Tradutor / Translator


English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

História do Sacrifício - Parte III - Sacrifício da Nova Aliança: Jesus, Sacrificador e Vítima


Sacrifício da Nova Aliança

Na Nova Aliança, há um só sacrifício: o sacrifício que Jesus Cristo instituiu na última Ceia, consumou no dia seguinte sobre a Cruz e que a Missa renova todos os dias.

Jesus, Sacrificador e Vítima

Nos sacrifícios antigos o sacerdote era distinto da vítima. Escolhiam como vítima, nos sacrifícios cruentos, considerados os mais perfeitos, um ser vivo, de preferência um animal doméstico, que, por pertencer ao homem, podia legitimamente substituí-lo.

Ofertavam-no a Deus, separando-o de todo uso profano, para consagrá-lo ao serviço e à honra da divindade. Imolavam-no em seguida, a fim de mostrar que o pecador, tendo ofendido a Deus, não tinha mais o direito de viver, que merecia a morte.

Em certos sacrifícios , após ter queimado uma parte da vítima, comiam a outra parte, para comungar assim à vítima e, por meio dela, à divindade. Porque, após a glorificação de Deus, a união com ele, quebrada pelo pecado, era o fim para o qual tendia o sacrifício.

Portanto, três atos principais constituíam o sacrifício: o oferecimento, a imolação e a comunhão que se chamava também consumação. Tudo isto não eram senão figuras ou símbolos que preparavam o sacrifício verdadeiro, o sacrifício que devia oferecer o Homem-Deus, o Sumo Sacerdote da nova Lei, para glorificar a Deus e salvar seus irmãos. Ora, Deus tem direito a homenagens infinitas; para render-lhe tais homenagens e reparar a ofensa a ele feita pelo pecado, era necessário um sacrifício de valor moral infinito. E, para que assim seja, Jesus, nosso Sumo Sacerdote, quis ser não somente o sacrificador, mas também a vítima. Só deste modo, sob este duplo aspecto, o sacrifício oferecido por ele teria verdadeiramente um valor infinito, pois a dignidade de um sacrifício depende da dignidade da pessoa que o oferece e da vítima oferecida. Ora, Jesus, sacerdote e vítima, não é outro senão o Homem-Deus, isto é, uma pessoa infinita.

Desde o primeiro instante de sua encarnação no seio virginal de Maria, Cristo se ofereceu a seu pai como vítima para substituir todos os holocaustos. Lemos na Epístola aos Hebreus 10,5-6: "Entrando no mundo, Cristo diz: 'Tu não quiseste sacrifício nem oblação, mas me deste um corpo. Os holocaustos pelo pecado não te agradam. Então eu disse: eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade'".

E toda a sua vida foi uma cruz e um martírio, orientada para a imolação final que constituíra o ato essencial de seu sacrifício. Sua imolação como vítima começa com sua Paixão, no Jardim da Agonia, para terminar no Calvário. Mas, antes de se deixar imolar pelos algozes, Jesus quis de novo oferecer-se como vítima e, desta vez, num verdadeiro sacrifício, acompanhado de ritos misteriosos, o sacrifício da última Ceia. "Tomai e comei, este é o meu Corpo, dado por vós." "Bebei todos, porque este é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, que é derramado por vós para a remissão dos pecados."

No Jardim das Oliveiras, vendo-se carregado dos pecados dos homens, submerso pelas águas turvas de todas as iniquidades humanas e isto diante do Deus de toda santidade, uma tristeza mortal apodera-se de sua alma e um suor de sangue corre-lhe ao longo do corpo. Gostaria de ver longe dele este cálice de amarguras, mas submete-se à vontade de Deus: "Meu Pai, se é possível, permiti que passe de mim este Cálice; faça-se, contudo, não como eu quero, mas como vós quereis" (Mt 26,39).

Traído por Judas, renegado pelo chefe dos doze, abandonado por quase todos os seus discípulos, esbofeteado, injuriado pelos servos do sumo sacerdote, condenado pelo Sinédrio por ter-se proclamado o Filho de Deus, condenado por Pilatos que, no entanto, momentos antes tinha proclamado sua inocência, flagelado, coroado de espinhos e carregando uma pesada Cruz, sobe penosamente o monte Calvário, estende seus membros doloridos, vê seus pés e suas mãos traspassados pelos cravos, ouve os insultos e as zombarias dos chefes de seu povo, Escribas e Fariseus; e em vez de se vingar, como bem poderia fazer, pede a seu Pai que lhes perdoe, porque não sabem o que fazem. Ele é o Bom Pastor que dá sua vida por suas ovelhas, conforme tinha dito: "Eu sou o Bom Pastor; o Bom Pastor dá sua vida por suas ovelhas... Ninguém me tira a minha vida, mas eu a entrego por mim mesmo; tenho o poder de entregá-la e tenho o poder de retomá-la novamente. Este é o mandamento que recebi de meu Pai" (Jo 10).

Cumprido o mandamento, pôde exclamar: "Está tudo consumado". Só lhe falta permitir à morte levar sua vítima voluntária, e o fez oferecendo-se pela última vez a seu Pai como vítima de propiciação.

"Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23,46). Dizendo isto, expirou; e Deus foi glorificado como jamais o tinha sido; e os homens foram salvos.

Os antigos, após a imolação da vítima, desejavam um sinal que comprovasse ter sido a oferta aceita por Deus. Às vezes o Senhor enviava o fogo do céu para consumir a vítima que, então, se elevava ao céu como um sacrifício de agradável odor (ver Elias). Houve algo de análogo após a imolação do Calvário. Em vez de enviar o fogo do céu, para consumir a vítima, Deus ressuscitou seu Filho, conferindo a seu corpo glorioso um poder santificador que se exercerá pela Eucaristia, banquete sagrado pelo qual entramos em comunhão com a vítima e por meio desta com Deus a quem foi oferecida.

Quarenta dias após sua ressurreição, Cristo subiu glorioso ao céu, de corpo e alma, para assentar-se à direita do Pai, onde, continuamente, advoga a nossa causa e intercede por nós.

São Paulo, após ter observado que os sacerdotes da Lei antiga tinham necessidade de sucessores porque eram mortais, acrescenta: "Mas Este (Cristo) como permanece para sempre, possui um sacerdócio eterno. E por isso pode salvar perpetuamente os que por ele chegam a Deus; está sempre vivo para interceder por nós. Tal é, com efeito, o Pontífice que nos convinha: santo, inocente, imaculado, segregado dos pecadores e mais elevado do que os céus; que não precisa, como os outros sacerdotes, oferecer diariamente sacrifícios, em primeiro lugar pelos seus pecados, depois pelos do povo; porque isto o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo" (Hb 7,24-27).

Monsenhor Pedro Arbex, A Divina Liturgia Explicada e Meditada
Blog Widget by LinkWithin

Um comentário:

  1. Isaías 49
    Eu não entendo um Deus assim
    Tão louco de amor por mim
    Eu não mereço
    Sou tão fraco
    Por quê Ele me escolheu?
    E para confundir os fortes
    Gravou meu nome em Sua mão
    Deus, você me levantou do chão
    Enquanto a multidão jogava pedras
    Deus você me perdoou
    E desse amor e eu não esqueço

    ResponderExcluir

Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...