Lendo agora o apelo do Papa para que os padres retornem aos confessionários, e a ênfase que faz com relação à importância dos Sacramentos, lembrei-me de dois episódios que presenciei. Primeiramente, lá estava eu num grupo de catequistas; na época eu pretendia pegar uma turma de crisma, pelo que, segundo me disseram, era preciso participar dessas reuniões. Depois de uma dinâmica própria de crianças na escola, de ouvir uma série de interpretações sociais demais, chegou o momento da partilha de opiniões. Uma das presentes fez um apelo tremendo: "Pelo amor de Deus, não forme para que as crianças se tornem sacramentalistas, mas forme para a vida". Aquilo foi o cúmulo. Saí naquele dia decidido a nunca mais voltar.
Este episódio somente elucida que:
1- nossos catequistas são mui bem formados!
2- que os formandos também serão, se dependerem dessas aulas, o supra-sumo da santidade.
Dizia a Edith Stein que, quando a uma criança é dada a devida formação, tem-se aí já os alicerces para um grande santo. Aquela catequese, naqueles dias (porque hoje eu não sei...) poderia ser chamada, em verdade, de anti-catequese. Pra isto, basta mencionar que a grande maioria era simpatizante da ideologia esquerdista, da TL, de Dom Helder Câmara e Cia (pra variar........). Pra essa turma, frequentar os Sacramentos e ter vida devota é o de menos. O mais importante deve ser hastear bandeiras vermelhas, condenar a propriedade privada e pregar a sociedade sem classes. A substituição aqui é grotesca. Trocam Nosso Senhor e os Sacramentos pelos sofismas vermelhos de sangue e negros como o inferno.
Outra situação a que me remonto é um de uma Assembléia Arquidiocesana da qual participei a algum tempo. Nela estavam presentes vários padres de toda a Arquidiocese, o senhor bispo, vários religiosos e grande quantidade de leigos. Além de brincarem com a liturgia, e de novo aclamarem Dom Helder, presenciei a indignação de um diácono permanente, acompanhado da aprovação geral dos padres que o escutavam, de que havia fiéis que estavam brincando com o Sacramento da Confissão: ousavam querer confessar-se semanalmente! Mas, ora, que coisa imperdoável! Que ignorância, não?
Houvesse quem citasse o exemplo de santos, como Santa Catarina de Sena, por exemplo, que confessava-se todos os dias, ou tantos outros que confessavam-se também semanalmente, e o santo e bem formado diácono os teria por ingênuos, se não por hereges.
E agora vem esse Papa, firme como o aço, quase ignorante teologicamente, pedir aos sacerdotes que voltem aos confessionários. Mas que abuso!
É, aliás, determinação para a Igreja de que, nelas, os confessionários sejam bem visíveis. Por que, então, a resistência? Porque virou moda desobedecer! A coisa anda tão invertida que uma nova "teologia" parece sugerir que os que se rebelam contra a tradição são os esclarecidos, aqueles que transcenderam o nível das prescrições rígidas, tão próprias do obscurantismo de Trento. Mas esta resistência não é nada nova; é apenas uma das múltiplas facetas do non serviam.
Grande Bento XVI! Lembro-me do elogio que Aristóteles faz a Anaxágoras: "é sóbrio entre bêbados".
Vida longa a este papa! Nós, católicos apostólicos romanos, vos amamos, Sua Santidade! É uma honra tê-lo como nosso Sumo Pontífice. Que Deus lhe dê forças para combater e vencer os lobos!
Com Bento XVI à frente, quem tem medo do lobo mau? Rs...
Fábio.
Fábio, quando te leio, vejo que tuas angústias são tão semelhantes a minha, e a de muitos que estão inseridos nas atividades pastorais. É bom saber quando não estamos sozinhos...
ResponderExcluirQue a Virgem Maria te guarde, amigo.
Amigo hoje pesava exatamente sobre esta situação, como é complicado encontra nas igrejas horário para confissão, queria twittar algo sobre este assunto e quando vejo este blog, que alegria.
ResponderExcluirParabéns, estou agora mesmo twittando, esta verdade em nossas vidas.
Pax
Sim Magna. Ainda que não estejamos tão próximos geograficamente, sabemos uns dos outros e isto nos fortalece.
ResponderExcluirQue Deus a abençoe e guarde. Que a Virgem a conduza sempre...
Wilson... sim, há uma enorme dificuldade de se estabelecer estes horários. E, se de um lado os padres resistem, por outro os fiéis já não têm lá muita coragem.
ResponderExcluirE o questionamento do Santo Padre é muito pertinente: não estará por trás desta dificuldade, uma certa descrença na eficácia do Sacramento? Como dizia ainda estes dias um padre que nos visitou, em consonância com o que escreveu o escritor francês Léon Bloy, o que se tem hoje, na verdade, é uma grande quantidade de ditos católicos que vivem o ateísmo na prática.
Que Nossa Senhora da Salette rogue por nós.
Caro Fábio, esta realidade é gritante em nosso meio, não é por menos que o Santo Padre indica o Santo Cura D’Ars como modelo neste ano sacerdotal, homem que viveu profundamente sua vocação in Persona Christ, sempre se dedicando ás almas necessitadas de confissão, quantas vezes desmaiou dentro do confessionário? Acordava antes de o sol nascer, saia da casa paroquial com uma lamparina e já encontrava os paroquianos na porta da Igreja para confessarem-se. Exemplo de sacerdote, exemplo de um bom cristão.
ResponderExcluirSenhor, daí os padres santos que a Igreja precisa.
São Cura D’Ars patrono dos sacerdotes, rogai por nós