minha curta experiência com esse tipo de assunto me leva a inclinar-me mais à descrença de que isto aconteça. Seja como for, creio que não haja objeções sérias para os argumentos que vão abaixo. E os que, sinceramente, estão em dúvida quanto a qual tipo de cristianismo seguirão, eu digo: sigam o de verdade.

Os dois assuntos a que me propus tratar, por ora, são o da mediação entre Deus e os homens e, depois, o da Sola Scriptura. Terei o cuidado de pôr as referências bíblicas, coisa que não faço em geral, para facilitar o processo de adesão e aumentar a credibilidade. Vamos lá.

Pra coisa também ficar mais didática e menos extensa, divido os assuntos em duas partes. Nesta primeira, trato sobre a idéia de mediação entre Deus e os homens.

Os protestantes, naturalmente, partem de uma assertiva bíblica que diz: "Há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se deu em resgate por todos" (1 Tim 2,5-6). Ao lerem isto, eles afirmarão que os católicos, ao assumirem mediadores outros, como os santos e a Virgem Santíssima, assumem conduta anti-bíblica. Vejamos.

Primeiramente, a frase fala da necessidade de uma mediação entre as partes. Estas partes são, obviamente, Deus e os homens. Estes últimos foram criados em graça e, portanto, unidos a Deus. No entanto, como todos sabemos, os nossos primeiros pais pecaram, pelo que aquela união se desfez. Desde então, estabeleceu-se a necessidade de um mediador que já é previso no que se chama proto-evangelho, onde se lê: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15) Esta descendência da mulher será Nosso Senhor Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria e descrito por João como "a Luz do mundo que, vindo ao mundo, ilumina todo homem" (Jo 1,9). Aqui está manifesta, pela expressão "todo homem" a completa abrangência da obra redentora de Jesus. Isto também afirma a sua exclusividade. Não há outros redentores ou mediadores. Quem quiser ir ao Pai, deve ir por Cristo (Jo 14,6). Isso é expressamente ensinado pelo catolicismo. Portanto, não há nada de anti-bíblico na Santa Igreja. Aliás, se foi a Igreja quem formou o cânon bíblico, é claro que tal disparidade não iria se dar. No entanto, como veremos mais à frente, o protestantismo, este sim, é anti-bíblico.

Mas, então, onde entram os santos nessa história? A partir do momento em que Nosso Senhor realiza o Seu Sacrifício, todos aqueles que se colocam sob o influxo da Sua graça, são perdoados dos seus pecados e auxiliados, de modo real, por Deus. É só então que se torna possível o imperativo de Cristo: "Sede santos porque Vosso Pai celeste é santo" (Mt 5,48). Paulo expressa a mesma coisa: a lei trouxe, consigo, o pecado. Mas é a graça que, superabundando o pecado, nos permite viver conformes a Deus (Cf Rom 8,3). A partir desta adesão a Cristo, nós somos, ainda segundo S. Paulo, batizados na Sua morte (Rom 6,3), isto é, participamos daquilo que exclusivamente ocorreu a Cristo. E como podemos participar daquilo que é exclusivamente de outro? Sendo um com este outro. O batismo  nos incorpora no Corpo Místico de Cristo (I Cor 12,27). É a partir daqui, a partir do momento em que somos incorporados no Cristo, que passamos a viver a chamada Comunhão dos Santos, um tipo de mediação segunda e inter-influência que só se concebe como que por dentro e a partir da única mediação de Cristo. É desse modo que Jesus, sendo a Luz do mundo, pode dizer aos Apóstolos: "Vós sois a Luz do mundo" (Mt 5,14), quando, na verdade, os Apóstolos eram luzes segundas que apenas iluminavam em função da Luz primeira que é o Cristo. Do mesmo modo S. Paulo vai dizer aos seus discípulos: "Sede meus imitadores" (I Cor 11,1), pois Paulo imitava a Cristo. Paulo tornava-se, desse modo, um mediador pois punha em relação os seus discípulos com Cristo a partir da sua pessoa. Não há nada de errado nisso. Seria, porém, estranha e falsa uma mediação alternativa à de Cristo, que se desse por fora da d'Ele, como quando alguém diz que pode obter salvação a partir de Maomé, ou a partir de Buda, etc. As mediações católicas, no entanto, todas elas referem-se ao Cristo e só são possíveis a partir d'Ele, pois todos os católicos formam, com Cristo, um só corpo. Se todos os batizados participamos do Corpo de Cristo, os sacerdotes ordenados, isto é, os padres, participam do Seu único sacerdócio.

Aliás, é por isso que Cristo diz aos Apóstolos: "Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita" (Lc 10,16) e, quando Paulo está a perseguir a Igreja, Nosso Senhor lhe pergunta: "Saulo, por que Me persegues?" (At 9,4).

Penso que fica, desse modo, esclarecida esta questão da mediação. Porém, antes de passar ao outro ponto, eu gostaria de afirmar que também os protestantes utilizam de mediadores. A sagrada escritura, por exemplo, é uma mediação. Recentemente eu falei isso a um rapaz protestante e ele me disse que a Bíblia não é mediação, pois é a voz de Deus, o Verbo. Ora, romantismo à parte, o que esse rapaz faz é uma identificação da bíblia com Deus. Eu não creio ser conveniente adorar a Bíblia, pois Deus não é um livro; como eu escrevi no início, Deus é uma Pessoa. Não quero diminuir o valor da Sagrada Escritura, obviamente, mas ela não é Deus; ela provém de Deus, isto sim. Mas, se não é Deus, e está entre Deus e os homens, é claro que ela é uma mediação, porque está "no meio" das duas partes, contribuindo para a sua comunhão.

Outro tipo de mediação dos protestantes é a que se faz a partir dos "pastores" de suas denominações. Ora, se não houvesse, estritamente, mediação, tampouco um pastor seria requerido. O cristão haveria de ser o mais individualista dos homens, pois aderir a um pastor seria cometer pecado contra a bíblia que supostamente condena outras formas de mediação além do Cristo estritamente. E o pastor é, claramente, um mediador - ou tenta sê-lo - entre alguns inocentes e Deus. Aliás, este mediador é também intercessor, pois os "crentes" amam pedir que ele reze por eles. Se, no entanto, não há que recorrer a mediadores e, portanto, não se pode encontrar mestres, professores ou condutores, tampouco seria possível a fé, pois Paulo diz que a Fé vem pelo ouvir (Rom 10,17) e não creio ser muito comum ouvir Deus falando diretamente do céu. Depois, se não há pregadores - e, portanto, mediadores - não há discípulos, pois, "como haverão de crer se não houver quem pregue?" (Rom 10,14). As mediações segundas, desde que em Cristo, são, portanto, totalmente aceitáveis e também os protestantes aderem a elas.

Creio que este ponto fica esclarecido. Dúvidas, correções ou objeções, sejam feitas nos comentários. No próximo post, falarei da Sola Scriptura, outro devaneio dos filhos de Lutero.

Salve Maria Santíssima!

Fábio.


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2 comentários:

  1. No seu texto o Senhor diz:
    """eu gostaria de afirmar que também os protestantes utilizam de mediadores. (....) é a que se faz a partir dos "pastores" de suas denominações. Ora, se não houvesse, estritamente, mediação, tampouco um pastor seria requerido"""
    """ os "crentes" amam pedir que ele (O Pastor da Congregação) reze por eles."""

    ------------------------------------------------------------------

    Eis aí uma diferença escandalosa entre os Evangélicos e Católicos.
    Nenhum evangélico nega a possibilidade de um crente interceder por outro. Agora se o Pastor da congregação ou algum irmão morrer eles não ficam orando:
    "Pastor Fulano, Rogai por nós que recorremos a vós".
    "Irmão ABC, rogai por nós pecadores, agora e na hora de minha morte"

    Isso porque eles acreditam que: "os vivos sabem que morrerão, mas OS MORTOS NADA SABEM".
    Eles NÃO ACREDITAM que os mortos podem escutar orações e interceder junto à Yeshua Ha Mashiach.

    Já a crença CATÓLICA E ESPÍRITA acredita que a alma dos mortos podem escutar as orações e nos ajudar.
    - Os católicos acreditam que as almas escutam orações através da comunhão dos santos (Almas que estão na gloria, no purgatorio e os vivos que estão em estado de graça santificante se unem por um laço de caridade que não se rompe com a morte).
    - os espiritas também acreditam que a alma dos que morreram podem escutar nossas orações e nos ajudar com noticias do mundo dos mortos. Tipo o Gasparzinho ( o Fantasminha Camarada kkk)

    Como leitor do seu blog eu achei esse seu texto incompleto e incapaz de fazer qualquer evangélico entrar numa crise com relação à fé. Pelo que eu conheço das duas doutrinas todo a diferença entre Católicos e Evangélicos está no fato PÓS-MORTE. Enquanto a igreja romana acredita que as almas dos que morreram podem escutar as orações dos vivos os Evangélicos creem que OS MORTOS NADA SABEM A RESPEITO DOS VIVOS.




    Obs: não professo nenhuma religião pois no meio de tantas verdades doutrinárias irrefutáveis é impossível saber quem diz a verdade. Apenas gosto de ler e ver videos a respeito sobre o que acontece ao homem depois da morte.

    A melhor explicação que obtive até agora foi desse video:


    Onde estao os mortos?

    http://www.youtube.com/watch?v=eLn3UGqIY8A&feature=related


    O Apocalipse Revela o Segredo da Morte

    http://www.youtube.com/watch?v=pU0i4Hv_4W0&feature=related

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  2. Resposta aqui: http://anjosdeadoracao.blogspot.com/2011/08/refutacao-protestante-iii-resposta-uma.html

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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