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Quase uma nova fé: a brutalidade como regra....


Católico tem que ser assim, é???

Há quem ofenda, quem xingue, e pense nisto haver qualquer mérito; complicado quando certas pessoas, pretensamente devotas, assumem tal atitude como sinônimo de convicção; porém, por vezes, tal representa justamente o contrário. O respeito se requer em todo tempo, e não digo aqui o politicamente correto, mas o, ao menos, saber conversar como gente civilizada. Não raro, as pessoas mais firmes e seguras do que defendem são muito respeitosas. Mas quando tal firmeza não há, fica fácil apelar para a violência. Fiz bem esta experiência: alguns anos atrás, nas aulas de Kung Fu, havia um professor particularmente violento; não hesitava em golpear com força e gostava de toda aquela demonstração de poder, de barulho de pisadas e chutes, de tapas e coisas similares. Porém, dentre os professores, era ele o mais fraco, de menor resistência e flexibilidade, de menor agilidade. Para esconder esta sua fraqueza, escondia-se desesperadamente por trás de uma imagem agressiva... Mas escondia só de si mesmo. Não era difícil notar... O meu professor, ao contrário, muito técnico, ágil e resistente, demonstrava-se habilidoso sem querer, pelo simples respeito nos combates. Sua superioridade era notória, e encantava. Quando precisava ser firme, o fazia sem medo.

A atitude agressiva, quando legítima, é sempre um a posteriori, é sempre resposta a algo, e nunca o início de uma relação; se não for assim, se a agressividade se mostra já no primeiro movimento, podemos dizer que estamos diante de uma fera (cômico é que alguns tomam isto por elogio). A violência a priori busca razão de ser em si mesma e isto lhe tira a legitimidade. Os chicotes usados por Jesus, como tantos gostamos de lembrar, era uma resposta ao desrespeito com algo que Lhe era muito caro, e tinha como motor o profundo amor que Lhe consumia. Neste sentido, poderíamos dizer que sua atitude foi, pura e simplesmente, de amor... Ao contrário, se a violência é gratuita, é mais provável que seja uma expressão do próprio orgulho e soberba, isto é, do amor próprio. No fim das contas, dizer que isto é por Deus é muito fácil.

É comum que muitos se incomodem com este texto, mas creio não ser necessário dizer que ele não visa ninguém em particular. Não é de hoje que me enfado com o azedume de certos “apologetas”. Alguém dirá que sou um romântico, ou outro qualquer termo que se convencionou usar pra quem não vive a ranger os dentes para os outros, mas, particularmente, digo com toda a calma: tais suposições a meu respeito não me incomodam.

Se há quem se enraiveça com estas linhas, isto só prova a sua falta de sinceridade, pois nem se deu ao exercício da reflexão. Se a própria imagem lhe é tão cara, o que faz se escondendo por traz do Crucificado? Se suas paixões o dominam e nem nota, é certo que ao menos iniciou o processo de conversão? Como já escreveu alguém, a cabeça dos outros é o pior lugar para ser feliz. E o mesmo digo eu: os olhos dos outros são o pior lugar pra construir uma imagem de santidade; se os olhos divinos não partilham disto, de nada vale. Como muito bem ensinou o grandioso e pequenino S. Francisco de Assis: “o homem é o que é diante de Deus, e nada mais”.

E como ainda escreveu meu querido pai S. João da Cruz: “Jesus é pouco conhecido, mesmo pelos que se dizem seus amigos”.

Fábio Luciano.
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Um comentário:

Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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