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Sobre Francisco e as uniões homoafetivas II


A inverdade é sempre ruim, seja por parte daqueles que acusam injustamente, seja por parte dos que defendem também injustamente. A devoção ao Papa tem sido atualmente vista por boa parte dos católicos como uma espécie de servilismo ingênuo que tende a divinizar até mesmo os espirros do pontífice. Os membros da Igreja ficam temerosos de aceitar aquilo que eles mesmos percebem estarrecidos e terminam optando por um fideísmo que é estranho ao catolicismo, um dogmatismo não nas posições da Igreja, mas na pessoa daquele que ocupa o cargo mais alto na hierarquia visível. A atitude correta, ao contrário, deve ser, ainda que com respeito, um tanto mais prudente. O próprio Pontífice deve estar, ele mesmo, a serviço de algo muito mais alto: a verdade. Neste sentido, ele não tem a mínima autoridade de mudar o ensino bimilenar católico. Este ensino versa sobre duas áreas: a da Doutrina e a da Moral.

Eu escrevi um texto sobre os supostos recentes ditos de Francisco numa entrevista de maio de 2019 onde ele parecia contradizer o ensino católico de sempre no que diz respeito Às uniões entre pessoas homossexuais. Assistindo ao vídeo inteiro, notei que a parte mais polêmica não se encontrava na película original que foi disponibilizada. Um recente documentário que gerou essa polêmica mais recente trazia um excerto daquela entrevista seguida de uma parte adicional, estranha àquela fonte, mas disponibilizada como se nela tivesse a sua origem. Como, vendo a entrevista inteira, eu não achei a dita parte, atribuí o acréscimo a uma outra fonte e, provavelmente, a um outro assunto. A edição, assim, teria tido o intento de provocar uma impressão falsa, atribuindo à fala de Francisco um sentido que ela não teria. É aquilo de que se queixa o próprio entrevistado na versão que se encontra no youtube.

Porém, eu também havia notado que o fundo amarelo e o ângulo da câmera da parte adicionada pareciam coincidir com a anterior. À noite, eu soube de um vídeo do Bernardo Küster sobre o mesmo tema. Nele, Küster notava que a parte polêmica não estava no vídeo original, mas ele atribuía isto ao fato de ela ter sido cortada, dado o seu conteúdo dissonante com o ensino católico, talvez a pedido dos próprios membros que acompanham o Pontífice. É uma possibilidade bastante lógica. Se este for o caso, então teríamos de admitir que Francisco, ainda que só como opinante pessoal, abraça uma tese frontalmente anticatólica, algo totalmente estranho para alguém que é tido como Vigário de Cristo.

Existem, ainda, outros indícios de que talvez seja disso que se trata, mesmo. A expressão usada por Francisco foi "lei de convivência civil". Parece que se trata aí de um termo técnico equivalente ao nosso "união civil" e referente ao reconhecimento legal das relações homoafetivas. Este é um ponto.

Outro ponto é o seguinte: como a polêmica explodiu pelo mundo, esperava-se que Francisco ou algum órgão de imprensa do Vaticano se pronunciasse a respeito, esclarecendo o real sentido do que ele teria dito ou pelo menos denunciando a edição que teria criado uma falsa impressão. Até agora, porém, parece que isto não foi feito, o que também é bastante estranho. Se houvesse um cuidado com a opinião frágil dos fiéis, isto era o mínimo que se deveria esperar.

Há ainda um terceiro ponto: conforme li no Fratres in Unum, o Vatican News noticiou o seguinte: "o Papa Francisco recebeu em audiência privada o diretor nomeado ao Oscar, Evgeny Afineesky, no dia do seu aniversário, e o acolheu com um bolo e velas. O diretor está em Roma para apresentar o seu documentário 'Francisco'". Rui assim a tese de que este diretor estaria tentando perverter as palavras do Pontífice. Na verdade, o clima entre eles é de harmonia, e o documentário foi ou está para ser apresentado em Roma, sob o olhar complacente e aprovador do bispo de Roma. Houvesse aí algum equívoco, a Igreja se pronunciaria imediata e contundentemente. Mas não é o caso.

Enfim... esperemos os próximos passos deste imbróglio. Mas, ao contrário do que eu tentava dizer no outro texto, parece que o que se temia é que é real. Não obstante, seja qual for a posição pessoal de Francisco, o certo é que a posição da Igreja permanece fixa e imutável. Neste sentido, os católicos não têm o que temer.

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