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O Mistério da Eucaristia - Parte I


A Eucaristia designa, na linguagem católica, um dos mais importantes dogmas e mistérios; é a presença real e substancial de Jesus Cristo, debaixo das aparências do pão e do vinho, mudados em seu corpo, em seu sangue [em sua alma] e em sua divindade, e isto, afim de continuar, através dos séculos, em favor da humanidade inteira, os frutos da Incarnação e da Redenção.

Pela Eucaristia, Jesus Cristo continua a viver realmente no meio dos homens, a instruí-los e salvá-los, como o fazia durante sua vida mortal; por ela, continua a oferecer cada dia, pela humanidade, o sacrifício que ofereceu um dia no Calvário, e no ato incomparável da Comunhão, aplica, a cada alma em particular, as graças e os méritos da Redenção.

A Eucaristia desempenha, na Igreja de Jesus Cristo, o mesmo papel que o sol no mundo e o coração no homem; é o centro do culto católico, o ponto de reunião para o qual convergem nossas adorações, homenagens e todas as cerimônias religiosas da santa Igreja. Encerra também a Eucaristia o princípio vital do Cristianismo, porque introduz nas almas a vida cristã e sobrenatural. É portanto com razão que santo Agostinho a chama "extensão e perpetuidade" da Incarnação, e nós a chamamos o maior, o mais admirável e o mais divino dos mistérios.

Daí provém a importância de um estudo especial sobre o Mistério da Eucaristia.


Exposição do Dogma Eucarístico

O mistério eucarístico tem um duplo caráter: é, ao mesmo tempo, sacrifício e sacramento. É um verdadeiro sacrifício porque, segundo a fé católica, Jesus Cristo, substituindo-se ao pão e ao vinho, se oferece na missa como se ofereceu sobre a cruz, embora de modo misterioso e não cruento, porém, eficaz e real. É um sacramento, porque a Eucaristia é recebida pelos fiéis na sagrada comunhão, e vem a ser a comida da alma.

Eis a respeito do mistério da Eucaristia as verdades que a Igreja católica impõem à nossa crença:

1º No momento da consagração, o pão e o vinho são mudados, absolutamente transubstanciados no corpo e no sangue de Jesus Cristo; do pão e do vinho não ficam mais que as espécies ou aparências, ou os acidentes, isto é, só aquilo que impressiona aos sentidos - a figura, a cor, o cheiro e o gosto; - na aparência nada é alterado; mas, na realidade, não há mais um átomo sequer do pão e do vinho: a sua própria substância tornou-se a mesma substância do corpo e do sangue de Jesus Cristo. Esta mudança chama-se transubstanciação; é o termo de que a Igreja se serve contra os protestantes.

2º Debaixo das espécies do pão e do vinho, há, não só uma imagem ou um símbolo representando Jesus Cristo, mas o verdadeiro corpo substancial e real de Nosso Senhor; é o que se designa, igualmente para se opôr ao protestantismo, pelo termo de presença real de Jesus Cristo.

3º Esta presença real é permanente; não existe somente no momento da consagração e da comunhão, mas persevera sem interrupção, enquanto subsistirem as espécies sacramentais, isto é, enquanto as aparências do pão e do vinho não forem desnaturadas quer pelo trabalho da digestão, quer por outra causa exterior, como a humidade, o fogo, etc. Daí resulta que Jesus Cristo se acha verdadeiramente presente em todas as igrejas em que se conserva o Santíssimo Sacramento.

4º Bem que, por virtude das palavras sacramentais, haja somente o corpo, debaixo das espécies do pão, e somente o sangue do Salvador debaixo das espécies do vinho, contudo, possuímos a Jesus Cristo inteiro debaixo de cada espécie; por concomitância, o corpo está com o sangue, como o sangue está com o corpo. - A razão disso é que Jesus Cristo, sendo atualmente vivo, imortal, impassível e indivisível, acha-se todo inteiro lá onde estiver o seu corpo, todo inteiro lá onde estiver o seu sangue. - Daí vem o uso da comunhão dos fiéis debaixo de uma espécie só.

5º Antes que a hóstia esteja rompida e enquanto está inteira, Jesus Cristo a enche totalmente com a sua presença, mais ou menos como a nossa alma enche todo o nosso corpo e todos os nossos membros. Mas se a hóstia for partida, Jesus Cristo enche igualmente com a sua presença cada parte e até cada partícula, enquanto esta for aparente e puder cair sob os nossos sentidos; mais ou menos como uma luz que se reflete em um espelho e que, se o espelho for quebrado, se reproduz em cada fragmento. A razão desse fato é a mesma que foi dada acima: Jesus Cristo, acha-se inteiro lá onde estiverem as santas espécies que o contêm. Todavia, não é propriamente o corpo de Jesus Cristo que se multiplica, mas a sua presença. Não há mais que um só e único Jesus Cristo, mas simultaneamente presente em muitas hóstias, em muitos lugares, em toda a parte em que se conserva a sagrada Eucaristia.

6º Enfim, a consequência que decorre de nossa fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, é que lhe devemos o culto de latria ou de adoração que se tributa a Deus. Daí as homenagens prestadas à Eucaristia; daí a exposição, a bênção e as procissões do Santíssimo Sacramento; daí o respeito e a magnificência que tributamos à igreja, ao tabernáculo, aos vasos sagrados, em suma, a tudo quanto se relaciona com este adorável mistério.

Todas essas verdades são outros tantos dogmas católicos definidos pelo concílio de Trento (Sess. XIII, c. I-V), e não se pode rejeitá-los sem incorrer no anátema e ficar herege. (Ib., can. I-VIII) Lê-se o resumo deles na bela prosa Lauda Sion devida, assim como todo o ofício do Santíssimo Sacramento, ao gênio de santo Tomás de Aquino.

Monsenhor Cauly, Curso de Instrução Religiosa, Tomo IV, Cap. VIII
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Um comentário:

  1. Atenção!Você que procura estar por dentro de assuntos sérios:
    Ficamos sabendo que o terceiro segredo de Fátima foi deturpado;aliás, todas as aparições famosas de Nossa Senhora foram ardilosamente manipuladas pelo poder eclesiástico,e nós leigos,temos o dever de saber a verdade, porque o papa Bento XVI mostrou a Raymundo lopes os escritos originais da pastora Lúcia.Favor acessar o site "espacomissionario.com.br" e tire suas próprias conclusões a respeito daquilo que Nossa Senhora verdadeiramente pretende com Suas aparições Mundo afora, que é de nos avisar do retorno de Jesus que está muito próximo, iminente. Isto é muito importante, é muito grave, é muito comprometedor...

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