E eles fazem a festa...
Neste último final de semana, um seminarista de 23 anos, cujo nome aqui preservo, na cidade de Maceió, lançou o seu primeiro livro. Parece que este era o seu trabalho de conclusão do curso de Filosofia. Porém, muito estranhei ao ver o título do livro e ainda mais surpreso fiquei ao saber que o que ali estava escrito representava a sua adesão pessoal àquela teoria.
Já na capa, se distinguiam claramente aqueles dois instrumentos que, associados, simbolizam aquela pseudo-filosofia repugnante: a foice e o martelo mostravam que o livro tratava sobre o marxismo. A princípio, este pode ser naturalmente um tema abordado por um católico; mas, em geral, se assim fosse, o estudo não consistiria em uma defesa da teoria, mas, antes, em um ataque, uma refutação. E isto, não a partir de uma raiva a priori pelas falácias esquerdistas, mas porque espera-se de um católico que curse filosofia que se dê ao mínimo interesse metafísico, o que seria suficiente para reputar a foice e o martelo para o canto das historietas e ingenuidades.
Pois bem. Um amigo meu foi ver este episódio singular e atestou-me que o seminarista em questão é totalmente marxista. Já aí existem vários problemas. O rapaz, mesmo que não saiba, está em uma grande contradição. Explico-me: alguém não pode ser marxista e não ser materialista; uma coisa implica a outra. Ora, o materialismo é uma visão cosmológica, como o afirmara Plekhanov, que afirma que a matéria encerra o real. O terreno espiritual, que espera-se familiar de um seminarista, é tido como ilusório para os materialistas. Se alguém concebe, porém, que, além da matéria, existe a esfera espiritual, tal pessoa não pode ser materialista e, portanto, não pode ser marxista. Por isto mesmo, reconhece-se facilmente que o cerne do marxismo é o ateísmo, e isto é consenso não apenas entre os católicos que estudam estas questões, mas inclusive entre os marxistas mais sinceros. A existência de Deus seria uma evidência da falsidade intrínseca do materialismo.
Com base nestas afirmações, notemos, então, a desafinada situação em que se encontra o nosso jovem escritor: é seminarista (caminha para o sacerdócio), é marxista, o que implica que seja materialista, o que o faria, na prática, um ateu. No entanto, não creio que o rapaz se declare nesta última posição. Logo nos agradecimentos de seu livro, Deus é citado e não creio que este jovem estaria num seminário se não acreditasse na divindade. Mas justamente por isto, a contradição permanece. E se ele não nota esta gigante incongruência de sua posição, então teríamos de supor uma formação filosófica quase que cômica, que o levaria a assumir a posição marxista (ou melhor, a repetir certos conceitos) e permanecer confortável como seminarista católico. Isto, porém, vai mais a fundo; considerando que o nosso colega faz parte de um contexto, independentemente de suas leituras particulares, poderíamos nos questionar qual a qualidade do ensino ministrado neste seminário... Este meu amigo, que já fora seminarista também, garante a boa formação que lá se tem. Se assim é, sinceramente não entendo como um seminarista possa assumir o marxismo como filosofia própria. E Sto Tomás de Aquino? Às latrinas?
Outro dia, eu conversava com um outro seminarista do mesmo lugar. Adentrando nestes campos esquerdistas, o rapaz falou algo mais ou menos assim: “É... o sempre presente Marx”... Só um esclarecimento: este rapaz é carismático. Não creio que tenha, também, assumido a posição materialista, mas a maneira quase solene, quase de veneração, com que soltou aquele arroto “filosófico” mostra um respeito excessivo ao marxismo, que um católico não precisa ter...
Parece que, mais uma vez, estamos diante de Cristo e Barrabás, e que alguns daqueles que estão a consagrar a vida pelo Primeiro, conhecem-No tão pouco que optam pelo segundo: abandonam a Verdade e, como já escrevia S. Paulo, dão-se às fábulas.
Rezemos pelos seminaristas, nossos futuros padres...
Fábio Luciano
oxe eu sou catolico e gosto de Marx! ele dá a solução para essa desigualdade social pra esse abismo d pobreza! só por meio do marxismo podemos sanar esse mal!prova disso é o grande Che e fidel
ResponderExcluirQueria saber se vc leu o livro!
ResponderExcluircomo pode criticar algo apenas pelo que lhe falam.
Eu li,e percebi que o livro mostra um contraste entre o governo de Medici e o governo do seculo XXI.
Sim ia esquecendo, o trabalho feito pelo seminarista foi uma mamografia,e neste ele cita pensamentos,falas de alguns autores e ate mesmo do proprio governo ao qual ele se refere, em momento algum ele se inclui ou coloca sua opiniao!
Ate por que nao se deve da a sua opiniao quando se faz mensao a pensamentos alheios!
Por isso peco que leia o livro e nao critique antes de vc mesmo ter o lido e tirado suas conclusoes.
como vc mesmo falou a instituicao a qual este rapaz pertence tem uma otima qualidade de ensino,entao me pergunto como o proprio seminario iria deixar que algo desse tipo viesse a acontece,sera que eles nao iriam questionar antes que este livro fosse a publico? E algo a se pensar nao acha?
Ao sr. Anônimo, que muito bem sei quem é, e vive a escrever estas pérolas pra me encher (kk), poupo-me o trabalho de responder-lhe...rs...
ResponderExcluirÀ amiga Amanda da Silva...
ResponderExcluirSalve Maria, inimiga terrível do Marxismo, Socialismo, Comunismo e da TL!!!
Não li o livro.. Apenas o folheei e li algumas partes rapidamente. Mas estou para lê-lo.
De fato, eu o criticar pq ouvi alguém falando por alto seria algo desinteressante. Mas a pessoa em questão, que até queria me levar para este evento no Seminário, conhece-o bem, conviveu com ele, e me assegurou que ele defende esta posição. Não vejo pq não acreditar, embora eu concorde que seria mais interessante eu ler o livro, e o farei.
Mas seria a coisa mais lógica que ele fosse marxista mesmo; na capa posterior do livro lê-se que o autor do livro é, há tempo, um estudioso dos escritos de Marxs... Tudo evidencia que a posição do rapaz é realmente esta; alguém que estudasse constantemente Marx, e não fosse marxista, seria, com certeza, um apaixonado pela Igreja com a intenção de refutar essa teoria.. Mas tal não parece ser o caso do nosso colega, pois que seu livro não se preocupa em fazer qualquer defesa da Igreja; e isto vc mesmo diz quando explica que ele não pôs alí sua opinião, muito embora, se pretendesse fazer apologética, poderia ter citado autoridades da filosofia católica...
Mas com certeza, tal trabalho não é "neutro"... A própria antropologia afirma que isto não existe..
Mas, como já disse, vou seguir a sua recomendação: lerei o livro.
Sobre o nível acadêmico do seminário, eu apenas mencionei o que me falou um amigo, que já foi seminarista. Porém, por estas questões, eu, particularmente, fico com o pé atrás. Vc diz que, se fosse um caso de defesa do marxismo, o próprio seminário interviria.. Bem.. Esta seria uma atitude correta; mas hoje em dia se vê de tudo, Amanda. E mesmo pq inúmeros membros da Igreja têm uma profunda simpatia por esta ideologia torpe. Lançar um livro marxista num seminário seria a coisa mais fácil do mundo. Espero que o seminário de Maceió não seja destes...
Pax...