Pe. João Batista Reus
O espírito litúrgico que consiste em estudar, estimar, explicar, promover e defender a Liturgia, tem a base mormente em certos princípios gerais. Podem resumir-se em quatro:
1- A Liturgia é obra do Espírito Santo. Di-lo Sisto V: “Sacri ritus et caeremoniae, quibus Ecclesia a Spiritu Sancto edocta ex apostolica traditione et disciplina utitur.” (Bula Immensa, 1588). Conseqüência: Respeito.
2 – A Liturgia é serviço eucarístico; pois o centro da Liturgia é a Eucaristia. Diz o Cardeal Bona (De reb. lit. 1. 2, c. 14, § 5): “Este era o espírito religioso dos nossos antepassados, que todas as funções sagradas eclesiásticas, a administração dos sacramentos e quaisquer bênçãos se realizassem durante a Missa. Pois a última perfeição e consumação de tudo é a Eucaristia, da qual recebem a sua força, energia e santidade.” Conseqüência: Amor.
3 – A Liturgia é a casa de ouro, de perfeita harmonia. Numa casa há inúmeros objetos, que ninguém considera avulsos, mas pertencentes ao edifício na sua perfeição. Assim, as múltiplas partes da Liturgia são outros tantos ornamentos da construção total da Liturgia. Conseqüência: Estima profunda. Poetas, p. ex., Dante, Calderon, mesmo os protestantes Schiller e Goethe se inspiraram na sua beleza para composições de alto vôo. É a glória da Igreja, objeto de inveja dos acatólicos.
4 – A Liturgia é a vontade concretizada da Esposa de Cristo, a Igreja, formando o cerimonial da corte do Rei de eterna majestade. Ora, “devemo-nos conformar com a Igreja”, como ensina S. Inácio nas suas regras, “ut cum Ecclesia sentiamus” (Aprovadas por Paulo III, 1548). Conseqüência: Acatamento.
REUS, Pe. João Batista. Curso de Liturgia. São Paulo/Rio de Janeiro: Editora Vozes. 2 Edição.1944. p.45-46.
À correta Liturgia deve-se, portanto, respeito, amor, estima profunda e acatamento, isto é, justamente o contrário do que temos visto, sobretudo, no Brasil.
Fábio.
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