Se há uma coisa que tenho percebido, muito a contragosto, é que os carismáticos (ao menos os que tenho tido contato) não sabem discutir idéias, mas só pessoas... Não lhes interessa se algo é certo ou errado, não se preocupam em se defender disto ou daquilo mas, ao contrário, lhes é muito saboroso ofender a pessoa que se empenha em debater com eles. Antes eu já sabia que aquilo que pretendem seguir está muito distorcido e contaminado por influências protestantes; no entanto, eu esperava mais sinceridade dos adeptos deste movimento. Esclareço que não estou generalizando... Mantenho ainda a esperança de que nesse meio exista alguém saiba discutir. Mas, o que tenho visto é que, para grande parte, os argumentos mais válidos são as frases de efeito, os clichês e as apelações emocionais. Costumam destilar um amor meloso pra todo lado, mas isto enquanto alguém não se decide a criticar algo daquilo que eles seguem. Tão logo alguém o faz, a paixão entra em cena e é então que temos de assistir, enquanto desejarmos manter o diálogo, a triste exibição de toda uma série de evasivas e críticas pessoais, no clássico método "ad hominem", passando ao largo dos argumentos, como se não existissem...
Como muitos sabem, eu já fui carismático, e por um bom tempo; mas nunca tive estas frescuras... Como eu encarava as coisas com seriedade, sempre me senti inadequado neste movimento que sempre me pareceu estranho, muito ostensivo e imaturo, tendende ao sensacionalismo e nada sóbrio. De lá pra cá, a convicção só aumentou...
Está claro que estamos diante de duas naturezas diferentes quando observamos um típico grupo de oração carismático com direito aos seus trejeitos habituais, e quando olhamos uma límpida expressão do catolicismo tradicional. E aqui não se trata de uma crítica à legítima diversidade possível na Igreja, nem de uma atitude de prender-se somente às formas antigas de se rezar... Mas convém considerarmos: para que a diversidade seja legítima, ela não deve estar aberta ao infinito, a toda série de presepadas, sob o pretexto de que "não devemos limitar a ação de Deus"... Ao contrario, se se pretende que tais diversidades sejam expressões da mesma Fé, convém que tenham a mesma substância, o que dá um norte geral para que se mantenha a catolicidade das expressões religiosas, assim como um corpo que, possuindo uma multiplicidade de membros e partes, não está aberto a gerar rabos, ou asas, porque tais coisas não pertencem à essência humana.
E, se está claro que são coisas totalmente diversas, substancialmente distintas, a Fé Católica e as correntes protestantes, por que motivo se espera que algo nascido em sólo protestante possa, mesmo dentro de muros católicos, tornar-se em si católico? O que é, é, e não pode vir a não ser; e o que não é, não é, e não pode vir a ser.
No entanto, os carismáticos não querem saber dessas coisas... Lhes interessa muito mais a minha vida e as minhas intenções... Que Deus os faça ver.
Fábio.
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