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CEBs, Igreja e Política - Dom Eugenio de Araujo Sales



Abaixo, destaco alguns trechos do artigo de Dom Eugenio de Araujo Sales, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, entitulado "CEBs, Igreja e Política".

"À medida que se desenvolvem e crescem nossas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), manda a prudência cristã que haja vigilância na defesa de suas características essenciais."

"O fulcro sobre o qual está depositado o futuro das CEBs é a fidelidade às orientações do Magistério que governa a Igreja. Elas são parte integrante das paróquias e estas, das comunidades diocesanas que estão sob a direção dos Bispos e do Sucessor de Pedro, o Santo Padre.
Qualquer procedimento discordante constitui uma traição e uma ruptura, com a separação do tronco e a supressão da seiva divina."

"Há perigo de desvios? Sim. Quando veio ao Brasil, o Papa João Paulo II, em 1980, deixou um documento intitulado “Mensagem aos Líderes das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil”. Nele observava o Sucessor de Pedro: “Sublinho, também, esta eclesialidade, porque o perigo de atenuar essa dimensão, de deixá-la desaparecer em benefício de outras, não é nem irreal nem remoto. Antes, é sempre atual. É particularmente insistente o risco de intromissão do político. Esta intromissão pode dar-se na própria gênese e formação das comunidades (…). Pode dar-se também sob a forma de instrumentalização política das comunidades que haviam nascido em perspectiva eclesial” (nº 3). Tratava-se de uma advertência que não chamaria de profética, pois já existiam desvios que motivaram a paternal e firme admoestação do Romano Pontífice."

"Diante da importância dessa atividade religiosa, é dever do Bispo e de milhares de integrantes das Comunidades Eclesiais de Base zelar pela observância dos rumos dados pelo Magistério. É o que João Paulo II chamava de “uma delicada atenção e um sério e corajoso esforço para manter, em toda a sua pureza, a dimensão eclesial dessas comunidades
(idem)."

"Com alguma frequência, se manifesta, em certos meios, incontrolável desejo de independência face às normas que nos são ditadas pela Santa Sé. Para esses cristãos, vale mais a autonomia e a autodeterminação.
Trata-se de um comportamento oposto ao verdadeiro “sentire cum Ecclesia”, “sentir com a Igreja”, que contradiz as aspirações de uma liberdade sem restrições, com um rompimento com tudo o que contraria o modo de conceber a estrutura religiosa e a atividade pastoral. Ora, se somos católicos, a obediência às leis da Igreja não é facultativa, mas obrigatória."

"Não cabe ao fiel proclamar o que aceita ou rejeita, não é o povo de Deus que decide, mas o Espírito Santo que, embora “sopre onde quer”, jamais está em contradição consigo mesmo, Ele que dirige a obra de Cristo desde suas origens."

"Uma outra fonte de contradição é a falsa interpretação da Sagrada Escritura. O Santo Padre nos adverte que as CEBs devem receber da Igreja a “reta interpretação da Revelação divina na Bíblia e na Tradição, os meios de salvação, as normas de comportamento moral, a vida de oração, a liturgia etc” 

Leia o texto inteiro no blog do Prof. Felipe Aquino.  

Bento XVI será recordado como o Papa da Eucaristia e da Liturgia, afirma cardeal peruano


.- Ao presidir a Missa pela Solenidade de São Pedro e São Paulo, o Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, assinalou que “o Papa Bento XVI poderá ser recordado como o Papa da Eucaristia e do esplendor do amor à Liturgia”.

Durante sua homilia, o purpurado agradeceu ao Santo Padre porque seu pontificado se caracterizou por dar uma especial importância ao sacramento da Eucaristia.

“Vimos como ao longo destes anos vai conduzindo com tanto carinho a essa Eucaristia, coração da vida cristã, manancial da missão evangelizadora da Igreja, que deve sempre constituir o centro e a fonte do serviço que foi-lhe confiado”, afirmou.

O Cardeal Cipriani assinalou que os católicos, alimentados e sustentados pela Eucaristia, têm o compromisso de manter-se sempre em unidade plena com Cristo e recordou que o Santo Padre exorta os católicos a intensificarem seu amor e devoção a Jesus Eucaristia, expressando com valentia e claridade sua fé, sobre tudo com celebrações solenes e corretas.

O Cardeal exortou todos os fiéis a elevarem uma oração pelo Papa, pelos Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas. A Missa foi concelebrada pelo Núncio Apostólico no Peru, Dom Bruno Musaró; o Presidente da Conferência Episcopal, Dom Miguel Cabrejos OFM.; outros sete bispos e mais de 30 sacerdotes.

Fonte: Acidigital

Amor verdadeiro à Igreja, à doutrina, Fé reta e decisão por Cristo


Como muito bem disse alguém, vivemos hoje o tempo em que alguns chamam de amor o seu exato oposto. Tornaram a caridade cristã um sentimento ralo de respeito humano e simpatia afetada. Tiraram dela o seu rigor, a sua violência mesmo, a sua exclusividade e, portanto, a sua fidelidade.

Amar é transigir, dizem os sofistas pseudo-católicos. Amar é abrir-se ilimitadamente à alteridade identificando-se com ela, ainda quando esta alteridade seja o erro. Devemos ser tolerantes, dizem, mas tratam com intolerância os que não partilham destes seus ideais chulos.

Ignoram que Jesus tenha trazido a espada e que, pela retidão da Fé, isto é, pela intransigência dogmática, Ele dividiria até mesmo os pais contra os filhos. Esta tensão está presente em todo o Evangelho e em toda a história cristã. Constantemente somos interpelados pela necessidade de escolher entre Deus e os homens. Se tivermos vergonha de Deus diante dos homens, Deus se envergonhará de nós. E, no entanto, há quem passe por estas coisas, simplesmente como se não existissem ou fossem isentas de sentido. "Ah, não! Vamos falar daquele outro texto em que Jesus veio trazer a libertação aos cativos!", e distorcem, e manipulam.

E aprendem um cristianismo afetado, misturado com as sentimentalices e esquerdices, e escondem o tesouro que nunca encontraram. Cegos guiando cegos...

Os poucos, porém, que querem seguir diretinho, que pretendem percorrer a via estreita, compreendendo que não há espaços alternativos à esquerda ou à direita, que não podem haver concessões ou transigências na doutrina; os que intentam imitar a Jesus Cristo, não apenas em parte de Sua vida, mas na Sua vida toda, incluindo o seu zelo pela casa do Senhor... estes são discriminados, tidos por fanáticos, fundamentalistas, inimigos do bem comum e da fraternidade.

A coisa toda é muito desonesta. Infelizmente, a maioria dos espectadores destes embates são tão ingênuos e uma longa explanação, que seria preciso para fazer compreender ao menos basicamente estes assuntos, ou se afasta do interesse desta mesma maioria, ou não encontra ocasião para se dar.

Aparecemos, então, como os ultrapassados. Quando pedimos uma liturgia mais cuidada, nos acusam ou de materialistas velados, ou de adoradores de panos e materiais preciosos, ou de medievais obscuros, sem falar nos olhares, caretas e climas que se criam à nossa volta. Mas... bendito seremos quando sofrermos por causa do Cristo. Quiseram matar a Elias que, como ele mesmo dizia, era o único que zelava pelas coisas de Deus.

Não transijamos, caríssimos. Os que ainda vêem tudo isso nublado, estudem, leiam, procurem boas pessoas, pessoas de confiança, conversem, rezem, tenham vida sacramental, confessem-se frequentemente, tenham um profundo amor a Nossa Senhora, ponham a vossa Fé em todo os momentos do vosso dia, no que quer que façam. Abandonem estes falsos conceitos de um amor mole e que busca agradar a todo mundo; ninguém precisa levar este peso nem ficar encenando afeições. Sejamos verdadeiros...

Muitos há que habitam os templos católicos mas sequer vislumbram a beleza que é ser Católico Apostólico Romano na sua integridade, sem modernismos, sem ceder ao discurso da hora. Deixemos disto! Cristo nos pede hoje para abandonar os mortos com os seus mortos, para pôr a mão no arado e não olhar pra trás. E a coisa é urgente! Não há tempo sequer para se despedir dos pais nem para saudar as pessoas pelo caminho!

Que a Virgem Maria nos conduza em tempos de tantas sombras. Que ela seja o nosso farol e nos leve pela mão.

Fábio.

Simplicidade e Pureza

Com duas asas se levanta o homem acima das coisas terrenas: simplicidade e pureza. A simplicidade há de estar na intenção e a pureza no afeto. A simplicidade procura a Deus, a pureza o abraça e frui. Em nenhuma boa obra acharás estorvo, se estiveres interiormente livre de todo afeto desordenado. Se só queres e buscas o agrado de Deus e o proveito do próximo, gozarás de liberdade interior. Se teu coração for reto, toda criatura te será um espelho de vida e um livro de santas doutrinas. Não há criatura tão pequena e vil, que não represente a bondade de Deus. 

Imitação de Cristo

Telegrama do Papa aos afetados pelas enchentes

O Sumo Pontífice Bento XVI enviou um telegrama a Dom Antônio Muniz, arcebispo da arquidiocese de Maceió, se solidarizando com as famílias atingidas pelas recentes enchentes que se deram nestas regiões.

Ao Santo Padre, o nosso obrigado.

Em visita à Livraria Paulinas

Em nova visita à livraria Paulinas, em Maceió, é espantoso como os livros do Augusto Cury vão ganhando espaço nas prateleiras. Há também diversos outros livros modernos - não necessariamente modernistas - e outras coisas que bem poderiam chamar-se desinteressantes.

Muitos outros livros, clássicos da espiritualidade, filosofia e teologia católicas, ou lá não estavam, ou andavam bem escondidos, ou foram todos vendidos, ou simplesmente não os vi. Não sei... Não quero dizer que não havia livros interessantes (os havia sim), mas há muitos outros que deveriam constar.

Esclarecendo: dentre os livros interessantes que faço menção, não incluo, com certeza, os do Augusto Cury, nem os do seu equivalente em matéria de vendas, o monge Anselm Grün.

Uma coisa, porém, que notei é que há livros tratando da espiritualidade de alguns santos, mas que trazem como título o sugestivo nome de "releitura". Não sei, de fato, do que se tratava. Cheguei a ler a capa posterior de um deles, mas o que aparenta é que são tentativas de dar uma interpretação alternativa à obra do santo. Ora, isto é muito confortável de se fazer... é como um livre exame. 

Veja só: se os santos denunciam a nossa hipocrisia e mediocridade, nada mais fácil do que demonstrar que eles foram, na verdade, produtos do seu tempo, da sua cultura e que os exageros de suas expressões devem ser lidos à luz da modernidade.

Isso é somente uma suposição. Mas... do jeito que as coisas vão, eu ficaria surpreso se não fosse assim.
Havia até um livro cujo título era: "Cristo precisa da Igreja?" Não sei o que tinha lá, não sei se a resposta era positiva ou negativa, então me isento de dizê-lo, mas...

Enfim, os clássicos sumiram. Uma das exceções que vi é que havia a Suma Teológica em seis tomos para vender, embora estivesse em meio a outras coisas que não lhe chegam aos pés e o preço de cada livro fosse um tanto salgado.

Fábio.

Pureza de Intenção na defesa da Fé

"Professor, ensina-te a ti mesmo..."

Esta é uma frase de S. Paulo que, não sei porque, não a vejo soar tão frequentemente.
Sabemos que, pelo pecado de Adão, como dizem os teólogos, substituímos a recepção gratuita dos dons divinos pela lógica do agarrar egoísta. É estranho quando, sabendo disso, ficamos apenas na teoria... e isto é uma tendência.

O que quer que façamos, haverá provavelmente um dado grupo que nos aplaudirá e outro que nos terá por bestas. Com a defesa da Tradição Católica não é diferente. Não quero dizer que não devamos defendê-la com tudo o que temos, mas que é fácil desvirtuar a intenção. Dizia S. João da Cruz que mesmo os demônios aceitam certas contrariedades em busca de satisfazerem-se. Defender a tradição, usar argumentos firmíssimos e ostentar até uma certa agressividade (por vezes tão superficial...) podem - Deus nos livre disso - ser apenas meios de auto-promoção. Alguns dos que lutam pela Igreja têm, já, certa popularidade e escrever para corresponder a expectativas é sempre uma tentação.

O que quero dizer? Que lutemos sim, aguerridamente, mas sempre tendo a nossa intenção reta, pura, santa. Que sejamos os primeiros a ser bons católicos, a viver por Cristo e para Cristo, e não para nós mesmos. Grande mal seria usar Nosso Senhor para satisfação de nossas vaidades.

A cicatriz do pecado original traz a marca da soberba. A conversão, portanto, deve portar a marca da entrega, da renúncia a nós mesmos, da santa cruz, do abrir as mãos e soltar... ter as mãos vazias e, dessa forma, sem querer agarrar coisas, apenas servir, desejando, verdadeiramente, que seja Ele a crescer. É então que ficamos disponíveis ao amor, aptos ao Reino; é então que, pobres, nos tornamos bem aventurados porque Deus revela seus tesouros aos pequenos.

Não transfiramos nossos vícios para a espiritualidade; não confundamos vício com virtude. Pureza de intenção sempre.

Enfim, o texto não trata de ninguém em particular. Apenas considerei que pudesse ser útil a alguém... Deus é quem sabe.

Fábio.

O que descobri quando participei pela primeira vez da Missa


Scott Hahn

Ali estava eu, incógnito, um ministro protestante à paisana, esgueirando-me nos fundos de uma capela em Milwaukee para participar pela primeira vez da missa. A curiosidade me arrastara até lá e eu ainda não tinha certeza de que fosse uma curiosidade saudável. Ao estudar os escritos dos primeiros cristãos, encontrei inúmeras referências à “liturgia”, à “Eucaristia”, ao “sacrifício”. Para aqueles primeiros cristãos, separada do acontecimento que os católicos de hoje denominam “missa”, a Bíblia – o livro que eu mais amava – era incompreensível.

Eu queria entender os cristãos primeiros, mas não tinha nenhuma experiência de liturgia. Por isso, persuadi a mim mesmo a ir ver, como uma espécie de exercício acadêmico, mas jurando o tempo todo que não ia me ajoelhar nem participar de idolatria.

Sentei-me na obscuridade, em um banco bem no fundo daquela capela no subsolo. À minha frente havia um número considerável de fiéis, homens e mulheres de todas as idades. Impressionaram-me suas reflexões e sua evidente concentração na oração. Então um sino soou e todos se levantaram quando o padre surgiu de uma porta ao lado do altar. Hesitante, permaneci sentado. Durante anos, como calvinista evangélico, fui instruído para acreditar que a missa era o maior sacrilégio que alguém poderia cometer. Tinha aprendido que a missa era um ritual com o propósito de “sacrificar Jesus Cristo outra vez”. Por isso, eu seria um espectador, ficaria sentado, com a Bíblia aberta ao meu lado.

Entretanto, è medida que a missa prosseguia, alguma coisa me tocou. A Bíblia não estava só ao meu lado. Estava diante de mim – nas palavras da missa! Um versículo era de Isaías, outro dos Salmos, outro de Paulo. A experiência era prodigiosa. Eu queria interromper tudo e gritar: “Ei! Posso explicar o que está acontecendo a partir das Escrituras? Isso é maravilhoso!” Não obstante, mantive minha posição de espectador à parte até que ouvi o sacerdote pronunciar as palavras da consagração: “Isto é o meu corpo... Este é o cálice do meu sangue”.
  
Eu senti todas as minhas dúvidas se esvaírem. Quando vi o sacerdote elevar aquela hóstia branca, percebi que uma prece subiu de meu coração em um sussurro: “Meu Senhor e meu Deus. Sois realmente vós!”

A partir daquele ponto, fiquei, por assim dizer, tolhido. Não imaginava uma emoção maior que a que aquelas palavras provocaram em mim. Porém a experiência intensificou-se um momento depois, quando ouvi a congregação repetir: “Cordeiro de Deus... Cordeiro de Deus... Cordeiro de Deus”, e o sacerdote responder: “Eis o Cordeiro de Deus...”, enquanto elevava a hóstia.

Em menos de um minuto a frase “Cordeiro de Deus” ressoou quatro vezes. Graças a longos anos de estudos bíblicos, percebi imediatamente onde eu estava. Estava no livro do Apocalipse, no qual Jesus é chamado Cordeiro nada menos que vinte e oito vezes em vinte e dois capítulos. Estava na festa de núpcias que João descreve no final do último livro da Bíblia. Estava diante do trono do céu, onde Jesus é saudado para sempre como o Cordeiro. Entretanto, não estava preparado para isso – eu estava na missa!

Voltei à missa no dia seguinte e no outro dia e no outro. Cada vez que voltava, eu “descobria” mais passagens das Escrituras consumadas diante dos meus olhos. Contudo, naquela capela escura, nenhum livro me era tão visível quanto o da revelação de Jesus Cristo, o Apocalipse, que descreve a adoração dos anjos e santos do céu. Como nesse livro, vi, naquela capela, sacerdotes paramentados, um altar, uma assembléia que entoava: “santo, santo, santo”. Vi a fumaça de incenso, ouvi a invocação de anjos e santos; eu mesmo entoava os aleluias, pois me sentia cada vez mais atraído a essa adoração. Continuei a me sentar no último banco com minha Bíblia e mal sabia para onde me voltar – para a ação no Apocalipse ou para a ação no altar, que pareciam cada vez mais ser exatamente a mesma.

Mergulhei com vigor renovado em meu estudo do cristianismo antigo e descobri que os primeiros bispos, os Padres da Igreja, tinham feito a mesma “descoberta” que eu fazia a cada manhã. Eles consideravam o livro do Apocalipse a chave da liturgia e a liturgia a chave do livro do Apocalipse. Alguma coisa intensa aconteceu com o estudioso e crente que eu era. O livro da Bíblia que eu achava mais desconcertante – o do Apocalipse – agora elucidava as idéias mais fundamentais de minha fé: a idéia da aliança como elo sagrado da família de Deus. Além disso, a ação que eu considerava a maior das blasfêmias – a missa – agora se revelava o acontecimento que ratificou a aliança de Deus: “Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança”.

Eu estava aturdido com a novidade de tudo aquilo. Durante anos tentei compreender o livro do Apocalipse como uma espécie de mensagem codificada a respeito do fim do mundo, a respeito do culto no céu distante, a respeito de algo que, em sua maioria, os cristãos não poderiam experimentar aqui na terra. Agora, depois de duas semanas de comparecimento diário à missa, eu me via querendo levantar durante a liturgia e dizer: “Ei, pessoal. Quero lhes mostrar onde vocês estão no livro do Apocalipse! Consultem o capítulo 4, versículo 8. Agora mesmo vocês estão no céu”. 
No céu agora mesmo! Os Padres da Igreja mostraram que essa descoberta não era minha. Pregaram a respeito há mais de mil anos. Entretanto, eu estava convencido de que merecia o crédito pela redescoberta da relação entre a missa e o livro do Apocalipse. Então descobri que o Concílio Vaticano II tinha me passado para trás. Reflita nestas palavras da Constituição sobre a Sagrada Liturgia:

Na liturgia terrena, antegozando, participamos da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial entoamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste, e nós apareçamos com ele na glória. 

Espere um pouco. Isso é céu. Não, isso é a missa. Não, é o livro do Apocalipse. Espere um pouco: isso é tudo o que está acima. 

Esforcei-me bastante para ir devagar, cautelosamente, com o cuidado de evitar os perigos aos quais os convertidos são suscetíveis, pois eu estava depressa me convertendo à fé católica. Contudo, essa descoberta não era produto de uma imaginação superexcitada; era o ensinamento solene de um concílio da Igreja Católica. Com o tempo, descobri que era também a conclusão inevitável dos estudiosos protestantes mais rigorosos e honestos. Um deles, Leonard Thompson, escreveu que “até mesmo uma leitura superficial do livro do Apocalipse mostra a presença da linguagem litúrgica disposta em forma de culto... A linguagem de culto desempenha importante papel na coerência do livro”. Bastam as imagens da liturgia para tornar esse extraordinário livro compreensível. As figuras litúrgicas são essenciais para sua mensagem, escreve Thompson, e revelam “algo mais que visões de ‘coisas que estão por vir’”. 

O livro do Apocalipse tratava de Alguém que estava por vir. Tratava de Jesus Cristo e sua “segunda vinda”, a forma como, em geral, os cristãos traduziram a palavra grega parousia. Depois de passar horas e horas naquela capela de Milwaukee, em 1985, aprendi que aquele Alguém era o mesmo Jesus Cristo que o sacerdote católico erguia na hóstia. Se os cristãos primitivos estavam certos, eu sabia que, naquele exato momento, o céu tocava a terra. “Meu Senhor e meu Deus. Sois realmente vós!”. 

Scott Hahn, O Banquete do Cordeiro, A missa segundo um convertido, Pgs 21-25. São Paulo: Edições Loyola, 2002. 

Avisos: Enchentes em União dos Palmares e ajuda às famílias atingidas

Como muitos já devem estar sabendo, algumas cidades do interior de Alagoas e Pernambuco foram, em parte, invadidas pelas águas. Dentre elas, a cidade de União dos Palmares, na qual resido, motivo pelo qual o blog  não teve recentes atualizações.

Escrevo agora de Maceió, a capital do estado. A devastação feita pelas inundações foi grande. Várias famílias perderam suas casas e pertences; várias pessoas morreram e outras tantas estão ainda desaparecidas.  Há ruas em que, onde antes se viam casas, agora só se  encontram os destroços...

Situação difícil... Para amenizar os danos e reparar o que está ao alcance, a Arquidiocese de Maceió está mobilizando voluntários para ajudarem, seja pela doação de alimentos e/ou roupas, seja pela ajuda na organização e distribuição dos materiais às famílias atingidas pelas enchentes.  Para se ter uma idéia, segundo noticiado, as cheias destruíram 90% do município de Branquinha, também do interior do estado.  E várias outras localidades sofreram também as consequências das  águas torrenciais.

Escrevo, portanto, para justificar a demora nas atualizações - União dos Palmares ainda está sem internet e ficou alguns dias sem energia (que ainda está vacilante)  e sem água (o que já foi remediado) - e também para fazer eco ao apelo  do nosso bispo Antônio Muniz, que na verdade é também nosso apelo, e pedir aos amigos próximos o exercício da caridade também através das doações ou colaborações de alguma forma segundo as possibilidades. Aos distantes, pedimos orações.

Que Deus os abençoe e guarde.

Pax.

Fábio

Missa bem celebrada é a melhor catequese eucarística, assegura Papa


Em seu discurso ao congresso da diocese de Roma

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 18 de junho de 2010 (ZENIT.org).- “A melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada”, assegura Bento XVI, ao exortar toda a Igreja a celebrá-la com toda a dignidade.

O Pontífice deu esta indicação central aos participantes do congresso da diocese de Roma, que começou no dia 15 de junho, na Basílica de São João de Latrão, catedral do bispo da Cidade Eterna.

“A Santa Missa, celebrada com respeito pelas normas litúrgicas e com um uso adequado da riqueza dos sinais e gestos, favorece e promove o crescimento da fé eucarística”, garantiu o Papa.

“Na celebração eucarística, não inventamos algo, e sim entramos em uma realidade que nos precede; mais ainda, ela abarca o céu e a terra e, portanto, também o passado, o futuro e o presente.”

“Esta abertura universal, este encontro com todos os filhos e filhas de Deus, é a grandeza da Eucaristia: saímos ao encontro da realidade de Deus presente no corpo e no sangue do Ressuscitado entre nós.”

Portanto, “as prescrições litúrgicas ditadas pela Igreja não são algo exterior, mas expressam concretamente esta realidade da revelação do corpo e sangue de Cristo e, desta forma, a oração revela a fé”.

Segundo o Bispo de Roma, “é necessário que, na liturgia, apareça de forma clara a dimensão transcendente, a dimensão do mistério do encontro com o Divino, que ilumina e eleva também a dimensão ‘horizontal’, isto é, o laço de comunhão e de solidariedade que se dá entre os que pertencem à Igreja”.

De fato, “quando prevalece esta última, não se compreende plenamente a beleza, a profundidade e a importância do mistério celebrado”.

O Papa deu este conselho aos fiéis de Roma, em particular aos seus sacerdotes: “Celebrai os divinos mistérios com uma participação interior intensa, para que os homens e mulheres da nossa cidade possam santificar-se, entrar em contato com Deus, verdade absoluta e amor eterno”.

E exortou os católicos de Roma a “prestar mais atenção, entre outras coisas com grupos litúrgicos, à preparação e celebração da Eucaristia, para que os que participam possam encontrar o Senhor. Cristo Ressuscitado se faz presente em nosso hoje e nos reúne ao seu redor”.

Fonte: Zenit.

“l’amore è quella cosa che ci fa fedeli” - Excertos do depoimento da viúva do Prof. Orlando Fedeli, Ivone Fedeli.


Há uma frase de Santa Catarina de Siena, está na carta no. 224, na página 601 da edição que temos, em que ela, falando do amor, diz “o amor é aquela coisa que nos faz fiéis”, “l’amore è quella cosa che ci fa fedeli”.

Como é verdade a respeito do Lando. Ele era feito de amor. Amava intensamente, ardentemente, tudo aquilo que amava: Nosso Senhor, Nossa Senhora, a Fé, a Igreja, a mim, a todos e a cada um dos seus alunos. E até os seus inimigos. 

Um coração enorme e de uma ternura imensa. Mas, como ele ensinava, “quem ama detesta e quem detesta combate”. Não se pode amar profundamente algo sem odiar profundamente o seu contrário. Não se ama imensamente a verdade sem detestar profundamente a mentira. E quem detesta, luta contra, combate!

Isso resume toda a vida do Lando. Foi assim que ele foi, é assim que, nós, seus alunos, queremos continuar a ser. “Zelo zelatus sum pro Domino Deo Exercituum”.

Tenho estado no túmulo do Lando.

Vou lá e rezo pelo Lando e converso com ele. Até lhe recitei, numa espécie de oração, um poesia linda do Pessoa que cabia tão bem nas circunstâncias: 

Pai, foste cavaleiro, Hoje a vigília é nossa. Dá-nos o exemplo inteiro E a tua inteira força. Dá-nos, na hora em que, errada, Novos infiéis vençam, A bênção como espada, A espada como bênção.

A espada como bênção. A luta como herança.

Salve Maria.

Para ler o texto inteiro e assistir o video: Blog Legado Montfort.

Amigos me são muito importantes...


Hoje, dia 16 de junho, além de meu aniversário, é ainda a data em que um amigo irmão meu, o Everton (centro da foto),  vai viajar sem previsão de volta. Primeiramente, irá a Minas Gerais; depois de um mês lá, mais ou menos, rumará para São Paulo. Seja como for, haverá uma despedida e sentirei saudades...

Na verdade, tenho outros amigos que moram longe. Há o Claudemir, pra ficar num exemplo (e é um exemplo especialíssimo) que vive em São Paulo. Não obstante a distância, conversamos sempre e somos bons amigos; amigos-irmãos, eu diria... Eu sempre tive o desapego como uma grande virtude; ele é efeito da virtude da pobreza, que é das que mais estimo, embora também haja um desapego que é fruto da indiferença.

Bem, esta virtude sempre me ensinou a lidar com estas despedidas. Hoje, porém, em que o Everton vai embora, meu coração está mais enternecido... Na primeira vez que ele foi a São Paulo, já éramos amigos, mas não tanto. Depois que ele voltou (e já fazem quatro anos), mantivemos contato durante todo este tempo e conversávamos demoradamente..rs... É um rapaz muito nobre, que ama Nosso Senhor e quer servi-Lo da forma correta. Aprendeu a ser um bom católico e não tem respeito humano quando se trata de debater com hereges e fazer convites a conhecidos para que vão à Igreja.

Ficou encantado ao ler o livro "Confissões" de Sto Agostinho e confidenciou a um amigo: "eu queria, um dia, dar aulas disso..."

Ah Everton.... que saudades, meu caro, deixarás neste meu coração... Isso não se faz: que raios de presente de aniversário é esse que me dás? Sentirei falta das tuas visitas, das tuas conversas, dos teus sorrisos, das tuas expressões que tão bem já conheço...rs, das tuas danças a imitar o Renato Russo, rs..., dos relatos dos teus debates e conversas com professores que falam abobrinhas nas aulas de história..., dos teus abraços amigos.

Só peço a Deus, caro irmão, que não te deixe escapar das Suas mãos. Peço que a Virgem Santíssima te segure firme e que, onde quer que fores, sejas sempre este Éverton que ama cada mais a Jesus Cristo, que O leva aos outros, que O vive.

Em cada Santa Missa, estaremos juntos, aos pés da Cruz do Senhor.

E que Deus o guarde. Até...

Abaixo, uma música japonesa, uma das tantas que gosto, e que tenho escutado muito de ontem pra hoje... Ontem tivemos uma como que despedida. Estávamos lá o Éverton, o Breno (direita da foto) e eu. Foram eles os primeiros a me dar os parabéns quando o relógio marcou as doze horas da noite.  Esta música, então, fica como um tema...



"E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz; teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver. Temos muito ainda por fazer. Não olhe pra trás... apenas começamos...
O mundo começa agora.. apenas começamos." (Renato Russo)

"Força Sempre!"

Amigos, quando em Deus, são pra eternidade...

Fábio.

Formosura que excedeis a toda formosura...


Sta Teresa D'Avila

Depois que vi a grande formosura do Senhor, a ninguém via que, em Sua comparação, me parecesse bem ou me ocupasse a memória. Só com o volver um pouco os olhos da consideração à imagem que tenho na minha alma, fiquei, desde então para cá, com tanta liberdade que, tudo o que vejo, parece que me faz aversão em comparação das excelências e graças que via neste Senhor. Nem há saber nem contentamento algum que eu estime mais em comparação do que ouvir uma só palavra que seja, dita por aquela divina boca, quanto mais ouvindo tantas!

Ó Rei da glória e Senhor de todos os reis! O Vosso reino não é feito de palitos, pois não tem fim! Não são necessários terceiros para chegar até Vós! Basta divisar ao longe a Vossa pessoa para logo se conhecer que só Vós mereceis que Vos chamem Senhor, pela Majestade que mostrais. Não há necessidade de gente de acompanhamento, nem de guarda, para que conheçam que sois Rei. Cá na terra, um Rei mal se conhecerá só por si, porque, embora ele queira ser reconhecido por tal, não o acreditarão; não tem mais do que os outros. É mister que se veja por que o hão-de acreditar, e assim é de razão que tenha estas autoridades postiças, porque, se não as tivesse, tê-lo-iam em nada. É que não lhe vem dele o parecer poderoso: de outrem lhe há-de vir a autoridade. 

Ó Senhor meu! Ó meu Rei! Quem soubera representar agora a Majestade que tendes! É impossível deixar de ver que, por Vós mesmo, sois grande Imperador. Espanta ver esta Majestade; mas mais espanta, Senhor meu, o ver com ela a Vossa humildade e o amor que mostrais a uma como eu. Em tudo podemos tratar e falar convosco como quisermos, uma vez perdido o primeiro espanto e temor de ver Vossa Majestade, ficando-nos maior, no entanto, para não Vos ofender; não, porém, por medo do castigo, Senhor meu, porque deste nenhum caso se faz em comparação de não Vos perder a Vós!

Ó formosura, que excedeis
a todas as formosuras!
Sem ferir dor fazeis,
e sem doer desfazeis,
o amor das criaturas.
Ó nó, que assim juntais
duas coisas tão desiguais,
não sei porque vos desatais,
pois atado força dais
a ter por bem os males.
Juntais quem não tem ser
com o Ser que não se acaba;
sem acabar acabais,
sem ter que amar amais,
engrandeceis nosso nada.

Meus 25 anos... Obrigado, meu Senhor...


Hoje eu faço meus vinte e cinco anos e estou a escutar músicas japonesas.  Minha alma se eleva a Deus em gratidão por tantas graças que Ele me dá. Com o salmista, repito: “Que é o homem, Senhor, para dele te lembrares”? Obrigado, meu Deus. 
Perdoe-me tantos destratos e traições pequenas e grandes. Em resposta, me constranges com o Vosso amor e a Vossa fidelidade. A mim que nada sei do amor és sempre amoroso e terno. Feliz me fazes, meu Senhor, pela bendita esperança a que me chamas. Obrigado pela graça de me deixar ser católico.

Estou, mesmo, constrangido e com os olhos marejados. Cristo é sumamente bom; muito além do que proposições e conceitos o podem dizer. Que maldade a nossa, bom Jesus, em Vos resistir. Nada há que se Vos compare. 

Vos peço de presente, amabilíssimo Senhor, a graça de corresponder melhor às tuas vontades, e os amigos que me lêem não poderão me dar nada melhor do que pedir a este bom Deus que me conceda este mesmo bem. 

Eu quisera amar-Vos muito mais, Jesus. Se quiseres, dá-me isto. E então meu coração será só Vosso, e então serás, Tu somente, o meu tesouro. 

Seja para sempre bendito, meu Amado. 
Virgem Maria, sede para sempre minha Mãe e Senhora; eis aqui o vosso servo.

“Quando tu me fitavas,
Teus olhos sua graça me infundiam
E assim me sobreamavas,
E nisso mereciam
Meus olhos adorar o que em ti viam.
Não queiras desprezar-me,
Porque, se cor trigueira em mim achaste,
Já podes ver-me agora,
Pois, desde que me olhaste,
A graça e a formosura em mim deixaste”

(S. João da Cruz, Canções Entre a Alma e o Esposo)
***
“Aquela eterna fonte está escondida
Mas bem sei onde tem sua guarida,
Mesmo de noite.
(...)
Sei que não pode haver coisa tão bela,
E que os céus e a terra bebem dela,
Mesmo de noite.
(...)
Aquela viva fonte que desejo,
Neste pão de vida há a vejo,
Mesmo de noite."

(João da Cruz, Cantar da alma que se alegra em conhecer a Deus pela Fé)
 
***
“Sabor de bem que é finito,
Ao mais que pode chegar
É cansar o apetite
E estragar o paladar;
E assim por toda a doçura
Nunca eu me perderei,
Mas sim por um não sei quê
Que se acha porventura”.

(S. João da Cruz, Glosa ao Divino)

***
“Uma esposa que te ame,
Meu Filho, dar-te queria,
Que por teu valor mereça
Estar em nossa companhia
E comer pão numa mesa
Do mesmo que eu comia,
Para que conheça os bens
Que em tal Filho eu possuía.
(...)
- Muito te agradeço, Pai,
- O Filho lhe respondia –
À esposa que me deres,
Minha claridade eu daria.
(...)
A encostarei ao meu braço
E em teu amor se abrasaria,
E com eterno deleite
Tua bondade exaltaria."

(S. João da Cruz, Romances Trinitários e Cristológicos)

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