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Intolerância Dogmática


Carlos de Laet

Senhores, a intolerância dogmática contra os erros é um dos caracteres lógicos da posse da verdade. Eu sei que os três ângulos de um triângulo retilíneo valem em soma dois ângulos retos, 180 graus, e sobre isto não posso fazer a menor concessão a quem quer que seja. Ao melhor dos meus amigos, ou sob ameaça de morte, não posso tolerar que à dita soma se tire ou se acrescente um segundo de arco. Argüir, portanto, de intolerância a Igreja Católica neste pnto é reconhcer-lhe um dos caracteres da sua verdade. E para que não o diga eu desajudado de qualquer autoridade, permitireis que a propósito disto eu me socorra, não a um doutor da Igreja, porém ao insuspeito campeão da liberdade de consciência, Júlio Simon:

"A intolerância religiiosa assim entendida (diz ele) é a condição indispensável da unidade e da estabilidade da fé e a consequência natural do dogma da revelação. Não se pode exprobrar a uma Igreja o crer na verdade de seus próprio dogmas e excluir do seu seio os dissidentes. Excluindo-os, ela nada mais faz do que registrar estado em que se acham aqueles espíritos, porque ninguém pode pertencer a uma Igreja cujas crenças repudia.

(...) Uma Igreja (conclui Julio Simon) está, pois, no seu direito, quando aos seus fiéis impõe a obrigação de crer em tudo que ela ensina, isto é, quando em si mesma pratica a intolerância religiosa; então não mais faz do que obedecer ao seu princípio, que é o princípio da autoridade. É para ela uma questão de vida ou de morte: nem pode em si mesma introduzir o princípio de livre exame sem que cesse de ser uma religião"

A tolerância política ou civil não é o que entre nós existe, nem se deve confundir com o indiferentismo. O Estado que reconhece uma religião (como outrora sucedia entre nós) pode, por motivos de ordem pública, tolerar os cultos dissidentes, comprometendo-se a não incomodar os que os professam; mas disto vai grande distância a não reconhecer religião alguma e a proibir no pacto fundamental qualquer aliança entre a religião e o Estado.

Quanto à tolerância para com os que erram, escusado é dizer que ela decorre da mesma natureza do cristianismo. Jesus Cristo, o divino modelo, orava na Cruz pelos seus perseguidores. S. Agostinho preceituava a morte dos erros e o amor dos que erram: Diligite homines, interficite errores. S. Bernardo queria que se conquistassem os hereges com argumentos e não com a espada: Haeretici capiantur non armis, sed argumentis.

Carlos de Laet, Indiferentismo Religioso.

Fonte: Permanência.
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5 comentários:

  1. Fábio, por favor, vc poderia postar o link da matéria. Gosto muito do site Permanência.
    Caso vc n saiba postar, é só falar que te ensino.

    abraço

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  2. Bem, Ana Maria.
    Tenho postado deste modo porque não tenho tirado diretamente do site. Tempos atrás, eu fiz várias impressões de vários artigos do referido site, pelo que organizei dois livros.
    É deles que leio.

    Mas, acredito que o que vc queira seja isto:
    http://www.permanencia.org.br/revista/Pensamento/laet5.htm

    Salve Maria. Pax.

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  3. N, Fábio, n estou preocupada comigo ( sei ir lá procurar, aliás, leio muito esse site) mas com quem n sabe mexer direito na net , entendeu?

    Pq se postasse com link a pessoa ao clicar iria direto lá no site. Era só isso!

    Desculpe!

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  4. Ana Maria...

    Possivelmente, vc interpretou algum aborrecimento da minha parte. Mas não houve.
    Ao contrário, acho sim que vc tem razão.
    Eu apenas quis explicar o motivo pelo qual eu não disponibilizava os links..

    Desculpe-me qualquer possível mal entendido.
    Buscarei disponibilizar os links quando eu os souber.

    Pax.

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  5. Fiquei com medo de vc achar que o criticava.

    abraço


    salve Maria!

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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