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Como o demônio não tolera o oferecimento de nós mesmos a Deus pelas mãos de Maria


Pe. Francesco Bamonte

O que me impressiona mais, durante os exorcismos, nas atitudes e nas expressões dos demônios é o seu medo e ódio terrível à oferta que fazemos de nós próprios a Deus, por amor, em espírito de reparação dos nossos pecados e dos pecados dos outros, pondo previamente esta oferta nas mãos de Maria, a fim de que seja ela a apresentá-la ao Senhor. Na prática, trata-se de dar, com grandíssimo amor, pelas mãos de Maria, a nossa vida a Deus, com a intenção de reparar as ofensas que Ele e a Virgem Maria recebem dos pecados do mundo; para reparar as consequências dos nossos pecados e dos pecados dos outros; para obter a conversão daqueles que, por causa dos seus pecados, correm o tremendo perigo da condenação eterna1. Muitas vezes, experimentei o poder dessa oferta. De fato, aconteceu-me frequentemente que, quer no decurso dos exorcismos, quer no meu ministério sacerdotal, enquanto eu conversava com a pessoa possuída e lhe ensinava como se vive a oferta de si mesmo, o demônio, até aquele momento escondido, repentinamente manifestava-se furioso, porque não suportava que eu fizesse aquela catequese. Compreendi, então, com clareza, que essa oferta a Deus é um meio eficacíssimo, não só para tirar ao demônio os corpos que ele mantém possessos, mas também e sobretudo para arrancar às suas garras muitas almas que vivem no pecado. Como veremos, os próprios demônios, malgrado seu, tiveram de confirmar tudo isto com grande desapontamento.

Num parágrafo anterior (...), já descrevi o modo como a intercessão da Virgem não consiste apenas em orar, por nós e para nós, para nos obter não só a graça santificante e cada uma das graças de que vamos precisando, mas também em dar a Deus o que lhe oferecemos. Um dia, enquanto estávamos a apresentar e a oferecer a Nossa Senhora orações, alegrias, sofrimentos e toda a nossa vida, juntamente com os sofrimentos da pessoa possessa, o demônio foi obrigado a dizer: "Cada alegria, dor, sofrimento, oferecidos àquele Coração (de Maria), são doces ternuras de profunda caridade que ela aceita e oferece com as suas mãos e levanta-as à luz daquele Criador."

Um triste acontecimento tinha provocado em mim um grandíssimo sofrimento moral. Uma manhã, quando retomei os exorcismos, no primeiro dia depois daquela prova dolorosa, o demônio, sentindo-se irritado com o meu regresso aos exorcismos, quis desforrar-se e, de repente, começou a descrever com grande precisão, e rindo-se perfidamente e com grande satisfação, todos os fatos que me tinham causado aquela aflição, gabando-se de ter contribuído para suscitá-los e para fomentá-los. Também ameaçava provocar-me outros. Então, fiz esta oração: "Senhor, pelas mãos da Mãe Celeste ofereço-te com todo o meu coração aqueles sofrimentos." Ainda não tinha acabado de dizer a palavra "sofrimentos" e já o demônio mudava a "música". Com urros que rebentavam os tímpanos, gritou: "Não, nããoo! Foi ela que a apanhou (palavrão). Roubou-a! Logo a levou! (referia-se à oferta do sofrimento). Levou-a Àquele, imediatamente!!! Quase nem deu tempo de apanhá-la. Apanhou-a e levou-lha lá acima. Todas elas almas que me levooouu!!!"

Está ainda viva em mim a recordação de um episódio que aconteceu recentemente: durante uma conversa pessoal, eu tinha ensinado a oferta a Deus de si próprio, pelas mãos de Maria, ao marido de uma senhora que recebia exorcismos. Eu também tinha composto uma oração que ele deveria inserir entre as suas orações da manhã e da noite, para vivificar o espírito desta oferta diária.

Naquele momento, a esposa não tinha qualquer possibilidade de saber nada do que eu dissera ao marido, porque vinha ao nosso encontro com a filha. Tendo chegado junto d nós e sido iniciado o exorcismo, logo o demônio, berrando, disse: "É inútil que ensines aquelas coisas a esse (e disse um palavrão, apontando com o dedo o marido daquela mulher) e, depois, aquele papel que escreveste (referia-se claramente à oração que eu tinha composto, vou rasgá-lo, vou rasgá-lo!"
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1- De fato, os pecados, segundo a sua gravidade, nunca deixam de ter efeitos: provocam sempre danos, tanto em quem os comete, como na sociedade inteira. O dano mais grave, porque não há possibilidade de remédio, para quem persevera no pecado até ao último instante, é o Inferno.

Pe. Francesco Bamonte, A Virgem Maria e o Diabo nos Exorcismos.
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