 |
Medinho de mim?!!! Oh, que dó! |
Fiquei estarrecido e indignado quando, ontem já pela noitinha, vi
no blog do Everth a notícia de que o corajoso Pe. Paulo Ricardo está sendo alvo de uma perseguição covarde por parte de membros do próprio clero. Fui ler a tal carta de quatro páginas que buscava cassar os direitos - e mais que direitos, os deveres - do Pe. Paulo Ricardo de aparecer na mídia e desempenhar o excelente trabalho que tem feito já há vários anos.
Quem quiser ler a carta 'abjeta' - sim, esse é o termo apropriado - clique
aqui e prepare seu estômago. Passo a fazer alguns comentários sobre o assunto.
Lemos, logo de início, o seguinte:
"O que nos move é nosso desejo de comunhão, unidade, amor à Igreja e ao sacerdócio e a busca de verdadeira justiça, reconciliação e perdão."
Mas que coisa mais escrota! Amor à Igreja?! Esse pessoal que escreveu a tal carta parece estar somente interessado em ser deixado em paz com seus costumes disparatados, com suas invencionices litúrgicas, com seu modernismo extremo, com seu protagonismo narcisista reverberado pelo fato de serem sacerdotes e religiosos, e se utilizarem de suas posições para dar voz aos devaneios heréticos de todo matiz. Amor à Igreja? "O zelo por tua casa me consome". Esta frase define muito mais o Pe. Paulo Ricardo a quem, como a Elias, querem fazer silenciar.
"Estou devorado de zelo pelo Senhor, o Deus dos exércitos. Porque os israelitas abandonaram a vossa aliança, derrubaram os vossos altares e passaram os vossos profetas ao fio da espada. Só eu fiquei, e querem tirar-me a vida" (I Re 19,10)
E eles falam de "verdadeira justiça". Isto é muito esclarecedor. Jesus diz: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça e tudo o mais vos será dado em acréscimo". No entanto, para o clero incomodado com o Pe. Paulo Ricardo, a "verdadeira justiça" parece estar justamente no esquecimento da lei objetiva de Deus e na transformação da sua casa num ambiente de experimentos exóticos como
este. Será que algum destes padres, inflamados pela "verdadeira justiça", chegou a dizer pelo menos um "a" pra esse padre sem noção que vemos no vídeo, ou pra dar-lhe pelo menos um cascudo? Não.. Pra eles, tudo isso é lindo, é perfeito, gera união.
Mas esta é a união dos covardes, é o falso irenismo de que falava Pio XII, é o total desprezo pela Liturgia Católica e pelo Sagrado autêntico. É aquele tipo de paz caricata de quem não quer ajeitar as coisas para não causar mal estar. "Então, deixa assim". "Quem se importa de que Deus esteja sendo ofendido? Desde que não o estejamos nós!" Porém, apareceu o Pe. Paulo Ricardo e, para que Deus não mais fosse aviltado, não se preocupou de causar mal estar nem de acusar os erros de que o nosso clero infelizmente é pródigo. Ah, mas aí o Pe. Paulo cometeu uma blasfêmia: atacou o deus verdadeiramente cultuado por esses que escreveram a nefanda carta: o ego deles.
Infelizmente, os padres esqueceram que, objetivamente, a Igreja é a casa de Deus.
"Quão terrível é este lugar! É nada menos que a casa de Deus; é aqui, a porta do céu" (Gn 28,17)
E este Deus é extremamente zeloso. No entanto, alguns padres e bispos fizeram da Igreja uma "casa de negócios", de interesses próprios, de aberrações litúrgicas, de difusão de heresias e de promoção de vaidades. E quem é o Pe. Paulo Ricardo para ter a ousadia de atacar tudo isso de modo escancarado, não é? Pois eu digo: É um padre que se veste de preto por está morto para o mundo (Gl 6,14) e, naturalmente, morto para as vossas apelações covardes de tentarem fazer com que a sua voz se cale. Vocês suportam todo tipo de invencionice nos templos, todo tipo de heresia confundindo as almas dos fiéis, as reboladas e palmas diante do Santo Sacrifício da Missa, a livre promoção da heresia da libertação já tantas vezes condenada pela Igreja; com tudo isto, vocês são muitíssimo tolerantes, já que muitos de vocês são os primeiros a contribuírem para esse tipo de coisa. Porém, se uma voz se ergue para ser fiel ao Papa e ao verdadeiro ensino católico, aí vocês querem abafar?! Já se vê por aí que é muito certo o ensino moral da Igreja: os vícios são todos amigos. Dos promotores de heresias e desmandos, o que esperar senão covardia e dissimulação?
Pe. Paulo Ricardo, com a sua batina preta que tanto vos incomoda, usa ainda os trinta e três botões à frente, que lhe lembram a idade de Nosso Senhor, de Quem vocês parecem fazer questão de esquecer ou de, no mínimo, desprezar, já que tanto O desobedecem. E não adianta vir falar de amor a Deus, porque Ele mesmo disse: "Se me amais, cumprireis os meus preceitos" e nisto estão inclusos os preceitos litúrgicos e a retidão doutrinal.
Pe. Paulo Ricardo tem ainda mais cinco botões nas mangas, lembrando as cinco chagas de Nosso Senhor, que lhe avisam continuamente por Quem é que Ele deve lutar e a Quem deve agradar, conforme diz S. Paulo:
"Se eu quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo". (Gl 1,10)
Eis aí a verdadeira justiça, caros clérigos! "A julgar pelo tempo, já devíeis ser mestres! Contudo, ainda necessitais que vos ensinem os primeiros rudimentos da palavra de Deus" (Hb 5,12). Mas, não; não é que vocês não saibam, é que não se importam. "Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração" (Mt 6,21). Mas parece que o vosso tesouro não está na verdade.
E vejam a extrema bondade desses clérigos ao se referirem ao Pe. Paulo:
"Diante de um homem amargurado, fatigado, raivoso, compulsivo, profundamente infeliz e transtornado toma-nos, como cristãos e como sacerdotes, um profundo sentimento de compaixão e misericórdia".
Pe. Paulo Ricardo, amargurado, fatigado, raivoso, compulsivo, profundamente infeliz e transtornado? Como chegais a esta brilhante conclusão, oh vossas sapiências? Somente porque ele ataca as asneiras que saem de vossos lábios consagrados e acusa a vossa duplicidade? Ora, mas quem foi que ordenou seja a nossa linguagem "sim, sim; não, não"? (Mt 5,37) Em vosso parecer, o verdadeiro Jesus - não o que vós construís nos vossos devaneios românticos e sincréticos - deve bem ser um infeliz e transtornado. Será? Logo Ele que disse: "Que a minha alegria esteja em vós e que a vossa alegria seja completa"? (Jo 15,11). Acontece, caros senhores, que buscais um tipo esdrúxulo de caridade sem verdade e esta atitude foi justamente condenada pelo nosso Sumo Pontífice, Bento XVI, gloriosamente reinante, contra quem esperneais obstinadamente. O que vos falta, nas palavras de S. Pio de Pietrelcina, é "cérebro e coração": nem pareceis entender a contradição das vossas invencionices, nem amais o que devíeis amar, razão pela qual sois tão tolerantes contra quem brinca e pisa na Doutrina e na Liturgia - pois vós mesmos o fazeis - enquanto que, por outro lado, vos portais como cruzados da difamação e da mentira contra os poucos que ainda combatem pelo lado certo. "Compaixão e misericórdia"? Não.. Pareceis na verdade apavorados, isso sim.
 |
Close no rosto amargurado do Pe. Paulo Ricardo |
E vocês reclamam dos supostos "danos morais que ele desfere publicamente e através dos diversos meios de comunicação contra nós, sacerdotes e bispos empenhados plenamente na construção do Reino de Deus".
Empenhados na construção do Reino de Deus? De que Deus? Usais a terminologia cristã para falar de um projeto imanentista que esvazia o sagrado e tenta, na prática, aplicar os princípios da revolução esquerdista! Veja o vosso descuido pela conversão correta dos fiéis; veja o vosso desprezo pela manutenção da vida da graça nos que vos foram confiados. O que nós vemos - e não é difamação - é que vos parece muito mais importante a militância dos fiéis em sindicatos sociais e a difusão do "Reino de Deus" como se fosse algo a se produzir sobretudo na esfera política, na busca de uma sociedade igualitária, bem aos moldes da TL. Esquecei-vos, porém, de que o próprio Cristo - o verdadeiro; não Marx, Che Guevara ou quaisquer dos demais gurus esquerdopatas - afirmou enfaticamente que o Seu Reino não é deste mundo (Jo 18,36). Caríssimos, vós mais confundis que esclareceis, e ainda falais que estais plenamente empenhados na construção do reino de Deus. Não, não estais. Se o discurso do Pe. Paulo vos incomoda, isto é uma clara evidência sobre o lado ao qual vós aderistes.
Em seguida, referindo-se ao Pe. Paulo Ricardo, a carta o define como um "homem de verbo fácil, de muitos artifícios oratórios e também de muitas falácias e sofismas".
Vejam só. Gostaria que os referidos padres e religiosos autores da carta expusessem quais sejam as tais falácias e os tais sofismas. Nossa, eu gostaria imensamente! No entanto, estes mesmos clérigos enchem a carta do mais puro "ad hominem", tentando desacreditar o Pe. Paulo, não pela refutação de seus argumentos, mas pela difamação da sua imagem. E a coisa é tanta, que chegam a dizer que ele não tem "saúde mental" para desempenhar a função que, sejamos sinceros, ele desempenha com maestria. Quem são os falaciosos mesmo???
E o interessante é que, quando é para o seu próprio proveito, eles não receiam citar até o Papa Bento XVI, nos dando um exemplo claro de perfídia e de língua bifurcada. Porém, a citação que fazem é tão desastrosa e se aplica tão mal às palavras do Pe. Paulo que a impressão que fica é que se trata, na verdade, de uma tentativa desesperada de arriscar qualquer coisa.
E veja com que caridade eles se referem ao Pe. Paulo quando dizem ter ele "uma verdadeira obsessão de traços patológicos pelo uso da batina". hehehe... Nossa, como a batina incomoda, não? Como ela lembra do dever de um padre e contrasta com o comodismo de outros como que lhes acusando que estão a dever alguma coisa. E dizer que ele tem "traços patológicos" foi, sem dúvida, uma expressão de profunda caridade e de verdadeira compaixão.
Chegam ainda a dizer que o Pe. Paulo faz da batina um uso meramente ideológico. Mas que olhar penetrante o desses senhores, capaz de adentrar nos últimos recônditos das entranhas do Pe. Paulo Ricardo e sondar-lhe, aí, suas mais verdadeiras e íntimas intenções! Julgamento de Intenção Detected!
Outros termos caridosos atribuídos ao Padre: é de uma "Influência nefasta", "ultrapassa os limites do fanatismo", é "apenas um polêmico" que estaria sendo motivado por "interesses de carreira", é "pouco honesto" e é movido por "zelo doentio". Sobre a época das eleições, quando o Pe. Paulo nos recomendou, reverberando a voz do Papa Bento XVI e nos impelindo à coerência com a nossa Fé, a não votarmos em partidos abortistas, estes caluniadores dizem agora que ele "enfurnou-se em um cordão de calúnias". Será que os autores desta carta caridosa e tão comovedora votaram na Dilma? Hum... Quem sabe, né?
Por fim, eles terminam a carta fazendo um pedido como que de últimas esperanças. Quase visualizamos lágrimas em seus olhinhos perscrutadores das entranhas alheias. Vejam o que eles pedem:
"Solicitamos... que o Pe. Paulo Ricardo... seja imediatamente afastado das atividades de magistério... e das demais atividades por ele desenvolvidas nas diversas instituições formativas sediadas na Arquidiocese e fora dela tais como direção espiritual de seminaristas, palestras, conferências e celebrações, pois não tem saúde mental para ser formador de futuros presbíteros. Pedimos também que seja afastado de todos os meios de comunicação social em todo e qualquer suporte, isto é, meios eletrônicos, meios impressos, mídias sociais e rede mundial de computadores."
Haha... Querem calar o Pe. Paulo de todo jeito possível, rs... Para eles, ter "saúde mental" deve ser algo como adotar uma posição sempre fluida, sempre mole, sempre covarde, que aceita qualquer coisa, que não tem nada como definitivo, que não se importa com os desmandos, que está somente preocupado com o bem estar, com as conveniências, com o politicamente correto, com o respeito humano, com as duplicidades, com os "jeitinhos brasileiros", com a absolutização do subjetivo, etc, etc...
Bem. Quero terminar este post, afirmando que eu estou inteiramente favorável ao Pe. Paulo Ricardo que tem, repito, feito um trabalho fenomenal na Igreja aqui do Brasil. Embora a CNBB ainda nos desperte grande curiosidade sobre qual seja a razão da sua existência - e ela nos envergonha continuamente por suas omissões -, o Pe. Paulo tem suprido grande parte deste constrangimento e tem sido parte fundamental na formação de muitos católicos, coisa que eu tenho visto com meus próprios olhos. Ele tem contribuído para que muita gente redescubra a beleza do catolicismo sem mesclas de heresias e tem despertado em muitos um interesse pelo estudo da Doutrina, pela moral, pela liturgia. Alguns destes, tomando contato com ares puros que nunca sonharam existir, como que recobram o vigor e o ânimo de se dedicarem ao Evangelho, de se lançarem neste bom combate da Fé, de abandonarem o grande engodo do relativismo e de buscarem ter uma vida santa, com assiduidade sacramental, cultivo da Graça e retidão de caráter.
Enquanto isso, há tantos outros - e diariamente vemos os mais toscos exemplos - que parecem estar a brincar com as coisas sagradas, fazendo das igrejas católicas salões de festa, de comes e bebes, de músicas de rodeio, de celebrações muito próximas dos cultos afros, de concelebrações com maçons, de meditação transcendental, de catequese marxista, etc, etc. E o que acontece com estes sacerdotes? Nada! Ninguém diz um "a"! Todo mundo se acovarda! E alguns acham a coisa mais linda do mundo!
No entanto, se um padre põe uma batina, já é mal visto. Se ensina a doutrina católica sem erros e acredita no que diz a Teologia, já é visto como um fanático. Quem não percebe que esta contradição clama aos céus?! É hora de se decidir. Que ninguém mais fique em cima do muro. Ou somos católicos ou não somos. Ou estamos com Jesus, ou estamos contra Ele. Quem com Ele não ajunta, espalha.
Apoiemos o Pe. Paulo Ricardo, e lembremos das palavras de Nosso Senhor:
"Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus" (Mt 5,11-12)
Quero divulgar duas coisas:
Já há uma petição pública em apoio ao Pe. Paulo Ricardo. Peço que assinem. Para tal, cliquem
neste link.
Acontecerá também um twittaço em favor do Pe. Paulo Ricardo nesta Quinta-Feira, dia 8 de Março, às 19h. Participem também.
Deixo-vos, enfim, com dois trechos de poesias de duas das maiores santas da Igreja. Meditem-nos e se decidam.
"Não haja, entre nós, covarde!
Aventuremos a vida:
Não há quem melhor a guarde
Que o que a deu por já perdida.
Jesus comanda a investida,
E prêmio será da guerra;
Ah! não durmais, ah! não durmais,
Porquanto não há paz na terra."
(Sta Teresa D'Avila)
"Morrerei no campo de batalha,
de armas na mão"
(Sta Teresinha de Lisieux)
Ad Iesum Per Mariam
Fábio.