Tradutor / Translator


English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Vigília da Natividade


S. Boaventura, Bispo

O que nela foi concebido é do Espírito Santo (Mt 1,20).

Embora não se possa encontrar na natureza exemplo adequado para o que é acima da natureza, contudo vemos de modo diverso originar-se o esplendor da luz, o broto da vide, a flor da haste da árvore.

O raio se origina da luz, que é da mesma natureza, mas não dizemos que a luz sejam raios e vice-versa; assim, é o Filho, do Pai, dado que é substancial ao Pai, mas nem o Filho é o Pai, nem o Pai é o Filho. Por isso é que, relembrando a Igreja essa gloriosa natividade, canta: Ó Oriente, esplendor da luz eterna. (Antífona do Advento).

Nasce o broto na vide por isso que a fecunda e vitaliza, mas não a abre nem a viola, nem lhe altera a integridade. Assim nasce Deus na virgem a ponto de a cumular, fecundar, santificar, mas sem a dilacerar, sem a violar, sem a macular. Por isso, ao comparar o que dela nasceu ao broto, diz o Senhor pelo Profeta: "A Davi suscitarei rebento justo; (Jer 23,5) e, vós, ó céus, lá do alto orvalhai, e chovam as nuvens o justo; abra-se a terra e brote o Salvador. (Is 45,8).

Origina-se a flor do ramo ou da árvore, de modo que nem altera o ramo mas o melhora: nem o dilacera, senão que o adorna. Assim nasceu da Virgem, não abrindo nem alterando, pois essa porta será fechada para sempre, não se abrirá e varão não passará por ela (Ez 44,2), diz Ezequiel, mas fecundando e ornando. Por isso se compara seu nascimento ao desabrochar da flor: Sairá haste da raiz de Jessé e uma flor se desprenderá dela. (Is 11,1).

Assim, pois, o dela nascido, nasceu de Deus Pai, antes de estar no ventre, assim como o esplendor, da luz; nascido do ventre da Virgem Mãe, assim como o broto, da videira; nascido também do ventre, assim como a flor nasce do ramo, da haste ou da árvore.

No primeiro nascimento, nasceu e sempre nasce de seu Pai, segundo a natureza divina; no segundo e no terceiro, nasceu da Virgem Mãe, segundo a natureza humana; no segundo e no terceiro, se nos mostrou na terra para remédio; o primeiro se nos reserva no céu, como prêmio. O segundo nascimento se refere ao dia da presente solenidade, em que lemos acerca de seu nascimento; o terceiro diz respeito ao da solenidade de amanhã, em que cantamos: Nasceu-nos um menino; o primeiro se refere ao dia da eterna solenidade.

S. Boaventura, Vigília da Natividade, Ofício Marial.
Blog Widget by LinkWithin

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...