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Santidade e Liberdade


Verdadeira liberdade, digamo-lo de novo, não significa permanecer na indecisão, na ambivalência, mas realizar-se plenamente. A plena realização, a santidade, consiste em aderir o homem a Deus de tal maneira que se torne "um espírito com Ele." (1Co 6,17) e se deixe levar pelo Espírito para onde Ele quiser. "Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8,14)

Livre é o homem que é "ele mesmo", sem coação nenhuma. E quanto mais o homem aderir a Deus, Àquele que o conhece como é e como devia ser, tanto mais ele se realizará. Assim será o santo, o verdadeiro homem livre; o pecador, porém, será sempre mais escravo. A verdade teológica tem suas manifestações psicológicas. Quanto mais santo for alguém, mais imprevisível se torna o seu procedimento. Quando os mundanos o tacham de absurdo ou irrazoável, mostram apenas sua raiva por não o compreenderem. 'Razoável' é o que fica dentro das motivações terrenas e é assim, mais ou menos, previsível. O santo - e todo o cristão que vive da fé - ultrapassou estas categorias.

Por outro lado, quanto mais pecador for o homem, mais previsível o seu procedimento. Conhecendo-se, em linhas gerais, as tendências psíquicas do homem, as paixões e os instintos, conhecendo-se, ademais, as características psicossomáticas de um indivíduo, será relativamente fácil prever o seu procedimento em determinadas circunstâncias, sempre supondo ser ele um "pecador", isto é, um homem escravizado aos automatismos instintivos. Os homens especulam com essas "fraquezas" previsíveis. O suborno, por exemplo, é questão algébrica quando o homem não é "de bem", isto é, unido por uma consciência reta de Deus. A propaganda comercial, a propaganda dirigida dos sistemas ditatoriais baseia-se na previsão da reação das massas. Ameaças e promessas conseguem tornar dóceis os homens. Menos os santos! POrque são "dóceis a Deus" (Jo 6,45). "O vento sopra onde quer; ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. O mesmo se dá com aquele que é nascido do espírito." (Jo 3,8)

O comportamento dos santos não é previsível. Daí a ira impotente dos homens que não conseguem dobrá-los nem com promessas nem com castigos, tendo de fazer deles mártires. Nunca se sabe o que o santo fará em determinada circunstância. Pois fará o que Deus quiser - e não conhecemos os planos de Deus. O santo vive o momento sem se preocupar com o futuro. Confia na palavra de Jesus: "Ser-vos-á inspirado naquela hora o que haveis de dizer". (Mt 10,19) Quem é dócil às inspirações do Divino Espírito Santo, é verdadeiramente livre. Tal liberdade dos filhos de Deus escapa às previsões e aos julgamentos humanos: "O homem espiritual não é julgado por ninguém, mas ele julga (bem) todas as coisas." (1Co 2,15)

Frei Valfredo Tepe, OFM. O sentido da vida. Ascese cristã e psicologia dinâmica. 3ª ed. Bahia: Mensageiro da fé, 1960. p.66-67.
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Um comentário:

  1. São assim os batizados em nome da Santíssima Trindade. Os que trazem sempre em seu cerne as promessas batismais estão dispostos a renunciar ao demônio em qualquer da circunstâncias em que se encontrarem, definitivamente homens de valor que jamais se deixam mensurar.

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