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Rezem por favor...


Pessoal, gostaria de pedir a vossa bondosa oração. Desde já, agradeço. Que Deus os recompense.

Fábio.

Não procurar as honrarias humanas. Querer a glória de Deus...


S. Gregório de Nissa

Deus chama "obra de pecado" ao movimento da alma que permanece dissimulado ( SI 57,3 ). Em conseqüência, Ele nos exorta a não procurarmos os louvores dos homens e a não nos envergonharmos de seu desprezo. Porque a Escritura afirma estarem privados de recompensa no céu aqueles que socorrem um pobre com ostentação e que se gloriam de sua esmola na terra. Se, com efeito, procuras agradar aos homens e práticas a caridade a fim de seres louvado, o salário de tua boa ação te ó pago pelos louvores humanos, em vista dos quais mostraste generosidade. ( Mt 6,2 ). Não procures, pois, outras recompensas nos céus, tu que pões nesta terra os teus labores e não esperes honras junto de Deus, tendo-as já recebido dos homens ( Mt 6,6 )

Desejas uma glória imortal? Revela, então, a tua vida, em segredo, Àquele que é bastante poderoso para te conceder o que desejas. Tens medo de uma eterna vergonha? Teme Aquele que manifestará tua vergonha no dia do juízo. Mas como poderia, então, o Senhor ter dito: "Brilhe a vossa luz diante dos homens a fim de que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus?" ( Mt 5,16 ). É que Ele encoraja o homem que cumpre os mandamentos de Deus a realizar todas as suas ações com o olhar posto em Deus, a agradar somente a Deus, sem buscar qualquer glória vinda dos homens, fugindo dos elogios e aprovação dos homens, de um lado e, de outro, a nos tornarmos conhecidos de todos por nossa vida e obras. Ele não diz que os espectadores admirem a pessoa que os fez, mas sim que glorifiquem o Pai que está nos céus.

Ele nos convida a atribuir toda glória ao Pai e a realizar todas as ações conforme a vontade do Pai, junto de quem se encontra a recompensa das obras de virtude.

O Senhor te convida, pois, a fugir e a te afastares dos elogios das línguas mundanas. Pois aquele que os busca e para eles orienta a sua vida, não somente se priva da glória da vida eterna, mas pode também, desde já, aguardar um castigo. "Ai de vós", diz o Senhor, "quando os homens vos bendisserem" ( Lc 6,26 ). Fugi, pois, de toda honra humana, cujo fim é a vergonha e a confusão eterna e procurai os louvores do alto, aos quais se refere Davi: "De ti vem o meu louvor" ( SI 21, 26; SI 33,3 ) e: "No Senhor minha alma se gloria". ( SI 33,3 )

Mesmo quando se trata simplesmente de comer, o bem-aventurado Apóstolo recomenda não tomar, de qualquer maneira, o que foi preparado, mas a dar glória, primeiramente Àquele que nos concede os meios para sustentar a vida ( 1 Cor 10,31 ). Assim, em todas as circunstâncias, ele nos ordena desprezar a glória dos homens e procurar somente a glória de Deus.
 

Concílio Dogmático de Trento - agora disponível, na íntegra, pela Net


Fiquei a saber agora, pelo Angueth, e divulgo a felicíssima notícia de que os documentos do Concílio Dogmático de Trento, na íntegra, podem ser acessados e lidos. E é muito importante que o sejam. Dizia Nosso Senhor que a Verdade liberta. Pois bem. Aí ela é dita de forma inequívoca; tal leitura poderá servir como remédio e antídoto contra os erros que hoje transitam livremente, até pelos meios eclesiásticos.

A leitura é meio cansativa, já que o livro foi digitalizado. Mas vale muito a pena. Quem dispuser de tempo, mãos à obra e boa leitura. Para acessar, cliquem aqui.

O Segredo do Professor Ratzinger


Por Pe. Piero Gheddo*

ROMA, quarta-feira, 21 de julho de 2010 (ZENIT.org) – Como leitura para os momentos de descanso, escolhi “Ratzinger professor”, de Gianni Valente. Um texto verdadeiramente interessante para conhecer o Papa Joseph Ratzinger em seus anos de juventude, e assim compreender melhor seu pontificado hoje. Seria impossível sintetizar em um espaço tão reduzido toda a riqueza desta reconstrução da juventude e maturidade do homem que o Senhor Jesus escolheu como seu Vigário na terra para nosso tempo. Mas gostaria de destacar apenas dois pontos que evidenciam a coerência de Joseph Ratzinger, desde os tempos de sua juventude quando estudante e sacerdote até os dias de hoje, como Pontífice da Igreja universal.

Primeiramente. A lectio magistralis proferida em 24 de junho de 1959, no início de sua carreira como docente na Universidade de Bonn, tinha por título “O Deus da fé e o Deus dos filósofos [1]. A “questão urgente” apresentada pelo jovem professor de 32 anos referia-se ao divórcio moderno entre fé e razão, entre uma religião confinada ao campo pessoal e privado, íntimo e sentimental, e a busca racional que, desde Kant, renega toda possibilidade de conhecer ou ter acesso a Deus.

Citando São Tomás, Ratzinger afirma que é possível superar toda contraposição deletéria entre a linguagem da fé e a linguagem da razão. O Deus que gradualmente se manifesta no Antigo e no Novo Testamento coincide, ao menos em parte, com o “Deus dos filósofos”, isto é, com a concepção que os homens têm de Deus. O problema é de linguagem. Os Padres da Igreja fizeram uma notável síntese da fé bíblica e do espírito helênico. Do mesmo modo, escreve o jovem Ratzinger, “se (hoje) é essencial, para a mensagem cristã, ser não uma doutrina esotérica em busca de iniciados, mas a mensagem de Deus dirigida a todos, então é essencial, para tal, traduzi-la também na linguagem comum da razão humana”.

O jovem sacerdote e professor alemão não se permitia iludir. Em um artigo publicado em 1958, Ratzinger escreve que considerar a Europa um continente “predominantemente cristão” é um “erro estatístico” [2]: “Esta Europa, cristã no nome, é berço há mais de 400 anos de um novo paganismo, que cresce sem encontrar oposição no próprio coração da Igreja, e ameaça demoli-la de dentro”. A Igreja Católica do pós-guerra parece ter se tornado “cada vez mais, e de uma maneira totalmente nova, Igreja de pagãos. Não mais, como em outros tempos, Igreja de pagãos tornados cristãos, mas sim a Igreja de pagãos que se dizem ainda cristãos, mas que na verdade se tornaram pagãos”.

O segundo ponto é a profundidade de pensamento aliada à clareza do professor Ratzinger ao ensinar teologia, que o torna muito popular entre os estudantes. Em tempos em que os “barões das cátedras” com frequência falavam em linguagem difícil e não se preocupavam em se fazer compreender pelos estudantes, Ratzinger introduzia uma nova maneira de lecionar: “Lia as aulas na cozinha para sua irmã Maria, pessoa inteligente mas que jamais havia estudado teologia. Se sua irmã manifestava aprovação, era sinal de que aula estava boa”, conta o biógrafo em seu livro.

E um estudante daquele tempo acrescenta: “A sala estava sempre lotada, os estudantes o adoravam. Tinha uma linguagem bela e simples. A linguagem de um fiel. Ratzinger não fazia exibições de erudição acadêmica nem usava o tom oratório habitual da época. Expunha sua lições de modo claro, com uma linguagem de límpida simplicidade, mesmo ao abordar as questões mais complexas.

Muitos anos mais tarde, o próprio Ratzinger explicava o segredo do sucesso de suas aulas [3]: “Nunca tentei criar um sistema meu, uma teologia minha particular. Falando mais especificamente, trata-se simplesmente do fato de que eu me propunha a pensar com a Igreja, e isto significa, principalmente, com os grandes pensadores da fé”. Os estudantes percebiam, através de suas lições, que não estavam apenas a receber noções de conhecimentos acadêmicos, mas que entravam em contato com algo realmente grande, com o âmago da fé cristã. Era este o segredo do jovem professor de teologia, que tanto atraía os estudantes.

[* Pe. Piero Gheddo (www.gheddopiero.it), editor de Mondo e Missione e Italia Missionaria, é um dos fundadores da agência Asia News (1986). Como missionário, esteve em todos os continentes e é autor de mais de 80 livros. Foi diretor do Departamento Histórico do Pime em Roma e postulador de diversas causas de canonização. Hoje vive em Milão.]

[1] J. Ratzinger, “Der Gott des Glaubens und der Gott der Philosophen”, “O Deus da fé e o Deus dos filósofos”, Marcianum Press, Venezia 2007.
[2] J. Ratzinger, “Die neuen Heiden und die Kirche” (Os novos pagãos e a Igreja), na revista “Hochland”.
[3] J. Ratzinger, “Il sale della terra – Cristianesimo e Chiesa cattolica nella svolta del millennio - Un colloquio con Peter Seewald”, San Paolo 1997, pag. 74.

Fonte: Zenit

O liberalismo e suas reivindicações de independência.


"O liberal é um fanático de independência, a proclama em tudo e para tudo, chegando às raias do absurdo" (Pe. Roussel, 1926)

Trata-se de uma definição; veremos como se aplica e quais são as libertações que o liberalismo reivindica.

1 - "A independência da verdade e do bem em relação ao ser: é a filosofia relativista da mobilidade e do futuro. A independência da inteligência em relação a seu objeto: soberana, a razão não tem que se submeter a seu objeto, ela o cria na evolução radical da verdade; subjetivismo relativista".(...).

2 - A independência da vontade em relação à inteligência: força arbitrária e cega, a vontade não deve se preocupar com os juízos da razão, ela cria o bem, assim como a razão cria a verdade."

3 - "A independência da consciência em relação à regra objetiva da lei: a consciência se constitui ela mesma como regra suprema da moralidade".

4 - "A independência das forças anárquicas do sentimento em relação à razão; é uma das características do romantismo, inimigo da supremacia da razão".

5 - "A independência do corpo em relação à alma, da animalidade em relação à razão: é a mais radical inversão dos valores humanos".

6 - "A independência do presente em relação ao passado; daí o desprezo da tradição, e o amor doentio  toda novidade, sob o pretexto de progresso".

7 - "A independência do indivíduo em relação a toda sociedade, a toda autoridade e hierarquia natural: independência dos filhos em relação aos pais, da esposa em relação a seu marido (liberação da mulher); do trabalhador em relação a seu patrão; da classe trabalhadora em relação à classe burguesa (luta de classes)".

Em relação à ordem sobrenatural, o liberalismo proclama duas novas independências:

1 - "A Independência da razão e da ciência em relação à fé: é o racionalismo, para quem a razão, juiz soberana e medida da verdade, se basta a si mesma e rechaça toda dominação estranha".

2 - "Independência do homem, da família, da profissão e principalmente do Estado, em relação a Deus, a Jesus Cristo, à Igreja; é, segundo os pontos de vista, o naturalismo, o laicismo, o indiferentismo (...) da apostasias oficial dos povos que rechaçam a realiza social de Jesus Cristo, e desconhecem a autoridade divina da Igreja"

Pe. Rousseul citado por Mons. Marcel Lefebvre, Do Liberalismo à Apostasia.

Ministério Anjos de Adoração - É... "nóis também canta"..rs...


Como os amigos já sabem, o Grupo de Resgate Anjos de Adoração também canta..rs... e cantamos direitinho. Não fossem os preguiçosos, seríamos melhores...rs...

Mas enfim... Se alguém se interessa em chamar-nos pra alguma apresentação, entre em contato conosco e veremos a disponibilidade do grupo... Há pessoas muito ocupadas.. rs.... Este tipo de propaganda é engraçada: "chame-nos e veremos se temos tempo.." kkkk...

Bem... Mas é isso mesmo. Não somos mais tão menininhos, então ausentar-se do trabalho ou cursos, para alguns, é muito complicado. Mas se alguém realmente se interessa, entre aí em contato... Infelizmente, ainda não temos nenhum trabalho gravado.. Somente eu, individualmente, é que cheguei a gravar algumas coisas aí num tempo atrás. Mas nada exatamente em nome do grupo.

Outra coisa: eu, particularmente, sou muito caseiro.. É mesmo um defeito meu... Então, ir pra muito longe, complica...rs. Mas fica aqui a divulgação do trabalho.. kk..

Andei brincando com alguns desenhos e montei esta imagem aí em cima que não tem nada de oficial.. rs.. Foi somente pra ilustrar. Mas talvez eu disponibilize algo...


Abraço.

Os três graus do amor a Deus


Dizemos três graus a grosso modo. Há diversas outras subdivisões; S. João da Cruz chega a distinguir dez níveis de perfeição do amor a Deus. Mas considero que esta divisão em três graus, além de mais fácil de entender, é muito confiável, pois segue a linha de outras autoridades da vida espiritual como, por exemplo, Sta Catarina de Sena.

E isto pode ser bem compreendido. Vamos a eles:

O primeiro grau que se alcança é tão somente uma descoberta inteligente. A alma reconhece que não é o fundamento da própria existência e que somente em Deus ela é feliz. Se abre, então, diante dos seus olhos, o horizonte da eternidade, e os seus dois perpétuos destinos possíveis: o Céu e o Inferno (o Purgatório, verdadeiramente existente, não é para sempre...). Desta compreensão resulta que a alma, por medo do inferno e reconhecendo as infinitas vantagens de sua adesão a Deus, a Este se achega de forma interesseira. Obviamente que tal estado não pode ser realmente chamado de "amor". Antes, do amor toma o nome. Mas, neste contato com Deus, é possível que a alma, numa abertura gradativa, avance a uma forma mais pura de amor a Deus.

No segundo grau do amor, a alma reconhece que Deus é digno de amor e que é má conduta amá-Lo apenas em função do que Ele pode retribuir. Dessa forma, a alma tem purificada a sua forma de amar. Mas ainda vê certas coisas à semelhança de um contrato: se, nesta relação de amor com Deus, Ele é digno de ser amado por Si mesmo, também convém que, nesta minha adesão, eu deva receber também as suas consolações, na mesma medida em que dois enamorados se presenteiam mutuamente. Creio ser possível dizer que a grande maioria dos cristãos mantém-se neste nível. É verdade que uma considerável parte parece não ter saído do primeiro. Seja como for, convém agora distinguir o terceiro e mais perfeito grau de amor a Deus.

Se no primeiro, o interesse concentrava-se somente na própria satisfação e Deus era apenas, duro dizer, um objeto de que a alma utilizava-se para este fim, e no segundo grau havia uma equalização entre dar e receber, neste terceiro grau a alma ama a Deus somente por Ele mesmo. Ela não busca aqui as consolações divinas; antes, ama a cruz e faz sua alegria consistir em fazer a vontade de Deus, seu Amado. Ainda que, aparentemente, nada receba de Deus, parece-lhe que faz pouco por Este que é absolutamente digno por Si mesmo. Como bem o diz um poema atribuído a Sta Teresa D'Avila, neste estado, ainda que não houvesse Céu para ganhar, a alma amaria a Deus da mesma forma, e ainda que não houvesse Inferno para temer, a alma temeria a Deus da mesma forma. O que a move a amar a Deus não são as retribuições que dEle pode receber, senão Ele mesmo...

Este é o grau dos perfeitos, caracterizado pela total doação, pelo pleno abandono e pela absoluta gratuidade. Ainda que Deus nada lhe desse, estaria feliz pelo simples fato de poder seguir, amar e imitar ao bom Jesus. Já teria nisto grande motivo de ser fiel pela eternidade ao Sumo Bem. Para aí chegar, a alma deve se libertar do próprio egoísmo e soberba. Esta plena liberdade é já graça de Deus. A alma não chegaria aí senão pela ajuda do Alto, mas deverá ser generosa e fazer o que estiver ao seu alcance. A pureza de amar assim abre e dispõe a alma para que possa receber maiores graças. É aqui que ela frui verdadeiramente de Deus, o que significa que O "experimenta"  porque O ama com verdadeira pobreza de coração.

Fábio.

Paróquia de Santa Maria Madalena, União dos Palmares - 175 anos.



CONVITE

         A Arquidiocese de Maceió, juntamente com os Missionários da Sagrada Família, tem a honra de convidar V. Sª. e digníssima família, a participarem da Solene Concelebração Eucarística, por ocasião do dia litúrgico de nossa Excelsa Padroeira, rendendo graças a Deus, pelos 175 anos da fundação da Paróquia de Santa Maria Madalena.
Dia: 22 de julho de 2010
Local: Igreja Matriz de Santa Maria Madalena – Praça Basiliano Sarmento – Centro – União dos Palmares/AL
Horário: 10h
15h – Carreata da esperança em solidariedade às pessoas atingidas pela enchente

Pe. Iranjunio MSF.
Pároco.

Heresia, apostasia e cisma - Delicta Graviora


Delicta Graviora são aqueles pecados considerados mais graves. Dentre estes, constavam já alguns referentes à profanação do Santo Sacrifício da Missa. São estes:

a) subtrair ou reter para fins sacrílegos ou deitar fora as espécies consagradas;
b) atentar a acção litúrgica do Sacrifício eucarístico ou a sua simulação;
c) concelebração proibida do Sacrifício eucarístico juntamente com ministros de Comunidades eclesiais que não têm sucessão apostólica nem reconhecem a dignidade sacramental da ordenação sacerdotal;
d) consagração para fins sacrílegos de uma matéria sem a outra, na celebração eucarística, ou, também, de ambas, fora da celebração eucarística. (Redemptiois Sacramentum)

Além dos já citados, há ainda o pecado de profanação contra o Sacramento da Penitência, e o pecado moral (contra a pureza) de um clérigo com alguém menor de 18 anos.

Esta lista existe desde 2001 quando o então Sumo Pontífice João Paulo II, no Motu proprio Sacramentorum sanctitatis tutela, discorrendo sobre os pecados mais graves e estabelecendo severas normas quanto a eles, os reservava à Congregação Para a Doutrina da Fé.

Agora, segundo Pe. Frederico Lombarde SJ, pela primeira vez os pecados de Heresia, Apostasia e Cisma constam nesta lista dos delitos mais graves. Cumpre que esclareçamos o que sejam, então, estes pecados...

Heresia - etimologicamente significa "escolha". Comete-se o pecado de heresia quando o indivíduo escolhe uma posição própria em detrimento do que ensina a Fé Católica.

Apostasia - etimologicamente significa "estar longe de". Enquanto a Heresia é a negação de uma das Verdades da Fé em função de uma escolha pessoal naquele determinado ponto, a Apostasia é, antes, um afastamento de todo o corpo doutrinal. Comete este pecado quem renuncia a Fé Católica.

Cisma - etimologicamente significa "separar". O Cisma está geralmente vinculado à Heresia, mas difere desta no sentido em que se ordena a uma coletividade e dá-se de forma mais ou menos organizada. Na Heresia, a escolha é pessoal. No Cisma, a separação se dá de forma mais sistemática, incluindo neste distanciar-se, não apenas o indivíduo, mas toda uma comunidade. O Catecismo define ainda o Cisma como "a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos" (§ 2089).

***

Se, segundo os recentes acréscimos, estes pecados estão já reservados à Santa Sé, pelo menos em segunda instância, isto nos enche de esperanças, pois, particularmente no Brasil, a circulação, a defesa metódica e descarada de heresias é já um triste espetáculo quase diário. Esperamos confiantes que a Santa Sé chame a atenção de bispos, padres e leigos que, confortavelmente, têm confundido muitos católicos com seus ensinos dúbios e heterodoxos.

Depositamos toda a nossa esperança nos braços da Virgem Santíssima. Que ela interceda por nós.

Fábio.

Arcebispo espanhol chama a desobedecer a lei do aborto

Não é lei e não obriga porque ninguém tem direito a matar um inocente

.- O Arcebispo de Burgos, Dom Francisco Gil Hellín, advertiu que não existe o direito a matar um inocente e portanto não existe a obrigação de obedecer a nova lei do aborto, deve haver porém "uma oposição frontal e sem restrições".

"Digamo-lo com total claridade: esta lei não é lei, embora se apresente assim por algumas instâncias políticas e legislativas. E não o é, porque ninguém tem direito a eliminar um inocente. Por isso, ela não obriga. Mais ainda, reclama uma oposição frontal e sem restrições", expressou o Prelado em uma carta pastoral.

Dom Gil Hellín chamou a impedir a tirania porque a reta razão não admite o aborto como um direito, já que se trata de matar "uma pessoa que não tem nenhuma culpa".

O Prelado assinalou que o "direito a existir de uma pessoa já concebida, embora ainda não tenha nascido, não é uma crença desta ou aquela religião. Não é preciso ser um fiel religioso para afirmar que um inocente tem direito a ser defendido e respeitado em sua integridade".

O sentido comum se rebela ante o intento de eliminar a uma pessoa por uma responsabilidade alheia ou para "ganhar dinheiro ou votos", acrescentou.

O Arcebispo indicou também que "é uma falácia afirmar que esta lei tenha sido passada pela maioria do Parlamento e que este representa a maioria dos cidadãos; ou dizer que se o Tribunal Constitucional opinar dessa forma, seria uma desobediência opor-se, e mereceria uma sanção".

"A falácia consiste em atribuir a políticos, juízes ou cidadãos um direito que eles não têm. E ninguém tem direito a legislar que se possa matar um inocente", expressou Dom Gil Hellín, quem chamou os espanhóis a ajudarem a "todas as mães que se encontram em dificuldades e facilitemos sua maternidade com todos os meios que dispomos", para assim "parar esta seqüela do aborto que, só na Espanha, destruiu já mais pessoas que o número de habitantes das cidades de Zaragoza, Córdoba e Burgos".

Fonte: Acidigital.

Matrimônio entre homem e mulher e a promoção de valores inspirados na Lei Natural


"Com efeito, o culto agradável a Deus nunca é um acto meramente privado, sem consequências nas nossas relações sociais: requer o testemunho público da própria fé. Evidentemente isto vale para todos os baptizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Estes são valores não negociáveis. Por isso, cientes da sua grave responsabilidade social, os políticos e os legisladores católicos devem sentir-se particularmente interpelados pela sua consciência rectamente formada a apresentar e apoiar leis inspiradas nos valores impressos na natureza humana." (Bento XVI, Sacramentum Caritatis).

Sobre o silêncio na oração


Há quem pense que fazer silêncio enquanto se reza se resume apenas a ficar calado exteriormente. Antigamente, era comum que ficássemos na capela com o Santíssimo e havia, naturalmente, os momentos de silêncio. Enquanto, porém, cessavam os ruídos vocais (pelo menos os articulados), se iniciava uma orquestra de outros sons, provenientes das contínuas mudanças de posição, dos pigarros, dos suspiros, dos zippers das bíblias, etc... Obviamente que não havia silêncio. E a oração ficava sempre no superficial.

Outra forma de se entender o silêncio é o que chamam de "uma abertura ao ouvir". Se isto é importante porque põe a alma numa posição receptiva com relação a Deus, tem também seu fator desinteressante: muitos ficam esperando mesmo ouvir literalmente alguma coisa. Ora, isso é um prato cheio para a imaginação. E quando "ouvem" ou "visualizam" alguma coisa, isto é, quando imaginam, se adiantam logo a pretender que seja Deus falando... E aí se praticam as maiores ingenuidades e non senses e Deus é quem leva a culpa. rs...

Não. O silêncio, o verdadeiro silêncio tem que ser algo mais sincero, mais puro e mais profundo. Claro que há, poderíamos dizer, vários níveis desta quietação, e pretendo tratar brevemente a este respeito.

Primeiramente, se requer uma disciplina mínima pra aprender a se ficar quieto. Há pessoas que não sabem rezar sem se coçar ou balançar as pernas. Tem quem nem se force a ficar de olhos fechados. Se se obstinam nestas criancices, nunca saberão o que é oração.

Esta questão do ficar quieto é muito importante, e também dá disciplina à alma. De início, já seria interessante reservar pelo menos um tempo pra treinar só isso aí. Os padres do deserto, logo quando iniciavam a vida monástica, eram recomendados a permanecer na cela, só isso... O próprio fato de se aquietarem lá faria com que avançassem na vida espiritual. Pronto! Essa mínima disciplina se requer...

Depois, o fato de se pôr na presença de Deus é o que define, exatamente, a oração. Sta Teresa D'Avila dizia que, na oração, não importa falar muita coisa, mas amar muito. Ela mesma critica o costume de alguns, ainda tão comum nos dias atuais, de ficar falando coisas continuamente de uma forma mecânica, sem pôr o coração naquilo que se diz. A oração deve ser um diálogo ou interrelação entre a alma amante e o Senhor amado. Este encontrar-se na presença do Outro, que é Deus, é o que caracteriza a oração. Mas tratemos ainda do silêncio.

Calar a boca é já um começo, mas geralmente a boca reproduz, por meio dos sons, aquilo que se concebeu no espírito, isto é, a boca traduz em palavras as idéias da alma. É conveniente, portanto, não apenas calar a boca, mas também aquietar os pensamentos e os sentimentos. O que pretendo dizer? Que, depois de ter estabelecido o silêncio no exterior, começamos a aquietar também o interior. É aí que passamos a observar o silêncio propriamente dito.

S. João da Cruz diria para pôr os sentidos na noite, isto é, esvaziá-los de sua operação comum. Por isto, fechamos os olhos... Mas e os demais sentidos? Entendemos, aí, como não é conveniente ficar procurando sons espirituais (audição), nem fragrâncias (olfato), nem visualizações (como que uma visão interior), nem arrepios (tato), nem experimentar suaves sabores (paladar). Esta busca por experiências indica atividade do espírito e, portanto, impede a quietude.

Além dos cinco sentidos comuns, S. João da Cruz traz mais dois, aos quais chama sentidos internos: a fantasia e a imaginação. Tão logo a alma pretende pôr-se em oração silenciosa, estas duas iniciam o seu desfile de estranhas figuras. Haveria muito o que dizer sobre a atitude a tomar diante desta aparente dificuldade, mas é suficiente dizer que a paciência silenciosa é a melhor atitude; uma como que indiferença... Isto acontece, segundo o doutor místico, porque os sentidos não encontram um objeto definido para se fixar, sendo Deus totalmente transcendente a qualquer objeto sensível que se possa conceber. Porém, com um certo tempo, também estas figuras se aquietam...

Há quem diga que, nesta atitude, a alma não faz nada, pelo que não pode se dar nenhum mérito. S. João da Cruz responde à objeção afirmando que não faz pouco quem se aquieta a si mesmo, pois aquietar-se é, verdadeiramente, dispor-se, abrir-se ao Outro que é Deus.

Além do silêncio dos pensamentos, imagens, etc..., requer-se também o silêncio das vontades. É comum que, quando se ponha em oração, surja a impaciência e se façam notar outras sensações, como a fome, o incômodo da posição, entre outras. Tudo isto se resume nisso: a vontade de estar a fazer qualquer outra coisa. Isto é um produto da sensibilidade que deseja sempre o mais agradável. Aquietar-se, também neste sentido, significa esvaziar-se desta busca de bem-estar, de modo que o que é saboroso não seja buscado somente porque é saboroso, e o que é incômodo não seja evitado por ser incômodo. Isto parece se assemelhar à Hesychia dos monges orientais, que busca, entre outras coisas, a apathia ou perfeita indiferença as estes incômodos externos, donde se afirmava ser possível um estado de imperturbabilidade.

O próprio doutor da noite, resume bem isto com a sua célebre frase:
"Para vir a saborear tudo, não queiras saborear coisa alguma"... O que S. João da Cruz pede aqui é para aquietar a vontade.

Mas não voemos tão alto quanto os monges orientais, por ora. Observemos, no entanto, como o silêncio, bem compreendido, difere do que se costuma entender...E isto é importantíssimo. São Bento, a quem celebramos dias atrás, dizia ser o silêncio o mestre dos mestres, pois ensina sem palavras. Se a alma buscar a Deus com sinceridade, Ele mesmo haverá de ensinar-lhe estas coisas, desde que, naquilo que depende dela, a alma busque aprender da Igreja.

Retomarei alguns pontos noutro post...

Fábio.

O desapego de si mesmo e a humildade


Sta Teresa D'Avila, Doutora da Igreja, Mestra de Oração.

É bem duro separarmo-nos de nós mesmas, sermows contra nós mesmas, porque somos muto agarradasa ao nosso eu e nos amamos excessivamente.

Aqui entra a verdadeira humildade. Esta virtude, a meu ver, anda sempre junto com o desapego. São duas irmãs inseparáveis. Não é destas parentas que vos aconselho fugir, antes quero que as abraceis e amsie e nunca vos queirais ver sem elas.

Ó soberanas virtudes, senhoras de todo o criado, imperatrizes do mundo, libertadoras de todos os laços e ciladas do demônio, tão amadas de Cristo, nosso Mestre, que nunca se viu um instante sem elas!

Quem as possui bem pode lutar contra todo o inferno junto e o mundo inteiro com suas seduções. De ninguém tenha medo. Seu é o reino dos céus. Não tem a quem temer, pois nada se lhe dá de perder todos os bens do mundo, e nem ainda o considera perda. Só teme descontentar a Deus, e vive a suplicar-lhe que o sustente na prática destas duas virtudes para não as perder por culpa própria.

Certo é que a humildade e o desapego têm a propriedade de se esconderem de quem as possui, de maneira que nunca as vê, nem se persuade de as ter, mesmo que lho digam.

Mas tanto as estima, que sempre anda procurando adquiri-las, e assim as vai aperfeiçoando em si cada vez mais. É bem fácil descobrir os humildes e desapegados. Sem percebrem dão-se logo a conhecer.

Mas que loucura pôr-me eu a louvar humildade e mortificação, estando elas tão louvadas pelo Rei da gl´ria e tão confirmada por seus imensos sofrimentos! Eia, pois, filhas minhas, mãos à obra para sair da terra do Egito. Achando estas virtudes, achareis o maná. Todas as coisas vos serão saborosas, e, por amargas que sejam ao paladar dos mundanos, para vós serão doces.

Sta Teresa D'Avila, Caminho de Perfeição, Cap. 9.

Video sobre a resistência do clero em relação à Santa Missa no rito tridentino



Ótimo video.. Assisti no Deus lo vult. Disponibilizado primeiramente no Exsurge, Domine!

Paralelos entre a Revolução e os Princípios Evangélicos

Comunistas fuzilam imagem do Sagrado Coração de Jesus, 1936.

Dando uma leitura geral nestes temas sociais em que se costuma fazer um paralelo entre os ensinamentos evangélicos e os ideais socialistas, sobretudo porque estamos vendo o apoio explícito de autoridades eclesiásticas brasileiras a um plebiscito que limita a propriedade de terra, lembrei-me do que escreveu o Santo Padre S. Pio X a respeito do movimento do Sillon, que buscava conciliar a Igreja com os princípios da Revolução Francesa de 1789. Dizia o Papa:

"(...) sendo seu ideal semelhante ao da Revolução, não temem proferir blasfemas aproximações entre o Evangelho e a Revolução (...)." (S. Pio X, Notre Charge Apostolique, 25 de agosto de 1910).

Cai como uma luva.

Para exemplificar isto, trago o trecho de um texto um tanto antigo na cronologia (de 2006), mas muito atual na ideologia.

Numa palestra de introdução à fala de Hugo Chavez, por ocasião de um Ato Popular contra o Imperialismo, o Padre Marcelo Barros, inicia seu discurso da seguinte forma:


"Boa noite.

Agora, há pouco, eu estava ali fora e fui procurado por um militante jovem daqui da Venezuela que me perguntou:

- Você é sacerdote?

Confirmei que sim e ele quis saber:

- Então, você é o padre que vai abençoar a nossa revolução?

E eu respondi:

- A tua revolução, a nossa revolução, se for uma verdadeira revolução, não precisa ser abençoada. Ela é que nos abençoa...

Toda verdadeira e profunda revolução é, em si mesma, sagrada, porque é uma obra de amor. O amor como ação de transformar o mundo e a vida é o que há de mais sagrado. Conforme a maioria das tradições espirituais, é o próprio nome divino."

Dispenso ir adiante. Esta parte já é muito ilustrativa e representa bem o ambiente ideológico que se respira nos dias de hoje. Há muitos que veriam nestas palavras um perfeito espelho dos próprios ideais... Mais do que nunca, as palavras do Papa S. Pio X devem alertar os católicos sobre a necessidade de resistir contra este movimento blasfemo de revolução da Fé.

Que S. Miguel Arcanjo nos defenda no combate.

Fábio.

Exposição blasfema traz Michael Jackson representando santos católicos


E continuam os desrespeitos para com os católicos. 

Dessa vez, um tal de David La Chapelle, que diz que o anticatolicismo "está no seu sangue", pôs o falecido Michael Jackson em imagens que satirizam a Fé Católica, juntamente com outros quadros profanadores. A mostra traz o nome de "American Jesus". Segundo o blasfemo autor, se pretendia fazer uma referência entre os casos de pedofilia que, diz Chapelle, "uma instituição (...) protege de maneira sistemática" e o cantor Michael Jackson, que tentaram processar e não conseguiram porque era inocente.

A exposição causa indignação. Numa das fotos, Michael aparece representando Nosso Senhor, com o coração exposto, ao lado de uma mulher que quer representar a Santíssima Virgem Maria. Uma blasfêmia! Por que não fazem algo semelhante com Maomé? Só porque eles não são tão pacíficos?

Que tipo de liberdade de expressão é essa que fere, abertamente, aquilo que consideramos mais sagrado? Faz parte desta liberdade o direito de socar o nariz do autor dessa obra funesta?

Na foto acima, Michael representa S. Miguel Arcanjo. Ridículo...

Carismatismo na Etiópia e desprezo pela Tradição.


"ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 (ZENIT.org) – No contexto do crescente entusiasmo por um cristianismo pentecostal, a associação católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) oferece um precioso apoio para manter os jovens carismáticos etíopes na Igreja católica."

***
Rs... Segura, senão eles correm!!! E por que correm? Porque notam a diferença, pois, de fato, é diferente. No entanto, a fim de segurá-los, o que se faz? Torna o diferente parecido. Como? Empurra de cá, amassa de lá, tira isso, põe aquilo e tchan! Eis a escultura síntese: um catolicismo pentecostal! Qual o mal? Ora, além de mudar o imutável, nenhum... Além de adaptar o que é inadaptável... Além de desprezar o rigoroso edifício espiritual católico em função de tolas novidades importadas do protestantismo....

E ainda se diz, no artigo, o motivo pelo qual os jovens aderem a estas coisas: 

"O estilo de adoração pentecostal atrai cada vez mais jovens no país, ferquentemente insatisfeitos com a liturgia tradicional em voga na Etiópia há mais de 1.500 anos."

 Ora, se é assim, então despreza os 1.500 anos... Isso mesmo.... O que é bom é o que é novo. O Espírito Santo, pra esse povo, parece ter mudado nestes dias.. Parece estar mais... é... mais espetaculoso. Se Elias vivesse hoje, não distinguiria a presença de Deus numa brisa suave.. não, não mais.. Isso pertence à tradição antiga.. Hoje, certamente, segundo esse povo, ele o veria no rebolation de um pastor pentecostal...

O que estes jovens precisam é de uma boa catequese! Uma catequese que os faça ver a beleza que agora desprezam. A juventude atual é muito mais sensível ao fútil, ao que satisfaz imediatamente os sentidos. Eduquem-nos ao invés de ceder aos seus caprichos...

Tentando remediar a situação (catolicizar o protestantismo), lê-se no artigo:

"Com o apoio da AIS, a Igreja local implementará um programa de formação de líderes para a Renovação Carismática, dando aos grupos uma melhor compreensão dos ensinamentos católicos."

Que lhes façam ler S. João da Cruz e Sta Tersa D'Avila, além de outros clássicos da correta espiritualidade católica, tão tristemente desprezada nos dias de hoje. Isto sim é um tesouro escondido: tesouro porque é valiosíssimo; escondido, porque os que poderiam dá-los a conhecer, os condenam às gavetas e às prateleiras inertes, onde ninguém vai.

Querem ajudá-los? Façam-nos ser bons católicos e não protestantes!

Há quem considere meu posicionamento exagerado...
Eu, porém, não sei como se pode conciliar uma coisa com a outra. Sendo honesto - e já escrevi diversas vezes sobre isto: o pentecostalismo, de origem protestante, tem identidade diversa do catolicismo e o conhecimento de ambos só reforça esta afirmativa.

Quando se considera o valor de uma alma (e é ainda muito maior do que o supomos), todo zelo por isto se torna justificável.

Para avançar, deixa-te ensinar...


É absolutamente necessário a quem pretenda ter vida espiritual que se submeta ao juízo de pessoas mais maduras e experimentadas. Esta atitude só se torna possível, claro, a partir da negação da própria vaidade e da aceitação de que, a este respeito e a princípio, a pessoa nada sabe por si mesma. Os dias atuais são de profunda desorientação, sobretudo porque, afeitos ao costume luterano de um tolo individualismo, muitas pessoas que se interessam pela vida espiritual vêem-se capazes de orientar a si mesmas. Daí que muitos passam a vida inteira sem obter qualquer avanço, presos à própria mediocridade porque não permitem que um outro os conduza.

Se ridículo é este subjetivismo, mais disparatado ainda se torna pelo obstinado desprezo da tão rica tradição espiritual da Igreja. Por que, por exemplo, são tantos os carismáticos na Igreja? À exceção dos que insistem no erro, a maioria simplesmente ignora, desconhece mesmo o riquíssimo patrimônio místico católico. E é mister que, para avançar, o católico mergulhe nestes assuntos, seja a partir do conselho direto de pessoas experimentadas (o que hoje em dia é muito raro encontrar...), seja pela leitura e estudo das autoridades confirmadas pela Igreja.

Há muitos elementos que, à primeira vista, pareceriam interessantes e necessários a uma reta espiritualidade e que, no entanto, nada têm de espirituais e causam muito mais estorvo que avanço. Há frequentemente diversos cuidados que a alma cultiva e que, não obstante, são absolutamente desnecessários. E como a via é estreita e longa, se requer uma santa objetividade e simplicidade no caminho. Claro que tais elementos variam de vocação a vocação; o que se pretende dizer aqui é que não convém inventar um caminho segundo os gostos pessoais (alguns, de tão envaidecidos, desejam também aqui a absoluta originalidade), mas, antes, aprender dos já experientes e permitir que estes nos ensinem. Não há que negar, também, o caráter específico da vocação particular de uma alma. Este caráter, no entanto, não é algo que se cria, mas algo que se descobre, e isto também requer a adesão a um caminho objetivamente válido e a submissão  a uma autoridade.

Quando se abandona todo o desnecessário, resulta daí uma leveza, amiga da boa disposição, e que permite ao cristão avançar a largos passos... Que Cristo nos ensine a abandonar as preocupações inúteis e a corresponder ao seu chamado. Para tal, nos dê grande humildade...

Sta Teresa D'Avila sobre os luteranos


"Nesta ocasião, tive notícias dos prejuízos e estragos que faziam os luteranos na França, e o quanto ia crescendo esta desventurada seita.

Deu-me grande aflição, e, como se pudesse ou valesse alguma coisa, chorava com o Senhor, suplicando-lhe para remediar tanto mal. Parecia-me que mil vidas daria eu para a salvação de uma só alma das muitas que ali se perdiam"

Sta Teresa D'Avila, Caminho de Perfeição.

***

E depois, ainda há quem hipocritamente diga: "muito mais importante é o que nos une...", e isto quase ao mesmo tempo em que repetem mecanicamente e sem atentar no significado das palavras: "A Santa Missa é o ápice da Igreja". Ora, está aí uma contradição patente: como que a Santa Missa, sendo o ápice, é menor do que "o que nos une"? E o que dizer da devoção a Nossa Senhora, que é outro fator que nos separa?

Fica evidente a apostasia prática, a traição mesmo de quem, em vistas de um caricato da caridade, adota aquilo que o Papa Pio XII chamava de "falso irenismo" que menos não é que o sincretismo, produto do relativismo doutrinal.

Eis, no entanto, aí em cima, a fala de uma verdadeira católica que, com santa objetividade e movida de zelo pelas almas (verdadeira caridade), declara sem hesitar que naquela "desventurada seita" se perdiam muitas almas. O mesmo se diga das demais heresias, chamadas falsamente de igrejas, que hoje pululam em tudo que é canto.

Que Deus os faça compreender que uma mulher que pretende ser a outra que não a esposa, não se pode arvorar o título de santa...

Fábio

Pio XII e seu suposto anti-semitismo segundo historiador judeu


.- O historiador judeu Elliot Hershberg, da Fundação Pave the Way, assinala que "quem examina a grande quantidade de documentos, testemunhos, evidências provadas e demonstráveis, deve necessariamente concluir que o Papa Pio XII foi um afetuoso e solidário amigo do povo judeu".

"Como judeu conheço bem o anti-semitismo, e não existe nem rastro de prejuízo anti-judeu na vida de Eugenio Pacelli", explica o historiador sobre Pio XII. "Quem afirma o contrário –disse por sua parte o rabino Eric Silver– evidentemente não se preocupou nunca de verificar as próprias teses confrontando as fontes diretas, estudando os documentos nos arquivos livremente consultáveis em Roma".

No artigo publicado pelo L’Osservatore Romano, Silver assinala ademais que "difundiu-se o péssimo hábito de refazer as tese contidas nos livros já publicados sem verificá-las; de fato, continuando a disseminação de hipótese completamente privadas de bases documentarias, continua-se assim a obra de desinformação iniciada pelo Rolf Hochhuth com sua peça teatral O vigário".

Não faltam os testemunhos da época: "Sinta-se orgulhoso de ser judeu", exclamou em voz alta o Papa Pio XII a um jovem que ele recebeu em uma audiência geral em 1941, conforme dava conta o Palestine Post em 1945.

E tampouco faltam os nomes famosos entre os amigos judeus de Eugenio Pacelli, como Bruno Walter, um dos maiores diretores de orquestra do século XX; o músico Osip Gabrilowitch, o presidente da Organização sionista mundial Nahum Sokolow, quem em 1925 enviou uma carta de agradecimento, recentemente encontrada, ao Papa Pio XII.

Sobre os orkutianos que "odeiam nordestinos"


Fiquei sabendo agora, pelo Jorge, da existência de um grupo de pessoas que fizeram uma comunidade  no orkut entitulada "odeio nordestinos". Lá se observa, ao mesmo tempo que uma crítica ao racismo, o mais absurdo preconceito com os residentes do Nordeste, chegando estes a serem chamados de "merdestinos". Engraçado que, como já comentado, estes arianos, tão superiores, pecam no mais elementar português.

Eu, como legítimo nordestino, não me incomodo... Claro que, objetivamente falando, a ofensa é sem fundamento, gratuita e deveria ser punida, sobretudo porque declaram, na comunidade, que odeiam as pessoas afetadas pelas enchentes que dias atrás devastaram algumas cidades do interior de Alagoas e Pernambuco. Nós vimos a destruição provocada pelas cheias e temos, à medida de nossas possibilidades, dedicado nosso tempo e disposição para uma ajuda mais efetiva àqueles que perderam suas casas e que, às vezes, não têm sequer um colchão onde dormir, nem um cobertor pra espantar o frio. Em todo este contexto, torna-se ainda mais repugnante este tipo de ofensa gratuita feita por estes imbecis...

Mas fico tranquilo, pois aquele lixo de comunidade é muito mais uma auto-projeção de um bando de desocupados e ignorantes do que algo a que se deva dar atenção. Quando uma criança nos ofende com uma palavra feia, não agimos bem se retribuímos na mesma moeda. A melhor atitude é ignorar ou, se nos disser respeito, repreendê-la em outros termos.

O bando de néscios que ali se juntam merece o mais absoluto desprezo quanto a isso. Não me causa qualquer indignação, pois sei que o povo nordestino, "cabra macho", tem mais o que fazer...

No mais, apenas rezo e torço pela conversão de quem ainda carrega subvalores tão baixos...

***

E viva o povo nordestino! Numa de nossas visitas, encontrei uma senhora, já bem de idade que, embora tivesse perdido todos os seus pertences, assobiava e dizia com um belo sorriso: "não perdendo a vida, não perdi nada..." Eis aí uma "mulher macha" que honra a idade que tem e é nordestina. Grande lição...

Não, os nordestinos não são superiores, mas nem tampouco inferiores. E é bem ridículo qualificar alguém por causa da sua localização geográfica... Que Deus os faça entender.

Fábio.

Entrevista com André F. Falleiro a respeito da relação entre a CNBB e causas socialistas


Como muitos já sabemos, recentemente a CNBB confirmou seu apoio ao plebiscito pelo limite de propriedade da terra através da reforma agrária, notícia que reforça a convicção do seu já tão evidente apreço e simpatia pelas causas socialistas, ainda que tal posição não possa ser tida como unanimidade por todos os senhores bispos do Brasil. 

Transcrevo, em virtude deste fato, a esclarecedora entrevista do advogado paranaense André F. Falleiro, do site Sacralidade, onde se afirma que a CNBB vem criando "as bases para implantação do comunismo no país".

A todos, boa leitura.

***
 Por Jomar Martins

Jomar Martins — Em que momento a Igreja Católica resolveu encampar as chamadas ‘‘lutas sociais’’ no Brasil? 

André F. Falleiro Garcia — Até praticamente o final da década de 40, predominava no ambiente religioso brasileiro o catolicismo conservador. A ortodoxia doutrinária era uma característica generalizada que ainda se notava no clero e nas associações religiosas de leigos. A grande controvérsia que houve na Ação Católica, em 1943, serviu como freio para impedir o avanço do esquerdismo. Mas, em 1952, foi fundada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Teve como primeiro secretário-geral Dom Helder Câmara (falecido em 1999), que era então bispo auxiliar do Rio de Janeiro. Este prelado, de fato, mereceu ser chamado de “Arcebispo Vermelho”. Os anos 50 foram marcados pela intensa fermentação do esquerdismo — no clero e nas associações dirigidas por leigos — promovida pela CNBB e Dom Helder Câmara. De modo que, em 1960, a esquerda católica já estava articulada e pronta para a atuação pública direcionada às ditas “demandas sociais”. Em toda a década de 60, houve acirrada polêmica nos meios católicos. A esquerda católica foi, então, fortemente combatida no plano ideológico. Vale citar a atuação do movimento de leigos ligados ao jornal Catolicismo, dirigidos por Plínio Corrêa de Oliveira. Nesta luta, também se destacaram o bispo de Campos (RJ), Dom Antônio de Castro Mayer, e o de Jacarezinho (PR), Dom Geraldo de Proença Sigaud. Todos travaram calorosa polêmica com os agrorreformistas católicos. Quando estalou a campanha agrorreformista no Brasil, no início dos anos 60, este grupo, por meio dos dois bispos, um líder católico leigo e um economista, lançou o livro Reforma Agrária — Questão de Consciência. Era o contraponto no mundo católico.

P — Houve um fato marcante, considerado divisor de águas?

R — Sim. Há um fato simbólico que pode ser considerado como o início da atuação pública da esquerda católica. De forma bombástica, em 5 de dezembro de 1960, numa transmissão coletiva, as TVs Tupi, Paulista e Record entraram em cadeia para levar a São Paulo e ao Brasil um pronunciamento da mais alta importância, favorável à reforma agrária a ser aplicada no Estado. Participaram e fizeram uso da palavra Dom Helder Câmara, secretário-geral da CNBB, e mais seis bispos. Sob os holofotes da mídia televisiva, Dom Helder leu trechos da Declaração dos Arcebispos e Bispos presentes à Reunião das Províncias Eclesiásticas de São Paulo. De fato, todo o episcopado paulista tinha acabado de se reunir, sob a presidência do cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, e havia estudado o Projeto de Revisão Agrária (Projeto de Lei nº 154/60 e seu Substitutivo). Tal projeto fora proposto pelo governador democrata-cristão do Estado de São Paulo, Carvalho Pinto. Os bispos, nessa Declaração, diziam que se sentiam felizes de poder afirmar que se tratava de um projeto de lei de reforma agrária “inspirado nos princípios da doutrina social da Igreja”. Mencionavam a Carta Pastoral Coletiva dos Cardeais, Arcebispos e Bispos do Brasil, de 1951, em que havia um longo trecho sobre reforma agrária, que começava dizendo: “A Igreja não tem o direito de ser indiferente à reforma agrária”. E também citavam outro pronunciamento de todo o Episcopado do Brasil, feito em 1958, sobre a reforma agrária. A meu ver, foi o espetaculoso pronunciamento destes bispos, em 1960, assistido na TV por milhões de pessoas, que marcou o início da ação pública, em larga escala, da esquerda católica engajada na promoção de uma vasta campanha agrorreformista.
 

P — O Partido Comunista Brasileiro é o pioneiro da reivindicação da reforma agrária no Brasil, desde os anos 20 do século passado. O que levou a CNBB, desde a sua fundação, a abraçar esta causa revolucionária comunista? 

R — Seria forçado e não corresponderia à realidade brasileira afirmar, simplesmente, que o Partido Comunista (PC) se infiltrou na Igreja Católica e a dominou. Afinal, o PC brasileiro sempre foi um anão, uma coisa liliputiana mesmo. O que se passou, de certo modo, foi o contrário. A força propulsora da esquerda é que proveio do setor católico. Foi significativa a participação católica para a formação do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), nos anos 80, possuíam oitenta mil núcleos e arregimentavam um milhão e meio de ativistas. É a origem de incontáveis ativistas que se engajaram nas “causas sociais”. A Igreja Católica entrou na luta revolucionária, porque houve uma infiltração do esquerdismo em seu interior. O clero esquerdista reuniu leigos e organizou movimentos sociais, os quais, por sua vez, promoveram a agitação social. E essa infiltração ideológica não pode ser atribuída exclusivamente ao PC. Na realidade, desde os anos 50, seminaristas e sacerdotes novos iam à Europa fazer cursos e completar sua formação religiosa. Em geral, voltavam convencidos das idéias esquerdistas. E aqui começavam a colocar em prática os novos métodos de ação apreendidos no exterior. Não se pode desconsiderar, entretanto, a possibilidade de certa infiltração propriamente comunista na Igreja. 

P — O apoio da CNBB a invasões e depredações a propriedades privadas não é imoral, considerando que a Igreja se assenta sobre valores elevados de conduta?

R — Estes atos são imorais por dupla razão. Primeiro, por violar dois mandamentos sagrados do Decálogo: não roubarás; não cobiçarás as coisas alheias. E, em segundo, por violar frontalmente o instituto da propriedade privada, que o estado democrático de direito protege, conforme previsão constitucional. Assim, é moralmente [e legalmente] condenável o ataque a propriedades privadas, feito por grupos do MST e seus congêneres. O apoio que recebem da Igreja, por meio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), não legitima moralmente estas invasões. É imoral toda a contribuição que a CPT proporciona para o esbulho das propriedades dos particulares. Como, aliás, também é imoral a desapropriação confiscatória, feita pelo Estado brasileiro, a preço vil e com finalidades socialistas. Sob o ponto de vista da moral cristã, conforme a tradicional doutrina social católica, todos os que executam ou apóiam ações contra os legítimos proprietários cometem pecado mortal. Os que se apossam de terras por esse meio imoral não podem ser absolvidos em confissão, se não as restituem aos seus legítimos donos. 

P — A Igreja assume, então, um esforço deliberado de minar o instituto da propriedade privada?

R — Eu não diria que toda a Igreja trilha este caminho. Mas é verdade que os maus pastores estão minando o direito de propriedade em nosso país. E isso é muito grave. Não fossem estes, os ditos “movimentos sociais” (MST, Quilombolas, Indigenistas, Ambientalistas) perderiam o melhor do seu dinamismo. Para compreender o que acontece no interior da Igreja, seria preciso levar em conta que ela passa por um processo de autodemolição, conforme alertou o Papa Paulo VI já nos anos 70. Esta crise penetrou nas estruturas da Igreja Católica em todas as nações onde está instalada. Talvez o maior fator de promoção da autodemolição no Brasil seja a CNBB. Cada bispo, em sua diocese, presta contas e está diretamente ligado ao chefe da Igreja, o Papa. Este sistema se revelou o mais apropriado ao longo de quase dois mil anos. Mas, nos anos 50, houve uma mudança na gestão que afetou os pilares da hierarquia: foram criadas as Conferências Episcopais, órgãos colegiados representativos da classe. A CNBB, criada em 1952, não faz parte da hierarquia da Igreja, mas age como se fosse a chefia de fato da Igreja Católica no Brasil. Com isso, usurpa a autoridade dos bispos e exerce sobre eles um férreo controle de opinião e de ação. Ademais, a CNBB — por meio de seu órgão que cuida da questão indígena (o Conselho Indigenista Missionário-CIMI) e do que trata da questão agrária (a CPT) — faz o papel de acelerador da revolução socialista no Brasil. Logo, a Igreja Católica, numa primeira leitura, não está toda ela comprometida com estes crimes. Na agitação agrária, estão engajados a CNBB, com seus braços de agitação social, e alguns bispos marcadamente esquerdistas.  

P — O sr. pode citar um exemplo de como age a CNBB?

R — Exemplos não faltam. Na questão indígena, o aborto e o infanticídio são promovidos nas tribos sob o olhar complacente dos agentes do CIMI. Mas vamos pegar o caso recente da menina de Alagoinha (PE), que foi estuprada pelo padrasto e engravidou de gêmeos. O então arcebispo de Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, anunciou publicamente que o Código Canônico previa a pena de excomunhão automática para todos os envolvidos. Excetuou, apenas, a criança de nove anos, por imaturidade. Em seguida, manifestou-se o cardeal Giovanni Battista Re, titular da Congregação para os Bispos do Vaticano e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, que considerou como “justa a excomunhão de quem provoca um aborto”. Até aí, nota-se a coragem do arcebispo de Recife, apoiada pelo cardeal romano, que também fez a defesa da cultura da vida. Não bastasse a estrondosa campanha midiática que sobreveio logo em seguida contra Dom José Sobrinho, também a CNBB encarregou-se de demolir o posicionamento dele. Por meio de seu secretário-geral, bispo Dom Dimas Lara Barbosa, a CNBB desautorizou a iniciativa do arcebispo de Recife e Olinda de anunciar a excomunhão. A CNBB atuou como se fosse a chefia da Igreja Católica no Brasil. Assim, desacreditou D. José Sobrinho. Em última análise, prevaleceu a impunidade: não ficam excomungados os envolvidos no aborto dos gêmeos. E, em mais um lance autodemolidor, entrou no jogo outro bispo do Vaticano, Dom Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a Vida. Este, ao invés de condenar a cultura da morte, como seria sua obrigação, também desautorizou e desacreditou Dom José Sobrinho. Assim, acredito que a extinção deste órgão representativo eclesiástico seria uma medida oportuna e salutar, indispensável para que a Igreja Católica vença a grave crise que a aflige.
 

P — O Vaticano tem conhecimento da situação? Apóia este viés revolucionário?

R — O Vaticano tem conhecimento da situação. Chegou a tomar uma atitude, embora tímida, há alguns anos, em relação ao ex-frei Leonardo Boff. Houve também pronunciamentos de João Paulo II a este respeito em Puebla (México). Mas não há, desde o Concílio Vaticano II (outubro de 1962 a dezembro de 1965), infelizmente, uma voz clara e unívoca na Igreja, a respeito da questão socialista e comunista, como nos tempos de Leão XIII, S. Pio X, Pio XI e Pio XII. No plano doutrinário, houve a rejeição do marxismo na encíclica Centesimus Annus, de João Paulo II, editada em maio de 1991. Contudo, no plano prático, nota-se a contradição e a incoerência. Por exemplo: em 1974, o cardeal Agostino Casaroli, então Secretário de Estado do Vaticano, numa visita a Cuba, fez um pronunciamento que levava os católicos a não mais se oporem ao comunismo. Mais recentemente, já no pontificado de Bento XVI, o atual Secretário de Estado, cardeal Tarcísio Bertone, também numa visita a Cuba, emitiu declarações semelhantes às que fez o cardeal Casaroli. O que se observa é que dentro da Igreja Católica há um entrechoque de opiniões. Estas divergências envolvem tanto prelados quanto leigos. Os que discordam da política eclesial de aproximação e favorecimento do socialismo e do comunismo podem, de modo legítimo, se afirmar em estado de resistência.
 

“A Papisa”, história de um papa que jamais existiu


Por Elizabeth Lev

ROMA, quarta-feira, 7 de julho de 2010 (ZENIT.org) - Desde a antiguidade, os romanos sempre adoraram uma boa farsa. De Plauto a Neri Parenti, mulheres fantasiadas de homens, personagens de clichê e bufões têm deleitado os habitantes da Cidade Eterna.

O novo filme alemão “A Papisa”, que estréia nesta semana nos cinemas italianos, porém, esquivou-se do âmbito da comédia para apresentar a história fictícia de um Papa do sexo feminino, numa narrativa longa e cansativa que nos faz lembrar os Monty Python com nostalgia.

“A Papisa” baseia-se no livro homônimo da escritora norte-americana Donna Woolfolk Cross. Publicado em 1996 após “sete anos de pesquisas”, narra uma fábula com suficientes viradas grotescas para ser digna dos irmãos Grimm.

A história gira em torno de Joana, uma jovem criada na Alemanha do século IX por um sacerdote que se recusava a reconhecer suas qualidades intelectuais, uma vez que “sob a perspectiva católica”, as mulheres seriam inferiores.

Este último aspecto, destacado pelos múltiplos maus-tratos sofridos pela protagonista, evidencia a convicção pessoal da autora da “evidente carência da Igreja católica” de um toque feminino.

Joana cresce travestida de homem, e mediante uma série de incidentes providenciais, chega a Roma, onde, graças às suas aptidões médicas únicas, seu alter ego, "Giovanni Anglicus", torna-se confidente do Papa Sérgio II (844-847). Com a morte prematura do Pontífice, provocada por intrigas, "Giovanni Anglicus" torna-se Papa por aclamação popular.

Joana dedica-se então a uma série de reformas, que incluem a implementação das “escolas catedrais” para mulheres (ainda que, na verdade, tais escolas só fossem surgir dois séculos mais tarde), a reforma dos aquedutos e melhorias na vida cívica. Obviamente, a missa, a oração e os sacramentos não tem lugar na vida atarefada de Joana, e o filme não faz menção a uma possível ordenação de "Giovanni Anglicus".

Seu breve pontificado encerra-se com sua morte, durante a procissão do Domingo de Páscoa, em razão de um aborto. Seu nome teria sido então apagado do Liber Pontificalis por vingança.

O filme apresenta uma típica visão do pontificado como uma corporação, na qual uma mulher pode exercer o papel de “diretora executiva” como qualquer homem. As cenas sensuais que retratam a relação de Joana com seu amante, o Conde Gerold (interpretado por David Wetham, o “Faramir” de “O Senhor dos anéis”), lembram cenas de “Sex in the City”.

A lenda da Papisa Joana nasceu há cerca de 800 anos, e é atribuída aos hereges cátaros. Há muitas discrepâncias nas diferentes versões: algumas dizem que teria sido eleita em 847, outras falam em 1087; algumas afirmam que seu nome era Joana (Giovanna), outras Agnese ou Giberta; o que é certo é que não há registros anteriores a 1250 da história, quando a Crônica Universal de Menz a menciona pela primeira vez.

O mito foi retomado pelos protestantes no século XVI e divulgado a fim de danificar a imagem do pontificado. David Blondel demonstrou a falsidade da história em uma série de estudos publicados em Amsterdã em 1650.

Como a maior parte dos filmes anti-católicos, “A Papisa” faz uso livre das palavras de São Paulo sobre as mulheres, a fim de sustentar que a Igreja as tem oprimido desde as origens. Ignora, por exemplo, que a mais antiga universidade do ocidente - a Universidade de Bolonha - já admitia estudantes mulheres desde o início de suas atividades, em 1088.

O filme se toma muito a sério, mas o resultado são 2 horas e 19 minutos de tédio. Na tentativa de resgatar o expectador do estado de torpor, quando a história é transportada para Roma, as cenas rurais desaparecem para dar lugar à suntuosa corte papal, enquanto os aposentos (situados erroneamente em São Pedro e não em São João Latrão) ostentam brilhantes colunas de mármore negro e um leito papal faraônico, com cortinas de veludo e estátuas douradas.

Embora o filme ainda não tenha encontrado um distribuidor nos EUA, estreou na telas italianas a tempo para as comemorações de São Pedro e São Paulo; e enquanto o mundo celebrava o testemunho daquele que foi o primeiro Papa, seus expectadores puderam acompanhar a história de um papa que jamais existiu.

Fonte: Zenit.

A liberdade humana e a alta valia e responsabilidade de um voto.


Dante Alighieri

"O maior bem que por sua munificência Deus concedeu ao mundo; aquele que melhor revela a Sua bondade; o que Ele tem em mais alta conta - é o anseio de liberdade, do qual as criaturas raciocinantes, todas e exclusivamente, foram e são dotadas. Isto posto, podes valorar qual seja diante de Deus a alta valia do voto, pois nesse ato a aceitação d'Ele une-se ao querer humano. Ao firmar-se tal pacto entre Deus e o homem, este sacrifica o tesouro precioso do livre-arbítrio e o faz exercendo esse mesmo privilégio. Que outro bem pode compensar o rompimento de tal voto? Se pensas usar outra vez aquilo que já tenha ofertado, estarás pretendendo fazer bom uso de mérito fraudulentamente ganho. 

Com isto, ficas esclarecido no tocante ao ponto capital. Mas pensarás que a Igreja, dispensando por vezes a alguém dos votos, pratica contrariamente àquilo que ensinei. (Para compreender) é preciso que, raciocinando largamente sobre estes complexos temas aguardes melhores esclarecimentos, sem os quais desta doutrina não se alcança entendimento completo. Presta atenção ao que explico e guarda-o na alma, pois não resulta em aprendizado aquilo que é ouvido e não guardado.

Dois valores são necessários para constituir a essência do sacrifício (que é voto religioso): um é o objeto que se sacrifica (o livre-arbítrio), o outro é o pacto assumido. Este último, quando não observado, jamais conhece cancelamento. Mas a tal propósito já fiz, conforme ouviste, bem ampla exposição. Daí que os hebreus estiveram obrigados a cumprir perenemente o voto feito, embora, em alguns casos, conforme sabes, tenha sido possível permutar o objeto das promessas. Da matéria do voto é permitida mudança quando haja ensejo, sem que com isso falta seja cometida. Mas ninguém ouse, por sua própria sentença, sem o voltear da chave branca e da amarela (beneplácito da Igreja), mudar o peso que livremente aceitou. Esteja, além disso, seguro de que toda permuta será falaz se o objeto substituto não for maior do que o substituído, da forma pela qual o quatro está no seis contido. Assim, se o voto feito for de tal grandeza que incline ao máximo o prato da balança, naturalmente não haverá voto maior que o possa compensar.

Portanto, ó mortais, não contraí votos futilmente! Sede fiéis a tal propósito (...). Ó cristãos, sede ponderados em vossos votos, não agindo a tal respeito qual pluma sensível a todos os ventos, acreditando em que qualquer voto vos eleve aos olhos divinos. Para orientar-vos, tendes o Velho e o Novo Testamento e o chefe da Igreja. Isso vos baste para alcançardes a salvação. Não permitais que a cobia material empane vossa virtude; sede homens e não inermes, a fim de que os judeus entre vós de vossa fé não zombem, vendo-vos irrefletidos. Não procedais como o cordeirinho que, mal deixando de sugar o leite materno, inexperto, vivaz, por capricho puro contra si mesmo combate"

Dante, Divina Comédia, Paraíso, V.
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