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Jovem ateia, leitora do “novo ateísmo”, até que leu Bento XVI e Santo Tomás de Aquino


Megan Hodder é inglesa, tem 21 anos e é uma leitora voraz. Desde o Pentecostes deste ano, também é católica, recém-batizada. 

Há cerca de dois ou três anos ninguém poderia prever isto, porque Megan não recebeu absolutamente nenhuma educação cristã e lia com assiduidade e gosto autores de divulgação do “novo ateísmo”: Dawkins, Harris, Hitchens…

Mas tudo mudou quando decidiu que para poder zombar da Igreja Católica, grande símbolo da irracionalidade, devia ler diretamente Bento XVI. E aí foi onde começou uma conversão marcada pela lógica, razão e pensamento.

CRESCER DEPOIS DO 11 DE SETEMBRO

“Fui educada sem religião, e tinha 8 anos quando sucedeu o atentado das Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2001. A religião era irrelevante em minha vida pessoal, e durante meus anos de estudo a religião só proporcionava um fundo de notícias sobre violência e extremismo”, assinala em seu testemunho no “The Catholic Herald”.

Megan é representante de uma geração jovem que cresceu lendo autores como Dawkins, Harris e Hitchens, que com um estilo informativo afirmam que a religião é a causa de quase todos os males do mundo, que o terrorismo islâmico é a prova e que o cristianismo é quase a mesma coisa.
Mas desde a adolescência, Megan entendeu que tinha que ler algo mais do que apenas os polemistas do novo ateísmo. Decidiu se instruir sobre “os mais distintos inimigos da razão, os católicos”, para refutá-los em sua ignorância.

UMA FÉ COMPATÍVEL COM A RAZÃO

A primeira coisa que fez foi ler o famoso discurso em Ratisbona de Bento XVI, que defendia a razão frente à fé cega. A maneira com a qual a BBC em línguas asiáticas difundiu este discurso nos países islâmicos causou grandes manifestações anticristãs, com violência e vítimas fatais.

Também leu o livro mais curto que pôde encontrar de Bento XVI: “Sobre a consciência” (tradução livre da obra).

“Esperava e desejava mostrar sua irracionalidade e preconceitos, para justificar meu ateísmo. Mas em contrapartida, um Deus que era o Logos se apresentou a mim; não um ditador sobrenatural que esmaga a razão humana; mas a fonte da bondade e verdade objetivas, que expressa a Si mesmo, para a qual se orienta nossa razão, e onde alcança sua plenitude; uma entidade que não controla nossa moral de maneira robótica, mas que é a fonte da nossa percepção moral…”.

O fato é que aquilo que Megan encontrava não era o que os autores do “novo ateísmo” diziam. “Era uma percepção da fé mais humana, sutil e, sim, crível, do que esperava. Não me conduziu a uma epifania espiritual dramática, mas me animou  a buscar mais o catolicismo, a reexaminar com um olhar mais crítico alguns problemas que tinha com o ateísmo”.

OS PROBLEMAS DA MORAL SEM DEUS

Megan entendia que uma moralidade sem Deus tem duas tendências problemáticas, ou é tão subjetiva que chega a ser absurda, ou tenta seguir uma suposta lógica estreita que leva a resultados tão desumanizantes que causa repugnância.

As teorias éticas que melhor superavam estes problemas, entendeu, eram teístas, e depois de ler Bento XVI o teísmo não parecia tão absurdo.

DAWKINS NÃO ENTENDEU TOMÁS DE AQUINO

Outro problema presente no “novo ateísmo” é a metafísica. “Logo percebi que confiar nos novos ateus para ter argumentos contra a existência de Deus foi um erro, porque Dawkins, por exemplo, trata de maneira desdenhosa Santo Tomás de Aquino em “Deus, um delírio”, Dawkins só aborda um resumo das Cinco Vias e sem entender aquilo que apresentam. Foquei-me nas ideias tomistas e aristotélicas, e vi que apresentavam uma explicação válida do mundo natural, uma explicação que os filósofos ateus não souberam atacar de maneira coerente”, escreve Megan.
Megan buscou incoerências e inconsistências na fé católica, mas teve que admitir que uma vez aceitando sua estrutura e conceitos básicos, tudo se encaixa “com uma velocidade impressionante”.

O GRANDE OBSTÁCULO: A MORAL SEXUAL

A exigente moral sexual católica começava a ter sentido quando era abordada a partir dos textos da “Teologia do Corpo” de João Paulo II. George Weigel deu a ideia fundamental em “Cartas a um jovem católico”, quando disse: “as coisas importam”. No catolicismo o sexo importa, o corpo importa, a vida e a fertilidade importam, o que se faz é importante, tem consequências e expressa algo.

“A moral sexual católica não é uma lista de proibições, como pintam por aí”, escreve Megan em seu blog. “É o reconhecimento de que existe uma harmonia entre Deus e a humanidade que está incrustada no mundo material, que se manifesta de uma forma assombrosa e aguda na complementaridade entre o homem e a mulher e seu chamado a ser uma só carne”.

Megan, que cresceu numa Inglaterra de liberalismo sexual absoluto, assinala “o fato de que os métodos contraceptivos são responsáveis por quase dois terços dos abortos do Reino Unido, e as doenças sexualmente transmissíveis alcançam níveis altos, históricos”, para indicar o fracasso do “sexo-sem-consequências”.

Sobre o feminismo, constata que a cultura pansexual converteu a mulher num mero objeto, não num ser humano com igual dignidade, e que desconhece a realidade da fertilidade feminina e seus ritmos naturais.

A “Teologia do Corpo” e a moral sexual católica oferecem assim “um modelo de relações humanas que é seguro, duradouro e comprometido, encima de bases sólidas, ordenado para a unidade e a vida. O ideal católico das relações humanas é um desafio exigente, mas um desafio rumo à excelência, para ser fiéis às nossas necessidades reais e às de nossos companheiros”.

É A VONTADE, NÃO O INTELECTO

Megan se deu conta de que os livros levavam-na à fé, mas que, apesar disso,“a fé não é um exercício intelectual, um assentir a certas proposições, mas um ato radical da vontade, que gera uma mudança total na pessoa”. Percebeu como eram os católicos que conhecia, gostou e deu o passo.

No domingo de Pentecostes de 2013, Megan foi batizada e ingressou, assim, na Igreja Católica.
Hoje assinala que “para cada ateu confesso e embasado, existe outro sem nenhuma experiência pessoal com a religião, nem interesse no debate, que simplesmente se deixa levar pela corrente cultural. Espero ser um exemplo, ainda que seja pequeno, da atuação do catolicismo, em uma era que às vezes parece ser tão oposta a ele de maneira indiscutível”.

Fonte: Reparatoris
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4 comentários:

  1. Durante muito tempo esperei:
    Do meu pai, carinho, um afago ao menos;
    Da minha mãe, amizade, a melhor possível;
    Dos meus irmãos, compreensão, toda, na verdade;
    Do meu marido, provas de amor e total companheirismo;
    Dos meus filhos, respeito e muita atenção;
    Dos amigos, consideração.
    QUANTA EXIGÊNCIA!!!

    Por outro tempo, ainda, busquei dentro de mim mesma, tudo que achava que tinha necessidade. Desprezei as pessoas, me valorizei demais me olhando como se fosse perfeita e pensei poder resolver todos os problemas sozinha e, de repente, comecei a me sentir vítima de um mundo cruel e desleal.
    QUANTA PRETENSÃO!!!

    Sentindo-me em um poço escuro e sem saída, sofri uma depressão e síndrome do pânico, a covardia, muito natural do coração humano, deu o ar de sua “graça”. Pedi a Jesus que tomasse para si a minha vida e fizesse com ela o que achasse melhor, porém, deixei claro que se dependesse de minha vontade, queria morrer. Fácil, não é?
    QUANTO ENGANO!!!

    Jesus nem pensou em me atender, sequer ouviu meu pedido. Mal me ouviu dizer que podia tomar conta da minha vida e bastou para vir ao meu encontro e acudir o mais rapidamente possível e transformar do jeito que queria. Parece que fazia muito tempo que esperava por aquele momento. Não olhou para meus erros nem julgou minhas falhas. Perdoou meus pecados, me libertou do tabagismo e de todos os males e, para me purificar, me colocou numa fornalha! Como se faz com a prata!
    QUANTO SOFRIMENTO!!!

    Passei a enxergar o quanto era incapaz e miserável. O quanto falhava e errava com todo mundo e, principalmente, comigo mesma. Pode não parecer, mas para a soberba de um coração que endureceu tanto, que nem chegava a bater dentro do peito, a pior coisa foi reconhecer as minhas maldades e falhas. Não há dor maior do que sentir essa humilhação. Só passando por isso para saber. Porém, depois as coisas mudam de figura.
    QUANTA ALEGRIA!!!

    Alegria de estar livre do meu próprio querer para viver o mesmo querer que Jesus viveu, O QUERER DO PAI que sabe o que é melhor para mim. Ter a certeza de que Jesus só concluirá esse trabalho quando conseguir ver, em mim, o reflexo de Sua Face!!! Isso mesmo!!! Pois quem deve viver em mim, agora, é Ele e sei que Sua vontade é que eu faça a Sua vontade e assim será. Para sempre cantarei louvores e contarei as graças que recebi. Sei que só Ele pode oferecer tudo que esperei e procurei neste mundo e não encontrei. Só Ele provê o necessário para eu viver feliz e muito mais, me fez compreender que para se ter felicidade, é preciso de pouquíssimo, além de Seu grande Amor.
    QUANTO AMOR!!!!!!!!!!!!!!

    Tanto, que se divide e abrange toda a minha família e todos os que me rodeiam. Tanto que meu marido também foi liberto do vício do álcool, meus filhos que sempre brigaram, hoje são amigos. ELE cumpre a promessa que fez e que diz que se eu CRER, eu e minha casa seremos salvos.

    EU CREIO!

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  2. Amém, caríssima!

    Fico feliz pelo seu testemunho.

    Que Deus a abençoe e a Virgem Maria sempre te conduza. Pax!

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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