Tenho lido frequentemente, em sites e blogs, uma verdadeira recomendação para que os fiéis não apenas aceitem e promovam a Santa Missa Tradicional, mas até mesmo deixem de frequentar a Santa Missa no rito de Paulo VI, a que se convencionou chamar de "missa nova".
Razões teológicas são levantadas, citações são evocadas e argumentos são tecidos. No entanto, eu vejo aí um problema. Primeiro, que a argumentação nunca aborda todos os pontos, e a conclusão, embora objetiva, pode resultar apressada.
Depois, o assunto da Sagrada Liturgia - e outros relacionados - é tema por demais alto. Justamente por isto é muito fácil, ainda que com boas intenções, cair em algum tipo de precipitação e dizer facilmente o que deve ou não ser feito. Neste caso, afirmar que não se deve assistir o Santo Sacrifício da Missa no rito de Paulo VI é muito sério. Há quem o diga tranquilamente, como se discorresse de assunto qualquer. Alguns afirmarão que esta tranquilidade se deve à certeza da Fé. Bem... Não vejo que as coisas sejam assim tão simples. Não estou defendendo aqui o relativismo do bem; de modo algum. Mas estes temas são tão graves, que uma palavra última sobre isto deve ser dada tremendo e, ainda assim, por um grupo muito seleto. Se todos pudéssemos, por nós mesmos, decidir o que devemos ou não fazer, não seria preciso o Magistério da Igreja. E aqui, chamo a atenção para a possibilidade de um "livre exame" extra bíblico.
A grande maioria dos católicos não dispõe da possibilidade de assistir a Santa Missa no rito tradicional. E dizer para este povo que não vá mais à igreja é, isto sim, ameaçar-lhes gravemente a salvação da alma. Depois, supor que este povo, afastado dos sacramentos, pode levar a cabo uma vida de santidade é grande ingenuidade; é como cair num naturalismo estranho.
Dentre os argumentos adotados para condenar a missa no rito novo estão os excessos absurdos que, sinceramente, não fazem parte do rito. Já dizia um adágio bastante conhecido que "o abuso não tolhe o uso". Aliás, é justamente pela necessidade de purificação do rito novo daquilo que ele não é, que Sua Santidade Bento XVI tem empreendido a conhecida "Reforma da reforma".
Então a questão se coloca: deveriam comunidades inteiras simplesmente parar de frequentar os Sacramentos porque não dispõem do rito tradicional? E, se não, esta recomendação estaria voltada somente aos "entendidos" em questões teológicas e litúrgicas, isto é, a uma suposta elite católica? Complicado isso.
Eu, particularmente, concordo que o rito tridentino expressa, de forma muito mais adequada e completa, a beleza e a grandeza do catolicismo e dá muito menos espaços aos abusos. Concordo que o rito novo é até diminuto se comparado àquele. Agora, dizer que não se deve mais frequentá-lo a quem não tem outra opção, considero excessivo. Claro, o que ponho aqui é somente uma opinião. Mas quero introduzir esta problemática; muitos tratam este assunto como se fosse coisa fácil, e não é.
Entendo os motivos teológicos discorridos nestes textos a que me referi, e não pretendo aqui me opor a eles. No entanto, não vejo como seria uma solução o afastamento voluntário e sistemático dos sacramentos por falta de quem os dispense no rito tradicional.
Por fim, creio que há ainda muito por alcançar na compreensão de todos os aspectos desta problemática. Se houvesse uma possibilidade de escolha, então eu estaria totalmente de acordo a que acedêssemos somente ao rito antigo. Mas, quando este falta, repito, não vejo como o privar-se dos sacramentos possa ajudar em algo.
Ademais, os sacramentos permanecem válidos e, portanto, podem dar às almas aquilo que, por seus esforços naturais, jamais obteriam. Penso também que, pelo fato de a Presença de Nosso Senhor ser real mesmo no rito de Paulo VI, onde tantas vezes O destratam, a nossa presença, de modo consciente e devoto, pode servir para consolá-Lo, assim como a Virgem e o Apóstolo João, aos pés da cruz, fitando-O amorosamente em meio às zombarias dos soldados e fariseus. Será que Jesus se faz presente, de fato, sobre um altar católico para que os fiéis dele não se aproximem? Não seria isto mais um aspecto do eterno Sacrifício do Senhor?
Não seria possível, ainda, um bom trabalho catequético, ainda que no rito novo?
São apenas questões... Este meu texto pode ser intepretado de modos diversos.. rs... Torço para que não me compreendam mal. Mas, estarei pronto para esclarecimentos e, se necessário, até a mudança de parecer. Como eu disse acima, é um assunto muito alto. Por ora, penso que é mais razoável obedecer ao Santo Padre.
Razões teológicas são levantadas, citações são evocadas e argumentos são tecidos. No entanto, eu vejo aí um problema. Primeiro, que a argumentação nunca aborda todos os pontos, e a conclusão, embora objetiva, pode resultar apressada.
Depois, o assunto da Sagrada Liturgia - e outros relacionados - é tema por demais alto. Justamente por isto é muito fácil, ainda que com boas intenções, cair em algum tipo de precipitação e dizer facilmente o que deve ou não ser feito. Neste caso, afirmar que não se deve assistir o Santo Sacrifício da Missa no rito de Paulo VI é muito sério. Há quem o diga tranquilamente, como se discorresse de assunto qualquer. Alguns afirmarão que esta tranquilidade se deve à certeza da Fé. Bem... Não vejo que as coisas sejam assim tão simples. Não estou defendendo aqui o relativismo do bem; de modo algum. Mas estes temas são tão graves, que uma palavra última sobre isto deve ser dada tremendo e, ainda assim, por um grupo muito seleto. Se todos pudéssemos, por nós mesmos, decidir o que devemos ou não fazer, não seria preciso o Magistério da Igreja. E aqui, chamo a atenção para a possibilidade de um "livre exame" extra bíblico.
A grande maioria dos católicos não dispõe da possibilidade de assistir a Santa Missa no rito tradicional. E dizer para este povo que não vá mais à igreja é, isto sim, ameaçar-lhes gravemente a salvação da alma. Depois, supor que este povo, afastado dos sacramentos, pode levar a cabo uma vida de santidade é grande ingenuidade; é como cair num naturalismo estranho.
Dentre os argumentos adotados para condenar a missa no rito novo estão os excessos absurdos que, sinceramente, não fazem parte do rito. Já dizia um adágio bastante conhecido que "o abuso não tolhe o uso". Aliás, é justamente pela necessidade de purificação do rito novo daquilo que ele não é, que Sua Santidade Bento XVI tem empreendido a conhecida "Reforma da reforma".
Então a questão se coloca: deveriam comunidades inteiras simplesmente parar de frequentar os Sacramentos porque não dispõem do rito tradicional? E, se não, esta recomendação estaria voltada somente aos "entendidos" em questões teológicas e litúrgicas, isto é, a uma suposta elite católica? Complicado isso.
Eu, particularmente, concordo que o rito tridentino expressa, de forma muito mais adequada e completa, a beleza e a grandeza do catolicismo e dá muito menos espaços aos abusos. Concordo que o rito novo é até diminuto se comparado àquele. Agora, dizer que não se deve mais frequentá-lo a quem não tem outra opção, considero excessivo. Claro, o que ponho aqui é somente uma opinião. Mas quero introduzir esta problemática; muitos tratam este assunto como se fosse coisa fácil, e não é.
Entendo os motivos teológicos discorridos nestes textos a que me referi, e não pretendo aqui me opor a eles. No entanto, não vejo como seria uma solução o afastamento voluntário e sistemático dos sacramentos por falta de quem os dispense no rito tradicional.
Por fim, creio que há ainda muito por alcançar na compreensão de todos os aspectos desta problemática. Se houvesse uma possibilidade de escolha, então eu estaria totalmente de acordo a que acedêssemos somente ao rito antigo. Mas, quando este falta, repito, não vejo como o privar-se dos sacramentos possa ajudar em algo.
Ademais, os sacramentos permanecem válidos e, portanto, podem dar às almas aquilo que, por seus esforços naturais, jamais obteriam. Penso também que, pelo fato de a Presença de Nosso Senhor ser real mesmo no rito de Paulo VI, onde tantas vezes O destratam, a nossa presença, de modo consciente e devoto, pode servir para consolá-Lo, assim como a Virgem e o Apóstolo João, aos pés da cruz, fitando-O amorosamente em meio às zombarias dos soldados e fariseus. Será que Jesus se faz presente, de fato, sobre um altar católico para que os fiéis dele não se aproximem? Não seria isto mais um aspecto do eterno Sacrifício do Senhor?
Não seria possível, ainda, um bom trabalho catequético, ainda que no rito novo?
São apenas questões... Este meu texto pode ser intepretado de modos diversos.. rs... Torço para que não me compreendam mal. Mas, estarei pronto para esclarecimentos e, se necessário, até a mudança de parecer. Como eu disse acima, é um assunto muito alto. Por ora, penso que é mais razoável obedecer ao Santo Padre.
Salve Maria!
ResponderExcluirDias atrás presenciamos o Egito saindo às ruas e exigindo aquilo que eles achavam que era direito para sua nação!
Oras, quando alguém reforça a afirmativa de que somente a Missa "antiga" é lícita, e o faz mediante documentos e na intenção que todos tomem consciência e de alguma forma procurem a VERDADE! Percebo que nisto não há perigo algum, e sim haja aí o início de um movimento contrário ao que ocorria muito antes do Concílio Vaticano II; porque é assim que ocorrem as mudanças!
Sim, muitos fiéis não tem a mão a Santa Missa, mas para conseguir tê-la terão que catequizar outras pessoas sobre sua necessidade, sua urgência, pq ela é insubstituível!
Entendo sua colocação, mas não concordo com ela; pois ficar "contornando" as coisas como estão não creio ser o melhor caminho! Quanto ao novo rito deixo apenas uma ponta para reflexão:
- Por quem foi criado? Para que foi criado? Quais seus frutos? Ele é obediente ao que Santa Igreja sempre ensinou? Traz a VERDADE REVELADA PELO ESPÍRITO SANTO? É fiel aos Santos Papas? Ele descaracteriza a Catolicidade? Enfim, ele é um rito santo ou profano?
Graças a Deus eu e minha família viajamos todos sábados 120 km atrás da Santa Missa! Sim é duro, é difícil e desgastante; porém viajaríamos mais longe se fosse necessário! E a respeito do preceito de domingo minha resposta está aqui no link abaixo, pois o padre reza somente nos sábados a Santa Missa Tridentina.
http://santopapabentoxvi.blogspot.com/2011/02/as-escamas-caem-dos-olhos-e-uma-escolha.html
Sei que a consciência do que realmente seja a missa moderna é revelada por Deus a seus filhos em medidas e tempo diferente; rezo para que Deus o faça entender melhor todas as questões que vc mesmo levantou neste artigo!
Continue sua busca, pois não ficará sem respostas! Parabéns pelo Católico que vc é e pelo seu Blog!!!
Fiquemos com Deus!
Giovana, Salve Maria!
ResponderExcluirEu não me oponho, de forma alguma, à promoção do rito tridentino. Ao contrário! Eu mesmo o promovo, como posso. Dentro do meu círculo de amizade e no grupo do qual faço parto, sempre estou fazendo ligeiras comparações entre os desmandos que vimos hoje, no rito novo, e a sobriedade do antigo. E, tomar conhecimento da beleza do rito tradicional pode sim, como você diz, ser o início de um retorno às fontes.
No entanto, passar deste início a uma atitude de vedar a assistência aos sacramentos no rito novo é que eu acho precipitado. E fazê-lo, embora possa decorrer de uma interpretação do fundo teológico do atual estado de coisas, sempre implicará numa atitude individual e que a Igreja jamais ousou sequer sugerir. E este "magistério alternativo" que, ainda que por boas intenções, vai se construindo é que eu acho um problema. Algumas coisas, claro, estão ao nosso alcance e podemos, se for o caso, até mesmo corrigir uma autoridade eclesiástica. Mas, quando se trata do Sacrifício do Senhor e da conduta que se deve adotar com relação aos sacramentos, é matéria gravíssima! Estamos falando da Redenção do Mundo e da Salvação das almas. NEste ponto, seguir uma interpretação pessoal, que pode, como eu disse, resultar apressada por talvez - e até provavelmente - nos escapar algum ponto da questão, é nocivo, é perigoso.
Nós, quando escrevemos estes artigos e aderimos a uma posição, muitas vezes o fazemos a partir de textos que foram comentados por outros. Ora, isso é, pelo menos, insuficiente para uma decisão tão séria. Não estou dizendo que é o seu caso, Giovana. Mas tenho visto, por aí, que há pessoas que, por muito pouco, se convencem de que Roma virou apóstata, e disso e daquilo. Ora, uma tal posição não pode ser adotada pela leitura de uns poucos artigos na internet. Isso eu acho frágil. Nós tendemos, ao ler alguma coisa, a nos deter somente nos elementos que foram dados no texto; mas há vezes que estes elementos são apenas um pequeno recorte do todo. Enfim... Creio que vc entende o que ponho aqui.
Eu também entendo as questões que me coloca, e que são questões seríssimas e muito justas, que nos põem num dilema.
Sobre a consciência do que seja a missa moderna, percebo que, em muitos, ela é formada, como eu pus acima, a partir da leitura de uns poucos textos. Mas tenho observado estas questões; sinto na pele os desmandos que o rito novo permite. Já assisti a Santa Missa no rito tridentino. Mas ainda ficam as questões:
ResponderExcluir-Deus, que é um Deus de ordem, se faz presente mesmo no rito de Paulo VI; repito a pergunta: Ele se faria presente lá para que não acorrêssemos ao Altar? Seria, na verdade, uma Presença sem finalidade?
-Se alguém tivesse um filho e não dispusesse de um padre tradicional para o batizar, deveria deixá-lo sem batismo?
A necessidade que temos dos Sacramentos é absoluta, pq Deus quis que fosse assim.
COncordo que deveríamos começar por uma profunda catequese. E falo com o meu pároco a respeito. Mas, até lá, afastar-se sistematiacamente da Eucaristia se dela só dispomos no rito novo, é um problema.
Por fim, fico receoso de um aparente racionalismo que, às vezes, parece animar alguns católicos. De novo, não estou dizendo que é o seu caso, rs.. Mas há quem, à força de deduções provindas de uma bem modesta leitura, já dispensam, comodamente, a necessidade de um Magistério e supõem, em posse de uns poucos conceitos, já abarcar todo o conjunto de complicados pontos teológicos e místicos.
Enfim, cara Giovana, agradeço a possibilidade dessa conversa e os seus parabéns a mim e a este blog. Digo o mesmo com relação a vc e ao seu, e rezo pelo seu apostolado.
A propósito, peço mesmo suas orações, pois amanhã começo o período de preparação para a consagração de S. Luís Maria Grignion de Montfort. Desde já, agradeço.
Deus a abençoe e guarde.
Fábio.
Salve Maria!
ResponderExcluirVc tocou num ponto interessante, será mesmo que esta missa é válida???
Quanto as orações fique tranquilo, pois hoje na Santa Missa lembrei-me de vc e coloquei-o aos pés do Crucificado.
Continue sua busca, vc encontrará as respostas!