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Comentários meus à resposta do Pe. Fábio de Melo - Final


“Deus conhece a vida que tenho, e conhece também minha dedicação aos seus projetos. Se você gosta de quantificar o que faz, este não é o meu caso. Eu sou filho do Novo Testamento. Jesus é o Senhor da minha vida. Com Ele eu aprendi que a salvação não está na obrigação dos ritos, mas na qualidade do coração que temos”

Pe. Fábio, no trecho acima, parece fazer uma radical oposição entre “quantidade” e “qualidade”. É bem verdade que, por vezes, as vemos dissociadas, de modo que uma não implica necessariamente a outra na mesma medida. Mas não é verdade que esta “independência” ocorra sempre nem que seja total. Entre qualidade e quantidade, é óbvio que a primeira é mais importante, mas, em determinados campos, a primeira exige a segunda.

No discurso falacioso de Pe. Fábio, há uma tentativa de evadir à questão levantada pelo Gustavo, autor da carta que lhe foi enviada. Sabemos da grande estima que a Igreja tem pelo costume da Missa diária, da Confissão freqüente. Há institutos religiosos que confessam-se todas as semanas; Sta Catarina de Sena confessava-se todos os dias. Ao sacerdote de Cristo, cabe o dever de celebrar o Sacrifício do Senhor diariamente. Este argumento do Pe. Fábio, segundo o qual uma atitude que “quantifique” certo costume perca, por isto, o seu caráter qualitativo é falso. É claro que, visto ser o aspecto qualitativo mais importante, o quantitativo deve lhe servir e a ele se ordenar. Uma inversão desta hierarquia comprometeria a vida da Fé. Isto se deu, particularmente, em certos ambientes judeus no tempo de Jesus, onde os costumes religiosos haviam se tornado como que mecânicos. Compreendendo isto de forma correta, vê-se como a qualidade não pode dispensar te todo a quantidade. De fato, se um padre viesse a celebrar a Santa Missa de forma irregular, uma vez por semana ou por mês, sustentando o discurso de que, pra ele, o que importa é a qualidade, veria esta mesma qualidade perder-se. Como bem o escreveu o Célebre Adolph Tanquerey, na vida da Graça, quando não se progride, se regride. Isto se explica porque ainda trazemos em nós a cicatriz do pecado original, a inclinação à satisfação de nossas paixões. Portanto, não pôr-se em combate cultivando intimidade freqüente com Nosso Senhor, mas, ao contrário, somente abeirar-se dos Sagrados Mistérios quando se sentir com o coração emocionalmente disposto (como fazem os românticos que não têm idéia do que seja vida espiritual), significa pedir para ser derrotado.

Como dizia S. João da Cruz (de quem já deu pra perceber que sou bastante devoto), quando uma brasa se afasta do fogo, ela acaba mais fria do que quente. Assim também acontece com quem adere a um discurso que despreza a assiduidade das obrigações religiosas em prol de uma suposta qualidade (confortável isso, não?).

Ser Filho do Novo testamento significa compreender que o aspecto quantitativo deve ordenar-se ao qualitativo. Os judeus celebravam a Páscoa uma vez por ano, e Jesus também observou este costume. O domingo, dia do Senhor, somente é reconhecido como tal dentro de um discurso que quantifica os dias da semana, reconhecendo-o como “primeiro dia”. Também a Igreja celebra seus tempos litúrgicos utilizando-se da “contagem” dos dias. Celebramos o Natal do Senhor no 25º dia do 12º mês do ano.

Pe. Fábio aparenta estar totalmente isento do critério quantitativo na sua vida. Mas será? É bem possível que nisto ele não ponha sua atenção, mas isto não significa que ele também não “quantifique”. Isto ele faz quando obedece a agenda de seus shows, quando aparece semanalmente, em determinado dia e em determinado horário, para apresentar seu programa na Tv CN. Portanto, o discurso acima parece ser mais uma evasiva diante da lembrança do seu dever que admitiu não cumprir às vezes.

Em seguida, o Gustavo pediu explicações ao Padre por ter dito que, para ser um Sacerdote, é preciso ter amado; esta expressão foi posta num contexto onde se falava de experiência sexual. Padre Fábio, com sua resposta, só piorou a situação. Ei-la:“Digo baseado no fato de ser padre, conviver com padres, morar em seminários desde os 16 anos de idade, ser diretor espiritual de inúmeros seminaristas, padres e freiras. Digo isso porque vivo os bastidores da Igreja. Sou amigo pessoal de muitos bispos, religiosos, diretores de seminários. Tenho 38 anos e sou profundamente interessado pela vida sacerdotal. A minha experiência, e a de tantos que passaram pela minha vida, mostraram-me que o celibato é ESCOLHA. Para haver escolha é preciso que haja possibilidades. Quanto à felicidade de seu pároco, sobre ela não posso dizer, pois não o conheço. Minha fala é fruto do que a vida me mostrou, e só.”

Nesta resposta, o padre pareceu ser particularmente irresponsável. Parece obstinado em distorcer o ensino da Igreja, preferindo a sua frágil experiência. Se nem um padre pode viver o celibato, então este é impossível! Eis a implicância prática do que ele afirma. Além disso, o padre não deveria se fundamentar no que “a vida lhe mostrou” somente, mas, antes, no que ensina a Igreja e no testemunho de muitos dos seus filhos que viveram perfeitamente a castidade e o celibato. O padre virou empirista, agora? Uma coisa é fazer a experiência da miséria humana, outra é duvidar de que é possível “fazer-se eunuco pelo Reino de Deus”(Mt 19,12) mesmo sem ter feito a experiência sexual. Muito estranho isso... estranhíssimo.

“Talvez eu não tenha conseguido revelar a você a sacralidade que move os meus objetivos.”

Justamente, padre... Foi isso mesmo.

“Talvez você esteja elevado demais em sua vida espiritual, e necessite de padres mais espiritualizados, menos humanos.”

Ser espiritualizado não significa ser menos humano. Uma coisa não é oposta à outra. Afinal, somos homens, o que significa que somos seres espirituais. Fundamento básico da Antropologia Teológica, padre.. lembra? E nesta visão de “humano” como oposto ao “espiritual”, parece que o senhor chama de humano o que é pecaminoso e rasteiro. Quanto mais distante da perfeição, mais humano para o senhor? Que não seja por isso, então, que o senhor se diz “humano demais”!

“Conheci a Deus através do amor ágape. Fiquei fascinado quando me ensinaram que Deus é um pai amoroso que não despreza os filhos que tem, mesmo quando não correspondem ao que Ele espera.”

Mas vamos explicar bem, padre. Que Deus é amor e misericórdia, sem dúvida. Que nos acolhe sem merecermos, sem dúvida. “se levardes em conta as nossas transgressões, quem haveria de subsistir?”(Sl 129,3). Agora, isto não significa permissividade. “De Deus não se zomba” (Gl 6,7)!

Passar a mão sempre é mais fácil do que ter que dizer a verdade que, por vezes, é dura. Interessante que, como frutos deste discurso excessivamente adocicado, vemos os fãs e admiradores do padre usar da mais pura grosseria contra os que não lhe são simpáticos no intuito de defendê-lo. Eles nem tocam nos argumentos, partindo logo para ofensas pessoais. Esses são os frutos reais de evangelização? Eu acredito que o padre tem ajudado várias pessoas, ou, como ele mesmo diz, “tem se ocupado das dores” de muita gente. Mas isto não o isenta de ser fiel à doutrina da Igreja. Ao contrário, o senhor ajudará muito mais servindo à verdade.

“O banquete em sua casa está sempre posto, pronto para receber o filho que tem fome.”

É, mas ao que não quis se vestir conforme a festa, isto é, ao que não vestiu a doutrina da verdade, o mesmo Senhor mandou pôr pra fora (Mt 22,11-13).

“Quanto à minha dignidade sacerdotal, esta eu costumo preservar através das minhas atitudes. Minha roupa de padre não me garante muita coisa. O sacerdócio que o povo espera de mim não está no hábito que ostento, mas na sinceridade que preciso ter diante do meu compromisso assumido. Zelo para que Deus não seja transformado numa caricatura qualquer.”

É o mesmo discurso da “qualidade e quantidade”. Não é porque a dignidade não está somente na roupa de padre, que o senhor pode dispensá-la. Se for assim, despense o sapato, não use escova de dentes, não penteie o cabelo... Sua dignidade sacerdotal não está também nessas coisas, mesmo assim, o senhor não as dispensa.

E a sinceridade que o senhor precisa ter diante do compromisso assumido inclui, sim, a veste sacerdotal e a obrigação de portar-se como padre, seja no que faz, seja no que veste. O senhor zela para que Deus não seja transformado numa caricatura. Reze também pra que Ele não seja visto com uma face que não tem, como o mostram os liberais e modernistas.

“Frei Beto é um homem fabuloso”. Como disse alguém, deve ser porque defende fábulas (2Tm 4,4; 1Tm 4,7).

Por fim, Pe. Fábio de Melo diz o seguinte: “Todos nós estamos desejosos de acertar”

Deveríamos, então, seguir as determinações e o ensino da Igreja, pois ela sabe distinguir o certo e o errado, pois este poder lhe foi dado pelo próprio Senhor. Não obedecer-lhe significa, forçosamente, errar.

No mais, embora a carta tenha uma série de questões estranhas, Pe. Fábio de Melo escreveu também coisas interessantes, como quando antepõe o amor ao combate e quando fala da possibilidade de discordar sem ofender.

É possível que, dentre as questões abordadas por mim, haja alguma em que eu não tenha percebido o que o padre realmente queria dizer. Enfim, escrevi estas linhas para que, os que lêem este humilde espaço, possam se inteirar melhor do que a Igreja ensina, e se há, não apenas nestes textos, mas em qualquer outro, qualquer ensinamento heterodoxo, que seja imediatamente desconsiderado.

Sei que o Pe. Fábio não chegará a ler estes pontos. Mas, mesmo assim, eu, como filho da Igreja, o peço a sua bênção.

Fábio Luciano.
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6 comentários:

  1. pede a bênção? a um herege, que vc mesmo constatou? pelo amor de Deus!!!!

    Veja lá no Sucessão a última dele dia 23.


    FUI!

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  2. VCs não sabem do mal que estão disseminando.Sangue de jesus tem poder .A quem vcs estão querendo defender?Só sinto inveja,despeito,ciúme e uma grande vontade de azarar.Não conseguirão Padre Fábio é um legitimo filho do Céu, ungido,protegido com selo de qualidade.Qual o selo de qualidade de vcs comentaristas e blogueiros.

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  3. Ana Maria,
    peço humildemente a bênção ao Pe. Fábio porque reconheço que a graça que o envolve, o Sacerdócio de Nosso Senhor, não é manchado pelos seus erros pessoais, pois neles não se fundamenta. Pe. Fábio é legitimamente ordenado, pelo que é verdadeiro sacerdote "segundo a ordem de Melquisedec".

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  4. Anônimo...
    Como já escreveu S. Paulo "tudo é puro para os que são puros". Se vc vê "inveja, despeito, ciúme..." neste espaço o problema está em vc.
    Filhos do céu somos todos os batizados.
    E o selo de qualidade que todos os católicos têm, repetindo, é o selo indelével do batismo.
    Por favor, se quer discutir dignamente, trate dos argumentos acima expostos.
    Vc não percebe que sua atitude "cegamente apaixonada" só demonstra o baixíssmo nível catequético dos que defendem os seus erros?

    Que Deus te liberte deste sentimentalismo afetado e te faça ver com mais clareza, ao invés de projetar suas próprias misérias nos outros.

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  5. Como filho da Santa Madre Igreja, meu irmão vc está cometendo um grande erro ao redigir este post!

    Que a Paz e a Luz de N. Senhor Jesus Cristo, o ilumine!

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  6. Anônimo, por favor, me mostre o que tem de errado aí nos argumentos ou então vá tomar banho... Aff...

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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