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Justino dá uma descrição geral sobre como a Santa Missa era celebrada na metade do Século II


Para a época que seguiu à morte dos Apóstolos, um dos documentos mais antigos e mais interessantes é uma apologia dos cristãos escrita por São Justino, que morreu em 165. Entre 150 e 155 dirigiu ele ao imperador Romano Antonino sua primeira apologia na qual descreve o que se pratica nas assembléias cristãs, a fim de mostrar que as atrocidades que lhes são atribuídas pelos pagãos são pura calúnias. Nele refere-se duas vezes às celebrações eucarísticas. Não nos transmite um texto completo da liturgia nem fórmulas de orações ou de exortações, mas a sequência detalhada dos atos praticados nestas assembléias e a maneira como era celebrada a Eucaristia em Roma e nos países onde ele viveu, a Palestina (onde nasceu) e o Egito.

Eis sua descrição de uma reunião dominical:

1. No dia dito do sol (domingo) reúnem-se em um mesmo lugar todos os cristãos, os que residem nas cidades e os que residem no campo.

2. O leitor lê trechos tirados das memórias dos Apóstolos (Novo Testamento) e dos livros dos Profetas (Antigo Testamento).

3. terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para explicar aos presentes o que foi lido e exortá-los a pôr em prática tão belos ensinamentos (homilia).

4. Em seguida, levantamo-nos todos e dirigimos a Deus orações e súplicas (súplica insistente ou ecteni, após o Evangelho).

5. Suspendendo as orações, abraçamo-nos uns aos outros (Ósculo da paz).

6. Depois levam àquele que preside a reunião dos irmãos em Cristo, pão e um cálice contendo vinho, misturado com água (Procissão do ofertório).

7. O Presidente toma o pão e o cálice, louva e glorifica o Pai do universo em nome de seu Filho e Espírito Santo; dirige-lhe abundantes ações de graças por ter-se dignado dar-nos estes dons (Anáfora).

8. Terminada esta ação de graças (Eucaristia) todos os presentes exclamam: Amém.

9. Depois os ministros que chamamos diáconos distribuem a todos os presentes o pão da Eucaristia e o vinho misturado com água (Comunhão). Estes mesmos diáconos levam aos ausentes sua parte do pão e do vinho eucarísticos. 

10. Por fim, os ricos socorrem os indigentes (Coletas).

A partir do século III as alusões à Eucaristia são mais numerosas mas menos precisas por causa da disciplina do "Arcano" ou segredo, que foi adotada pela Igreja e que proibia falar da Eucaristia aos não-cristãos.

Monsenhor Pedro Arbex. A Divina Liturgia Explicada e Meditada. São Paulo: Editora Santuário, 1998. p.25-26.
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Um comentário:

  1. Este texto acaba sendo um pouco incompleto, pois, na sua Primeira Apologia, São Justino fala claramente que a Hóstia é o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

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