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Esclarecimentos aos músicos sobre os preceitos litúrgicos e as inovações individuais na Liturgia


Neste último domingo, tivemos reunião para os músicos da paróquia. Na ocasião, eu entreguei três textos para a reflexão. Um tratava da Santa Missa como um todo no sentido de que não são lícitas as inovações que estão a fazer mundo afora. Havia no texto algumas expressões fortes para os que não estão habituados ao pulso firme da Igreja, como por exemplo: "Nem a comunidade nem o padre podem mexer na organização da Santa Missa". Os outros textos tratavam de momentos particulares, como o Ato Penitencial e o Glória. Seja como for, a cortada foi significativa.

Surgiram, naturalmente, algumas questões a respeito que foram devidamente esclarecidas, ainda que brevemente e somente até onde dava. Como dizia Nosso Senhor aos apóstolos: "Muitas coisas tenho ainda a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora". Também naquela ocasião, algumas pessoas não estavam preparadas para engolir coisa tão sólida... E as coisas se dão a partir de um processo mesmo.

No entanto, já no final da reunião, surgiram algumas perguntas curiosas, e é isto que quero partilhar com vocês. Naturalmente, foram feitas com muita ingenuidade, mas elas deixam transparecer qualquer tipo de obstinação no erro. Além disto, podem também representar as dúvidas de muita gente por aí. Foi mais ou menos o que segue: (As partes em negrito são as minhas falas)

Depois de tratar, por cima, a preocupação da Igreja com a retidão litúrgica, veio a pergunta:
- "Mas e onde fica o Espírito Santo nesta história"?

Como eu não entendesse direito do que se tratava, a pessoa esclareceu:

- "Com o Concílio Vaticano II surgiu a RCC... Neste tempo a Igreja estava meio... fria..."

- "Tava não, rapaz..."

- "Não, a Igreja não... os católicos.. E aí a RCC trouxe muita gente p'ra Igreja... Então, por que a Missa não pode ter o jeito dela quando ela anima"?

- "Olhe... se quisermos compreender bem isso tudo, esta onda de inovações e estes problemas, teríamos que voltar há muito tempo atrás. Já S. Pio X, no início do século passado, condenava vários movimentos que pretendiam ferir a Igreja. Então, esta apreciação sua aí precisa de mais base. Agora, onde que entra o Espírito Santo? Primeiro: Ele nunca esteve ausente da Igreja..."

- "Eu sei..."

- "Pois bem. Se disséssemos que Ele teria se ausentado, pecaríamos contra o dogma da indefectibilidade. Depois, a existência de santos em todas as épocas é prova de que Ele sempre esteve na Igreja. Com relação à Liturgia, o Espírito Santo atuou justamente inspirando o Magistério da Igreja na organização dos princípios litúrgicos. O Espírito Santo mesmo é quem construiu a ordem litúrgica. Ele é um Deus de ordem."

- "Certo... eu sei.. Mas, por exemplo, o Espírito Santo pode falar comigo também na minha oração. E aí?"

- "Pode, claro. Mas, seja lá o que Ele disser, nunca vai se opôr ao que diz a Santa Igreja! Por que? Porque o Espírito Santo não se contradiz. Aliás, este é o grande critério usado pelos santos! Não importa quão bela seja sua oração ou que você experimente nela; se é contrário ao que a Santa Igreja ensina, é certo que não vem de Deus..."

Disto se segue uma meia torcida nos lábios...

"E você dizer que é preciso haver inovações contra o que diz a Santa Igreja supõe uma certa desconfiança ao que a Igreja ensina!"

- "Não, não, eu não desconfio não da Igreja"

- "E então! Deus não pode inspirar a Igreja a uma coisa e inspirar individualmente alguém a outra. Deus não muda de opinião!"

**
Além destes temas, discutimos ainda a questão das palmas na Santa Missa, dos ritmos, etc.
A conversa era sempre entrecortada por uma expressão desta pessoa:
"Eu sei que você está certo..."

E aí está justamente o curioso. Por que, então, esta resistência? Reconheço, porém, que quem se endereça por esta via correta, há de ser bem espetado a fim de deixar seus excessos. E nem todo mundo está disposto a isto. Mas aí é que tá: quem não está disposto, que também não atrapalhe. Sempre se disse que o caminho era estreito e apertada a porta. Pois é.

Lutemos, meus caros, pois isto também é o bom combate da Fé.

Que S. Miguel nos auxilie.

Fábio.
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3 comentários:

  1. Dogma proclamado pela Igreja Católica.
    23-A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo
    "Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição"

    Bom combate.

    Paz

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  2. Unidade no amor e na Liturgia

    51. Esta venerável fé dos nossos maiores acerca da nossa união vital com os irmãos que já estão na glória celeste ou que, após a morte, estão ainda em purificação, aceita-a este sagrado Concílio com muita piedade e de novo propõe os decretos dos sagrados Concílios Niceno II (167), Florentino (165) e Tridentino (166). Ao mesmo tempo, com solicitude pastoral, exorta todos aqueles a quem isto diz respeito a esforçarem-se por desterrar ou corrigir os abusos, excessos ou defeitos que porventura tenham surgido aqui ou além, e tudo restaurem para maior glória de Cristo e de Deus. Ensinem, portanto, aos fiéis que o verdadeiro culto dos santos não consiste tanto na multiplicação dos actos externos quanto na intensidade do nosso amor efectivo, pelo qual, para maior bem nosso e da Igreja, procuramos «na vida dos santos um exemplo, na comunhão com eles uma participação, e na sua intercessão uma ajuda» (168). Por outro lado, mostrem aos fiéis que as nossas relações com os bem-aventurados, quando concebidas à luz da fé, de modo algum diminuem o culto de adoração prestado a Deus pai por Cristo, no Espírito, mas pelo contrário o enriquecem ainda mais (169).

    (CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICALUMEN GENTIUM SOBRE A IGREJA
    CAPÍTULO VI)

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  3. Isso aí, Wilson.

    Que Deus nos conceda um bom combate!

    Abraço,

    Salve Maria

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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