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Palestra de Dom Valério sobre o Papa e a Juventude, no retiro do TLC



Encerrando este encontro com os cardeais, o Papa surpreendeu a todos com um discurso em latim dizendo: "eu não consigo mais dar conta do peso que caiu por cima de mim durante este tempo para dar à Igreja tudo o que a Igreja precisa com o serviço de Papa. E então, diante do desafio e o encargo que me foi dado, para o bem da Igreja, eu renuncio."

Já alguns dias atrás, o Papa disse assim: "Ou comigo ou com outro, a JMJ Rio 2013 acontecerá". Mas, agora que aconteceu isso, provavelmente ele tinha em mente esta notícia e será com outro papa, porque ele já se pronunciou. E então, eu que conheço um pouco - não sou companheiro direto, mas acompanhei um certo percurso desse papa - devo dizer que nós temos um papa grande; provavelmente, dele se falará por séculos que virão, do jeito que hoje, por exemplo, se continua falando de Sto Agostinho, de Santo tomás de Aquino, como os grandes mestres da Igreja. O papa Bento XVI iguala esses grandes mestres. Ele não é só mestre. Eu aqui gostaria de entrar num assunto angustiante.. Não se escandalizem das palavras que vou dizer, mas entendam a grandeza que é pertencer à Santa Igreja.

Eu defino esse papa mártir. Todo mundo sabe que os mártires são aqueles que, na Igreja, se mantiveram tão fiéis a tal ponto de dar a vida. Pois bem, mesmo que este papa não tenha derramado o sangue, mas derramou sua vida. Eu acredito que ele não tem mais nada como fibra física que o sustente. Ele gastou tudo, se gastou, se doou, não segurou pra si nada. Está, vamos dizer, respirando. Mas ele viveu estes anos como papa com uma doação total de si a Jesus Cristo e à Igreja. Pra ele, essa doação se parece e é um martírio. É como se ele derramasse seu próprio sangue, porque se pode ser mártir mesmo com a vida íntegra...

Quando ele assumiu a Igreja, disse de forma antecipada que lobos ferozes estavam atacando a Igreja. Então, ele pedia orações para enfrentar e não fugir. Eu estou convencido de que a nossa sociedade, que está violentamente caindo no precipício do abandono da Fé, do abandono de Jesus Cristo, do abandono da Igreja...; está acontecendo isso porque há lobos ferozes querendo derrubar a Igreja. Este papa lutou com a Doutrina, com os gestos muito firmes, mesmo sendo uma pessoa muito meiga. Quem, por acaso, como eu que tive a oportunidade de conversar pessoalmente, ele é de uma doçura que você fica encantado. Mas é também uma pessoa bem decidida, e então voltando a esta declaração: rezem por mim para que eu nao fuja diante dos lobos. Nós, olhando estes anos de 2005 até hoje, devemos dizer: a partir dos padres e dos bispos, o Papa sofreu o que o diabo amassou. Vivemos estes tempos últimos com rebeldias muito sérias; desobediências da parte de certos padres que abandonando a fidelidade a Jesus, ao Evangelho, ao Ministério, começaram a descambar por caminhos os mais horríveis. E estas coisas que estou dizendo, acredito que vocês deveriam, bem ou mal, interpretar, porque a sujeira da Igreja ficou exposta a pública vergonha, e esta sujeira dentro da Igreja. Os padres estão como que atordoados...; eu acho que Satanás está avançando terrivelmente, querendo derrubar a Igreja. Mas nós sabemos que Nosso Senhor venceu. Nós sentimos o sofrimento do Santo Padre, o Papa, mas contemporaneamente nós proclamamos na nossa Fé a certeza de que as portas do inferno não prevalecerão. Mas é claro que no momento do sofrimento, vai sofrer. Mesmo sabendo que a vitória não é da mão dos inimigos; a vitória é de Nosso Senhor. 

Durante estes anos do Papa Bento fez uma limpeza radical na Igreja. O mundo, vamos dizer, mundano, diante da ação firme deste papa, não gostou. E o atacou. Dos Papas destes últimos tempos, o mais martirizado pela mídia, pelos poderes hostis, foi este papa que se manteve sempre firme, de cabeça erguida. Mas, vocês imaginem: o mundo em cima, chicoteando e o papa firme. Mas é claro: é feito de carne e osso. Então o sentimento de constrangimento, de sofrimento, de se ver como que rejeitado não é o mais feliz nem psicologicamente confortável. Mas ele se manteve firme. Diante dos lobos, ele não fugiu. Cumpriu com a promessa. E então, estava tocando em primeiro lugar, na desobediência dos padres e, em parte, dos bispos. mas vamos ver: e os leigos, e o mundo? O mundo (...) não engoliu este Papa. Mas também há leigos dentro da Igreja - não precisa olhar fora - que não entenderam que este Papa chamava todos para serem fiéis a Jesus Cristo, fiéis ao Evangelho, fiéis à Igreja, e os adultos parecem descambar para uma outra época que poderíamos definir de 'um novo paganismo', como se a humanidade voltasse para trás, para o estado dos pagãos, os tempos pré-cristãos. Hoje nós vivemos em governos que propõem leis contrárias à lei de Deus - uma rebeldia contra Deus que nunca se viu. Há uma conspiração do mundo pagão contra a Igreja, contra Jesus Cristo. E o Papa que representa a união de toos os discípulos de Jesus, é claro que foi o alvo de todos os ataques. E então, os leigos critãos ficaram muito aquém do que era de se esperar. Adultos, que agora são pais, mães, avós, políticos, abandonaram a Fe Cristã. Acharam que seguir Jesus Cristo era uma coisa que não interessava mais. Um intelectual, que eu conheci, uma vez disse: "eu sou cristão, mas não acredito em Deus." Assim é o tempo nosso. O homem pode até dizer: sou cristão, mas a minha fé é insignificante, eu to perdido, não acredito como deve ser. Não é por acaso que o Papa Bento XVI proclamou o ano da Fé como um chamado urgentíssimo para que todos os cristãos se voltem para Jesus Cristo, façam um retorno à Igreja. Mas, recentemente, o Papa falou aos jovens e é sobre isso que quero dizer alguma coisa: eu fiz toda essa conversa para chegar a este ponto. O Papa falou aos jovens. Claro que quando ele falou - é recente - tinha em mente o gesto que ele levou a cabo hoje com a declaração que fez. Quase um testamento. Ele disse assim: o futuro da sociedade e o futuro da Igreja está nos jovens. Porque ele vendo este cenário assustador da rebeldia da sociedade nos adultos, ele está vendo que os jovens [são a esperança].

Eu digo a vocês que o santo padre, o Papa, tem esta confiança: a esperança do mundo, do futuro, tanto da sociedade civil e da Igreja, como sociedade religiosa, está na mão dos jovens. E então, por isso também ele pensou que precisava de um papa jovem. 

Vocês, por favor, tomem consciência dessa palavra: a Igreja está nas suas mãos, e também a sociedade. A Igreja aposta em cada um de vocês. Naquela oportunidade em que o Papa falou, acrescentou esta outra palavra: não se deixem levar pela paralisação da vida juvenil. Os adultos querem jovens banalizados, alienados, jovens que não tenham uma personalidade, jovens que obedecem a comando de outros, e não jovens de convicção. A palavra que o Papa usou é "banalização da juventude" que está acontecendo hoje e, fatalmente - e não digo por culpa do jovem que, sendo jovem, não tem experiência de astuciosidade acumulada dos anos vividos e que, então, é muito fácil induzir a seguir qualquer caminho, o mais leviano possível, porque, sob a aparência de euforia, de alegria, de não sei o quê, se veicula venenos mortais para os jovens de hoje. A paralisação é vender barata uma alegria que não é tal. O jovem hoje é banalizado quando é empurrado goela abaixo a fazer o que todos fazem, aquela macaquice de qualquer jeito, porque é assim que é a felicidade hoje. Será que é assim mesmo? Hoje a banalidade - quando se diz a banalidade, se pode dizer também o vazio da vida, um viver, assim, estúpido, alienado, viver assim sem saber por que, sem saber o que está fazendo... O que a sociedade apresenta como modelo de banalidade é aquela famigerada transmissão do big brother - ali é a banalização da vida do jovem, de jovens perdidos, alienados, que não sabem o que fazer da vida. Por isso, o Papa deixou essa palavra de apelo firme e forte: jovens, não cedam à mentira, ao engano da banalização da vida.

Dom Valério, Transcrição de Palestra feita no Retiro do TLC da Diocese de Penedo-AL, 2013.
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