Todos já sabemos que hoje em dia o domínio da verdade é reputado ao escanteio, como se fosse coisa secundária, e em seu lugar se erige o ideal da "unidade", onde todo mundo tem que se juntar, independentemente de suas crenças fundamentais. Não é preciso falar da inconveniência desta posição, pois muitos já trataram e tratam disso constantemente.
Porém, observando um certo aspecto do protestantismo, dá pra ver como a coisa é bem nociva. Uns dirão que é implicância nossa; mas o mal do protestantismo é muito real.
Nós, católicos, já conhecemos, pelo menos um pouco, a nossa fraqueza. Com muita dificuldade e recorrente assistência à confissão, vamos caminhando às apalpadelas. Auxiliados pela graça, vamos persistindo no caminho. Compreendemos que, uma vez que tenhamos pecado mortalmente, não é suficiente apenas um sentimentozinho de ternura pra acender, de novo, a caridade na nossa alma. As disposições interiores são sim absolutamente necessárias, mas devem estar acompanhadas da ida objetiva a um sacerdote ordenado que, na pessoa de Cristo, nos dará a absolvição.
Em se tratando do protestantismo, a coisa fica muito complicada. Não negamos que muita gente lá deve estar animada de boa intenção, mas isto não faz com que elas se elevem ao plano teologal; ficam somente numa boa vontade moral. E, sem o auxílio sobrenatural da graça, a via evangélica torna-se impossível. Então, das duas uma: ou a pessoa percebe que não consegue, ou confundirá o Evangelho com qualquer outra coisa.
Sabemos que, no protestantismo, a ênfase é dada ao aspecto emocional. Portanto, ainda que o sujeito peque mortalmente, se por caso sentir que tudo ficou legal, o próprio protestantismo e sua visão equivocada das coisas como que legitimará esse engano. Dessa forma, além de o sujeito ter uma visão superficial da vida espiritual, a sua seita vai oferecer um suporte teórico pra sustentar este erro.
Não é precipitado dizer que há muita gente mergulhada no pecado mortal e que, porque sentiu alguma coisinha romântica, pensa estar plenamente reconciliada com Deus. Nesta suposição, tranquilizam a própria consciência como se as trevas do pecado tivessem ido embora. Isto é muito similar à alienação que Marx atribui à religião, onde umas fantasias felizes impediriam o sujeito de ver a realidade mais dura e, dessa forma, garantiriam a sua não intervenção no sentido de modificar objetivamente o estado das coisas. Teríamos uma alegre conformidade com o mal.
No protestantismo, isto é perfeitamente aplicável, sobretudo no que diz respeito à necessidade da reconciliação com Deus. Obviamente que, nesta relação, Deus não é mero objeto inerte. Claro que ele conhece os corações e as suas intenções mais profundas. Não se trata de antecipar-se a respeito do destino destas pessoas, mas de lançar um olhar objetivo, iluminado pela Fé realmente cristã, sobre o atual estado em que elas se encontram.
Se compreendermos bem isto, poderemos concluir facilmente que, se alguém lhes quiser fazer algum bem real, deve pretender a sua conversão, ao contrário das aprovações irrefletidas e tapinhas nas costas que temos visto neste tempo relativista e avesso à verdade.
E ainda: considerando o valor infinito de cada alma humana, isto se torna um dever para os católicos. Creio que deveria haver organizações católicas especificamente com este fim, pois se o amor divino nos obriga a amar os homens, e se o amor se dá pelos atos, deveríamos agir sistematicamente e buscar a conversão dos nossos irmãos porque criados pelo mesmo Deus.
O cristianismo parece uma torre de babel: Ninguém se entende. Parece um hospício
ResponderExcluir- para o protestantismo não existe essa "graduação" de pecados em veniais e mortais. Todo pecado é igual. Já para o catolicismo existe.
- Algumas comunidades pregam que o crente pode perder a salvação e outos afirmam que é impossivel perder a salvação.
- Uns dizem que assim que a pessoa morre ela é julgada na hora e outros acreditam que estão todos dormindo esperando a ressureição dos mortos.
- uns dizem que a salvação é pela Graça mediante a Fé. Para o catolicismo as obras são importantes para a salvação.
Sabe o que eu acho mais engraçado nisso tudo ???
TODOS SE DIZEM GUIADOS PELO ESPIRITO SANTO E QUE SUAS DOUTRINAS SÃO TODAS BASEADAS NA BÍBLIA.
PODE O ESPIRITO SANTO SOPRAR DOUTRINAS TÃO CONTRADITORIAS ?
PORQUE DEUS PERMITE TODA ESSA CONFUSÃO ?
Que Deus me ilumine no caminho da verdade plena.
ass: Ricardo, um aflito em busca da verdade
Ricardo, Salve Maria.
ResponderExcluirBendita seja a tua aflição em busca da verdade.
Meu caro, vc chegou a uma conclusão que muitos "católicos" ainda não perceberam: nem todas as igrejas são inspiradas por Deus. Isso mesmo! E prova disto é a enorme discrepância de doutrinas que vc pode encontrar por aí... Essa primeira conclusão é muito importante.
A Verdade, Ricardo, é uma pessoa: Jesus Cristo, Nosso Senhor que afirmou: "Eu sou a Verdade". O que vc procura, portanto, é a Ele.
Pois saiba, Ricardo, que Jesus fundou uma Igreja: "edificarei a minha Igreja..." e a confiou a Pedro: "Pedro, tu és pedra e é sobre esta pedra que edifico a minha Igreja" e ainda "Pedro, apascenta os meus cordeiros."
O próprio Jesus diz então aos seus apóstolos: "Ide e ensinai", pois eles tinham aprendido a Verdade: "Vos revelei tudo quanto ouvi do meu Pai". A partir de então, esta Igreja dos apóstolos é quem tem a autoridade de ensinar, como o mesmo Jesus diz: "Quem vos ouve a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita".
O próprio Paulo dá testemunha disso: "se alguém vos pregar Evangelho diferente, ainda que seja um anjo, seja excomungado"; tal era a preocupação dos apóstolos com a retidão da doutrina.
Agora, vc consegue identificar qual é essa Igreja? A única com sucessão apostólica, que remonta aos apóstolos? Que conta com o testemunho das fontes dos primeiros séculos que demonstram que a Igreja sempre foi uma e a mesma?
Se Jesus fundou uma Igreja e prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela, esta Igreja deveria existir desde o tempo de Jesus e percorrer toda a história. Os protestantes, caro Ricardo, surgiram, porém, somente 1.500 anos depois, a partir de um monge sem noção. Sugiro, a este respeito, que leias este artigo do saudoso Prof. Orlando Fedeli e reproduzido por este outro blog: http://miud.in/dcq
Estas outras seitas são, como diz o apóstolo Paulo, "demônios travestidos de anjos de luz". Lembre que, na tentação de Nosso Senhor, o demônio também citava as escrituras, se bem que a seu modo.
Tratemos, então, brevemente dos pontos que levantaste:
ResponderExcluirMuitas vezes, basta o bom senso pra perceber onde está a verdade destas questões.
-Vc diz que para o protestantismo não existe gradação de pecados. Pra vc, parece mesmo razoável afirmar que uma mentira está no mesmo nível de um estupro? Todo pecado é abjeto, mas nem por isto se pode negar que há pecados maiores e pecados menores.
-Se é possível ou não perder a Salvação. Ricardo, a Salvação deve se fundamentar na liberdade de cada pessoa; na sua livre adesão à proposta divina. Se, ao contrário, tal adesão não ocorre ou se deixa de existir depois de algum tempo, é natural que a falta de perseverança traga consequências proporcionais. Por isto diz Nosso Senhor: "O que perseverar até o fim será salvo".
É ainda o que diz S. Paulo depois de citar vários vícios: "não nos iludamos... Os que praticarem estas coisas não herdarão o Reino de Deus". Ele falava isto a pessoas que tinham a esperança da Salvação, isto é, para cristãos! Depois, Nosso Senhor deixa isto bem claro: "Muitos tentarão entrar e não conseguirão" e ainda "nem todo o que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino. Portanto, é sim possível perder a salvação. Daí que ter certeza absoluta da própria salvação é presunção. O que podemos e devemos ter é esperança, desde que nos esforcemos para ser generosos à ajuda divina que nunca nos falta.
-Sobre a morte e o julgamento: a Sagrada Escritura afirma claramente: "pois o homem vive uma única vez; depois disso, vem o juízo". Outra prova incontestável de que os mortos não estão dormindo, se encontra no próprio testemunho de S. Paulo: "Eu quisera morrer e ir para Cristo. No entanto, vejo que preciso ficar por vossa causa..." S. Paulo não tinha esperança de tirar um cochilo, mas de estar com Cristo e isto se faria pela morte. O sono, Ricardo, é uma característica dos corpos; não das almas.
Vc começa a perceber que os protestantes que falam tanto da Bíblia são, na verdade, quem menos a conhecem, pois suas doutrinas vão contra a Sagrada Escritura. É que eles se fundam no livre exame, condenado pela própria Bíblia, segundo a expressão de S. Pedro: "Porque as sagradas escrituras não estão abertas à livre interpretação".
ResponderExcluirPara se compreender bem a Bíblia, é preciso animar-se do mesmo espírito do eunuco que lia o profeta Isaías e, interrogado se entendera o que tinha lido, respondeu: "como vou entender, se não tenho quem me explique?".
É preciso, então, que ouças o esino da Igreja! Daí S. Paulo dizer: "A Fé vem pelo ouvir."
O último ponto que levantas:
- A Fé e as Obras. S. Tiago declara de forma maximamente clara: "A fé sem obras é morta" e ainda "mostra-me a tua fé sem obras, e eu te mostro a minha fé com obras". Este dogma protestante do "sola gratia" (somente a graça) foi inventado por Lutero que, inclusive, detestava esta epístola de S. Tiago porque provava que a tese luterana estava profundamente errada. Veja quem é que é contra a Bíblia!
Jesus ainda diz: "pois a cada um será dado conforme as suas obras".
Uma salvação que não necessitasse de obras seria algo muito confortável, não? Como conciliar este conforto todo com as rigorosas exigências do Evangelho? Diz Jesus: "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens..." e "renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz e segue-me" e "pois nem um copo de água ficará sem recompensa" e ainda "naquele dia me perguntarão: Senhor, quando foi que te servimos, que te alimentamos, que te vestimos, que te visitamos na prisão? E eu responderei: toda vez que fizeste isto a um destes pequeninos, foi a Mim que o fizeste"
Enfim, caro Ricardo, sinto muita simpatia contigo e realmete desejo que trilhes o caminho da Verdade. É por isto que não posso te enganar e tomo a ousadia de dizer: A verdade plena que procuras está na Igreja Católica Apostólica Romana e em nenhuma outra.
Se permitires que a Igreja te forme, tu conhecerás a Verdade e ela mesma, que é uma Pessoa, te libertará, e sereis verdadeiramente livre.
Grande abraço. Que Nossa Senhor o ajude.
Fábio.
OI Ricardo, mesmo sem te conhecer ouso a entrar nessa conversa, porque fiquei verdadeiramente feliz com sua sinceridade. A palvra "Aflição" que vc usa no seu texto é prova disso. Aqueles que desejam ardentemente a verdade sentem essa aflição que estás sentindo e a verdadeira sinceridade busca a verdade. Concordo com o Fábio e confesso que já senti o que estás sentindo, mas, ao conhecer a doutrina católica vi com que perfeição Deus revela o seu plano de amor para cada alma através desta doutrina... Espero que busques a verdade e que possas compreender tudo... Paz... Deus o abençõe...
ResponderExcluirnão existe nenhuma religião que trabalhe com verdades absolutas,todas trabalham com verdades relativas.No momento em que o homem não está disposto a novas ideias ele está a um passo da ignorancia.O mundo muda, as ideias mudam, a biblia querendo ou não foi feita pelo homem e houve grandes modificações durante sua historia, hoje a biblia é mais uma coisa feita pelo homem do que por Deus, e tudo que é feito pelo homem é imperfeito, e outra,não interpretem a biblia no pé da letra, cada frase escrita la tem uma signifado profundo e que ainda não estão no nosso campo de compreensão, usem a razão junto com a fé, pois caso contrario entrarão numa alienação sem tamanho.Fiquem com Deus meus amigos, respeitem as religiões, pois todas são boas de alguma forma, da pra aprendermos um pouqunho com cada uma delas.
ResponderExcluirCaro Anônimo, você é cativo de certos erros modernos.
ResponderExcluirVeja como você se contradiz. Primeiro, você escreve:
1- "Não existe nenhuma religião que trabalhe com verdades absolutas"
Logo em seguida, vc põe:
"No momento em que o homem não está disposto a novas ideias ele está a um passo da ignorancia"
Eu pergunto. Essa sua última afirmação é absoluta ou relativa?
O problema é que vocês tendem a banalizar o que vocês não conhecem sequer superficialmente. Você chega a dizer que "Nenhuma Religião" trabalha com verdades absolutas, o que supõe que você conhece todas as religiões existentes de um modo muito profundo, não? Meu caro, você chega aqui e vem defender, de modo absoluto, a relatividade das religiões. Percebe o problema? Absolutizar a relatividade? Isso só demonstra que, se retiras o absoluto de Deus, passarás a incensar como absoluto qualquer outra coisa. É o que temos repetido já há longo tempo.
O mundo muda? É mesmo? Há dois mil anos atrás, ou há quatro mil anos, ou qualquer que seja a época, os homens já tiveram asas? A matemática mudou? As leis da física mudaram? Jura? Ainda que as idéias tivessem mudado, isto não fala, de nenhum modo, da realidade enquanto tal. Tanto o homem quanto o mundo são um e o mesmo desde o início.
A Bíblia foi feita por homens, você diz. Como você pode provar que não houve realmente uma intervenção sobrenatural na composição dela? E você ainda vem querer ensinar como se deve ler a Bíblia? Você está me pedindo para adotar você como critério de verdade ao ler a Bíblia?
Logo depois de você dizer que a Bíblia foi escrita por homens, você diz que lá há um significado profundo que ainda está além do nosso campo de compreensão. Ué, como é isso? Não foi escrita por homens? Como que está além de nós? Se decida!
Você nos recomenda usar a razão com a fé. É justamente o que eu te recomendo porque, como se pode ver, você incorre, em poucas linhas, em várias contradições. Talvez, se abraçares a Fé de verdade, isto te ajude.
O seu problema é que vc, como tantos outros, trata as religiões como se fossem constructos meramente humanos, culturais. Você ignora - ou finge ignorar - que Deus mesmo se fez homem e fundou uma Igreja. Você parece ignorar as implicâncias disto. Agora me diga: como posso levar a sério o cristianismo se eu não levo a sério o que Cristo disse: "Eu sou a Verdade" e "quem não está comigo, está contra mim"?
Como eu posso respeitar as demais religiões sem desrespeitar o caráter de exclusividade irrenunciável intrínseco ao cristianismo?
Eu respeito, sim, todas as pessoas de qualquer religião. Porém, as religiões enquanto sistema de idéias, enquanto corpos teóricos acerca da verdade, eu não posso respeitar sem desrespeitar a Fé Católica.
Esperando que você entenda, que saia dessa alienação relativista que nubla a tua visão, me despeço desejando que o Cristo, "Luz que ilumina TODO homem", dissipe as trevas na tua alma e te conceda uma santa páscoa.
Pax.