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Que bela notícia! Papa Bento XVI gravará Cd.

Papa Bento 16 lançará disco, diz gravadora da BBC Brasil

Um disco com a voz do papa Bento 16 será lançado será lançado no final do ano, segundo anúncio feito pela gravadora Geffen UK/Universal.

No disco, chamado inicialmente de "Alma Mater" ("mãe que alimenta" em latim), o pontífice gravará mensagens e cantará músicas em latim, italiano, espanhol, francês, alemão e português.

Segundo a gravadora, esta será a primeira vez que Bento 16 grava um disco, que está sendo lançado com a benção do papa.

A gravação será lançada no dia 30 de novembro e a Geffen UK aposta que ele terá boas vendas na véspera do Natal.

Voz "incrível"

O disco trará a Ladainha Lauretana, cantos marianos e oito melodias clássicas. O papa recitará passagens da Bíblia e orações acompanhado do coral da Filarmônica de Roma, conduzida por Pablo Colino, maestro emérito da Basílica de São Pedro.

A britânica Royal Philharmonic Orchestra gravará as composições clássicas nos estúdios Abbey Road, em Londres.

A gravadora e o Vaticano não divulgaram os valores envolvidos no lançamento do disco, mas, foi anunciado que os lucros do álbum serão doados para projetos de educação musical para crianças carentes pelo mundo.

O presidente da gravadora Geffen UK, Colin Barlow, disse que a voz do papa é "incrível".

"Nós estamos felizes que o papa Bento 16 mostrou apreciação e deu sua benção especial a esse projeto", disse Barlow. Mais detalhes do disco serão anunciados em setembro, em um lançamento oficial do projeto no Vaticano.

Fonte: Folha Online

Articulação mundial contra o Papa


Tão logo o Papa Bento XVI anunciou a reintegração da Igreja tradicionalista na ordem pós-conciliar – o que de si já é uma ironia, pois a novidade não pode reintegrar em si a tradição, e sim ao contrário –, desencadeou-se contra ele uma das mais maliciosas campanhas de ódio já vistas na mídia mundial.

Três episódios marcaram os seus pontos altos.

Primeiro veio o bispo Williamson – um factóide na mais plena acepção do termo. Até a véspera, ninguém o conhecia. Quando o descobriram entre os milhares de sacerdotes e fiéis beneficiados pela suspensão de uma pena eclesiástica coletiva, saiu do anonimato e tornou-se repentinamente um perigo para a espécie humana, por ter emitido numa igreja de bairro, ante umas poucas dezenas de fiéis se tanto, uma opinião antijudaica. Por toda parte ergueram-se gritos de escândalo, significativamente voltados não contra o bispo, mas contra o Papa. Como se a revogação do castigo não viesse do simples reconhecimento de um erro judicial velho de quatro décadas, e sim do endosso papal às convicções pessoais do bispo – até então ignoradas não só do Vaticano, mas do mundo – sobre matéria alheia ao seu sacerdócio, à fé católica, às razões da penalidade e às da respectiva suspensão. Forçando a inculpação por osmose até o último limite do artificialismo, lançava-se sobre toda a Igreja tradicionalista e, de quebra, sobre o Papa que a acolhera de volta, a vaga mas por isso mesmo envolvente suspeita de anti-semitismo. Não por coincidência, entre os mais inflamados denunciantes encontravam-se aqueles que tanto mais se esforçam para proteger os judeus contra perigos inexistentes quanto mais se devotam a entregá-los, inermes, nas mãos de seus inimigos armados.

Depois, veio o episódio das camisinhas. Não há como medir os gritos de horror, as lágrimas de escândalo, as gesticulações frenéticas de abalo moral com que a grande mídia reagiu à declaração blasfema de que esses sacrossantos dispositivos não protegem eficazmente contra a Aids. Na verdade, não protegem nada. Edward C. Green, diretor do Projeto de Pesquisas sobre Prevenção da Aids no Harvard Center for Population and Development Studies, informa que a revisão mundial dos resultados obtidos nos últimos 25 não mostra o menor sinal de que as camisinhas impeçam a contaminação. O único método que funciona, diz Green, é a redução drástica do número de parceiros sexuais. Uganda, que por esse método e com forte base religiosa reduziu os casos de Aids em 70 por cento, é o único – repito: o único – caso de sucesso espetacular já obtido contra essa doença. Mas que importam esses dados? A camisinha não vale pela eficácia, ó materialistas prosaicos. Ela é um símbolo, a condensação elástica dos mais belos sonhos da utopia pansexualista, onde as criancinhas praticarão sexo grupal nas escolas, sob a orientação de professores carinhosos até demais (sem pedofilia, é claro), e nas praças os casais gays darão lições de sodomia teórica e prática, para encanto geral do público civil, militar e eclesiástico. De que vale a verdade, de que valem as estatísticas, de que valem as vidas dos ugandenses, diante de imagens tão radiosas da civilização pós-cristã que a ONU, o Lucis Trust, a mídia bilionária e todos os pseudo-intelectuais do mundo almejam para a humanidade? É em defesa desses altos valores que se ergueram gritos de revolta contra o Papa, esse estraga-prazeres, esse iconoclasta sacrílego.

Por fim, veio o documentário da BBC, onde o ex-cardeal Ratzinger é acusado de proteger padres pedófilos, determinando que fossem removidos de paróquia em vez de punidos. É claro que a coisa já estava pronta fazia tempo, aguardando a oportunidade política, que veio com os esforços de Bento XVI para restaurar a unidade da Igreja, algo que os apóstolos da nova civilização temem como à peste. A BBC, outrora uma estação respeitável, tornou-se uma central de propaganda esquerdista tão fanática e desavergonhada que o que quer que venha dela deve ser recebido a cusparadas, mas em todo caso vale lembrar que um padre formalmente condenado na justiça por pedofilia não tem como ser removido de paróquia, pois já está removido para a cadeia. Restam os padres meramente acusados, sem provas judiciais válidas. A mídia quer que a Igreja os castigue assim mesmo, a priori, à primeira palavra que se publique contra os desgraçados. O cardeal Ratzinger é acusado, no fim das contas, de não ter feito isso. É preciso toda a técnica cinematográfica da BBC para dar a impressão de que se trata de coisa imoral, até mesmo vagamente criminosa. Mas, nesses casos, a realidade não importa nada. A impressão é tudo.

Destaco esses três episódios só como amostras, no meio de um bombardeio multilateral, incessante e crescente, no qual só a estupidez voluntária pode enxergar uma simples confluência de casualidades, sem nenhuma coordenação ou planejamento.

Olavo de Carvalho

Fonte

Pe. Pio converte um materialista militante


O Padre Pio sabe falar aos intelectuais; os filósofos modernos não lhe metem medo! Num monge, tão humilde, eis um aspecto pouco banal. Muitas vezes no confessionário afronta objeções, tira obstáculos, liquida controvérsias. Os seus carismas não são contrários à inteligência. Longe de ser feudo de devotos, como queriam fazer-nos acreditar, São Giovanni Rotondo vê afluir de todos os lados, universitários, artistas, escritores, filósofos, intelectuais, ávidos de conhecerem as coisas da fé.

Um deles, Feruccio Caponetti, materialista militante, distintíssimo, escreveu: "No monte Gargano encontrei um Mestre. Acolheu-me com alegria, escutou com um sorriso as minhas dúvidas e dificuldades; depois, em palavras muito simples, mas orientadas por insondável profundidade de pensamento, demoliu uma a uma todas as objeções que me formigavam a cabeça , eliminou um a um todos os meus argumentos, pôs-me a alma bem nua, e, mostrando-me os ensinamentos do Senhor, abriu-me os olhos do espírito. Vi a luz. Tocou-me o coração, e pude dizer: EU CREIO".

Estas poucas linhas, cheias de emoção, mostram maravilhosamente a passagem para a luz no drama do descrente. O Padre Pio não evita as dificuldades com habilidades carismáticas. Se, por fim, faz entender ao intelectual revoltado que lê na sua consciência, é com admirável paciência e extrema cortesia que examina de frente os pobres obstáculos que lhe bloqueiam a inteligência. Se não fosse assim, seria ele recebido, como é, nos meios intelectuais? Foi a um universitário, contudo, que disse um dia: "Nos livros procuramos Deus. Na oração encontramo-lo".

Fonte

O modismo de um falso tradicionalismo

Tempos atrás, com a ascensão dos grupos pentecostais, várias pessoas passaram a utilizar crucifixos nos pescoços e a pendurar terços nos bolsos como que para identificar a que grupo pertenciam. Tornou-se moda ostentar os objetos sagrados, muitas vezes, sem nem saber o real significado do que se portava. Foi nesta época ainda que alguns passaram a banalizar certas orações tradicionais, como, por exemplo, a oração de exorcismo de S. Bento, que se viu, de uma hora pra outra, sendo usada com fins, por vezes, sensacionalistas.

Passado também certo tempo, corremos o risco de desbancar num outro modismo: o falso tradicionalismo.

É muito interessante notar que, no decorrer dos séculos, os combatentes de determinada heresia, por vezes, exageravam tanto na defesa de um aspecto contrário que terminavam por criar, eles também, uma outra heresia. Esta dinâmica do erro, porém, sempre tem algo em comum: a atitude de fiar-se demasiado na própria opinião e fazer-se o critério da verdade.

O autêntico tradicionalismo é uma posição de fidelidade a Deus e à Sua Igreja, motivada, antes de tudo, pelo amor... um amor, por vezes violento, semelhante ao de Elias que se dizia "devorado de zelo pelo Senhor" e um amor que se manifesta como fidelidade ao "Deus ciumento". Como forma de expressão, este amor se dá por uma série de atitudes exteriores que nada mais são do que consequências da chama que arde no interior. Mas, à semelhança dos fariseus, é bem possível que se tente imitar este aspecto puramente estético, ao mesmo tempo em que se cultive intenções diversas. Apressar-se sobre as intenções de alguém é algo complicado de se fazer e, mesmo, ilícito. Nisto consiste o julgamento que Nosso Senhor proíbe. Por este motivo, este artigo não visa acusar ninguém em particular, mas apenas despertar para o risco de, na atitude de dizer-se tradicional, permitir-se a mescla de intenções não tão tradicionais assim.

Algo que os santos e todos os verdadeiros católicos sempre prezaram, e pelo que devemos também cuidar, é a chamada "pureza de intenção". Todo trabalho de legítimo apostolado deve ser um fiel cumprimento do primeiro mandamento. Se não for pelo amor a Ele, todo tempo que investirmos em nossos projetos será agitação infértil e barulho inútil. Acontece que, algumas vezes, podemos querer nos apoiar em Deus apenas para construir determinada imagem a nosso respeito. Tantos há que ganharam respeito na defesa da Fé. Isso é ótimo, claro... mas não é este tipo de prêmio o que deve motivar um "amigo da cruz". O oposto também pode ocorrer: utilizarmos do sagrado somente para fazer inimigos e externar nossa agressividade, pensando ser isto, a garantia do incômodo causado, prova de legitimidade do espírito cristão. Há ainda o risco de sermos guiados pelo torpe motivo de querer corresponder às expectativas de algum outro tradicionalista ao qual respeitamos e de quem a opinião a nosso respeito muito nos interessa. Se assim agimos, estamos desfocando a motivação correta. Estamos buscando servir, não a Deus, que aparece apenas como ilustração, mas a este outro a quem nos preocupamos em agradar. Isto pode acontecer de forma muito mais frequente do que imaginamos...

Nesta época em que vemos o belo esforço de muitos filhos da Igreja em protegê-la contra os erros, há sim o risco de que alguém, mal interpretando as coisas, procure imitar somente o aspecto exterior, o fenômeno do combate, sem armar-se, contudo, da lente interior, do amor que deve ser como que o combustível da nossa alma. Estas pessoas má-orientadas geralmente tendem a dizer-se fiéis à Igreja e a afirmarem-se capazes das maiores heroicidades pela Fé, mas, diante de um pequeno ponto em que descobrem um desacordo entre o que realmente a Igreja ensina e o que, até então, defendiam, o orgulho entra em cena na forma de obstinação ao erro. Ora, mas não era amor à Igreja que se dizia? Por que não acatar, então, o que ela diz e renunciar a comodidade da própria opinião? Torna-se, dessa forma, manifesta a caricatura que se mantinha e a infantilidade que a sustentava.

Devemos, pois, meus irmãos, cuidar para que isto não se encontre na nossa alma, compreendendo que, por vezes, o nosso amor próprio disfarça-se de todo tipo de virtude. E não nos enganemos: é bem possível manter toda uma vida permeada de aparentes austeridades, quando o que nos move é somente o egoísmo e a soberba. Contemplemos a cruz de Nosso Senhor, e aprendamos o que é ser pobre, humilde e o que significa amar. Como dizia Sta Catarina de Sena, que ao contemplar a humildade e humilhação do Crucificado, nós nos envergonhemos da nossa vaidade.

Que Nosso Senhor nos ensine a caminhar direito e que a chama que arde em nós seja a da Caridade, que extirpa todo o vício. Que a Virgem Maria nos ensine a ser pobres. Somente assim, compreendendo o nosso nada, a infinita pequenez do nosso ser, poderemos, enfim, pretender ser úteis a Nosso Amado Deus.

Corde in Crux, Crux in Corde

Fábio Luciano

O respeito devido aos sacerdotes


Deus Pai a Santa Catarina de Sena

Filha querida, ao manifestar-te a grande virtude daqueles pastores, quero colocar em evidência a dignidade dos meus ministros. Pelo pecado de Adão, as portas da eternidade fecharam-se, mas o meu Filho abriu-as com a chave do seu sangue. Ao sofrer a paixão e morte, ele destruiu vossa morte e vos lavou no sangue. Sim, foram seu sangue e sua morte que, em virtude da união da natureza divina com a humana, deram acesso ao céu. E a quem deixou Cristo tal chave? Ao apóstolo Pedro e a seus sucessores, os que vieram e que virão depois dele até o dia do juízo final. Todos possuem a mesma autoridade de Pedro; nenhum pecado a diminui, do mesmo modo que não destrói a santidade do sangue de Cristo e dos sacramentos. Já disse que o sol eucarístico não tem manchas e que o mal cometido por alguém que o administra ou recebe não apaga sua luz. Não, o pecado não danifica os sacramentos da santa Igreja, não lhes diminui a força; prejudica a graça e aumenta a culpa somente em quem os ministra ou recebe indignamente.

Santa Catarina de Sena, O Diálogo

Muito estranho... Pe. Joãozinho e a Eucaristia


Este texto que segue abaixo foi vinculado a vários sites e blogs. Como podem ver, eu não o retirei, mas, por justiça, após a leitura dele, peço que leia este aqui, no qual me retrato pelo erro de ter me referido, na ocasião, à Santa Missa como celebração antropofágica. Boa leitura.

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Ontem à noite, 27 de julho, assisti a reapresentação da entrevista entre o Pe. Fábio e o Pe. Joãozinho, onde o primeiro tentava se esclarecer a respeito da recente polêmica por causa de declarações num de seus livros abordando a temática da Eucaristia e da Ressurreição. O padre comentou também sobre a sua resposta à carta de um blogueiro, o Gustavo, onde diz que o "dogma evolui".

Porém, agora quero me ater a uma questão levantada no programa, em que o próprio Pe. Joãozinho afirmou coisas estranhas a meu ver. Tratando da Eucaristia, e criticando uma posição "materialista" que consistia em focar-se no aspecto material do Corpo do Senhor, o padre falou que, mesmo depois da transubstanciação, continua existindo vinho. É como se o sangue ficasse presente no vinho. Ora, mas isto é doutrina luterana, a chamada empanação.

O sacerdote dehoniano argumentava que o que acontece na Santa Missa é a transubstanciação e não transmaterialização.

Esclareçamos algumas coisas. O que defendia a doutrina da empanação de Lutero? O protagonista da "revolução" protestante defendia que, na Eucaristia, Cristo estava presente juntamente com a substância do pão. Isto se assemelha muito à posição que o padre defendeu. Mas continuemos... Pouca gente sabe, mas o grande motivo da condenação de Galileu se deu por motivos teológicos. Este cientista, metido a metafísico e meio místico, andou elaborando uma teoria, segundo a qual, os acidentes de determinado ser, seriam eles mesmos, compostos de substância. Com isto, Galileu simplesmente negou a possibilidade de separação entre substância e acidente. Ok.. Mas e o que isto tem com a Eucaristia? Tudo.

Antes, porém, tratemos ainda de outra breve questão. O que faz com que uma coisa seja o que é, é a sua substância. Se mudamos somente os acidentes de algo, este não deixa de ser o que é. Quando Juliana corta o cabelo, faz as unhas, troca de roupa, bronzeia-se na praia, etc... não deixa de ser Juliana. A mudança de acidentes não implica que se deixe de ser quem é. No entanto, quando mudamos a substância de algo, mesmo que permaneçam os acidentes, aquele algo já não é o mesmo ser. O que se dá na Santa Missa é, justamente, a mudança da substância do pão para a substância da Carne de Nosso Senhor. Portanto, de forma alguma pode-se dizer que, após a consagração, ainda há pão. Daí ser errado dizer que "a carne do Senhor está presente no pão", pois já não há mais pão, nem vinho.

Voltemos à doutrina de Galileu e sua relação com a Eucaristia. Na transubstanciação, a substância é mudada, mas permanecem os acidentes. Dizemos que o Corpo do Senhor e o Sangue do Senhor estão "sob as espécies do pão e do vinho". Com "espécies" quer-se dizer "acidentes" ou "aparências". Estes acidentes, embora permaneçam para nos exercitar a Fé, NÃO são compostos da substância do pão. A afirmação de Galileu mexia, portanto, no "Mistério da Fé", que a Igreja guarda com máximo zelo, sendo mesmo o centro e ápice da vida cristã.

Agora, porém, Pe. Joãozinho, conhecido por sua erudição, aparenta defender que, mesmo após a consagração, permanece a matéria do pão e do vinho. Se, por matéria, ele quiser dizer "acidente", tudo bem. Mas que se explique. Depois, (se eu estiver errado, alguém me corrija), a celebração eucarística é sim antropofágica, pois o que comemos é, de fato, a carne de um homem, embora seja Deus. Não é simbolismo, é literalmente carne e literamente comida (Jo 6,55).

Por fim, uma questão interessante: Pe. Joãozinho afirmou, como prova de que o sangue consagrado permanecia, de alguma forma, vinho, que se alguém bebesse uma grande quantidade do Sangue do Senhor, viria a ficar alcoolizado. Reconheço que este terreno central da Fé é muito complexo e transcende infinitamente a nossa possibilidade de compreensão, sendo por sua própria natureza, inesgotável mistério. Porém, arrisco-me a fazer a seguinte observação: Dentro os acidentes que permanecem após a consagração do pão e do vinho, estão a cor, o tamanho, o cheiro, o gosto. Já o dizia Santo Tomás em um de seus belos poemas. Pois bem. A possibilidade do Sangue do Senhor provocar o efeito próprio da substância do vinho não seria, também, outro caráter acidental? Creio que sim, pois não há mais vinho.

Fábio Luciano

Caso Medjugorje - Frade "criador" das aparições é reduzido a estado laical por Bento XVI

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Comentários meus à resposta do Pe. Fábio de Melo - Final


“Deus conhece a vida que tenho, e conhece também minha dedicação aos seus projetos. Se você gosta de quantificar o que faz, este não é o meu caso. Eu sou filho do Novo Testamento. Jesus é o Senhor da minha vida. Com Ele eu aprendi que a salvação não está na obrigação dos ritos, mas na qualidade do coração que temos”

Pe. Fábio, no trecho acima, parece fazer uma radical oposição entre “quantidade” e “qualidade”. É bem verdade que, por vezes, as vemos dissociadas, de modo que uma não implica necessariamente a outra na mesma medida. Mas não é verdade que esta “independência” ocorra sempre nem que seja total. Entre qualidade e quantidade, é óbvio que a primeira é mais importante, mas, em determinados campos, a primeira exige a segunda.

No discurso falacioso de Pe. Fábio, há uma tentativa de evadir à questão levantada pelo Gustavo, autor da carta que lhe foi enviada. Sabemos da grande estima que a Igreja tem pelo costume da Missa diária, da Confissão freqüente. Há institutos religiosos que confessam-se todas as semanas; Sta Catarina de Sena confessava-se todos os dias. Ao sacerdote de Cristo, cabe o dever de celebrar o Sacrifício do Senhor diariamente. Este argumento do Pe. Fábio, segundo o qual uma atitude que “quantifique” certo costume perca, por isto, o seu caráter qualitativo é falso. É claro que, visto ser o aspecto qualitativo mais importante, o quantitativo deve lhe servir e a ele se ordenar. Uma inversão desta hierarquia comprometeria a vida da Fé. Isto se deu, particularmente, em certos ambientes judeus no tempo de Jesus, onde os costumes religiosos haviam se tornado como que mecânicos. Compreendendo isto de forma correta, vê-se como a qualidade não pode dispensar te todo a quantidade. De fato, se um padre viesse a celebrar a Santa Missa de forma irregular, uma vez por semana ou por mês, sustentando o discurso de que, pra ele, o que importa é a qualidade, veria esta mesma qualidade perder-se. Como bem o escreveu o Célebre Adolph Tanquerey, na vida da Graça, quando não se progride, se regride. Isto se explica porque ainda trazemos em nós a cicatriz do pecado original, a inclinação à satisfação de nossas paixões. Portanto, não pôr-se em combate cultivando intimidade freqüente com Nosso Senhor, mas, ao contrário, somente abeirar-se dos Sagrados Mistérios quando se sentir com o coração emocionalmente disposto (como fazem os românticos que não têm idéia do que seja vida espiritual), significa pedir para ser derrotado.

Como dizia S. João da Cruz (de quem já deu pra perceber que sou bastante devoto), quando uma brasa se afasta do fogo, ela acaba mais fria do que quente. Assim também acontece com quem adere a um discurso que despreza a assiduidade das obrigações religiosas em prol de uma suposta qualidade (confortável isso, não?).

Ser Filho do Novo testamento significa compreender que o aspecto quantitativo deve ordenar-se ao qualitativo. Os judeus celebravam a Páscoa uma vez por ano, e Jesus também observou este costume. O domingo, dia do Senhor, somente é reconhecido como tal dentro de um discurso que quantifica os dias da semana, reconhecendo-o como “primeiro dia”. Também a Igreja celebra seus tempos litúrgicos utilizando-se da “contagem” dos dias. Celebramos o Natal do Senhor no 25º dia do 12º mês do ano.

Pe. Fábio aparenta estar totalmente isento do critério quantitativo na sua vida. Mas será? É bem possível que nisto ele não ponha sua atenção, mas isto não significa que ele também não “quantifique”. Isto ele faz quando obedece a agenda de seus shows, quando aparece semanalmente, em determinado dia e em determinado horário, para apresentar seu programa na Tv CN. Portanto, o discurso acima parece ser mais uma evasiva diante da lembrança do seu dever que admitiu não cumprir às vezes.

Em seguida, o Gustavo pediu explicações ao Padre por ter dito que, para ser um Sacerdote, é preciso ter amado; esta expressão foi posta num contexto onde se falava de experiência sexual. Padre Fábio, com sua resposta, só piorou a situação. Ei-la:“Digo baseado no fato de ser padre, conviver com padres, morar em seminários desde os 16 anos de idade, ser diretor espiritual de inúmeros seminaristas, padres e freiras. Digo isso porque vivo os bastidores da Igreja. Sou amigo pessoal de muitos bispos, religiosos, diretores de seminários. Tenho 38 anos e sou profundamente interessado pela vida sacerdotal. A minha experiência, e a de tantos que passaram pela minha vida, mostraram-me que o celibato é ESCOLHA. Para haver escolha é preciso que haja possibilidades. Quanto à felicidade de seu pároco, sobre ela não posso dizer, pois não o conheço. Minha fala é fruto do que a vida me mostrou, e só.”

Nesta resposta, o padre pareceu ser particularmente irresponsável. Parece obstinado em distorcer o ensino da Igreja, preferindo a sua frágil experiência. Se nem um padre pode viver o celibato, então este é impossível! Eis a implicância prática do que ele afirma. Além disso, o padre não deveria se fundamentar no que “a vida lhe mostrou” somente, mas, antes, no que ensina a Igreja e no testemunho de muitos dos seus filhos que viveram perfeitamente a castidade e o celibato. O padre virou empirista, agora? Uma coisa é fazer a experiência da miséria humana, outra é duvidar de que é possível “fazer-se eunuco pelo Reino de Deus”(Mt 19,12) mesmo sem ter feito a experiência sexual. Muito estranho isso... estranhíssimo.

“Talvez eu não tenha conseguido revelar a você a sacralidade que move os meus objetivos.”

Justamente, padre... Foi isso mesmo.

“Talvez você esteja elevado demais em sua vida espiritual, e necessite de padres mais espiritualizados, menos humanos.”

Ser espiritualizado não significa ser menos humano. Uma coisa não é oposta à outra. Afinal, somos homens, o que significa que somos seres espirituais. Fundamento básico da Antropologia Teológica, padre.. lembra? E nesta visão de “humano” como oposto ao “espiritual”, parece que o senhor chama de humano o que é pecaminoso e rasteiro. Quanto mais distante da perfeição, mais humano para o senhor? Que não seja por isso, então, que o senhor se diz “humano demais”!

“Conheci a Deus através do amor ágape. Fiquei fascinado quando me ensinaram que Deus é um pai amoroso que não despreza os filhos que tem, mesmo quando não correspondem ao que Ele espera.”

Mas vamos explicar bem, padre. Que Deus é amor e misericórdia, sem dúvida. Que nos acolhe sem merecermos, sem dúvida. “se levardes em conta as nossas transgressões, quem haveria de subsistir?”(Sl 129,3). Agora, isto não significa permissividade. “De Deus não se zomba” (Gl 6,7)!

Passar a mão sempre é mais fácil do que ter que dizer a verdade que, por vezes, é dura. Interessante que, como frutos deste discurso excessivamente adocicado, vemos os fãs e admiradores do padre usar da mais pura grosseria contra os que não lhe são simpáticos no intuito de defendê-lo. Eles nem tocam nos argumentos, partindo logo para ofensas pessoais. Esses são os frutos reais de evangelização? Eu acredito que o padre tem ajudado várias pessoas, ou, como ele mesmo diz, “tem se ocupado das dores” de muita gente. Mas isto não o isenta de ser fiel à doutrina da Igreja. Ao contrário, o senhor ajudará muito mais servindo à verdade.

“O banquete em sua casa está sempre posto, pronto para receber o filho que tem fome.”

É, mas ao que não quis se vestir conforme a festa, isto é, ao que não vestiu a doutrina da verdade, o mesmo Senhor mandou pôr pra fora (Mt 22,11-13).

“Quanto à minha dignidade sacerdotal, esta eu costumo preservar através das minhas atitudes. Minha roupa de padre não me garante muita coisa. O sacerdócio que o povo espera de mim não está no hábito que ostento, mas na sinceridade que preciso ter diante do meu compromisso assumido. Zelo para que Deus não seja transformado numa caricatura qualquer.”

É o mesmo discurso da “qualidade e quantidade”. Não é porque a dignidade não está somente na roupa de padre, que o senhor pode dispensá-la. Se for assim, despense o sapato, não use escova de dentes, não penteie o cabelo... Sua dignidade sacerdotal não está também nessas coisas, mesmo assim, o senhor não as dispensa.

E a sinceridade que o senhor precisa ter diante do compromisso assumido inclui, sim, a veste sacerdotal e a obrigação de portar-se como padre, seja no que faz, seja no que veste. O senhor zela para que Deus não seja transformado numa caricatura. Reze também pra que Ele não seja visto com uma face que não tem, como o mostram os liberais e modernistas.

“Frei Beto é um homem fabuloso”. Como disse alguém, deve ser porque defende fábulas (2Tm 4,4; 1Tm 4,7).

Por fim, Pe. Fábio de Melo diz o seguinte: “Todos nós estamos desejosos de acertar”

Deveríamos, então, seguir as determinações e o ensino da Igreja, pois ela sabe distinguir o certo e o errado, pois este poder lhe foi dado pelo próprio Senhor. Não obedecer-lhe significa, forçosamente, errar.

No mais, embora a carta tenha uma série de questões estranhas, Pe. Fábio de Melo escreveu também coisas interessantes, como quando antepõe o amor ao combate e quando fala da possibilidade de discordar sem ofender.

É possível que, dentre as questões abordadas por mim, haja alguma em que eu não tenha percebido o que o padre realmente queria dizer. Enfim, escrevi estas linhas para que, os que lêem este humilde espaço, possam se inteirar melhor do que a Igreja ensina, e se há, não apenas nestes textos, mas em qualquer outro, qualquer ensinamento heterodoxo, que seja imediatamente desconsiderado.

Sei que o Pe. Fábio não chegará a ler estes pontos. Mas, mesmo assim, eu, como filho da Igreja, o peço a sua bênção.

Fábio Luciano.

Comentários meus à resposta do Pe. Fábio de Melo II


Continuando...

"O mito não é uma mentira, mas também não precisa ser verdade (...) O importante é a fé que ele sugere. O importante é reconhecer que ele está a serviço de uma verdade superior, porque não cabe no tempo (...). O mesmo não se dá com as nossas convicções religiosas?"

Para Pe. Fábio, nossas convicções religiosas são como o mito que sempre simboliza algo diferente de si mesmo. Uma das regras fundamentais do que chamam "semiologia" é compreender que o símbolo não fala de si mesmo. No entanto, nossas convicções religiosas não se assemelham ao mito. Quando dizemos, por exemplo, que Maria Santíssima é perpetuamente Virgem, isto não é simbólico. Claro que a circunstância literal de uma dada característica, a pobreza da Virgem, por exemplo, pode elevar-se tao nível de simbólico, como quando dizemos que ela teve um coração pobre, ou um espírito pobre, mas esta possibilidade não exclui o aspecto literal. Há passagens na bíblia que são dotadas somente de sentido simbólico, mas generalizar as verdades da Fé a este nível, na expressão usada pelo padre, "é, no mínimo, irresponsável", forma "mais doce" de dizer que é herético. Quando reputamos as nossas "convicções religiosas" a um nível puramente simbólico, afirmamos forçosamente a total flexibilidade destas mesmas convicções. O que é meramente simbólico pode ser substituído, pois o essencial não é o símbolo, mas aquilo que ele simboliza.

Podemos abordar a questão, também, de uma outra forma: Conforme vimos com a teologia negativa, todo conceito se utiliza de fórmulas, que são símbolos. Assim, o conjunto de letras "S" "A" "L" "V" "A" "Ç" "Ã" "O" simboliza uma idéia. Esta mesma idéia pode ser representada por outros símbolos, como a palavra "REDENÇÃO", por exemplo. Quando lemos tais termos, não nos atemos à existência imediata das letras, mas àquilo que elas simbolizam. Neste sentido, toda a linguagem verbal é simbólica. Porém, não acredito que foi neste sentido que Pe. Fábio quis se expressar.

Uma última possibilidade de interpretação do que ele disse acima, seria a de que, como o mito, as nossas convicções religiosas não cabem no tempo. Se for assim, é verdade.

Quanto à questão da "cristificação do universo", acredito que isto pode ser usado de forma ortodoxa, ou não. O termo, tirado da filosofia de Chardin, parece evocar, a princípio, uma idéia panteísta, que tenderia a ver o Cristo como imanente às criaturas. E isto é herético.

Na forma ortodoxa, no entanto, o termo refere-se ao que os orientais chamam de "deificação", ou o que, mais comumente, chamamos de santificação. Assim como, pelo pecado de Adão, a terra foi maldita (Gn 3,17) e, desde então, ela espera a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8,22), assim também ela viria a sofrer as consequências da santificação dos homens. Isto seria o processo de cristificação. Entendendo desta forma, como Pe. Fábio parece fazer, eu, particularmente, não vejo problemas.

Há, porém, uma possível problemática sobre aquela questão da crítica à "pregação desencarnada". O padre lembra o pressuposto da Antropologia Teológica, segundo o qual, o homem é um composto de corpo e alma, o que é corretíssimo. Mas, a partir do momento em que se sabe disso, não se deve estabelecer uma igualdade de valor, mas dispor este composto segunto uma correta hierarquia. Da mesma forma que uma "pregação desencarnada" seria errada, assim como o fizeram os hereges cátaros, também uma outra que igualasse em valor corpo e alma seria igualmente funesta. De fato, como o físico se submete e ordena-se ao espiritual, assim também o corpo submete-se e ordena-se à alma. Esta é mais excelente, embora não se deva negar o valor daquele. Portanto, o dever prioritário da Igreja é, sim, o de salvar almas. É isto o que diz Nosso Senhor: "Não temais os que matam o corpo; temais, antes, Aquele que pode mandar o corpo e a alma para o inferno" (Mt 10,28). Neste ponto, Pe. Fábio parece conceber uma igualdade de valor entre corpo e alma, o que é estranho a um católico... que diria, então, a um sacerdote.

Depois, Pe. Fábio fala da expressão "Povo de Deus" como superação conceitual à expressão "Barca de Pedro", incluindo aí o tema do ecumenismo. Obviamente, a primeira expressão é mais abrangente, visto que a "barca" tem limites muito bem definidos. Para defender esta abrangência (o que é uma atitude bem mais confortável), o padre evoca o significado etimológico do termo "católico" que significa "universal".

Façamos alguns questionamentos sobre isso: não seria mais próximo de uma proposta "universal" uma atitude que fosse ecumênica? E o que se entende por ecumenismo? Seria uma inclusão irrefletida de toda diferença doutrinal dentro do conjunto do "povo de Deus"? Se se entender dessa forma, temos aí um total descompromisso e desrespeito com a Verdade. Esclareçamos, portanto, algumas coisas.

Há, hoje, dentro da Igreja, uma visão falsa que tenta se estabelecer: a de que todos os homens se salvarão. Para isto, usa-se de uma errada interpretação da misericórdia divina, que chega às raias de entender como crueldade o atributo da Justiça de Deus. Certos românticos acreditam que Deus não enviaria ninguém para o inferno.. e de onde tiram isto? Não é da Tradição nem das Escrituras, que dizem justamente o contrário. Se está garantida a Salvação de todos, o que fazemos nós defendendo o rigor de práticas religiosas? Tudo fica flutuante, visto que o fim a que se ordenam já está garantido. Seria como um atleta da corrida São Silvestre que, tendo garantido o seu troféu, correria apenas por capricho. Seria ainda a implicância prática da crença luterana, a Sola Gratia, segundo a qual não importa o que façamos, o esforço humano de nada vale.
Esse reconhecimento nos leva a questionar se a doutrina protestante não adentrou sorrateiramente em certos ambientes eclesiais, difundindo suas inverdades heréticas.

A busca por abranger sem limites e sobre todo critério doutrinal, as vias da salvação, como se o caminho não fosse estreito (Mt 7,13), se funda neste falso pressuposto de que todos os homens se salvarão. Será que não é baseado nisto que a Igreja Católica no Brasil reluta em corrigir a fórmula da Consagração do Sangue do Senhor, que diz "por muitos" ao invés de "por todos"?

Se, porém, tal pressuposto é errado, em que sentido se pode falar de universal? Respondo: no sentido de que a Igreja deve evangelizar e converter os homens de todos os lugares. "Ide e ensinai", "Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer, será condenado". Estas determinações são categóricas e nada se encontra de tolerância nelas. A conversão se dá pela adesão à Fé da Igreja, aceitando-se a sua doutrina sem concessões. A Igreja é universal porque o mundo deveria ser católico.

E a questão ecumênica? Há muitos que falam disso de forma desonesta, como se ela fosse uma atitude de respeito ao erro; bem... pelo menos não deveria ser entendida assim. O ecumenismo, na sua correta compreensão, é a aproximação da Igreja aos que dela não fazem parte a fim de, no processo de diálogo, convertê-los à verdadeira religião pela exposição clara da Verdade. Como dizia S. Francisco de Assis, "quando a bandeira da Verdade se ergue, todas as demais têm que descer", ou mesmo como dizia o Cristo: "Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços; e aquele sobre quem ela cair será esmagado" (Mt 21,44), dando com isto a entender que o erro não tem como resistir diante da Verdade.
Sem, porém, esta intenção da exposição da verdade e da conversão dos não católicos, não há ecumenismo. Este só se dá se se aceita a superioridade da doutrina católica.

"Acenar com carinho e respeito os que estão em barcas diferentes", se for aceno dotado de caridade, consistirá numa chamada para a única barca verdadeira. Não há notícias de outros barcos que tenham resistido ao dilúvio, a não ser o de Noé. Hoje, também, a única barca na qual há Salvação é a barca de Pedro, onde o Senhor mesmo está presente. Chamar os outros para saírem de suas frágeis barcas é uma atitude de amor. Contentar-se em deixá-los lá, é respeito humano. Entre estes dois, amor e respeito humano, há um abismo enorme.

Depois eu termino...

Fábio.

Ótimo texto - Gustavo Corção

Tenho me ocupado um pouco de Freud, estes dias... Ainda agora estive lendo o ótimo texto do Gustavo Corção que fala sobre o "processo de sublimação" da teoria freudiana e mostra-lhe o erro patente com relação às suas causas e à forma como o processo se dá.

Àqueles que se interessam pelo tema, e que ainda não conheçam, recomendo

Um aspecto do freudismo

Alguns comentários meus à resposta do Pe. Fábio.


Como disse que poderia vir a fazer, rabisquei algumas coisas sobre certas questões que me pareceram estranhas na resposta do Pe. Fábio. Adianto que, dentre as partes escolhidas, há a possibilidade de algum equívoco de minha parte com respeito às implicâncias daquilo que ele afirmou. Mesmo assim, como costuma dizer a Teresa (Magdália), espero dar o meu (humilde) contributo. .. Vamos lá.

Começando, Pe. Fábio diz o seguinte:

"A plenitude da Revelação é Cristo, mas esta plenitude não significa esgotamento da Verdade".

Me corrijam se eu estiver errado, mas... como pode o Cristo ser a plenitude e, ao mesmo tempo, haver algo a mais? Não é o Cristo a própria Verdade? Como que Ele não "esgota" a Verdade? Que verdade haveria além do Cristo? Sabemos que Cristo é Deus e que tudo quanto é dotado de natureza nos veio dEle. "Por ELe tudo foi feito, e sem Ele nada do que foi feito se fez". O próprio Cristo disse: "Revelei-vos tudo quanto ouvi de meu Pai". Bem... talvez Pe. Fábio estivesse se referindo à compreensão que da Verdade Imutável teria a Igreja no decorrer dos séculos. Esta compreensão, claro, sofreria um processo de maturação. Neste sentido, diz Nosso Senhor: "Muitas coisas tenho ainda a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora", e mais tarde, "Vos mandarei o Paráclito; Ele vos ensinará tudo sobre o Pai". O verbo em destaque está no futuro, e nos mostra que o próprio Deus seguiria formando Sua Igreja. No entanto, isto não significa uma complementação na Revelação. S. Paulo escreve o seguinte: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas" (Hb 1,1-2). O fato de ter se revelado, antes, de múltiplas formas e em diversas ocasiões, se deve ao caráter imperfeito daquelas "semi-revelações". No entanto, por seu Verbo, revelou-nos tudo. E isto é de tal modo verdadeiro que S. João da Cruz explica ser uma ofensa ao Verbo que o cristão deseje novidades ou revelações particulares paralelas à Revelação do Filho de Deus. Desejar novidades é supor que a Revelação do Cristo foi incompleta. No Cristo encontramos tudo; e este "tudo" transcende infinitamente as nossas maiores expectativas. Portanto, a Revelação se deu completamente em Jesus. O que Cristo fará, no decorrer dos séculos, não consistirá em outras Revelações, visto que a substância toda estava posta, ou, como prefere o doutor místico, estavam assentadas todas as bases da Fé. Cristo, então, conduzirá a sua Esposa a uma compreensão sempre mais profunda e madura a respeito daquilo que Ele ja havia Revelado.

Uma terceira forma de compreensão da afirmação do Pe. Fábio poderia referir-se àquilo que não nos foi revelado e que permanece para nós Mistério até o dia em que estaremos com Ele e não precisaremos perguntar mais nada (Jo 16,23). De certos pormenores, porém, não podemos falar como revelados. Deles temos a notícia suficiente para nos afastar do erro. Sabemos que a Vida Eterna, por exemplo, consiste em conhecer a Deus face a face (Jo 17,3), mas não sabemos, de fato, o que isto signifique substancialmente. Em todo caso, não creio que Pe. Fábio de Melo se referiu a este último aspecto.

"A teologia está a caminho. A grandeza da Revelação não cabe nos documentos que temos, nem tampouco na Teologia que já sistematizamos. O dogma evolui, pois a verdade é santa".

Vamos por parte. Pe. Fábio concebe uma teologia perfectível e, portanto, imperfeita. E isto deve ser bem compreendido. De fato, no decorrer dos séculos, a teologia se sistematizou, de uma forma processual; mas entenda-se aqui a teologia como sistema referente à Verdade Imutável. Este processo não significa uma mudança ao acaso. Se assim fosse, as heresias não seriam chamadas heresias, seriam apenas teologias gozando da sua possibilidade de serem diferentes. Mas não é assim. Como o objeto da Teologia é imutável e absoluto, pois é Deus, a reta teologia sofre o processo de aperfeiçoamento na medida em que se aproxima da divindade. Acredito termos em Sto Tomás de Aquino o auge do esforço teológico.

Outra coisa... Sabemos, conforme nos ensina a Teologia Apofática, que a Teologia não pretende encerrar o conhecimento de Deus. Concebendo-O como "Supra-conceitual", qualquer imagem ou fórmula que a Ele se refira de forma estrita é reconhecida como "inadequada". Nossos conceitos relacionam-se a Deus apenas de forma análoga. Assim, quando dizemos que Deus é bom, tal conceito não é falso, mas o termo "bom" e a idéia que dele fazemos ainda não "tocam" a bondade de Deus, que transcende o significado exprimível por este conceito. Enquanto estas fórmulas nos apresentam algo sobre Deus, ao mesmo tempo, limitam-nos ao limite do seu significado, sendo que a substância a que o termo se refere o transcende infinitamente. Thomas Merton refere-se a isso como "crise da teologia", e marca o ponto onde, abandonando os conceitos (mas levados a este ponto por esses mesmos conceitos) mergulhamos na obscuridade, nas "trevas", onde nos encontramos com Deus de forma mais direta, como o fazia Moisés ao entrar "na nuvem". Isto está na tradição da teologia negativa, com um S. João da Cruz, um Pseudo-Dionísio Areopagita, um S. Gregório de Nissa. Neste contexto, pode-se falar de uma "imperfeição" da Teologia. Mas é a observância de uma correta Teologia Positiva que nos permite chegar ao ponto onde, adentrando naquela obscuridade da Fé, é possível transcender o nível das relações por analogia e encontrar-se com Deus de forma mais direta, passando, como bem o expressa S. João da Cruz, da noticia à substância, isto é, ao objeto referido pelo conceito. Porém, dentro destes limites conceituais, a teologia positiva é perfeita, e haure sua perfeição da sua correspondência ao objeto a que se refere, Deus.

Pe. Fábio não parece seguir esta linha. Ao contrário, ele parece compreender a teologia como criação meramente humana, sujeita a inexatidões. Levada ao extremo, esta proposta de leitura pode chegar à destruição da própria teologia, fazendo crer que se pode prescindir da total observância do que ela prescreve. A teologia seria muito mais um retrato da limitação humana do que correspondência à verdade divina.

Não sei se é realmente assim que entende o pe. Fábio de Melo, mas convém dizer que, a uma teologia compreendida dessa forma, não convém chamar Revelação, atitude que parte do Ser que se revela, mas deve chamar-se "invenção", "verdade" criada pelo sujeito cognoscente na sua tentativa "humana demais" de sistematizar a Fé.

A grande "bola-fora", porém, chegando a ser heresia desvelada, é a afirmação de que o dogma evolui. Ora, isto é frontalmente contrário ao ensino da Igreja. Dessa forma, o Pe. nega a imutabilidade e, por isso, o caráter absoluto do dogma. Isto também seria criação humana? Interessante que o Pe. Fábio, logo adiante, falará da autoridade da Igreja como critério de uma interpretação da Verdade.

Convém, aqui, separar duas coisas: uma é dizer que a compreensão da Verdade pode se tornar mais perfeita, o que é verdade; outra, porém, é dizer que a própria Verdade evolui, o que é falso.

"Mas nós também reconhecemos a Sua (do Cristo) presença, indícios do sagrado, em outras religiões. Como reconhecemos? Através dos frutos que produzem."

Este é um critério bastante frágil se mal compreendido. Quando se fala disto, geralmente se assume uma perspectiva fenomenológica, isto é, do fenômeno, aquilo que aparece. Quando se põe a atenção num aspecto do efeito, é muito fácil se enganar. É por este motivo que a maioria dos desavisados a respeito da Fé consideram, por exemplo, que Chico Xavier só fez o bem, ou que os espíritas são cheios de caridade, etc... Mas está claro que esses "fenômenos" não dão prova da bondade de suas ações. Se assim fosse, qualquer ator poderia ser santo, e os fariseus não teriam sido criticados por Jesus. Falei acima de "aspecto" do efeito, porque o próprio efeito, considerado na sua totalidade, não se reduz ao que se vê imediatamente, mas completa-se por uma série de outros fatores. Por isso, Nosso Senhor nos disse: "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 17,20).

No entanto, esta perspectiva mais completa não parece ser observada pelo Pe. Fábio, que se limita ao fenômeno, visto que concebe como bons os frutos de outras religiões. Importante esclarecer: não nego a existência de gente boa e sincera em outras religiões, mas tal bondade e sinceridade não são frutos provindos das heresias, mas sim da possibilidade da bondade moral intrínseca ao ser humano. Outra coisa, porém, é a bondade espiritual, possível somente pela infusão da Graça e vivência das virtudes teologais.

"(...) Nos abrimos com humildade para compreender que outras religiões também vivem e perseguem os rastros do sagrado, e que mesmo oculto, lá o Cristo já está sendo vivido."


O que é viver o Cristo para Pe. Fábio? Seria somente um conjunto de comportamentos meramente exteriores? Mas não é Pe. Fábio que critica a atitude de "ver somente a margem"? E a questão espiritual? As virtudes teologais? Os sacramentos? E a submissão à verdade? Tudo isto é renunciável? Seriam apenas caprichos dispensáveis da Igreja? Pe. Fábio parece se assemelhar ao herege Pelágio que defendia a possibilidade da total configuração ao Cristo pelo mero esforço humano. Neste entendimento, a infusão da Graça não seria necessária..
Como viver o Cristo na mentira, Ele que disse "Eu sou a Verdade"? A menos que se aceite que os protestantes também também vivem a Verdade... Mas a Verdade não é una? E é próprio da verdade não aceitar coexistência com o erro. Como, pois, pode a verdade opor-se a si mesma, visto que os protestantes opõem-se à Igreja Católica?
Se, porém, se aceita que os protestantes seguem uma falsa doutrina, como se supor que se vive o Cristo seguindo uma mentira? Por acaso chega-se a um determinado lugar, trilhando caminho que não leve a este lugar? As únicas exceções que poderiamos supor aqui, seriam os que se encontram no estado de "ignorância invencível". Mas, nem podemos incluir neste estado toda uma seita, nem supor que os que vivem neste estado estejam "vivendo o Cristo".

"O primeiro homem criado não pode ter tido a experiência que a sagrada escritura relata. Ou você pode desconsiderar todos os conhecimentos a respeito da origem do ser humano?"

Bem.. uma coisa é dizer que a experiência de Adão "pode não" ter sido da forma descrita, o que muita gente sustenta. Outra, muito diferente, é dizer que "não pode" ter sido conforme o relatado. Parece que, quando Pe. Fábio fala da possível independência entre um significado simbólico e um evento literal, na verdade pretende defender a sua completa dissociação e, mesmo, impossibilidade de coexistência. Pode ser que eu esteja forçando um pouco as coisas, mas tal afirmação do Pe. Fábio é muito estranha. Com que autoridade Pe. Fábio de Melo diz que a experiência do primeiro homem "não pode" ter sido como descrita? Tento responder: com a autoridade que ele julgar haver na teoria (que alguns chamam de pseudo-científica) da evolução. Eu, particularmente, não acredito na tal teoria, e minha descrença não é a priori, pois conheço alguns textos bem convincentes a respeito da posição que sustento. Sei, porém, que a questão é bem complexa, de modo que há vários católicos que sustentam a tese do evolucionismo. Mas a teoria é apenas isso: uma tese, que muitos dizem ser, antes, uma posição da qual se parte, e não uma conclusão a que se chega. Pe. Fábio, no entanto, parece querer adaptar a Escritura à sua certeza infundada no "conto do macaco". Ademais, o livro do Gêneses também não oferece o conhecimento a respeito das origens do ser humano? É só a "ciência" que tem o conhecimento?

"A Fé não é um conjunto de certezas (...) Não temos prova concretas para muitos aspectos da fé que professamos. Se as tivéssemos não precisaríamos ter fé. Acreditamos no que não vemos."

Na primeira frase, Pe. Fábio viajou na maionese... Quem quiser achar que ele se expressou mal, ache. Mas a frase não diz isso. O Apóstolo Paulo diz o seguinte a respeito da Fé: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê". Portanto, a Fé é sim uma certeza. Se alguém me perguntar se eu tenho certeza do Céu, que direi? Que não tenho pq não há provas materiais da sua existência? Este positivismo é herético. Nem tudo pode se submeter a um tubo de ensaio. Aliás, a maior parte... Não ter provas "concretas" não significa não ter certeza...

Bem... Depois eu continuo...

Pax.

Fábio Luciano



Respondida a carta enviada ao Pe. Fábio por ocasião da sua estranha entrevista no programa do Jô na Rede Globo


A resposta à carta, encontra-se aqui, e eu gostaria de dizer umas mínimas coisas, ao menos por enquanto.

A princípio, como o Everth, considero que a atitude do padre em responder as questões que lhe foram apresentadas foi atitude digna de alguém que se sente responsável por aquilo que diz. Além deste aspecto positivo, reconheço ainda o tom sempre respeitoso do reverendo padre que, como disse um amigo meu, mostrou-se ser "de bom caráter". Dito isto, forçoso é reconhecer que o que deixa a desejar é a sua formação teológica. Pode parecer pretensioso falar assim... eu que nao sou teólogo..rs.. Quando critico o Pe. Fábio lá em casa, minha tia sempre me diz: "ele estudou mais que você".. Sem dúvida, é verdade.. Mas quando nos referimos com segurança sobre o erro de certas declarações, não fundamentamos a crítica como uma posição pessoal, mas como algo que se assenta no Magistério Infalível da Igreja. Até uma criança é capaz reputar como errada a afirmação de que dois mais dois é cinco. E isto ela faz fundamentando-se numa verdade objetiva, e não nela mesma. Conhecendo a doutrina da Igreja, é possível refutar erros, por mais alegóricos que eles se apresentem.

Embora sempre se mostrando dono de uma bela retórica, o conteúdo, porém, daquilo que o padre diz, ainda que embelezado pelo seu "jeito de falar", não parece ter tanta consistência, pelo que ele passa a defender doutrinas totalmente heterodoxas. Antes, porém, de tratar do que escreveu este sacerdote, convém deixar claro que o que deve motivar estas discussões não é a sede sensacionalista por polemizar, mas sim o zelo e o amor pelo que defende a Santa Igreja. É pela tensão que se estabelece entre o ensino da Igreja e o que defende Pe. Fábio, que devemos optar pela posição da primeira, considerando que, não fazê-lo, é faltar com a Verdade, o que significa opôr-se ao Cristo que disse "Ego sum Veritas" (Eu sou a Verdade).

Bem... Por agora nada escrevo sobre este texto cheio de estranhices e erros.. Mas, é possível que eu venha a rabiscar algo. Se o fizer, postarei neste espaço.

A todos a paz.

Fábio Luciano.

Aos meus amigos


Neste dia dos amigos, 20 de julho, gostaria de escrever umas linhas a estes que são grandes dádivas do Criador para nós, "consolinhos" que o Amado nos concede neste exílio.

Em verdade, a Sagrada Escritura já nos avisa que quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro (Eclo 6,14) e que a bondade de um amigo consola a alma (Pr 27,9). Diante desta realidade vivenciada, só posso agradecer ao Criador por me conceder a graça de tê-los e agradecer também a estes "anjos" pela paciência em me suportar e aceitar.

Tudo o que posso desejar para vós é a conversão total da vossa alma, esperando que Nosso Senhor lhes dê a graça de um amor violentamente devotado somente a Ele, que a Cruz seja a vossa insígnia, que a Virgem Mãe de Deus seja vossa mãe e companheira e que ela vos ensine a seguir os santos passos do Verbo encarnado.

Pronto. Que mais posso desejar-vos? Tudo mais é supérfluo diante disto.

Termino dizendo, enfim, que os amo.

A todos vocês dedico a música abaixo. Que Deus vos guarde.


Oração para pedir a Deus a pureza de coração e a sabedoria celestial


Conformai-me, Senhor, com a graça do Espírito Santo. Fortificai-me interiormente com a Vossa virtude, para que eu desembarace o meu coração de toda a ansiedade e desejos inúteis, e para que não seja arrastado pela ambição de tantas coisas, quer vis quer preciosas; fazei que considere como passageiras e fugazes todas as coisas que acabarão afinal como eu mesmo acabarei como elas.

Por "debaixo do Sol nada há que dure; tudo é vaidade e aflição de espírito" (Ecl 1,14). Como é sábio quem pensa assim!

Dai-me, Senhor, a sabedoria celeste para que aprenda a procurar-Vos e a encontrar-Vos acima de todas as coisas; a conhecer-Vos e a preferir-Vos acima de tudo; a compreender tudo o mais, tal como é, e segundo a ordem da Vossa sabedoria.

Dai-me prudência para me afastar daquilo que é lisonjeiro e paciência para suportar quem me contraria.

Por que é grande sabedoria não se sentir lisonjeado por todo o vento de vãs palavras e não dar ouvidos às sereias que nos adulam; só deste modo se prosseguirá com segurança o caminho começado.

Imitação de Cristo.

Papa São Gregório Magno, doutor da Igreja, fala sobre os carismas

“Eis os sinais que acompanharão aqueles que terão acreditado: em meu nome, eles expulsarão os demônios, eles falarão em línguas novas, eles pegarão em serpentes, e se tiverem bebido algum veneno mortal, ele não lhes fará nenhum mal. Eles imporão suas mãos aos doentes e estes serão curados” (São Marcos, XVI,16).

Será que, meus caros irmãos, pelo fato de que vós não fazeis nenhum destes milagres, é sinal de que vós não tendes nenhuma fé?

Estes sinais foram necessários no começo da Igreja. Para que a Fé crescesse, era preciso nutri-la com milagres. Também nós, quando nós plantamos árvores, nós as regamos até que as vemos bem implantadas na terra. Uma vez que elas se enraizaram, cessamos de regá-las.

Eis porque São Paulo dizia:”O dom das línguas é um milagre não para os fiéis, mas para os infiéis” (I Cor, XIV,22).
 
Sobre esses sinais e esses poderes, temos nós que fazer observações mais precisas?

A Santa Igreja, faz todo dia, espiritualmente, o que ela realizava então nos corpos, por meio dos Apóstolos. Porque, quando os seus padres, pela graça do exorcismo, impõem as mãos sobre os que crêem, e proibem aos espíritos malignos de habitar sua alma, faz outra coisa que expulsar os demônios?

Todos esses fiéis que abandonam o linguajar mundano de sua vida passada, cantam os santos mistérios, proclamam com todas as suas forças os louvores e o poder de seu Criador, fazem eles outra coisa que falar em línguas novas?

Aqueles que, por sua exortação ao bem, extraem do coração dos outros a maldade, agarram serpentes.

Os que ouvem maus conselhos sem, de modo algum, se deixar arrastar por eles a agir mal, bebem uma bebida mortal, sem que ela lhes faça mal algum.
 
Aqueles que todas a vezes que vêem seu próximo enfraquecer, para fazer o bem, e o ajudam com tudo o que podem, fortificam, pelo exemplo de suas ações, aqueles cuja vida vacila, que fazem eles senão impor suas mãos aos doentes, a fim de que recobrem a saúde?

Estes milagres são tanto maiores pelo fato de serem espirituais, são tanto maiores porque repõem de pé, não os corpos, mas as almas.

Também vós, irmãos caríssimos, realizais, com a ajuda de Deus, tais milagres, vós os realizais, se quiserdes.

Pelos milagres exteriores não se pode obter a vida. Esses milagres corporais, por vezes, manifestam a santidade.Eles não criam a santidade.

Os milagres espirituais agem na alma.Eles não manifestam uma vida virtuosa. Eles fazem vida virtuosa.

Também os maus podem realizar aqueles milagres materiais. Mas os milagres espirituais só os bons podem fazê-los.

É por isso que a Verdade diz, de certas pessoas:

“Muitos me dirão, naquele dia: “Senhor, Senhor, não foi em teu nome que nós profetizamos, que nós expulsamos os demônios e que realizamos muitos prodígios? E Eu lhes direi:”Eu não vos conheço. Afastai-vos de Mim, vós que fazeis o mal” (São mateus VII, 22-23).

Não desejeis, ó irmãos caríssimos, fazer os milagres que podem ser comuns também aos réprobos,, mas desejai esses milagres da caridade e do amor fraterno dos quais acabamos de falar: eles são tanto mais seguros pelo fato de que são escondidos, e porque acharão, junto a Deus, uma recompensa tanto mais bela quanto eles dão menor glória diante dos homens”(São Gregório Magno, Papa, Sermões sobre o Evangelho, Livro II, Les éditions du Cerf, Paris, 2008, volume II, pp. 205 a 209).

Fonte: Montfort 

Ai de vós os que rides

Bento XVI

Devemos ainda formular duas perguntas que pertencem à compreensão de todo o conjunto. Em S. Lucas, seguem-se às quarto bem-aventuranças por ele transmitidas quatro maldições: “Ai de vós ricos... Ai de vós, os que agora estais saciados... Ai de vós, os que agora rides… Ai de vós quando todos vos louvam…” (Lc 6,24-26). Estas palavras nos assustam. O que é que devemos reter daqui?

Em primeiro lugar devemos verificar que Jesus segue aqui o esquema que encontramos em Jeremias, capítulo 17, e no salmo I: à descrição do caminho correto que conduz o homem à salvação é contraposto um quadro que desmascara as falsas promessas e ofertas e que deve impedir o homem de percorrer o caminho que terminaria num precipício mortal. O mesmo havemos de encontrar na parábola do libertino rico e do Lázaro pobre.

Quem compreendeu corretamente o itinerário da esperança, quer encontramos nas bem-aventuranças, reconhece aqui simplesmente as atitudes contrárias, que fixam o homem nas aparências, na provisoriedade, na perda da sua elevação e profundidade e, assim, na perda de Deus, e portanto o pervertem. Deste modo se torna compreensível a autêntica intenção deste quadro de advertência: as maldições não são condenações; não são uma expressão de ódio ou de inveja ou de hostilidade. Não se trata de condenação, mas sim de aviso que quer salvar.

Mas agora se levanta a questão fundamental: está certa esta direção que o Senhor nos mostra nas bem-aventuranças e nas opostas maldições? É realmente mau ser rico, estar saciado, rir, ser louvado? Friedrich Nietzsche fez incidir a sua severa crítica ao cristianismo precisamente neste ponto. Não é a doutrina cristã que deve ser criticada: é a moral do cristianismo que deve ser desmascarada como o “pecado capital contra a vida”. Em com a “moral do cristianismo” ele entende precisamente a direção que o Sermão da Montanha nos indica.

“Qual foi sobre a terra até agora o maior pecado?” Não foi a palavra daquele que disse ‘Ai de vós os que aqui rides’?”. E às promessas de Cristo ele contrapõe: não queremos nenhum reino dos céus. “Nós somos homens, e por isso queremos o reino da terra”.

A visão do Sermão da Montanha aparece como uma religião do ressentimento, como inveja dos covardes e dos incapazes, que não cresceram para a vida e que então, com as bem-aventuranças, querem tirar vingança da sua desistência e do insulto dos fortes, dos que são bem-sucedidos na vida, dos felizes. Ao vasto olhar de Jesus é contraposto um suculento aquém – saborear até a exaustão a vontade, o mundo e as ofertas da vida, procurar o céu aqui e em nada se deixar inibir por nenhum escrúpulo.

Muito disto passou para a consciência moderna e determina amplamente o sentimento da vida hoje. Ora, o Sermão da Montanha formula a questão acerca da opção fundamental cristã, e como filhos deste tempo sentimos a interior resistência contra esta opção – mesmo se, no entanto, nos toca a estima dos humildes, dos misericordiosos, dos construtores da paz, dos homens puros. Depois das experiências dos regimes totalitários, depois do modo brutal como pisaram nos homens, escarneceram, escravizaram, esmagaram os fracos, compreendemos melhor os que têm fome e sede de justiça; descobrimos de novo os que choram e o seu direito à consolação. Perante o abuso do poder econômico, perante a crueldade de um capitalismo que degrada o homem a simples mercadoria, descobrimos também os perigos da riqueza e compreendemos o que Jesus queria dizer com o aviso acerca da riqueza, acerca do ídolo Mamom que estraga o homem, que mantém grande parte do mundo na sua cruel corda de estrangulamento. Sim, as bem-aventuranças opõem-se ao nosso espontâneo sentimento de ser, à nossa fome e sede de viver. Elas exigem “conversão” – uma mudança interior da direção espontânea, para a qual gostaríamos de ir. Mas nesta mudança se manifesta o que é puro e mais elevado, o nosso ser ordena-se corretamente.

O mundo grego, cujo gusto pela vida aparece tão admiravelmente nos poemas homéricos, tinha a este respeito uma consciência profunda, ao dizer que o autêntico pecado do homem, o seu perigo mais profundo, é a hybris, o arrogante autodomínio, no qual o homem a si mesmo se eleva a divindade, quer ser ele mesmo o próprio Deus, para possuir totalmente a vida e esgotar tudo o que a vida sempre tem para lhe oferecer. Esta consciência – de que a verdadeira ameaça do homem radica na autoglorificação triunfante, que num primeiro momento aparece tão evidente no Sermão da Montanha – é levada, a partir da figura de Cristo, a toda a sua profundidade.

Bento XVI, Jesus de Nazaré.

Comentários meus à postagem acima

Haveria muito o que dizer a respeito do texto de sua santidade. Uma análise mais aprofundada, porém, eu deixo para os mais preparados. Gostaria, tão somente, de focar-me em um aspecto do texto, que foi justamente o que me motivou a postá-lo.

Muito se tem falado de alienação. No discurso ideológico, é um dos termos mais usados, servindo tanto de ataque como de evasiva. A grosso modo, penso que o termo quer significar uma maneira errada de ver as coisas. A própria etimologia do termo sugere um “alien”, um estranho ao contexto atual. Mas esta forma errada de ver só tem sentido quando em relação com a correta forma de interpretação da realidade. Para que se alcance esta última, é necessário aderir a alguma autoridade que afirme que as coisas são como são. A miséria metafísica do movimento esquerdista deveria ser suficiente para convencer qualquer um a não se apoiar numa teoria que, embora se pretenda cosmologia, ignora e proíbe a discussão das causas primeiras.

Bem... Como católicos, cremos que o natural se ordena ao supranatural. As coisas neste mundo são efêmeras e corruptíveis, razão pela qual devemos dedicar o nosso coração a um tesouro de outras terras, onde os ladrões não roubam e a traça não corroe. Estamos a caminho, e a Igreja nos ensina a “passar pelas coisas que passam e abraçar as que não passam”. Esta é a verdadeira doutrina cristã. Seguidor de Cristo é o que ancora sua vida na eternidade e vive, desde já, desta esperança. É isto o que ensinam os santos. Sta Teresa D’Avila compara esta vida a uma má noite numa má pousada. S. João da Cruz escreve que o que move a alma no deserto é somente a sede. S. Francisco de Assis, pelo seu desprezo radical pelos bens passageiros, nos dá prova de que já viva à sombra das colinas celestes. Todos estes santos foram pobres, à semelhança de Nosso Senhor. E é neste contexto de pobreza que devemos entender as condenações às quais se refere Sua Santidade no texto acima. É a pobreza que nos mantém de mãos vazias, e isto nos garante a leveza do caminhar. É ainda parte do significado da tradição do deserto, onde Nosso Senhor conduz a alma e lá, purificando-a, retirando-lhe os excessos, tornando-a pobre, une-se a ela (Os 2,16).

Se este é o fim do homem, a sua perfeita realização, nada mais natural que o Amor encarnado tenha condenado um tipo de felicidade que tem a realidade natural por fim. Esta atitude naturalista é o que deveria ser considerado verdadeira alienação, pois ignora o homem no seu princípio e no seu termo. Uma alegria assim, puramente momentânea, surge como perigo de distração. De fato, nós somos exilados, como o ensina Sto Agostinho. E qual a condição dos exilados? É a alegria acomodada? Não, é a solidão, é a saudade, ou como dizia o escrito Léon Bloy, é a melancolia. Não quero condenar as alegrias naturais que, dependendo da ocasião, são boas, mas quero situá-las dentro de um contexto mais abrangente, que transcenda à imediatez do agora. Quando alguém ama a Deus, busca situar suas alegrias e tristezes dentro deste amor. É algo estranho que um exilado se alegre no exílio. Tal alegria só seria legítima se fosse causada pela esperança de voltar ao lar. Nós, cristãos, temos tal esperança, e é nela que deve se fundamentar a nossa alegria neste desterro.

Deserdar seria uma traição, e muitos dos prazeres desta vida podem ser tentações para que traiamos a nossa Pátria. Seria uma atitude de consequências eternas. Nada mais natural, repito, que Cristo, por amar-nos, advirta-nos, aos gritos, desse perigo. Além do que, seria ridículo apegar-nos a uma pousada ou a quaisquer dos seus objetos, quando nela só passaremos uma noite. Infeliz do homem que desaprendeu a olhar as alturas e que, por contentar-se com as migalhas que caem da mesa, está impossibilitado de experimentar o maná reservado aos filhos (Mt 15,27). Que fidelidade o daqueles exilados de Sião que, ao receberem o convite de cantar, respondem que, no exílio, não convém distraír-se (Sl 136,6) ou ainda a daquela mulher que jura máxima fidelidade a sua ama (Rt 1,17). Quem dera todos os cristãos fossem os que se sabem exilados e guardassem tal fidelidade! Quem dera não se distraíssem nem agissem como pagãos (Mt 6,32), quem dera todos tivessem a coragem de morrer por amor, e de preferir fazer-se em pedaços, como dizia S. João da Cruz, a pecar gravemente.

Como estes alieandos, incapazes de um olhar mais profundo acerca de si mesmos e de toda a realidade, podem compreender um S. Francisco de Assis, um S. Bento José Labré, ou qualquer outro a quem Nosso Senhor elevou à imitação da Sua vida? Simplesmente não podem, senão pela conversão. Ai dos que riem! Ai dos que estão satisfeitos! Ai dos que não têm saudades, nem sofrem por amor.

“Quem nunca provou amarguras
No humano vale da dor
Nada sabe de doçuras
Desconhece o que é o amor
Amarguras são o manto dos que amam com ardor”

Estrofe composta por uma irmã carmelita que levou S. João da Cruz ao êxtase.

Fábio Luciano

Hino Akatistos em Honra da Santíssima Mãe de Deus - Partes


Ave, por ti resplandece a alegria!
Ave, por ti maldição toda cessa!
Ave, reergues o Adão decaído!
Ave, tu estancas as lágrimas de Eva!

Ave, mistério que excede o intelecto dos homens!
Ave, insondável abismo aos olhares dos anjos!
Ave, porque és o trono do Reino soberano!
Ave, porque tu governas quem tudo governa!

Ave, ó estrela que o sol anuncia!
Ave, em teu seio é que Deus se fez carne!
Ave, por quem a criação se renova!
Ave, o Criador fez-se em ti criancinha!

Ave, mistério, vontade inefável!
Ave, ó fé maturada em silêncio!
Ave, prelúdio dos fastos de Cristo!
Ave, sumário do Santo Evangelho!

Ave, ó escada sublime por quem Deus nos veio!
Ave, ó ponto que os homens ao céu encaminha!
Ave, dos anjos tu és maravilha gloriosa!
Ave, do diabo derrota total, contundente!

Ave, que a luz por mistério geraste!
Ave, que o 'Modo' a ninguém ensinaste!
Ave, transcendes a ciência dos sábios!
Ave, iluminas a todos os crentes!

Ave, ó ramo de planta incorrupta!
Ave, do fruto Imortal a colheita!
Ave, cultora do Mestre dos homens!
Ave, ó Mãe de quem deu-nos a vida!

Ave, ó campo feraz que produz muitos frutos!
Ave, ó mesa bem farta em perdões abundantes!
Ave, tu fazes florir as planícies celestes!
Ave, a nós todos preparas um porto seguro!

Ave, ó Incenso das preces aceitas!
Ave, purificação do universo!
Ave, bondade de Deus pelos homens!
Ave, ante Deus dos mortais és audácia!

Ave, ó Mãe do Pastor e Cordeiro!
Ave, és aprisco da mística ovelha!
Ave, preservas do oculto inimigo!
Ave, ó chave das portas celestes!

Ave, por ti congratula-se o céu com a terra!
Ave, por ti terra e céus em uníssono cantam!
Ave, do apóstolo boca jamais silenciosa!
Ave, Invencível coragem dos mártires!

Ave, da fé inabalável baluarte!
Ave, da graça fulgente estandarte!
Ave, por ti o inferno foi espoliado!
Ave, nos tens revestido de glória!

Ave, que a estrela perene geraste!
Ave, és aurora do Místico dia!
Ave, que a forka do engano extinguiste!
Ave, os mistérios de Deus iluminas!

Ave, o tirano inimigo dos homens destronas!
Ave, que o Cristo mostraste Senhor nosso amigo!
Ave, resgatas do culto selvagem aos deuses!
Ave, teus filhos libertas do ataque do inferno!

Ave, que o culto do fogo extinguiste!
Ave, que aplacas o fogo dos vícios!
Ave, que educas o crente a ser casto!
Ave, Alegria de todos os povos!

Ave, reergues o gênero humano!
Ave, ruína total dos demônios!
Ave, esmagaste a potência enganosa!
Ave, que o logro dos ídolos mostras!

Ave, ó flor da total virgindade!
Ave, protótipo da castidade!
Ave, da ressurreição claro emblema!
Ave, que a vida dos anjos revelas!

Ave, frutífera planta, alimento dos crentes!
Ave, ó árvore umbrosa que abrigas a muitos!
Ave, teu seio carrega o mentor dos errantes!
Ave, que à luz deste o Libertador dos cativos!

Ave, que o justo juíz nos abranas!
Ave, perdão do relapso e contrito!
Ave, coragem dos desesperados!
Ave, és amor que preenche os desejos!

Ave, morada do Deus Infinito!
Ave, ó porta do Augusto Mistério!
Ave, mensagem que inquieta os descrentes!
Ave, ufania segura dos crentes!

Ave, veículo santo do Altíssimo Filho!
Ave, mansão gloriosa do Verbo encarnado!
Ave, de Virgem e Mãe as grandezas reúnes!
Ave, os contrários a um fim tão igual consorcias!

Ave, o pecado de Adão dissolveste!
Ave, por ti foi o céu reaberto!
Ave, ó chave do reino de Cristo!
Ave, esperança dos bens sempiternos!

Ave, sacrário da ciência divina!
Ave, tesouro da fiel providência!
Ave, os sapientes afirmas ignaros!
Ave, os loquazes revelas vazios!

Ave, convences de inane a astuciosa palavra!
Ave, que tornas sem nexo os criadores dos mitos!
Ave, os astutos sofismas dos gregos desfazes!
Ave, replenas as redes dos bons pescadores!

Ave, nos livras da imensa ignorância!
Ave, iluminas inúmeras mentes!
Ave, batel dos que querem salvar-se!
Ave, ó porto dos nautas da vida!

Ave, pilar da integral virgindade1
Ave, ó porta de quem quer salvar-se!
Ave, ó mestra das coisas sagradas!
Ave, doadora da graça divina!

Ave, tu dás vida nova aos nascidos na culpa!
Ave, estrutura das mentes que estavam dispersas!
Ave, tu expulsas aqueles que a mente corrompem!
Ave, ó Mãe de Jesus, semeador de almas castas!

Ave, ó tálamo em núpcias virgíneas!
Ave, que os crentes com Deus concilias!
Ave, ideal pedagoga das virgens!
Ave, que os santos recobres de bênçãos!

Ave, do místico sol o lampejo!
Ave, ó astro de flama perene!
Ave, clarão que iluminas as almas!
Ave, trovão a assustar o inimigo!

Ave, tu fazes luzir esplendor fulgurante!
Ave, transbordas o rio com mil afluentes!
Ave, figura das águas do santo batismo!
Ave, tu lavas as manchas de nossos pecados!

Ave, lavacro que iliba consciência!
Ave, ó taça que infunde alegria!
Ave, ó perfume de Cristo recentes!
Ave, ó vida do sacro banquete!

Ave, ó casa de Deus e do Verbo!
Ave, ó santa mais santa que os santos!
Ave, no espírito arca dourada!
Ave, infinito tesouro de vida!

Ave, precioso diadema dos reis piedosos!
Ave, louvor glorioso dos pios sacerdotes!
Ave, ó torre inconcussa da Igreja de Cristo!
Ave, tu és baluarte invencível do império!

Ave, os troféus são por ti conquistados!
Ave, por ti o inimigo é vencido!
Ave, remédio do corpo doente!
Ave, tu és salvação de minh'alma!

Ave, Virgem e Esposa!
Ave, Virgem e Esposa!

Hino Akatistos em Honra da Santíssima Mãe de Deus

16 de Julho - Dia de Nossa Senhora do Carmo



FLOR DO CARMELO (FLOS CARMELI)

Flor do Carmelo
Vinha florígera,
Celeste velo,
Virgem frutífera,
és singular.

Doce e bendita,
ó Mãe puríssima,
aos carmelitas,
sê tu propícia,
Estrela do mar.

Raiz de Jessé,
de brotos floridos,
queiras, feliz,
ao céu dos séculos
nos elevar.

Entre os abrolhos,
viçoso lírio,
guarda de escolhos,
o frágil ânimo,
Mãe tutelar.

Forte armadura
Frente o adversário,
Na guerra dura,
o escapulário
vem nos guardar.

Nas incertezas,
conselho sábio;
nas asperezas,
consolo sólido
queira nos dar.

Mãe de doçura
do Carmo régio
sê a ventura
que o povo, em júbilo,
faz exultar.

Do paraíso,
és chave, és pórtico;
prudente guia,
a nós, de glória,
vem coroar. Amém.

Flor do Carmelo, Em oração com Maria, Mãe do Carmelo.
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