Tradutor / Translator


English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

A estrebaria


Giovanni Papini

Jesus nasceu numa estrebaria.

A estrebaria não é o pórtico airoso e leve que os pintores cristãos, envergonhados com o berço sujo e miserável em que repousou o seu Deus, levantaram ao filho de David; não é o presépio de gesso imaginado hoje pela fantasia dos vendedores de estatuetas, presépio limpo e ordenado, com o burro e o boi em êxtase piedoso, com anjos desdobrando no teto uma bandeirola e com dois grupos de reis de ricos mantos e pastores encapuzados, simetricamente ajoelhados, em torno dele.

O presépio será talvez um sonho de noviços, um luxo de vigários, um brinquedo de crianças, o vaticinato ostello de Manzoni, mas não é o estábulo em que nasceu Jesus. O estábulo é a casa dos animais, a prisão dos animais que trabalham para o homem. O velho e pobre estábulo do paós de Jesus não tem colunas nem capitéis; desconhece o luxo das nossas estrebarias; nem é a graciosa choupana das vésperas de Natal. 

Quatro paredes, a laje suja e o teto de traves e de telhas; escura, fétida, só tem de limpo a manjedoura, onde o patrão prepara o feno. As ervas dos campos - frescas nas manhãs claras, ondulando ao vento, ensolaradas e úmidas - foram cortadas, as folhas altas e finas caíram, ao ancinho, com as flores abertas, brancas, azuis, amarelas, vermelhas. Tudo murchou e secou sob a cor pálida do feno; e os bois levaram para o telheiro os despojos mortos da primavera.

Agora as ervas e as flores, secas mas perfumadas ainda, jazem na manjedoura para a fome dos animais escravos que lentamente aí mergulham os grossos beiços negros e transformam em úmido estrume o campo florescido. Este é o verdadeiro Estábulo onde Jesus nasceu. O lugar mais imundo foi a primeira morada do único Ser puro nascido da mulher. O filho do homem, que devia ser devorado pelos animais que se chamam homens, teve por primeiro berço a manjedoura, onde os animais ruminam as maravilhosas flores da primavera.

Isso não se deu por acaso: não é a terra um estábulo imenso, onde o homem mastiga e digere? Por ventura uma infernal alquimia não transforma em estrume as coisas mais belas, mais puras, mais divinas? Monturo onde a gente se revolve: a isto chamam "gozar a vida". Em semelhante mundo, morada precária cujos ornamentos mal disfarçam a podridão, Jesus nasceu, uma noite, de uma Virgem sem mancha, agasalhado unicamente com a Sua inocência.

Giovanni Papini, História de Cristo

Advento


Adentramos num novo ano litúrgico, o Advento, tempo em que nos preparamos para a vinda de Jesus. Esta vinda é esperada de dois modos: no Natal, pelo Seu nascimento; e no fim do mundo, na Parusia, consumação da história.

Seja como for, devemos nos esforçar para vivenciar um santo advento. A primeira coisa importante para que isto aconteça é compreendermos o nosso nada e total dependência de Deus. 

Reconheçamos que nós somos pequenos. Isto nos livrará de inúmeras pretensões inúteis e nos limpará os olhos da alma. É nesse espírito de humildade que deveremos nos achegar a Ele e, a partir de uma autêntica vida sacramental, permitir que a Sua Graça reine em nós.

Peçamos à Virgem Maria este espírito de pobreza que se requer tanto para entendermos o Cristo quanto para d'Ele sermos íntimos! Nos preparemos para a Sua vinda e mantenhamos os nossos corações livres, sem o peso dos apegos, totalmente rendidos n'Ele. Imitemos a Virgem Santíssima que foi toda abandono e docilidade. Imitemos o Cristo que Se despojou e Se fez pequeno. Enfim, abrasados pela caridade, ansiemos pela Sua vinda...

Santo Advento!

Novo Blog: Mundo Eclesial


O Pedro Henrique me pede divulgar o blog Mundo Eclesial, do qual é um dos editores. Fica, então, a recomendação. É bom saber que a cada dia aumentamos o número de blogueiros católicos. Sigamos, todos, neste bom combate da Fé!

Chamada para o VII Niver GRAA

Quem é satanás realmente?


Palestra do padre Gabriel Amorth no Umbria International Film Fest

"Muitas pessoas, de fato, vendem sua alma ao diabo. Mas eu tenho queimado muitos contratos" 
Pe. Gabrielle Amorth

por Lucas Marcolivio

TERNI, quinta-feira, 24 de novembro, 2011 (ZENIT.org) - Quem é o diabo? Qual é seu nome real? Quão poderoso é? Como se manifesta a sua obra destruidora nas vidas dos homens?

Estas e outras perguntas semelhantes foram respondidas pelo Padre Gabriel Amorth, célebre exorcista italiano, em uma vídeo-intrevista projetada ontem à tarde durante o Umbria International Film Fest, pouco antes da projeção do filme O rito de Mikael Hafstrom, cujo objeto é precisamente o exorcismo.

O diabo, disse o padre Amorth, é essencialmente "um espírito puro criado por Deus como um anjo". Como os homens, também os anjos foram submetidos à uma prova de obediência, que Satanás – que era o mais brilhante dos espíritos celestes - se rebelou.

Satanás é, portanto, o primeiro diabo da história sagrada, e o mais poderoso de todos. Assim como no céu, com os santos e anjos, nas suas várias categorias, também no inferno há uma hierarquia. Enquanto o Reino de Deus é governado pelo amor, o reino de Satanás é dominado pelo ódio. "Os demônios se odeiam entre si e a sua hierarquia é baseada no terror", disse o padre Amorth.

"Um dia - disse o exorcista - eu estava quase liberando uma pessoa possuída por um demônio que não era nem mesmo um dos mais fortes. Por que você não vai embora?, perguntei-lhe. Porque – me respondeu - se eu sair Satanás me punirá ". A finalidade da existência dos demônios é "arrastar o homem ao pecado e trazê-lo para o inferno", disse Amorth.

O que é, então, que impulsiona o homem a esta louca obra de auto-destruição e condenação? Segundo o padre Amorth, o homem é sempre impulsionado pela "curiosidade", uma inclinação que pode ser "positiva ou negativa dependendo das circunstâncias”.

O verdadeiro 'triunfo' do demônio, porém, é que ele está "sempre escondido" e a coisa que mais deseja é que não se "acredite na sua existência". Ele "estuda a cada um de nós, nas suas tendências para o bem e para o mal, e depois suscita as tentações", aproveitando-se das nossas fraquezas.

A época contemporânea, afinal de contas, é representada precisamente pelo total esquecimento da figura do diabo que, assim, consegue os seus mais importantes sucessos. Se a humanidade perde o sentido do pecado, é quase automático que entrem ideias de que "o aborto e o divórcio sejam uma conquista da civilização e não um pecado mortal", disse Amorth.

É óbvio que o diabo está por trás de práticas como o ocultismo e a magia, e até aqui, “aproveitando a nossa curiosidade". Quem quiser "conhecer o próprio futuro ou falar com os mortos", por exemplo, vai, ainda sem querer, encontrar-se com o demônio. 
O padre Amorth não descarta nem sequer o filme Harry Potter: o ídolo literário e cinematográfico de tantas crianças ao redor do mundo é, de fato, de acordo com o exorcista, uma mensagem publicitária da “magia” apesar de ser vendido “até mesmo em livrarias católicas".

Perigosas e desonestas, para Amorth, são também as práticas orientais aparentemente inócuas como o Yoga: "Você acha que está fazendo para relaxar, mas leva ao Hinduísmo - explicou o exorcista - Todas as religiões orientais são baseadas na falsa crença da reencarnação ".

Perguntado se Satanás atormenta mais as almas dos ateus ou aquelas dos crentes, o padre Amorth disse que o mundo pagão é mais vulnerável ao diabo do que o mundo cristão ou crente, no entanto, "um ateu é mais difícil que venha visitar um sacerdote".

Amorth, que disse ter exorcizado também "muçulmanos e hindus", salientou: "Se viesse comigo um ateu eu diria para mim mesmo que, de todos modos, estou agindo em nome de Jesus Cristo e lhe recomendaria que se informasse sobre quem fosse Cristo ".

Um aspecto curioso e nem por isso secundário do trabalho de um exorcista está ligado aos nomes dos demônios. "A primeira coisa que eu pergunto ao possuído é qual seja o seu nome - disse o padre Amorth -. Se ele me responde com o nome verdadeiro para o diabo já é uma derrota: foi forçado a dizer a verdade, a sair do esconderijo".

Caso contrário, o diabo vai responder cada vez com um nome diferente. "Os demônios na realidade, como os anjos, não têm nomes - disse Amorth - mas se atribuem apelidos até mesmo bobos, como Isbò: este era um diabo com um nome estúpido, mas poderosíssimo, ao ponto de ter conseguido matar um exorcista e um bispo ".

O padre Amorth também afirmou que a pessoa possuída não está necessariamente em pecado mortal, porque "Satanás pode tomar o corpo, mas não a alma", e advertiu que o demônio não só atua com a possessão, mas também com o assédio, a obsessão e a infestação (esta última referida principalmente a locais físicos).

O malefícios associados à práticas ocultas (feitiços, vudú, macumba, faturas, etc.), são "muito raros", disse o exorcista.

Aqueles que rezam e que confiam constantemente em Deus "não devem ter medo" do demônio. Além disso, o padre Amorth disse que nunca teve medo do diabo durante os exorcismos. "Às vezes - deixou claro - eu estive com medo de machucar fisicamente alguém porque, por exemplo, é arriscado exorcizar uma pessoa doente do coração".

Amorth concluiu a entrevista confirmando que muitas pessoas, de fato, vendem sua alma ao diabo, mas, ironicamente, ele acrescentou, "Eu tenho queimado muitos contratos ...."

[Tradução TS]

Fonte: Zenit

Última Semana de Inscrição


Pessoal, esta é a última semana para fazer as inscrições no retiro do GRAA, "Corações ao Alto". Quem mora perto e gostaria de participar, mas ainda não fez a inscrição, contate-nos o quanto antes.

Aos que residem mais longe, pedimos, mais uma vez, as vossas caridosas orações.

Pax.

Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA

Novo blog sobre Ensino Católico Tradicional


Pessoal, belíssima iniciativa essa de organizar um blog sobre o verdadeiro Ensino Tradicional Católico. Sugiro que o visitem e acompanhem as postagens. Começar a discutir este assunto e estudar meios de propor uma educação alternativa à que tem sido massivamente implantada no Brasil é algo absolutamente necessário e em caráter de urgência. 

Sugiro também a página sobre Ensino Tradicional no Facebook.

Promoção e Rejeição da Dialética na Filosofia Moderna: Kant, Schelling, Hegel, Schopenhauer - Entendo um pouco como chegamos aqui...


Olavo de Carvalho

Para compreender por que Schopenhauer opôs tão rigorosamente uma à outra essas duas artes que Aristóteles concebera como solidárias (A lógica e a dialética), temos de levar em conta que o adversário ideal visado por ele era Hegel, para quem a dialética constituía não apenas o método essencial, mas o conteúdo mesmo da filosofia e a lei constitutiva da estrutura do mundo - embora o próprio Hegel, em particular, na sua célebre conversa com Goethe, declarasse não ver no método dialético "nada mais que o espírito de contradição sistematizado".1

Se nos lembrarmos de que Goethe, ante essa definição, mal pôde esconder seu desprezo por uma atividade mental que lhe pareceu arriscada e artificiosa, e de que, na teologia cristã, o espírito de contradição é o diabo propriamente dito, compreenderemos perfeitamente a estratégia de Schopenhauer. tendo Hegel na mira de seus ataques, e desejando empregar contra ele as armas forjadas por Aristóteles, teve de primeiro extirpar da dialética do Estagirita todos os elementos de valor cognitivo - transferindo-os para o departamento de lógica -, para reduzi-la a uma arte da disputa indiferente à verdade e, em seguida, mostrar que uma filosofia reduzida à dialética, como a de Hegel, era uma filosofia indiferente à verdade. Procedimento estritamente dialético, no sentido schopenhaueriano do termo. E, se essa operação não lhe pareceu falsear as intenções do Estagirita, mas até mesmo realizá-las de modo mais perfeito, foi precisamente porque, na época, a dialética de Aristóteles ainda vegetava, no fundo da cozinha, na condição de serva da analítica. Empreendido hoje, depois de Weil e Dumont, o projeto de Shopenhauer teria de se apresentar como disciplina nova e independente da dialética aristotélica (se bem que correlacionada a ela), sob pena de que o meio acadêmico, jogando a criança fora com a água do banho, o rejeitasse como mera interpretação falseada de Aristóteles.

Não é preciso dizer que a estratégia de Shopenhauer, se recorreu a um expediente erístico, não consistiu em erística exclusivamente, uma vez que ele tinha a alegar contra Hegel também razões de ordem estritamente lógica, deduzidas dos princípios de sua própria filosofia, expostos em O Mundo como Vontade e Representação.

Mas é preciso notar que a superioridade da lógica sobre a dialética, que Schopenhauer proclama, é meramente relativa e não implica nenhuma confiança profunda no poder cognitivo da lógica. Todo conhecimento, em Schopenhauer, está rigorosamente circunscrito pelos limites kantianos: consiste apenas na esfera dos "fenômenos", sobre o fundo eternamente incognoscível da "coisa-em-si". A lógica é, portanto, no sistema schopenhaueriano, apenas a esquemática da razão humana, e não a tradução da esquemática do mundo no microcosmo da razão humana. Aqui, como em Kant, ela não tem mais o alcance ontológico que tinha em Aristóteles. A diferença, a única diferença substancial, entre Kant e Schopenhauer é que o primeiro nada diz sobre a coisa-em-si, ao passo que o segundo deduz, da sua incognoscibilidade mesma, a sua total irracionalidade - uma conclusão que Kant não quis tirar, mas que se segue inapelavelmente das suas premissas.

De fato, se a lógica é apenas o esquema da razão humana, que se ergue na ponta do processo de manifestação cósmica da coisa-em-si sem poder retroagir para abarcar cognitivamente a causa que a criou, a coisa-em-si está eternamente fora do alcance de todo conhecimento racional, é portanto irracional, a-racional ou pré-racional. Tal como os sentidos, a razão é uma das formas do mundo da Representação, a casca de aparências que encobre a misteriosa Vontade universal.

nesse mergulho no mais sombrio da irracionalidade, observa-se uma significativa inversão do Absoluto de Schelling: enquanto este era não somente fonte do processo cósmico, mas meta do processo cognitivo, da dialética que ia unindo natureza e subjetividade na escalada conjunta de ciência e mística, Schopenhauer, colocando natureza e subjetividade numa evolução linear e sem volta que vai da Vontade primeva ao surgimento da razão humana (e não mais lado a lado, como manifestações dialeticamente complementares, tal como as via Schelling), corta toda via de acesso ao conhecimento do Absoluto: pois a consciência e a razão estão ainda mais afastadas da origem do que o está a natureza, e, para conhecer essa origem teriam de primeiro abdicar de si mesmas, dissolvendo-se na obscuridade da natureza para chegar à obscuridade ainda mais funda da arbitrária Vontade universal.

Torna-se aí manifesto que o descrédito do conhecimento, a queda no irracionalismo e numa visão trágica do universo se seguem fatalmente do abandono da dialética (no sentido aristotélico e no sentido schellinguiano do termo): fundada exclusivamente na lógica analítica, a visão linear que Schopenhauer tem da manifestação cósmica é necessariamente a de um progressivo afastamento em que, quanto mais ela se eleva à consciência, mais se distancia da origem.

A dialética de Schelling constituiu um momento, breve e fulgurante, de equilíbrio dinâmico entre mística e racionalismo, entre a alma e o mundo, unidos, na origem e na meta, pelo Absoluto. No instante seguinte, o equilíbrio rompe-se: se em Schelling a dialética era o meio de acesso ao Absoluto e este constituía a identidade suprema, acima de toda dialética, em Hegel o Absoluto mesmo é dialetizado e, destituído de toda Identidade salvo a de um conceito vazio, não lhe resta senão tentar preencher-se de conteúdo no decurso do processo dialético-histórico. De um só golpe, a História tomava o lugar de Deus, e a escalada dialética já não era a da alma que ascendia a Deus, mas a das formações históricas que se sucediam em direção ao Estado moderno.

Ora, o recurso à dialética aparecera, em Schelling, como a via de solução para as famosas antinomias em que, segundo Kant, desembocava toda investigação metafísica, no sentido clássico do termo. Kant, tendo descoberto os limites da metafísica dedutiva do racionalismo, generalizava-os para "toda metafísica futura que pretenda apresentar-se como ciência". Schelling empreendeu demonstrar que a generalização fora longe demais, que esses limites não se aplicavam a uma metafísica dialética. Assim fazendo, reabriu o caminho para o conhecimento intelectual de Deus. Nesse caminho, a dialética era o instrumento pelo qual o homem se orientava no mundo da manifestação cósmica - constituído de polarizações que não se deixavam aprender numa lógica linear - para poder ascender até o plano da Identidade, onde toda dialética se tornava dispensável e onde se reencontrava a plena coincidência entre princípios lógicos e ontológicos; coincidência que o racionalismo falhara em demonstrar porque acreditara ingenuamente poder observá-la na esfera da manifestação cósmica, a qual, por sua estrutura polar, só pode ser apreendida dialeticamente.

Mas o diabo é veloz. A via reaberta por Schelling foi fechada às pressas por Hegel, mediante o simples recurso de romper o equilíbrio, enfatizando exageradamente o poder da dialética como o racionalismo clássico tinha exagerado o da lógica analítica: a dialetização do Absoluto era a negação da Identidade, a absolutização do cosmos compreendido como processo histórico. O Deus que não tinha conteúdo próprio, mas que ao mesmo tempo só podia realizar-se pelas sucessivas negações de si mesmo, só adquiria identidade consistente no final do processo, sob a forma de Estado. Ninguém teve a coragem de perguntar a Hegel como um conceito vazio poderia negar-se a si mesmo e como essa autonegação, supondo-se que já não fosse em si mesma um monumental contra-senso, poderia dar nascimento a um processo real.

Na atmosfera de furor acadêmico despertado pela nova filosofia, ninguém parecia ter a condição de refutar o pensamento complexo, enigmático, que mudava de repente o eixo de todas as discussões e inaugurava um novo repertório de interesses. Sob a estridência das fanfarras hegelianas, o apelo para um retorno da alma a Deus tornava-se inaudível. O foco de atenção se deslocava, em aparência definitivamente, da busca da perfeição da alma para a luta pelo Estado perfeito. Inaugurava-se uma nova guerra de doutrinas, diferente de todas as anteriores; o meio filosófico dividia-se segundo as categorias políticas modernas: direita e esquerda. E, sob a disputa cada vez mais ruidosa e sangrenta entre as duas formas possíveis do Estado, a questão do destino da alma parecia antiquada e desinteressante.

O giro do cenário fora repentino e completo: a busca de Deus estava excluída do terreno filosófico, doravante ocupado pela disputa de ideologias.2 Também não houve quem perguntasse a hegel como almas desarraigadas de sua vocação espiritual poderiam construir o Estado perfeito.

Schopenhauer, como muitos outros desde o seu tempo até hoje, recuou horrorizado ante a máquina racional-dialética que, investida do prestígio sacro do Absoluto, seguia implacavelmente o seu curso em direção ao Estado, esmagando sob suas rodas todas as aspirações mais íntimas do coração humano.

Mas, para desmontar a máquina, resolveu atacá-la justamente pelo flanco dialético, por julgar que, negado o poder cognoscitivo do método dialético, viria por terra toda a filosofia de Hegel. Talvez viesse, mas a que preço?

O preço foi o seguinte: excluído o método dialético, só sobravam os velhos métodos do empirismo e do racionalismo - os dados dos sentidos e da lógica. Kant já demonstrara que nem aqueles nem esta podiam ter acesso à coisa-em-si. Só restava então tirar a conclusão que Kant não ousara tirar, e que constitui o cerne mesmo da filosofia de Schopenhauer: a coisa-em-si, estando fora do mundo da representação, não apenas é extra-sensorial mas é também irracional, alheia a toda lógica.

Pior ainda: abandonado o método dialético, também não se podia mais encarar a coisa-em-si como meta de uma escalada cognitiva. Se em Schelling o Absoluto era alfa e ômega, origem da manifestação cósmica e meta resplandecente do conhecimento humano, em Schopenhauer ele se tornava um alfa sem ômega, uma origem sem meta, eternamente escondida atrás de nós e para sempre inacessível exceto pelo caminho do retrocesso, isto é, da destruição da manifestação mesma e, a fortiori, de toda consciência humana, cume da manifestação. De Schelling a Schopenhauer, a visão circular do universo, onde o homem vinha de Deus e a Ele retornava, é substituída por uma sequência linear, onde o retorno é autodestruição e só resta à consciência desenganada contemplar esteticamente a sua própria impotência. Eis como a negação da dialética como racionalidade imperfeita, em prol da perfeita racionalidade da lógica analítica, desemboca no completo irracionalismo.

Sufocada a voz de Schelling, cujas derradeiras obras foram solenemente ignoradas pelos seus contemporâneos, Hegel e Schopenhauer inauguram a sensibilidade propriamente moderna, onde já não se compreende nenhuma dialética senão no sentido histórico-social, e onde, por outro lado, a alma se debate em vão entre o universo fechado do dedutivismo lógico-matemático e o abismo sem forma de um infinito compreendido como pura irracionalidade. Com eles, entramos em cheio na era dos utopismos sociais, da tecnocracia e da pseudomística. Já é o mundo de Marx e Nietzsche, Freud e Kafka, Hitler e Wittgenstein, Gurdjieff e Skinner. É o "nosso" mundo.

------

1 Eckermann, Conversações com Goethe, 18 de outubro de 1827
2 Está aí a raiz do mais trágico erro de perspectiva moral em que a humanidade caiu ao longo de toda a sua História: a convicção de que é a sociedade, e não os indivíduos concretos, o verdadeiro sujeito da responsabilidade moral - o pressuposto que está na base de toda a atual ideologia "politicamente correta". Sobre algumas consequências práticas da disseminação dessa crença, v. "Bandidos & letrados" e "A superioridade moral da esquerda, ou: o rabo e o cachorro" em O Imbecil Coletivo.

CARVALHO, Olavo de. Introdução Crítica. In: SCHOPENHAUER, Arthur. Como Vencer um Debate Sem Precisar Ter Razão. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997. pp 65-75.

Historiador judeu revela: de maneira pessoal e encoberta Pio XII salvou milhares de judeus


ROMA, 09 Nov. 11 / 02:44 pm (ACI)

O Venerável Papa Pio XII não só ajudou a salvar a quase 900 mil judeus durante a Segunda guerra mundial, mas também ajudou de modo pessoal a vários deles na cidade de Roma, conforme afirma um perito historiador judeu.

Recentemente Gary Krupp conheceu o relato de um judeu cuja família foi resgatada graças à intervenção direta do Vaticano. "Há uma carta incomum, escrita por uma mulher que ainda vive no norte da Itália, quem disse que participou com sua mãe, sua tia e outros parentes em uma audiência com Pio XII em 1947".

Junto de Pio XII estava seu Secretário de estado, o então Dom Giovanni Montini, que seria logo o Papa Pablo VI.

"Sua tia olhou para o Papa e disse: ‘você estava vestido como franciscano’, e olhou para Montini quem estava ao seu lado e lhe disse ‘e você como um sacerdote comum. Vocês foram os que me tiraram do gueto e me levaram ao Vaticano’. Montini disse imediatamente: ‘silêncio, não repitam esta história".

Krupp acredita que estas afirmações são certas porque estão na linha de caráter de Pio XII quem "precisava ver com seus próprios olhos como eram as coisas".

"Costumava a sair em seu carro a ver zonas bombardeadas de Roma, e certamente não tinha medo. Da mesma forma posso imaginá-lo entrando em um gueto para ver o que estava acontecendo", afirma o perito historiador.

Krupp e sua esposa Meredith são os fundadores da Pave the Way Foundation iniciada em 2002 para "identificar e eliminar os obstáculos não teológicos entre as religiões". Em 2006 líderes católicos e judeus lhe solicitaram investigar o "escolho" da reputação do Papa Pio XII durante a guerra. Com este descobrimento, Wall, um nova-iorquino de 64 anos acredita que finalmente obteve um grande avanço.

"Somos judeus. Crescemos odiando o nome de Pio XII. Acreditávamos que era anti-semita, acreditávamos que era um colaborador dos nazistas, todas as coisas que se dizem dele, nós acreditávamos nelas".

Krupp está de acordo com as conclusões de outro historiador judeu e diplomata israelense, Pinchas Lapide, quem afirma que as ações do Papa Pio XII e do Vaticano permitiram salvar aproximadamente 897 mil judeus durante a guerra.

Pave the Way tem 46 mil páginas de documentação histórica que sustenta esta afirmação, que agora oferecem em seu site junto a numerosas entrevistas com testemunhas presenciais e historiadores.

"Acredito que é uma responsabilidade moral, isto não tem nada a ver com a Igreja Católica. Apenas com a responsabilidade judia de reconhecer um homem que na realidade salvou a um enorme número de judeus em todo o mundo enquanto estava rodeado de forças hostis, infiltrado por espiões e sob ameaça de morte".

Krupp explicou que uma das formas desta ajuda foi dada através da rede de nunciaturas apostólicas em todo o mundo com as quais ajudavam judeus perseguidos na Europa. Por exemplo, entre 1939 e 1945 o Vaticano solicitou 800 vistos para entrar na República Dominicana. Esta ação e outras similares permitiram salvar mais de 11 mil judeus só dessa forma.

Pave the Way também tem evidência que demonstra que a reputação que dirigem os inimigos da Igreja sobre o Papa Pio XII nasce como uma conspiração da KGB russa. Um ex-oficial desta instituição, Ion Mihai Pacepa, precisa que tudo foi complô soviético.

Krupp precisa que os comunistas queriam "desacreditar o Papa após sua morte, para destruir a reputação da Igreja Católica e, mais importante para nós, para isolar os judeus dos católicos. Eles tiveram êxito nessas três áreas".

Em sua opinião tudo isto está mudando agora. Quando o escutam falar, diz Krupp, "muitos judeus estiveram extremamente agradecidos. ‘Sinto-me feliz de escutar isso. Nunca quis acreditar isto dele (Pio XII), especialmente nós que o conhecemos".

Fonte: Acidigital

Ministério Público está atrás de canais religiosos

Duas emissoras de televisão estão na mira do Ministério Público Federal, que pede a revogação das outorgas que garantem aos canais o direito de transmitir sua programação pelo Brasil: a TV Canção Nova e Aparecida devem ter a concessão anulada porque os direitos foram concedidos sem a realização da licitação necessária neste tipo de procedimento, garante André Guilherme.

As emissoras, sediadas em Cachoeira Paulista e Aparecida retransmitem a programação da Igreja Católica, tanto na rede aberta como para quem possui antena parabólica, e o Ministério Público Federal em Guaratinguetá, cidade que fica no lado paulista do Vale do Paraíba, já deu entrada em duas ações civis públicas, que podem anular os processo administrativos que garantiram a entrada em operação dos dois canais.

Fonte: Jovem Pan

Sobre a Comunhão na Mão



Disponibilizo aqui somente a foto, mas recomendo todo o artigo postado no Fratres In Unum e que mostra como a tal comunhão na mão carece de qualquer fundamento.

Notem que, na segunda foto, vários foram os fragmentos que ficaram sobre a luva. Todas as vezes que alguém recebe a Sagrada Hóstia nas mãos, algo semelhante acontece. Convém relembrar que, por mínimo que seja o fragmento da Santa Eucaristia, Ele é Jesus inteiro e, portanto, é verdadeiramente Deus. Neste sentido, S. Cirilo de Alexandria afirmava que melhor seria perder um membro do nosso corpo do que deixar cair um só dos fragmentos do Corpo do Senhor. 

Tenhamos máximo cuidado com isso e abandonemos de vez esta prática herética de comungar na mão.

Curso do Instituto Parresia: A Família no Plano de Deus


Pessoal, acontecerá, agora nos dias 26 e 27 de Novembro, na cidade de Maceió-AL, o Curso A Família no Plano de Deus, promovido pelo Instituto Parresia, da Comunidade Shalom.

O evento se dará no Seminário Arquidiocesano de Maceió, iniciando às 8h do dia 26. A inscrição é de apenas R$ 15,00. O curso será ministrado pela graduada em Filosofia e Teologia pela Facoltà di Teologia di Lugano (Suiça), Josefa Alves.

Na ocasião, será utilizado o documento Exortação Apostólica Familaris Consortio, do beato João Paulo II.

Aos que moram nas proximidades, recomendamos que façam o curso e o divulguem aos demais.

Maiores informações: (82) 3235-2624 / 8845-6873

O Conhecimento da Verdade e a Argumentação


É bom lembrar ao leitor, com insistência, que a capacidade de argumentar, por necessária que seja nas circunstâncias práticas da vida intelectual, é habilidade menor e derivada em relação ao perceber e ao intuir; que mesmo a prova, no sentido da demonstração apodícta, é apenas serva e discípula da verdade intuída; que mais vale saber sem poder provar do que produzir um milhão de provas daquilo que, no fundo, não se intui de maneira alguma.

No mais das vezes, a simples afirmação direta do que se enxerga tem mais força do que muitos argumentos. Contra as tentações do erro e da fantasia, não há outra arma senão dizer a verdade com tal clareza, com tal precisão, que nenhuma finta, nenhum rodeio, nenhum jogo de cena ou artifício de palavras possa prevalecer contra ela.

Ora, essa clareza não se obtém sem um tremendo esforço de atenção que é quase um exercício ascético. Olhando fixamente para dentro de seu coração, um homem "lê" o que está inscrito na sua consciência íntima, com palavras de um texto supremamente auto-evidente. Ao subir para a periferia da mente - onde estão depositadas, como redes superpostas, a gramática do idioma pátrio, as regras de estilo, os usos do vocabulário comum, os esquemas argumentativos padronizados e as exigências da moda -, as palavras do discurso íntimo se embaralham, entrando por automatismo nesses canais e arranjos pré-moldados que as desfiguram e as afastam infinitamente do significado originário. Então é preciso mergulhar de novo e de novo, até que a imagem do discurso interior fique tão nítida na memória, que as formas da linguagem externa se amoldem a ela como meras vestimentas, sem deformá-la ou incomodá-la.

Esse é todo o trabalho do autêntico escritor: dizer exatamente o que percebeu desde o centro do coração, afeiçoando o discurso ao conteúdo intuído, sem que este se deixe arrastar pelas exigências daquele. Essa é também sua única força: ela sobe com um impulso avassalador que rompe os muros da indiferença, rasga as máscaras do fingimento e demole a fortaleza de palha da tagarelice.

Olavo de Carvalho, Introdução Crítica ao Livro "Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão" de Arthur Schopenhauer, Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.

Jesus Cristo é Rei


"Eu sou Rei
Para isto nasci: para dar testemunho da verdade. 
Todo aquele que pertence à verdade escuta a minha voz" (Jo XVIII, 37)

Bento XVI: Não precisamos imitar os pentecostais. “Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental”.


O Papa Bento XVI inicia hoje uma viagem apostólica de dois dias ao Benim, África. Durante o vôo, o Santo Padre respondeu às tradicionais perguntas dos jornalistas presentes em sua delegação. Entre elas, uma a respeito do crescimento das seitas pentecostais no continente africano:

"Essas comunidades são um fenômeno global, em todos os continentes. Naturalmente, elas estão presentes sobretudo, de formas diferentes, na América Latina e na África. Diria que seus elementos característicos são muito pouca “institucionalidade” e poucas instituições, dando pouco peso a instituições; uma mensagem que é simples, fácil e compreensível, e aparentemente concreta; e, como você disse, uma liturgia participativa expressando os sentimentos da cultura local, com uma abordagem da religião um tanto sincretista. Tudo isso lhes garante, por um lado, algum sucesso, mas também implica uma falta de estabilidade. Sabemos que alguns [seguidores desses grupos] voltam à Igreja Católica, ou se mudam de uma dessas comunidades para outra.

Então, nós não precisamos imitar essas comunidades, mas devemos nos perguntar o que podemos fazer para dar nova vida à fé Católica. Eu sugeriria, como um primeiro ponto, uma mensagem que é simples e compreensível, mas também profunda. [...]

Segundo, é importante que nossas instituições não sejam pesadas. O que deve predominar é a iniciativa da comunidade e da pessoa. Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.

Por último, com relação à inculturação, diria que é importante não perdermos a universalidade.Eu preferiria falar de “inter-culturação”, não tanto inculturação. É uma questão de um encontro entre culturas na verdade comum de nossos seres enquanto humanos, em nosso tempo. Então, crescemos numa fraternidade universal. Não devemos perder essa grande coisa que é a catolicidade, de que em todas as partes do mundo somos irmãos e irmãs, somos uma família, onde conhecemos cada um e colaboramos num espírito de fraternidade."

A introdução ao missal das celebrações pontifícias (pág. 11) demonstra como Bento XVI pretende enfatizar essa catolicidade, particularmente na liturgia da Santa Missa a ser celebrada no domingo, no Estádio da Amizade:

"Neste grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África múltipla em seus costumes e em suas línguas, não hesitamos em empregar a língüa da Igreja Universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração de nossa assembléia tão diversificada e de manifestar assim a união das vozes e dos corações no canto gregoriano (Missa de Angelis) e na escolha do cânon romano (Oração Eucarística I)."


O HOMESCHOOLING está liberado no Brasil!



Explico. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os tratados internacionais devidamente ratificados pelo Congresso Nacional têm statussupralegal. Isso quer dizer que esses tratados são hierarquicamente inferiores à Constituição (lei positiva máxima), mas superiores às demais leis. Ora, o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), que é uma lei ordinária, diz: “Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino” (art. 55). Mas a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção Americana dos Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), que são tratados internacionais ratificados pelo Brasil, dizem o contrário e, portanto, prevalecem: “Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos” (artigo 26.3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos); "Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções." (Artigo 12.4 da Convenção Americana dos Direitos Humanos).

Ambos os textos são claríssimos. Repito: esses tratados são hierarquicamente superiores ao ECA e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Com efeito, não só o ECA e a LDB, mas qualquer outra lei que impeça o homeschooling perde a eficácia, pois os tratados mencionados têm status supralegal. Portanto, juridicamente, não há nada que proíba os pais de adotar o homeschooling para os filhos. E mais: outro direito que se depreende das aludidas normas é o de rejeitar qualquer conteúdo ministrado nas escolas regulares que seja considerado impróprio pelos pais, como o famigerado kit gay, por exemplo.

Vimos que não há qualquer óbice jurídico ao homeschooling no Brasil. Sendo assim, os pais poderiam adotar o método da educação em casa desde já, sem que para isso fosse necessária qualquer mudança legislativa. Porém, a coisa é um pouco mais complicada. O problema, quase sempre, é fazer valer esse direito dos pais. Os diplomas internacionais citados, plenamente válidos e eficazes no Brasil, são ignorados até pelos juízes, que continuam a usar o ECA para forçar a matrícula das crianças. Os empecilhos são muito mais políticos, culturais e ideológicos do que jurídicos. Mas creio que nem tudo está perdido. Cabe aos pais zelosos recorrer aos tribunais contra a tirania. Quanto mais processos houver, quanto mais o tema for ventilado na imprensa, na internet e nas esquinas, maior a chance de obter resultados favoráveis. Trata-se de uma guerra cultural a ser travada, com boas possibilidades de vitória. Afinal, não deve ser difícil compreender que a educação é assunto da família e da sociedade, não de burocratas do estado.
________________________

Pe. Paulo Ricardo, a Canção Nova e algumas considerações


Vi, hoje, o seguinte comunicado do Pe. Paulo Ricardo a respeito do triste caso recentemente tão comentado da Canção Nova:
**

"Inúmeras pessoas têm me cobrado uma posição a respeito da recente decisão da Rede Canção Nova de Comunicação de incluir em sua grade televisiva um programa sobre a Doutrina Social da Igreja, apresentado por um líder do Partido dos Trabalhadores.

1. Com relação às opções ideológicas do referido partido, penso que as minhas manifestações públicas em defesa do ensinamento do Magistério da Igreja, em geral, e do Santo Padre o Papa, em especial, são tão claras e tão amplamente divulgadas que não creio que sejam o objeto do pedido em questão. Luto e lutarei sempre contra a ideologia marxista e suas agressões culturais aos valores cristãos (nos movimentos gayzista, abortista, etc.) e sua maléfica infiltração na Igreja.

2. Com relação à Canção Nova, é meu dever esclarecer o seguinte:

a. Recordo que, embora não seja membro da Comunidade Canção Nova, sou, mesmo assim, convidado regular para as várias atividades evangelizadoras que a Canção Nova mantém, nos diversos meios de comunicação. Apostolado este que desempenho voluntariamente e consciente de estar em plena comunhão com a Igreja.

b. Considero, portanto, que seja meu dever, em primeiro lugar, manifestar minha opinião sobre a atuação de alguns líderes da Canção Nova através do caminho institucional e privado, e só em segunda instância passar às possíveis manifestações públicas. Queimar esta etapa seria, a meu ver, uma falta de lealdade e de ética.

c. Com isto não quero absolutamente censurar as manifestações do público em geral e dos sócios contribuintes da Canção Nova. Manifestar a opinião de forma caridosa e legítima é direito do cidadão e dever do cristão.

Atuo na Canção Nova porque tenho a firme convicção de que, sem ela, a Igreja estaria, em muitos lugares, numa situação desastrosa. Com isto não atribuo à Canção Nova, nem enquanto comunidade, nem enquanto liderança, o caráter de inerrância ou de indefectibilidade, que, aliás, nenhum de nós possui.

Estou convencido de que, na atual conjuntura do Brasil, a Canção Nova ainda seja um instrumento da Providência Divina. Por isto, não posso concordar com aqueles que torcem para que ela pereça ou diminua sua influência. O que eu faço, e tenho feito sempre, é prestar minha ajuda, seja na ação, seja na oração, para que em meio à guerra espiritual e cultural que nós enfrentamos, a Comunidade Canção Nova seja fiel à sua vocação divina.

Várzea Grande, 15 de novembro de 2011.

Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior

**

Pois bem. Andei lendo alguns blogs católicos que disponibilizaram este mesmo comunicado e vi, em comentários, as mais divergentes opiniões a respeito do que o Pe. Paulo escreveu aí. Permitam-me também dar a minha.

A primeira coisa que se deve considerar é que o Pe. Paulo realmente vê como um problema o ocorrido e pretende, sim, tomar alguma providência. Isto está nas entrelinhas do seu comunicado. Ele fala, por exemplo, que continuará lutando contra a infiltração esquerdista na Igreja. Ora, o episódio que ocorreu na Canção Nova encarna de modo inequívoco este tipo de infiltração. Seria difícil, inclusive, imaginar um modo mais explícito de isto se dar.

Depois, o padre ressalta que somente faz apostolado na Canção Nova porque tem consciência de estar em plena comunhão. Se, por acaso, o atual estado de coisas se mantiver indefinidamente, é óbvio que a manutenção do seu trabalho na emissora implicará em rompimento da plena comunhão o que, sem dúvida, não passará despercebido pela sua consciência.

Se o padre diz ser seu dever comunicar-se privadamente com os líderes da Canção Nova, é óbvio, mais uma vez, que o fará demonstrando sua desaprovação. Se o padre concordasse com este non-sense, não haveria qualquer necessidade de contatar os tais líderes e ele poderia muito bem recolher-se numa absoluta abstenção de juízo; pelo menos de juízo público. E se, além disto, ele fala de uma possível segunda etapa - que só virá caso a primeira não seja suficiente; portanto, haverá uma primeira - que consistiria numa denúncia mais aberta, não tenhamos dúvidas de que, sendo preciso, ouviremos o Pe. Paulo bradar a verdade com a coragem que lhe é característica e que todos já conhecemos.

Por fim, ao dizer que não atribui à Canção Nova o caráter de inerrância ou de indefectibilidade, o padre está a declarar, de modo muito claro, que reconhece ter a emissora cometido um erro. 

Pois bem. O Pe. Paulo - é o que se depreende deste seu comunicado - tem consciência do erro da CN e não se absterá de agir. No entanto, não o fará, antes de tudo, de modo escancarado. Se reservará, pelo menos a princípio, a um tratar com os responsáveis. Muitos reclamam desta atitude do padre, mas, a meu ver, este tipo de intervenção pode ser muito mais eficaz.

Eu penso que o Pe. Paulo esteja a considerar que isto não passou de um crasso erro da presidência da CN. Embora haja inúmeras convergências políticas que fazem crer num plano articulado, eu também não considero que este caso de ignorância seja impossível - talvez eu esteja sendo bastante ingênuo -. O Eto me parece muito bobo. Além disto, custa-me conceber que ele tenha, de propósito, convidado o tal Edinho para apresentar um programa na sua TV justamente depois da recomendação do Santo Padre de que ele providenciasse um programa sobre a Doutrina Social da Igreja. Parece-me que o Eto sequer imagina o que seja a Doutrina Social. 

Temos, então, duas possibilidades. Ou o Eto é mesmo um mal caráter, e há indícios que podem levar a crer nisto. Ou o Eto é um bobo útil aos interesses de outros que o estariam utilizando, estes sim, diabolicamente. Não poderíamos, porém, dar o mesmo favor da dúvida ao Gabriel Chalita, este sujeito realmente estranho, desde a estética até o discurso.

De fato, estamos todos a lamentar que um inimigo da Igreja tenha sido convidado oficialmente para protagonizar um programa televisivo, numa emissora dita católica, e que tratará de nada mais nada menos que da Doutrina Social da Igreja, que é, por natureza, totalmente avessa aos devaneios marxistas. No entanto, por um lado, isto foi bom. Veremos, agora, de modo mais definido, a natureza desse povo.

O que a CN deveria fazer? O mais digno seria admitir que errou, retirar o tal programa do ar, mandar o tal Edinho embora e, por fim, emitir um solene pedido de desculpas. Se agissem desse modo, eu teria de reconhecer a grandeza da ação e o testemunho de humildade. Porém, como isto me parece meio difícil de ocorrer - e tomara que eu esteja errado -, no caso de a CN obstinar-se no seu anti-testemunho, estará claro, para qualquer um, a verdadeira natureza de um demônio que se travestiu de luz mas que terminou por mostrar o seu rabo e os seus chifres.

Que a Virgem Maria esmague a cabeça da serpente.

Fábio.

O Perigo do "Planejamento Familiar"


Compreendendo de modo muito claro que, até mesmo dentre os católicos, este tema geralmente é compreendido de modo bastante equivocado, disponibilizo este texto do corajoso Pe. Lodi da Cruz que tem feito um trabalho fenomenal em defesa da vida.

***


Antes de construir uma casa é preciso planejá-la. Será grande ou pequena? Terá um ou dois pisos? Quantos quartos e quantos banheiros? A resposta a essas perguntas depende da vontade do construtor e da utilidade que ele pretende dar à edificação.

Uma família, porém, é diferente de uma casa feita de tijolos. O tamanho dela não depende simplesmente da vontade do casal. Ele não pode “planejar” a família como faria com um edifício. O termo “planejamento familiar” dá a entender que compete ao casal – e somente a ele – determinar o número e o espaçamento de seus filhos. Ora, essa autonomia absoluta não existe. Só Deus é o Senhor da Vida. O que o casal pode e deve fazer é ficar atento aos sinais de Deus para descobrir qual é a sua vontade, e pô-la em prática. Ouçamos o Catecismo:

“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”[1] .

Ora, se a família numerosa é uma bênção, ninguém pode casar-se pensando em rejeitar essa bênção. A esse respeito comenta a ex-feminista Mary Pride em seu admirável livro “De volta ao lar”:

“Se os filhos são uma bênção, então por que não queremos todos os que Deus quer nos dar? Será que você consegue pensar em qualquer outra bênção que faz os cristãos lamentarem, se queixarem e fazerem o possível para não aceitar? Não pareceria ridículo ouvir cristãos dizendo: ‘Estou farto de todo este dinheiro que Tu me deste, Senhor. Por favor, não me dês mais nada!’ ou ‘Já tenho suficientes unções do poder do Espírito Santo sobre mim para durar pelo resto da vida. Para mim, chega, obrigado!’”[2] .

O Papa João Paulo II, quando ainda era cardeal de Cracóvia, escreveu: “A família é na realidade uma instituição educadora, portanto é necessário que ela conte, se for possível, vários filhos, porque para que o novo homem forme sua personalidade é muito importante que não seja único, mas que esteja inserido numa sociedade natural. Às vezes fala-se que é ‘mais fácil educar muitos filhos do que um filho único’. Também diz-se que ‘dois não são ainda uma sociedade; eles são dois filhos únicos’”[3] .

Há alguns anos uma jovem enviou-me uma mensagem por correio eletrônico contando seu “problema”: estava noiva e, segundo sua previsão, estaria fértil no dia de seu casamento. Que fazer? Respondi-lhe que fazia votos de que ela engravidasse. Expliquei-lhe que não faz sentido alguém se casar já pensando em não ter filhos. Se ela me dissesse que desejava ter filhos sim, mas só depois de três anos, eu lhe responderia: “então você se case daqui a três anos”.

Sem se dar conta, aquela moça, que aliás estava com boa-fé, havia-se tornado vítima da mentalidade segundo a qual os filhos devem ser cuidadosamente “planejados”. Gerá-los logo no início do matrimônio seria um ato de “irresponsabilidade”.

A doutrina da Igreja, porém, é outra. Dentro do matrimônio, a regra é gerar filhos. Não gerá-los é a exceção. Vejamos o que nos ensina o Papa Paulo VI sobre paternidade responsável em sua história encíclica “Humanae Vitae”:

“Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento”[4] .

Note-se como a Igreja elogia a família numerosa e como, ao mesmo tempo, só admite evitar um novo nascimento “por motivos graves” e com respeito pela lei moral. O Catecismo adverte que cabe aos esposos “verificar que se seu desejo [de espaçar os nascimentos] não provém do egoísmo, mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável”[5] . O único meio admitido pela Igreja para espaçar os nascimentos é a continência periódica, ou seja, a abstinência de relações sexuais nos dias férteis:

“A continência periódica, os métodos de regulação da procriação baseados na auto-observação e o recurso aos períodos infecundos são conformes aos critérios objetivos da moralidade”[6] . Porém, para evitar que o casal decida valer-se da continência periódica por motivos egoísticos, a Igreja dá aos confessores a seguinte orientação: “será conveniente [para o confessor] averiguar a solidez dos motivos que se têm para a limitação da paternidade ou maternidade e a liceidade dos métodos escolhidos para distanciar e evitar uma nova concepção”[7] .

Convém notar como os documentos oficiais do Santo Padre e da Cúria Romana sobre a regulação da procriação nunca empregam o termo “planejamento familiar”. Pode-se em vão procurar essa expressão na encíclica Humanae Vitae (Paulo VI, 1968), nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-65), na exortação apostólica Familiaris Consortio (João Paulo II, 1981), na encíclica Evangelium Vitae (João Paulo II, 1995) ou no Catecismo da Igreja Católica (1992). A expressão tampouco aparece no Vade-mécum para os confessores sobre alguns temas de moral relacionados com a vida conjugal (Pontifício Conselho para a Família, 1997), que trata especificamente do tema da anticoncepção. Ao contrário, a Igreja usa “paternidade responsável” (que inclui também a abertura para uma família numerosa), “continência periódica” e “métodos de regulação da procriação”.

Lamentavelmente há católicos, incluindo sacerdotes, bispos e até Conferências Episcopais que dizem que a Igreja aceita o “planejamento familiar natural” ou os métodos naturais de “planejamento familiar”. Essa dissonância com o Magistério da Santa Sé deveria absolutamente ser evitada, porque não é uma mera questão de palavras. Por trás das palavras estão conceitos que podem distorcer a doutrina cristã sobre o matrimônio e a procriação.

Aliás, a maior rede privada de aborto, esterilização e contracepção chama-se Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF). Jorge Scala adverte que a expressão “planejamento familiar” (family planning) foi empregada pela IPPF após a Segunda Guerra Mundial, depois de vencido e desmoralizado o nazismo, para substituir “controle de natalidade” (birth control). O objetivo foi, única e exclusivamente, mascarar o caráter eugenésico e coativo de suas práticas antinatalistas[8] . Um termo cunhado pelos fautores da cultura da morte deveria ser evitado pelos defensores da vida. De fato, ele não é, de modo algum, inofensivo.

Quando estava reunida a Assembléia Nacional Constituinte, que iria elaborar a atual Constituição de 1988, o Grupo Parlamentar de Estudos em População de Desenvolvimento (GPEPD), braço legislativo da IPPF no Brasil, recebeu a generosa quantia de US$ 112.755 para inserir o “planejamento familiar” no texto de nossa Carta Magna. A entidade doadora foi “The Pathfinder Fund”. A informação é oficial, contida em um dos relatórios periódicos publicados pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP):

“Planejamento familiar e Assembléia Nacional Constituinte. Monitorar e, onde necessário, dar assistência no desenvolvimento do tema planejamento familiar no texto da Constituição brasileira. Membros do Grupo Brasileiro de Parlamentares sobre População e Desenvolvimento receberão instruções técnicas sobre temas que contribuirão para debates sobre planejamento familiar – Valor do projeto US$ 112.755”[9] .

O resultado foi a inclusão do parágrafo 7º do art. 226 na Constituição Federal:

Art. 226, § 7º, CF - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

O texto acima é sedutor. O “planejamento familiar” é livre e não imposto. Afasta-se assim a má aparência do termo “controle de natalidade”. Além disso, ele se funda na “dignidade da pessoa humana”, o que faz supor que jamais admitirá o aborto nem a mutilação dos órgãos reprodutores. Por fim, ele também se funda na “paternidade responsável”, termo este tão caro ao Magistério da Igreja.

Da forma como foi redigido, não se poderia esperar nada de mal. Puro engano. Mais de cem mil dólares não teriam sido investidos à toa. Bem depressa um deputado do Partido dos Trabalhadores (PT), Eduardo Jorge (PT/SP) apresentou um Projeto de Lei (PL 209/91) para “regulamentar” esse dispositivo constitucional. E, como não podia deixar de ser, tal regulamentação incluía a legalização da esterilização, como meio legítimo de “planejamento familiar”. Aprovado, o projeto transformou-se na lei 9263/96, que “regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências”. A partir da vigência desta lei, a esterilização, que constituía crime de lesão corporal gravíssima, com pena de reclusão de dois a oito anos (art. 129, § 2º, III, CP), passou a ser um direito. Hoje o governo brasileiro se compraz em esterilizar um número cada vez maior de homens e mulheres. Tudo isso graças ao “planejamento familiar” inserido em nossa Constituição...

Anápolis, 13 de novembro de 2011.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

[1] Catecismo da Igreja Católica, n. 2373.
[2] PRIDE, Mary. De volta ao lar: do feminismo à realidade. Ourinhos: Edições Cristãs, 2006, p. 70.
[3] WOJTYLA, Karol. Amor e responsabilidade: estudo ético. São Paulo: Loyola, 1982. p. 216.
[4] PAULO VI, Humanae Vitae, 1968, n. 10.
[5] Catecismo da Igreja Católica, n. 2368.
[6] Catecismo da Igreja Católica, n. 2370.
[7] PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA, Vade-mécum para os confessores sobre alguns temas de moral relacionados com a vida conjugal, 1997, n.º 12.
[8] SCALA, Jorge. IPPF: a multinacional de morte. Anápolis: Múltipla Gráfica, 2004, p. 20-21.
[9] Inventory of Population Projects in Developing Countries Around the World. FNUAP, 1989/1991, fl. 76

A Graça de Deus não frutifica naqueles que amam as coisas terrenas


Jesus

"Filho, a Minha graça é um dom precioso; não suporta misturas de coisas estranhas, nem de consolações terrestres. Convém, pois, que te desembaraces de todos os impedimentos, se desejas que te seja infundida.

Procura para ti um lugar retirado; deseja ficar a sós contigo: não andes atrás das conversas humanas; implora fervorosamente ao Senhor que te conceda a compunção do coração e a pureza da consciência.

Não tenhas o mundo em nenhuma conta; prefere o serviço de Deus acima de todas as coisas exteriores, pois não podes, ao mesmo tempo, tratar comigo e deleitar-te nas coisas transitórias.

(...) a alma ainda doente não consegue facilmente ter assim o coração desprendido de todas as coisas; e para mais ainda, o homem carnal ignora a liberdade do homem espiritual. No entanto, se quiser verdadeiramente ser espiritual, é necessário que renuncie tanto às pessoas estranhas como aos parentes e que de ninguém se guarde mais que de si mesmo.

Se te venceres perfeitamente a ti mesmo, mais facilmente subjugarás tudo o resto.

Aquele, pois, que conserva o domínio de si mesmo, de modo que a sensualidade obedeça à razão e a razão Me obedeça em tudo, esse é verdadeiramente vencedor de si mesmo e senhor do mundo.

Se desejas subir a tais alturas, é necessário começar varonilmente e pôr o machado à raiz, para arrancar e destruir até os restos mais ocultos do amor desordenado de ti mesmo e dos bens particulares e sensíveis.

Deste amor desordenado que o homem tem a si mesmo, nascem quase todos os vícios que ele deve vencer e desarraigar; logo que ele vença e subjugue este mal, gozará de grande paz e tranquilidade.

Como, porém, são poucos aqueles que procuram morrer perfeitamente para si mesmos e se desapegam do seu amor próprio, muitos ficam, por isso, envencilhados e não conseguem elevar-se, com o espírito, acima de si mesmos.

Aquele, porém, que livremente deseja seguir-Me, deve mortificar todas as suas inclinações desordenadas e não se deve prender a nenhuma criatura com amor apaixonado."

Imitação de Cristo, Livro III, Cap. LIII

Novo Programa da Canção Nova traz Petista, Gayzista e Abortista como apresentador


"Se eu quisesse agradar a todos os públicos, não seria servo de Cristo" (Gal 1,10)

A Canção Nova, emissora de TV auto-entitulada católica, nunca cessa de surpreender. Desta vez, no entanto, temos de admitir que a novidade é particularmente estarrecedora! De fato, uma revolução, Jesus! 

O que ocorre é que, na sua nova grade, a busca frenética de "atender a todos os públicos" - frase romântica que, no entanto, esconde uma proposta mesquinha e anti-cristã - traz às telinhas pentecostais o programa "Justiça e Paz" que contará com a presença de um tal de Edinho Silva, sociólogo e deputado estadual de São Paulo pelo PT (!!). Como se não bastasse ser um membro integrante deste partido que entende o aborto como questão de saúde pública, o tal Edinho ficou conhecido, nas eleições do ano passado, enquanto presidente do PT de SP, por impedir a circulação dos folhetos pró-vida do Regional Sul-1 da CNBB, que alertava os católicos sobre o grave problema moral de votar em candidatos abortistas. 

Edinho surpreende ainda por ter como fonte de inspiração a famigerada Teologia da Libertação e por ter encabeçado, enquanto prefeito em Araraquara, a "revolução sexual com a semana do orgulho homossexual". Enfim, aos católicos estará claro a proposta absolutamente revolucionária - isto é, avessa à ordem do bem e da verdade - deste canal que, não obstante ostentar o título de católico, tem contribuído há muito para a confusão dos inocentes.

Sugiro a leitura, mais detalhada, do artigo do Fratres in Unum onde há, inclusive, os endereços para a denúncia às devidas autoridades eclesiásticas.

Mais uma vez, digo expressamente: Ser Canção Nova é Ruim Demais!

Ele, que nos pede de beber, é Quem nos sacia



É do Filho que nos devemos aproximar, se quisermos acalmar a sede que atormenta a nossa alma. Ele vem ao nosso encontro e é ele próprio que nos pede de beber, tanto na sombra do recolhimento como ao sol ardente dos nossos dias. E assim que a alma começa a satisfazer o desejo divino, ouve estas palavras: "Se tu conheceras o dom de Deus e quem é que te diz: 'Dá-me de beber', tu certamente lhe pedirias e Ele te daria uma água viva" (Jo IV,10),

Oferta divina, na verdade! Basta confessarmos a nossa indigência para recebermos a dádiva da misericórdia. O coração divino conhece todas as nossas necessidades e faz chegar até nós a onda da sua caridade: convida-nos a beber sem reservas para refrescar e curar a nossa alma. Esta água que brota das profundezas divinas torna-nos cada vez mais permeáveis à sua pureza e mais aptos para receber a sua abundância, à medida que vamos matando a nossa sede. "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. O que crê em mim, do seu coração correrão rios de água viva" (Jo VII, 37-38).

Libertarmo-nos dos laços egoístas e parciais que nos prendem às criaturas, desprendermos o nosso coração do que é temporal e efêmero, eis as condições para o nosso despertar espiritual. O conhecimento angustiante da nossa miséria arranca-nos às satisfações de uma hora para nos fazer desejar ardentemente a verdade eterna, a plenitude divina. "Aquele que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, mas a água que eu lhe der virá a ser nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna" (Jo IV, 14).

Se bebermos, pois, na fonte do paraíso interior, nunca mais procuraremos matar a sede nos regatos da terra, para que o Salvador não se queixe de nós: "Eles abandonaram-me, a mim que sou a fonte viva, para cavarem cisternas - cisternas cheias de fendas que não conservam a água (cisternas dissipatas)" (Jer II, 13). Estejamos atentos a esta hora da graça, que, quem sabe, pode soar pela última vez. "Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração" (Heb IV, 7).

Um Monge Cartuxo, Intimidade com Deus.

A conversão da alma - S. João da Cruz


Caindo a alma na conta do que está obrigada a fazer, vê como a vida é breve (Jó 14,5), e quão estreita é a senda da vida eterna (Mt 7,14); considera que mesmo o justo dificilmente se salva (1Pd 4,18), e que as coisas do mundo são vãs e ilusórias, pois tudo se acaba como a água corrente (2Rs 14,14). Sabe que o tempo é incerto, a conta rigorosa, a perdição muito fácil, e a salvação bem difícil. Conhece, por outra parte, a sua enorme dívida para com Deus que lhe deu o ser a fim de que a alma pertencesse totalmente a ele; deve, portanto, só a Deus, o serviço de toda a sua vida. Em ter sido remida por ele, ficou-lhe devedora de tudo, e na necessidade de corresponder ao seu amor, livre e voluntariamente. E em outros mil benefícios se acha obrigada para com Deus, antes mesmo que houvesse nascido.

E, no entanto, compreende agora como grande parte de sua vida transcorreu em vão, não obstante a razão e conta que terá de dar a respeito de tudo, tanto do princípio como do fim, até o último ceitil (Mt 5,26) quando Deus vier esquadrinhar Jerusalém com tochas acesas (Sb 1,12), e que já é tarde, e talvez chegado o último dia (Mt 20,5)! E assim a alma, sobretudo, por sentir Deus muito afastado e escondido, em razão de ter ela querido esquecer-se tanto dele no meio das criaturas, tocada agora de pavor e de íntima dor no coração à vista de tanta perdição e perigo, renuncia a todas as coisas; dá de mão a todo negócio; e sem dilatar mais dia nem hora, com ânsia e gemido a brotar-lhe do coração já ferido pelo amor de Deus, começa a invocar seu Amado.

S. João da Cruz, Cântico Espiritual, Anotação. Obras Completas. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. pp. 593-594. 

Santa Missa no Rito Extraordinário pela Fraternidade O Caminho

Nós, Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA, temos, já, uma boa relação de amizade com estes irmãos que têm se destacado, há um bom tempo, pelo zelo e rigor litúrgico com que celebram a Santa Missa. Falo da Fraternidade O Caminho, composta de religiosos consagrados de espiritualidade franciscana e alguns irmãos terceiros. Quero aqui disponibilizar estas realmente belíssimas imagens da Fraternidade celebrando a Santa Missa no rito tridentino. Vi no excelente Salvem a Liturgia.

Missa Tridentina 10 anos 039 Missa Tridentina 10 anos 068 Missa Tridentina 10 anos 074 Missa Tridentina 10 anos 090 Missa Tridentina 10 anos 100 Missa Tridentina 10 anos 102 Missa Tridentina 10 anos 115 Missa Tridentina 10 anos 128 Missa Tridentina 10 anos 129 Missa Tridentina 10 anos 133 Missa Tridentina 10 anos 142  Missa Tridentina 10 anos 147 Missa Tridentina 10 anos 162 Missa Tridentina 10 anos 181 Missa Tridentina 10 anos 190
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...