Um jovenzinho de doze anos, daqueles que servem ao Altar, esteve disposto a dar a vida por Cristo. Fazendo-se voluntário para levar o Santíssimo aos encarcerados cristãos, que seriam martirizados no dia seguinte, Tarcísio preferiu morrer a deixar que profanassem o Corpo do Senhor. Levava os Santos Mistérios numa caixinha de prata, encostada ao peito, e seguia com passo firme e decidido. Interrompido em seu caminho, permaneceu resoluto e não entregou a Eucaristia aos profanadores sendo, por isto, agredido e apedrejado. Morreu, então, como mártir, por amor à Fé, por amor ao Cristo, para não deixar que desonrassem o Corpo de seu Amado.
Tarcísio cumpre perfeitamente o Evangelho de Nosso Senhor, pois está escrito: “quem ama cumpriu toda a lei” e “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. Este jovenzinho, de doze anos, lembra aquele outro, Domingos Sávio, que morreu com quinze, mas que, mais ou menos com a mesma idade de Tarcísio, assumiu como regra de sua vida o severo voto de “antes morrer que pecar”. E foi isto o que Tarcísio fez. Observando estas atitudes de profunda maturidade destes jovens, somos impelidos a ver nestes episódios o cumprimento das palavras do Senhor: “Estas coisas são reveladas aos pequenos e escondidas aos sábios” e ainda “deixai vir a mim as criancinhas”.
São Tarcísio, hoje, vem fazer-nos um grande apelo: o de não profanarmos o Corpo e o Sangue de Cristo e de defendermos a Sua honra com a nossa vida. Pede-nos para que nós mesmos não sejamos a causa de tanto sofrimento e humilhação para o Senhor. Nos escritos de S. Pe. Pio, numa de suas visões, Jesus aparece desfigurado e, diante da indiferença, da falta de fé e do desprezo pelo Santíssimo Sacramento, principalmente por parte de alguns padres, Ele afirma que sua agonia no Ghetsêmani se estenderá até o fim do mundo. De fato, quantas profanações, quantos desrespeitos, falta de zelo, falta de amor, indiferenças, falta de fé... Quantos maus tratos ao Amado de nossas almas. Conversas na Santa Missa, chicletes, roupas escandalosas, desobediência, desatenção, desprezo, desamor.
É urgente que se erga novamente nos corações, em especial dos jovens, um ardente amor pelo Corpo e o Sangue de Cristo. Zelo semelhante àquele do qual estava animado Elias ao dizer: “estou devorado de amor pelo Senhor Deus dos Exércitos”. Amor que ao escutar a sofrida pergunta de Jesus: “também vós quereis me abandonar?”, responda, como Pedro: “a quem iremos, Senhor, só Tu tens palavras de vida eterna”. É preciso que tenhamos corações eucarísticos, que sejamos homens e mulheres de vida centrada na Eucaristia, de assiduidade no Santo Sacrifício da Missa, e de respeito no trato com o sagrado. Como Moisés que precisou retirar as Sandálias na montanha santa, precisamos também despojar nosso coração e o oferecer, tal qual é, a Nosso Senhor.
Que São Tarcísio, assim como S. Domingos Sávio, e tantos outros que deram a vida por amor do Cristo, possam interceder por nós, a fim de que também nestes tempos existam jovens que ardam de amor pelo Cordeiro, que se prostrem diante do Seu Sacrifício, que comam a Sua Carne e bebam o Seu Sangue. Que a graça de Deus, vinda pelas mãos da Mãe do Verbo, possa nos dar corações humildes e simples, que honrem a Deus, que se consumam diante do Altar, que consolem a Jesus, que desagravem o seu Sacratíssimo Coração e que vivam deste Mistério. Que a Santa Missa seja o centro da nossa vida, que a Carne e o Sangue do Senhor sejam nosso alimento por excelência. Eis o Pão dos Fortes! Quem não O comer, não terá a vida.
Fábio Luciano
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