Durante toda a história do cristianismo, víamos pessoas que proclamavam, desprovidas de medo e munidas de amor, com imensa alegria o fato de serem cristãs. Que graça, que alegria! O tempo do erro passara. O Cristo, de fato, tinha vindo à nossa humilde convivência; dignara-se ensinar-nos a perfeição da Verdade. Instruíra-nos sobre a forma de agradar a Deus, convencera-nos sobre a vaidade que é viver para as coisas mundanas, instituíra a Sua Igreja em nosso meio e se mantivera, fisicamente, unido a nós, em Seu Corpo e Sangue, em todas as Igrejas do mundo. Preparava-nos assim a alma e a morada celeste, onde, enfim, se daria a plenitude da felicidade e do amor, a perfeita comunhão de um Deus que deu Sua vida por amor com a alma, resgatada e inflamada no mesmo amor, a ponto de, amante e amado, constituírem um só, como o fazem o esposo e a esposa ao se tornarem uma só carne.
A barbárie havia passado, e com ela toda a mentira. A ordem foi dada: Ide e ensinai. Eis a reta hierarquia das coisas. As perguntas fundamentais do ser humano foram respondidas. Cabia-nos, enfim, lutar contra as más tendências que permaneciam na tentativa de nos distrair desta sublime verdade.
No entanto, hoje em dia, como naquele tempo dos judeus, os homens rejeitaram a luz. Escolheram as trevas, se ocultaram em cavernas tenebrosas e, como disse o Apóstolo, escolheram fábulas e criaram falsos mestres ao invés de aderirem à Verdade revelada. Rejeitaram o Verbo de Deus. Entre suas fantasias e contos de comadres que, impressionantemente, encaixam-se umas às outras, como se fossem resultado de uma conspiração underground contra a Verdade, está a famosa doutrina materialista, antiga na verdade, mas que ganhou nova força nestes tempos, devido ao alastramento da doutrina socialista pelo mundo. Por amor à verdade, discorramos então sobre alguns pontos desta teoria que, não obstante sua fragilidade infantil, tem ganho muitos adeptos que, lamentavelmente, têm correspondido à infeliz subdoutrina, tornando-se também eles infantis na maneira de ver o mundo. As contradições são muitas, a começar pelo reducionismo econômico, segundo o qual, a força determinante para toda mudança na humanidade, seria a questão econômica. Descarte-se então toda outra motivação humana. O amor, por exemplo, segundo o socialismo não move nada. Dessa forma, o ideal deles de liberdade seria apenas motivado pelo interesse econômico. Hehe... Muitos que geralmente aderem a este sistema não refletem sobre as implicâncias de sua crença. É lamentável. Mas, sem nos determos nesta questão, passemos a uma rápida análise de alguns princípios da teoria.
Primeiramente, é importante ressaltar que o materialismo observa, como os demais sistemas, o princípio de causalidade. Causa e efeito são admitidos e cridos. Neste sentido, a causa dos problemas sociais seria a propriedade privada. A causa da desigualdade seria a existência de classes. A causa da emancipação seria a revolução. É interessante isto, mas se torna ainda mais interessante se a gente questionar o materialismo sobre a causa primeira das coisas. Todas as coisas são causadas por algo anterior. Na filosofia tomista, se diz que um ser em potência só pode ser posto em ato, por um ser em ato. Ora, mas o materialismo, negando o espírito e qualquer transcendência, teria, ou de negar a causa primeira, num processo retroativo infinito (ilógico), ou de escolher como causa primeira uma matéria. Mas, então, esta matéria incriada, seria uma espécie de ser transcendente. Isto seria uma coisa muito estranha. Segundo o princípio da causa primeira, o materialismo não se explica.
De outra forma, poderíamos notar que ao observar o princípio da causalidade, o materialismo, negando o espírito, torna-se mecânico, isto é, toda a transformação, não havendo uma vontade pessoal que nela aja, torna-se meramente determinista. Daí surgem novos problemas:
De outra forma, poderíamos notar que ao observar o princípio da causalidade, o materialismo, negando o espírito, torna-se mecânico, isto é, toda a transformação, não havendo uma vontade pessoal que nela aja, torna-se meramente determinista. Daí surgem novos problemas:
Primeiro, como explicar que as coisas se transformem? Para tal, deveríamos conceber uma espécie de dinamismo inerente às partículas da matéria. Só isto explicaria a sua diversidade. Muito estranho...
Segundo, como explicar que as coisas materiais se organizem de forma tão ordenada? Isto não supõe a existência de uma inteligência que as ordene? Seria uma tendência natural da matéria em ordenar-se? Ora, e por que, então, não saem computadores, carros, televisores do lixão? Por que as coisas não se concertam por si só?
Em terceiro lugar, se o materialismo é forçosamente determinista; isto implica que as coisas seguem um curso mecânico. Tudo já está determinado. Como, então, falar de liberdade? Como prometer a emancipação da sociedade? Se alguém é determinista, então não tem sequer a liberdade de tomar um sorvete ou de dizer um bom dia porque, se o disser, somente o fez por já estar determinado. Determinismo e liberdade são antagônicos, são opostos.
Resumindo então estas questões, teríamos que o materialismo é inconsistente, entre outros motivos, porque:
1 – Não explica a causa primeira
2 – Não explica porque as coisas se transformam
3 – Não explica porque as coisas estão dispostas em perfeita ordem
4 – Observa o determinismo, que se opõe ao conceito de liberdade, que ele promete.
Estas são apenas algumas questões, vistas muito rapidamente, sobre alguns princípios do materialismo. Ele não se sustenta. Mas, infelizmente, pelo seu caráter de revolução e baderna, tem conseguido muitos adeptos e, mais infelizmente ainda, suas ramificações tem se infiltrado em meios católicos.
Que Nossa Senhora nos proteja deste mal, e rogue a Deus para que nos conserve fiéis à sua Santa e Perfeita Verdade.
Resumindo então estas questões, teríamos que o materialismo é inconsistente, entre outros motivos, porque:
1 – Não explica a causa primeira
2 – Não explica porque as coisas se transformam
3 – Não explica porque as coisas estão dispostas em perfeita ordem
4 – Observa o determinismo, que se opõe ao conceito de liberdade, que ele promete.
Estas são apenas algumas questões, vistas muito rapidamente, sobre alguns princípios do materialismo. Ele não se sustenta. Mas, infelizmente, pelo seu caráter de revolução e baderna, tem conseguido muitos adeptos e, mais infelizmente ainda, suas ramificações tem se infiltrado em meios católicos.
Que Nossa Senhora nos proteja deste mal, e rogue a Deus para que nos conserve fiéis à sua Santa e Perfeita Verdade.
Fábio Luciano
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