Fazendo a campanha para arrecadar assinaturas no intuito de tentar salvar a vida do jovem Vui Kong, tenho escutado a frequente pergunta: "mas o que foi que ele fez?". Perguntar isto é natural, uma vez que a pena de morte está geralmente associada a coisas terríveis.
Porém, uma vez que se diga o motivo: "tráfico de drogas", há pessoas que hesitam. Há quem pergunte: "e se ele voltar para o tráfico?" ou "quem garante que esteja arrependido"?
Primeiro: conseguir salvá-lo da pena de morte não implica que ele irá ser solto. Apenas não morrerá.
Segundo: Ainda que não estivesse arrependido, a pena de morte é totalmente inconveniente para tal caso.
Terceiro (e quero focar um pouco este ponto).
Parece que algumas pessoas sugerem que não deveria ser-lhe dado o perdão. Interessante que este tipo de coisa, de esquiva e tal, é feito, em grande parte, por católicos. Sabe o que isto me lembra? "servo mau, já que te perdoei toda a tua dívida, não deverias ter agido com misericórdia com o teu irmão?"
Sim... Não sei com que fundamento achamos que nossas ofensas graves contra Deus são coisa pequena. Achamos mesmo que merecemos perdão? Rs... No entanto, temos já, espero, larga experiência da misericórdia divina, de um Deus que nos perdoa tão logo nos aproximemos de um confessionário com as devidas disposições.
Mas parece que costumamos estabelecer o critério da gravidade segundo a repercussão social que isto traz. A gravidade torna-se mera convenção. Os nossos pecados e ofensas a Deus, porém, já que ninguém vê, são dignos de perdão...
Ora, façam-me o favor! Deveríamos, visto que muito nos é perdoado, estar ávidos por uma oportunidade de retribuir este perdão! Ademais, rezamos o Pai Nosso, espero, todos os dias e repetimos: "perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".
E depois, queremos negar o perdão a um rapaz que se arrependeu e que, se não fizermos algo, será morto?!
Muito mais merecemos nós por nossos pecados! Nada menos que o inferno!
Que Deus nos dê um coração de carne e imprima Seu amor nele.
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