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Oração para amar mais a Virgem Maria


Direi com São Boaventura: Ó Senhora, que com o amor e os favores que aos vossos servos demonstrais, arrebatais os seus corações, arrebatai-vos também o meu miserável coração, que deseja muito amar-vos. Vós, minha mãe, com a vossa beleza enamorastes um Deus e O arrastastes do céu ao vosso seio; ora, viverei eu sem amar-vos? Não; digo-vos com outro filho amante vosso, João Berchmans, da Companhia de Jesus: jamais descansarei enquanto não estiver certo de ter obtido o amor, mas um amor constante e tenro, para vós, mãe minha que com tanta ternura me amastes, mesmo quando eu vos era ingrato. E o que seria agora de mim, se vós, ó Maria, não me houvésseis amado e obtido para mim tantas misericórdias? Se, pois, me amastes tanto quando eu não vos amava, quanto mais devo esperar da vossa bondade agora que vos amo? Eu vos amo, ó minha mãe, e queria um coração que os amasse no lugar de todos aqueles infelizes que não vos amam. Queria uma língua capaz de louvar-vos no lugar de mil línguas, a fim de fazer a todos conhecer vossa grandeza, a vossa santidade, a vossa misericórdia, e o amor com que amais os que vos amam. Tivesse eu riquezas, empregá-las-ia todas em vossa honra. Tivesse eu súditos, torná-los-ia todos vossos amantes. Daria enfim por vós e pela glória vossa a própria vida, se fosse necessário.

Amo-vos, pois, ó minha mãe, mas ao mesmo tempo temo que vos não ame; pois ouço falar que o amor torna similares os amantes aos amados: o amor ou encontra semelhantes, ou os faz. Logo se eu me vejo assim de vós dessemelhante, é sinal de que não vos amo. Vós assim tão humilde, eu assim tão soberbo! Vós assim tão santa, eu assim tão iníquo! Mas isto é o que haveis de fazer, ó Maria: já que me amais, tornai-me semelhante a vós. Já tendes vós pleno poder de mudar os corações; tomai-vos portanto o meu e mudai-o. Fazei ver ao mundo quanto podeis em favor daqueles que amais. Fazei-me santo, fazei-me um digno filho vosso. Assim espero, assim seja.

Santo Afonso de Ligório, Glórias de Maria

A Virgem Santíssima, esperança dos pecadores


Narra-se na vida da irmã Catarina de S. Agostinho que no lugar onde estava essa serva do Senhor havia uma senhora chamada Maria, que na juventude fora pecadora e, chegada à velhice, seguia obstinadamente sendo perversa, a tal ponto que escorraçada pelos cidadãos e confinada a viver numa gruta fora do seu vilarejo, ali meio apodrecida, abandonada por todos e sem sacramentos, foi por isso sepultada no campo como um animal. E a irmã Catarina, que costumava com grande afeto encomendar a Deus todas as almas daqueles que faziam a travessia à outra vida, depois de saber da morte desgraçada dessa pobre velha, não pensou em orar por ela, julgando-a, como a julgavam todos, como condenada.

Passados quatro anos, eis que um dia se apresentou diante dela uma alma do purgatório, que assim lhe disse: "Irmã Catarina, que má sorte é esta minha? Tu encomendas a Deus as almas de todos que morrem, e apenas da minha alma não tiveste piedade?"; "E quem sois vós?", disse a serva de Deus. "Eu", respondeu "sou aquela pobre Maria que morreu na gruta". "Mas como, estás salva?", replicou a irmã Catarina. "Sim, estou salva", disse, "por misericórdia da Virgem Maria". "Mas como?". Quando me vi próxima de morrer, vendo-me tão cheia de pecados e por todos abandonada, voltei-me à Mãe de Deus, e lhe disse: 'Senhora, vós sois o refúgio dos abandonados; eis que nesta altura estou eu por todos abandonada; sois vós a minha única esperança vós apenas podeis ajudar-me,tende piedade de mim'. A Santa Virgem obteve para mim um ato de contrição, morri, e fui salva; e ela, a minha Rainha, ainda obteve para mim a graça de que minha pena fosse abreviada, fazendo-me sofrer intensamente aquilo que haveria de purgar por muitos anos mais; necessitam-se de apenas algumas missas para livrar-me do purgatório. Rogo-te que as faças rezar que eu te prometo que sempre rogarei a Deus e a Maria por ti".

A irmã Catarina imediatamente lhe fez celebrar as missas; e eis que novamente lhe apareceu aquela alma, dentro de poucos dias, mais luminosa que o sol, e lhe disse: "Agradeço-te, Catarina: eis que já me vou ao paraíso para catar as misericórdias do meu Deus e rogar por ti".

Santo Afonso de Ligório, Glórias de Maria.
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