Olá, esta é uma ótima pergunta e que eu mesmo, antes, já me fiz.
Os cravos dos crucificados eram realmente pregados nos pulsos ou
próximos a ele; há quem afirme terem sido colocados no chamado "espaço
de Destot", que é justamente no pulso. Porém, o Dr. Frederick diz que
tem mais fundamento, segundo o próprio Sudário, afirmar que ele fora
colocado no que ele chama de "a parte superior da palma", como uma
intersecção entre a mão e o pulso. Se fossem postos no centro das mãos,
estas não suportariam o peso do corpo. Inclusive, um experimento feito
pelo Dr. Barbet, e que que se tornou célebre, comprova este fato.
Como, pois, acreditar no fenômeno que acontece com alguns santos em que
os estigmas aparecem, não nos pulsos, mas nas mãos? Primeiro, vamos às
alternativas que tentam desmascarar o fenômeno. A primeira delas é a que
diz que são autoimpingidos. Porém, é uma alternativa absurda.. Os
santos estigmatizados em geral eram pessoas realmente muito santas,
muito espirituais e a dimensão sobrenatural era-lhes absolutamente
evidente por quem quer que se acercasse deles e manifestava-se por um
sem número de outros sinais. O exemplo mais interessante que podemos
citar seja talvez o do Pe. Pio. Quantos dons e sinais não acompanharam
esse padre durante toda a vida?! Coisas absolutamente sem nenhuma
explicação natural. Os que fazem vista grossa a isso tudo caem numa
imensa canalhice. E o fato também é que tal sobrenaturalidade
absolutamente evidente não seria característica de uma pessoa mentirosa e
enganadora.
A outra alternativa, ainda duvidando da autenticidade, é a de que eles
seriam criados por auto-sugestão. Porém, aqui bem caberia uma frase do
supracitado sacerdote: "experimente com força ser um boi, e veja se te
nascem chifres". A auto-sugestão, embora exista, tem sua eficácia
limitada. Não seria capaz de produzir lacerações como os estigmas. Além
do mais, a ciência já se deteve sobre o fenômeno e realmente o
reconheceu como provindo de uma causa sobrenatural. No caso do Padre
Pio, as chagas eram contínuas; ele perdia cerca de um copo de sangue por
dia e suas feridas nunca infectaram, e duraram 50 anos.
Cientificamente, não havia explicação.
Portanto, os estigmas são verdadeiros. Não estou dizendo que todos os
casos o sejam. Como se sabe, a Igreja é absolutamente prudente antes de
fazer uma afirmação deste tipo. Logo, se ela já o afirmou a respeito de
alguém, é porque os devidos exames foram feitos.
Por que, então, os estigmas aparecem em geral nas mãos e não nos pulsos?
Consideremos primeiramente que, dentre os estigmatizados, é falso que
todos apresentam estigmas na mesma região precisa. Isso tem uma certa
variação.. Mas, a grosso modo, podemos dizer que geralmente são nas
mãos. A primeira hipótese que nos vem é a de que, embora tendo uma
legítima causa sobrenatural, o estigma se imprime no local em que o
estigmatizado supunha ter sido a chaga do Cristo. Isso é muito razoável,
pois imagina S. Francisco de Assis, no monte Alverne, recebendo feridas
nos pulsos e, então, se perguntando: "mas o que são esses buracos?"..
Pode, então, haver uma grande conveniência divina de colocar os estigmas
num lugar onde eles seriam identificados como equivalentes às feridas
do Cristo.
Porém, os estigmas nas mãos também ocorreram em pessoas que sabiam ter
sido Nosso Senhor ferido em outra região. Um exemplo é a Teresa Neumann
que, portando as feridas nas mãos, afirmava: "Não creio que Nosso Senhor
tenha sido pregado nas palmas das mãos, no local em que tenho os
estigmas. Estes sinais não têm senão uma significação mística. Jesus
deveria estar fixado sobre a cruz mais solidamente." Note o que ela diz:
"estes sinais não têm senão uma significação mística". Penso que este
ponto é fundamental.
Além disso, é fato também que depois das chamadas hipóteses de Barbet,
sobre a não possibilidade de sustentação do corpo caso os cravos
tivessem sido colocados nas mãos, houve também estigmatizados que
tinham as feridas nos pulsos, como o Pe. Gino Buresi e o Pe. Brussis.
Porém, destes a autenticidade é muitíssimo controversa.
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