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Possessão demoníaca e Psiquiatria - Faria a Igreja confusão?


Pe. Gabriele Amorth

Fazem-me rir certos pretensiosos teólogos modernos, que afirmam como sendo uma grande novidade o facto de certas doenças se poderem confundir com a possessão diabólica. Certos psiquiatras ou parapsicólogos estão nas mesmas circunstâncias: pensam ter "descoberto a América" ao proferir tais afirmações. Se fossem um pouco mais instruídos, saberiam que as autoridades eclesiásticas foram as primeiras a pôr os teólogos de sobreaviso contra esse possível erro. Nos decretos do Sínodo de Reims de 1583, a Igreja já tinha chamado a atenção para este possível equívoco, afirmando que certas manifestações, consideradas como sinais de possessão diabólica, poderiam, com efeito, ser apenas sintomas de doenças mentais. Nessa época, porém, a psiquiatria ainda não tinha nascido e os teólogos acreditavam no Evangelho.

(...) Tenho muito apreço por esses psiquiatras que têm competência profissional e o sentido dos limites da sua ciência, e que sabem, honestamente, reconhecer quando um de seus pacientes apresenta sintomas que não se enquadram nas doenças reconhecidas cientificamente. O professor Simone Morabito, psiquiatra em Bergamo, afirmou ter provas de que um grande número de doentes, apelidados de doentes psíquicos, eram na realidade possessos de Satanás, e conseguiu curá-los com a ajuda de alguns exorcistas.

(...) Sem dúvida que é muito difícil distinguir um endemoninhado de um doente psíquico. Contudo, um exorcista experimentado está mais apto a distinguir esta diferença do que um psiquiatra, porque o exorcista tem presente as várias possibilidades e sabe reunir elementos que lhe permitem fazer essa distinção. Na maior parte das vezes, o psiquiatra não acredita na possessão diabólica, por isso, não tem sequer em conta essa eventualidade. Há bastantes anos, o padre Cândido exorcizava um jovem que, segundo o psiquiatra que o tinha seguido, sofria de epilepsia. Este médico aceitou vir assistir a um exorcismo. Logo que o padre Cândido pousou a mão sobre a cabeça do jovem, este caiu por terra, como acontece nas convulsões. "Vê padre, trata-se com toda a evidência de um caso de epilepsia", apressou-se o médico a dizer. O padre Cândido inclinou-se e voltou a pôr a mão sobre a cabeça do jovem. Este levantou-se bruscamente e ficou de pé, imóvel. "Será que os epiléticos fazem isto?", perguntou o padre Cândido. "Não, nunca", respondeu o psiquiatra, evidentemente perplexo perante aquele comportamento.

(...) Aprecio imenso os sábios que, mesmo sem serem crentes, reconhecem os limites da sua ciência. O professor Emílio Servadio, psiquiatra, psicanalista e parapsicólogo de renome internacional, fez declarações interessantes à Rádio Vaticano, em 2 de fevereiro de 1975:

A ciência deve parar perante aquilo que os seus instrumentos não podem verificar nem explicar. Não podemos definir exatamente estes limites, porque não se trata de fenômenos físicos. Mas ceio que todo o cientista digno desse nome sabe que os instrumentos não vão para além de um certo ponto.

No que se refere à possessão demoníaca, só posso falar em nome próprio e não em nome da ciência. Parece-me que, em certos casos, o caráter maligno e destruidor dos fenômenos atinge um nível tão específico, que é verdadeiramente impossível confundir este tipo de fenômenos com aqueles que o especialista (parapsicólogo ou psiquiatra) registra nos casos de tipo Potergeist ou outros. Para dar um exemplo, isso seria comparar um garoto traquina com um criminoso sádico. Há uma diferença que não se pode medir com fita métrica, mas que se pode facilmente perceber. Creio que um homem de ciência deve admitir a presença de forças que escapam ao controlo da ciência e que a ciência, como tal, não é capaz de definir.

Pe. Gabriele Amorth, Um exorcista conta-nos. 8ª Ed. Prior Velho: Paulinas, 2012. p. 53-54; 66; 67-68)
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