"Cristo não ensinou e sofreu a
fim de nos tornarmos, mesmo em nossos amores naturais, mais cuidadosos com
nossa própria felicidade. Se o homem não faz cálculos com relação aos entes
queridos terrenos a quem vê, irá provavelmente agir da mesma forma para com
Deus a quem não vê. Iremos aproximar-nos mais de Deus aceitando os sofrimentos
inerentes a todos os amores e oferecendo-os a Ele, em lugar de fazer tudo para
evitá-los. É preciso despojar-nos de toda a nossa armadura defensiva. Se nossos
corações tiverem de partir-se, e se Ele escolher este como sendo o meio de
parti-los, assim seja."
"Amar é ser vulnerável. Ame
qualquer coisa e seu coração irá certamente ser espremido e possivelmente
partido. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém,
nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em passatempos e pequenos
confortos, evite todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife ou no
caixão do seu egoísmo. Mas nesse esquife - seguro, sombrio, imóvel, sufocante -
ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai tornar-se inquebrável, impenetrável,
irredimível.
A alternativa para a
tragédia, ou pelo menos para o risco da tragédia é a danação. O único lugar
fora do céu onde você pode manter-se perfeitamente seguro contra todos os perigos
e perturbações do amor é o inferno."
C.S. Lewis, Os Quatro Amores
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