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O Mistério da Eucaristia - Parte II


Fundamentos do dogma da Eucaristia

A crença no mistério da Eucaristia assenta nos textos claros do Evangelho e na tradição - Achamos este ensino: 1º nas palavras da promessa da Eucaristia; 2º nas palavras da instituição; 3º no comentário que delas dá a tradição católica.

1º Palavras da Promessa

Jesus Cristo acabava de efetuar o milagre da multiplicação dos pães no deserto. Aproveita-se da circunstância para dizer à multidão. Aproveita-se da circunstância para dizer à multidão: "Sou o pão de vida, descido do céu; quem comer deste pão, viverá eternamente. O pão que hei de dar é a minha carne." A estas palavras os Judeus protestam; mas Jesus continua: "Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e se não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. - A minha carne é verdadeiramente uma bebida. Aquele que comer a minha carne permanece em mim e eu nele, e terá a vida eterna." (S. João, Cap. VI.)

Vê-se por essas palavras que Jesus Cristo promete formalmente dar a sua carne a comer e o seu sangue a beber, verdadeira e realmente, e não em figura, nem tão pouco de modo espiritual. Nisso os Judeus não se enganam, e em lugar de os dissuadir dessa interpretação de uma manducação real, o Salvador nela insiste e a confirma com mais solenidade. E quando alguns, achando essa linguagem muito dura e por demais incrível, se escandalizam e abandonam a Jesus Cristo, este, longe de pôr fim ao escândalo por uma explicação fácil se não se tratasse que de uma manducação pela fé, deixa-os partir, e confirma perante os apóstolos o ensino que acaba de dar. Prometeu pois dar a comer sua verdadeira carne, de modo real e substancial.

2º Palavras da instituição

No ano seguinte, que era aquele em que devia morrer, Jesus Cristo, com seus apóstolos, na quinta-feira santa, celebrou a Páscoa mosaica. No fim da refeição, tomou o pão, o benzeu, partiu e distribuiu entre os discípulos dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo, que será entregue por vós." Em seguida, tomando o cálice onde estava o vinho, o benzeu igualmente e a eles o deu dizendo: "Bebei todos disto, porque é o meu sangue, o sangue da nova aliança que será derramado por vós e por muitos em remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim." Estas palavras: "Este é o meu corpo, este é o meu sangue", entendidas no seu sentido natural, significam que, por sua virtude, o que era pão tornou-se o verdadeiro corpo de Jesus Cristo; e o que era vinho, veio a ser o sangue do Salvador. - Ora, tudo concorda para nos convencer que devem ser tomadas no seu sentido natural: o confronto com as palavras da promessa, o momento solene em que Jesus as pronunciou, - era véspera da sua morte, - a mesma natureza do ato cumprido pelo Salvador, porque se tratava de criar um dogma e estabelecer um sacramento pela duração dos séculos. Não eram horas, não era dia para se recorrer a equívocos, e por uma metáfora tão inconcebível quão desusada, induzir em erro toda a Igreja, dando como uma realidade o que não teria passado de uma simples figura de seu corpo e de seu sangue.

3º Tradição católica

É ao pé da letra que os apóstolos entenderam e interpretaram as palavras do Salvador: sirva de prova este ensino de são Paulo aos fiéis de Corintho: "Quem comer desse pão e beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue de Jesus Cristo, não fazendo o discernimento do corpo do Senhor". (I Cor, cap. XI) Assim não teria falado são Paulo, se apenas houvesse na Eucaristia uma imagem figurativa de Jesus Cristo. Aliás, toda a tradição católica, o ensino dos doutores, a prática geral e universal da Igreja, - sem falar dos numerosos milagres efetuados por Deus a favor deste dogma - provam-nos que as palavras de Jesus Cristo, as da promessa e da instituição, foram sempre interpretadas no sentido de uma presença real e verdadeira. - É preciso chegar até a época de Berenger (998-1088), e particularmente até o protestantismo do século XVI, para achar as primeiras negações do dogma católico, e é o caso de repetir com Tertuliano, que aquilo que foi sempre acreditado em toda a parte e por todos, deve ser conservado: Quod semper, quod ubique, quod ab omnibus... servandum est.

Monsenhor Cauly, Curso de Instrução Religiosa, Cap. VIII
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