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É cada coisa...


Recentemente, deparei-me com algumas religiosas, do convento das Ursulinas; obviamente, estão ainda em processo de formação, mas já convivem junto com as outras irmãs. Na mesa onde almoçávamos, uma delas falou a respeito de um "encontro da unidade" que, segundo me pareceu pelo contexto da prosa, e também pelo nome sugestivo, era um encontro de várias denominações, daqueles onde se usa o termo "ecumenismo" como sinônimo de sincretismo.

Estávamos eu e o coordenador do Anjos de Adoração. Passado algum tempo, foi-nos perguntado se fazíamos parte da PJMP. Como a resposta fosse negativa, fez-se um semblante meio que de expectativa frustrada. Fiquei a pensar: que tipo de vivência cristã estão a ter estas irmãzinhas desavisadas? Houve tempo em que entrar num convento era como refugiar-se das ilusões do mundo e agarrar-se mais estreitamente à Verdade que é Cristo. Hoje, porém, parece acontecer o contrário: os que adentram em certos ambientes religiosos, se desprovidos de sólidas bases cristãs, tornam-se vítimas das ideologias transmutadas de catolicismo.

De um lado, o relativismo, que leva a considerar as diferenças doutrinais entre católicos e prostestantes como secundárias e dispensáveis em vista da união das religiões, mais próxima do ideal maçon. De outro, a introdução às ideologias de esquerda, distorcendo o claro conceito de caridade cristã. Disto se segue o descaso pela doutrina, o desprezo pelo hábito e as vestes litúrgicas, culminando tantas vezes naquele arroto proferido, certa vez, por um frade capuchinho: "namorar de vez em quando não faz mal".

Não falo aqui de detestar os protestantes, não é isso. É bem possível tratar com estes, e devemos mesmo amá-los... A conversão de um deles, então, pode se dar desta forma. O que não podemos amar ou sequer olhar com simpatia é o protestantismo, que é um erro! Convém respeitar a Fé! Não se misturam as coisas! Verdade e erro se excluem; não há amizade possível entre eles.

Porém, qual não foi minha surpresa quando, indagando um jovem senhor a respeito de seus filhos, a irmã concordou com o fato de este haver se programado ter apenas dois, acrescentando, em seguida, o seu tosco comentário: "pra que ter preocupação tão jovem?" Meu Deus! Isto veio de uma religiosa!

Que tristeza é ver que, nestes lugares onde se deveriam formar pessoas convictas a respeito da Fé e preparadas para defendê-la e vivenciá-la, o que se parece fazer é nublá-la, misturá-la, distorcê-la, negá-la na prática. Que pena é ver que um coração que decidiu se entregar a Cristo, uma vez que ingressa em muitas destas casas "religiosas", só aprenderá o erro e, posteriormente, o defenderá.

Claro que não generalizo, mas, de fato, é a realidade da maioria destes ambientes. Eu mesmo tive esta experiência: num encontro vocacional que fiz no Carmelo Calçado, o superior da casa, diante da minha pergunta a respeito da TL, afirmou categoricamente que ela é necessária, conforme o expressou João Paulo II. Desde então, somado este fato a outros que lá presenciei, nunca mais pus os pés dentro daqueles muros, graças a Deus.

Como dizia Dom Henrique Soares, nascemos em tempos difíceis, onde os religiosos repudiam o hábito e passam o dia a dormir em redes escutando Maria Betânia. Um dos frades carmelitas do convento já citado, questionado por mim sobre o porquê de não usar sempre o hábito, me deu a profundíssima resposta: "por que é feio"...

Diante de tudo isto, devemos rezar e cuidar para, dentro das nossas possibilidades, difundirmos o ensino correto da Igreja e estimularmos as pessoas a quererem aprender. Porém, nós mesmos devemos evitar duas coisas, pelo menos:
1- Que nossa soberba arruíne o fruto do nosso apostolado;
2- Que, como dizia S. Paulo, não venhamos, nós mesmos, a renegar, por nossos atos, aquilo que defendemos. Sobre isto nos dizia Nosso Senhor: "Se a vossa justiça não for maior do que a dos fariseus, não entrareis no Reino"

Mas, dentro da pureza de intenção, não tenhamos receio de fazer a nossa pequena parte. Mesmo uma conversa com um amigo, na porta de casa, é importante. Sobre isto nos diz Nosso Senhor: "maior é a alegria no Céu por um pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que permanecem".

Que Deus tenha misericórdia de nós e, nestes tempos difíceis, suscite, cada vez mais, grandes santos e defensores da Fé.

Fábio Luciano.
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2 comentários:

  1. É sem sombras de dúvida, usando as palavras de São Josemaria, que o apóstolo tíbio, este sim, é o grande inimigo das almas (Forja 488). Deus tenha misericórdia destes religiosos que maculam o nome da sua Santa Igreja.

    Abraços,
    Claudemir Leandro.

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  2. É.. e o que mais preocupa é que estas são apenas manifestações de uma visão que já se torna generalizada... Infelizmente.

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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